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Estado de Mato Grosso

Secretaria de Ciência Tecnologia


Universidade do Estado de Mato Grosso- UNEMAT
Câmpus Universitário de Cáceres
Curso de Medicina

UNIDADE CURRICULAR XIX - PROBLEMA 1

Tutora: Dra. Verônica Palmiro


Relator: Milena de Faria Souza Reis
Coordenador: Rayanni Freire
Discentes: Alana Gosch, Anna Beatriz, Ana
Carolina, Angélica Silvério, Beatriz Carnarolli,
Daniella Soares, Débora Bárbara, Gabriella Basílio,
Gabrielly Araujo, Juliana Faria, Lenara Fiuza, Lucas
Macedo, Mateus Vital, Milena Reis e Rayanni Freire

CÁCERES-MT
2023/01
CARACTERIZAR A PLACA MOTORA E DESCREVER O MECANISMO DE
CONTRAÇÃO MUSCULAR (UNIDADE MOTORA)

JUNÇÃO NEUROMUSCULAR (JNM)


PLACAS MOTORAS LOCAL ONDE OS POTENCIAIS DE AÇÃO
DEFINIÇÃO: conjunto de fibras musculares inervadas MUSCULAR EMERGEM:
pela arborização terminal de um neurônio motor. - Os neurônios somáticos motores estimulam as
- rRgião do sarcolema oposta aos botões sinápticos fibras musculares esqueléticas a se contraírem.
terminais considerada a parte da fibra muscular na Cada neurônio deste apresenta um axônio
JNM. filiforme que se estende do encéfalo ou da medula
O número de unidades motoras de cada músculo está espinal até um grupo de fibras musculares
relacionado com o tipo de função que o mesmo esqueléticas.
desempenha.
FORMAÇÃO: os corpos celulares dos nervos motores - A fibra muscular se contrai em respostas a um ou
estão no encéfalo e os seus axônios mielínicos passam pelo mais potenciais de ação que se propagam ao longo
tecido conjuntivo do músculo, onde começam a se de seu sarcolema e pelo seu sistema de túbulos T.
ramificar e o terminal de cada axônio se torna dilatado e se TERMINAL AXÔNICO: terminação do neurônio motor
transforma em uma placa motora. que divide-se em um grupo de BOTÕES SINÁPTICOS,
- Receptores de ACh: existem cerca de 30 a 40
que constituem a parte neural da JNM.
milhões dentro de cada placa motora.
MECANISMO DE CONTRAÇÃO MUSCULAR PRODUÇÃO DO POTENCIAL DE AÇÃO
DENTRO DA UNIDADE MOTORA MUSCULAR:
LIBERAÇÃO DE ACh: - Influxo de Na2+ contra seu gradiente
- A chegada do impulso nervoso nos botões eletroquímico.
sinápticos terminais estimula a abertura dos canais - Interior da fibra muscular mais positivamente
dependentes de voltagem. carregado.
- O Ca2+ flui para dentro através dos canais abertos - Mudança no potencial de membrana.
(vez que Ca2+ esta mais concentrado no líquido - Desencadeamento de um potencial de ação
extracelular). muscular.
- O Ca2+ estimula as vesículas sinápticas a sofrerem - Propagação do potencial de ação muscular pelo
exocitose e se fundem com a membrana plasmática sarcolema para os túbulos T, fazendo com que o
do neurônio motor, liberando ACh na fenda RS libere seu Ca 2+ armazenado no sarcoplasma.
sináptica. - Fibra muscular se contrai.
- ACh se difunde pela fenda entre o neurônio motor TÉRMINO DA ATIVIDADE DA ACh: o efeito da ACh
e a placa motora. dura pouco porque ela é logo degradada pela
ATIVAÇÃO DOS RECEPTORES DE ACh: a ligação de acetilcolinesterase (AChE), em acetil e colina, produtos
2 moléculas de ACh ao receptor na placa motora abre um incapazes de ativar o receptor de acetilcolina.
canal iônico no receptor de ACh, através do qual pequenos
cátions, sobretudo Na2+, podem fluir através da membrana.
DESCREVER A MORFOLOGIA DOS MÚSCULOS ESTRIADOS
ESQUELÉTICOS (VENTRE MUSCULAR, TENDÕES, APONEUROSES E
FÁSCIAS DE REVESTIMENTO) E INTEGRAÇÃO DOS MESMOS COM O
SISTEMA NERVOSO

INTRODUÇÃO TECIDO MUSCULAR ESQUELÉTICO

FUNÇÕES DO TECIDO MUSCULAR CARACTERÍSTICAS


EFETUAÇÃO DE MOVIMENTOS CORPORAIS. FORMAÇÃO:fibras estriadas, cilíndricas e longas.
ESTABILIZAÇÃO DAS POSIÇÕES DO CORPO: as VOLUNTÁRIO: porque ele pode ser contraído e
contrações dos músculos esqueléticos estabilizam relaxado pelo controle consciente por neurônios
articulações e ajuda a manter posições corporais. integrantes da divisão somática do SN.
ARMAZENAMENTO E MOVIMENTAÇÃO DE LOCALIZAÇÃO: ligado aos ossos por tendões.
SUBSTÂNCIAS DENTRO DO CORPO: FUNÇÃO: movimento, postura, produção de calor e
- Armazenamento: realizado pelas contrações proteção.
sustentadas de camadas circulares de músculo liso
(esfíncter), evitando a saída dos conteúdos dos
órgãos ocos.
- Movimentação: contrações do músculo liso
cardíaco bombeiam sangue pelos vasos
sanguíneos do corpo, que, por meio da contração
de sua parede, regulam o fluxo sanguíneo;
contração de músculo liso ajudam na
movimentação de alimentos e substâncias pelo
sistema digestivo, genital e urinário.
GERAÇÃO DE CALOR: termogênese.

PROPRIEDADES DO TECIDO MUSCULAR COMPOSIÇÃO


EXCITABILIDADE ELÉTRICA: capacidade de TECIDO CONJUNTIVO: circunda e protege o tecido
responder a determinados estímulos por meio da produção muscular.
de sinais elétricos/potenciais de ação. - Tela subcutânea/hipoderme: separa o músculo da
CONTRATILIDADE: capacidade do tecido muscular de pele.
se contrair vigorosamente quando estimulado por um ● Composição: tecido conjuntivo areolar e
potencial de ação, gerando tensão/força de contração tecido adiposo.
enquanto puxa seus pontos de inserção. ● Consiste em uma via para entrada e
EXTENSIBILIDADE: capacidade de o tecido muscular saída de nervos, vasos sanguíneos e
se estender com limites sem sofrer lesão. vasos linfáticos dos músculos.
- O tecido conjuntivo no interior do músculo limita TECIDO ADIPOSO: armazena a maioria dos
seu grau de extensibilidade e o matém dentro da triglicerídeos do corpo, serve de camada de isolamento
amplitude de contração das células musculares. que reduz a perda de calor e protege os músculos do
ELASTICIDADE: capacidade de retornar ao cp e forma trauma físico.
originais depois de uma contração ou alongamento.
FÁSCIA: lâmina densa/faixa larga de tecido conjuntivo fibra muscular esquelética está relaxada, a
denso não modelado que reveste a parede corporal e os tropomiosina cobre os locais de ligação com a
membros, sustentando e envolvendo os músculos e órgãos. miosina nas moléculas de actina, evitando, desse
- Une músculos com funções similares. modo, que a miosina se ligue à actina.
- Possibilita o movimento livre dos músculos, aloja - Troponina: proteína reguladora integrante do
nervos, vasos sanguíneos e vasos linfáticos e fiͅ lamento ͅfino; quando os íons cálcio (Ca2+ ) se
preenche os espaços entre os músculos. ligam à troponina, ela muda de forma,
- 3 camadas de tecido conjuntivo se estendem a promovendo a movimentação da tropomiosina
partir daqui para proteger e reforçar o para longe dos locais de ligação com a miosina
músculo esquelético: epimísio, perimísio e nas moléculas de actina e a contração muscular
endomísio. subsequente, conforme a miosina vai se ligando à
EPIMÍSIO: camada externa de tecido conjuntivo denso actina.
não modelado que envolve todo o músculo. PROTEÍNAS ESTRUTURAIS: mantêm os filamentos
PERIMÍSIO: camada de tecido conjuntivo denso não grossos e finos no alinhamento adequado, conferem à
modelado que circunda grupos de 10 a 100 fibras miofibrila elasticidade e extensibilidade e ligam as
musculares, separando-as em feixes/FASCÍCULOS. miofibrilas ao sarcolema e à matriz extracelular.
ENDOMÍSIO: fibras reticulares que penetram o interior - Titina: cada molécula ocupa metade de um
de cada fascículo e separa as fibras musculares sarcômero, indo de uma linha Z a uma linha,
individualmente. conectando as linhas e ajudando a estabilizar a
TENDÃO: extensão das 3 camadas de tecido conjuntivo posição dos filamentos grossos.
que conecta um músculo ao periósteo de um osso. ● Responsável por grande parte da
elasticidade e extensibilidade das
PROTEÍNAS MUSCULARES miofibrilas.
PROTEÍNAS CONTRÁTEIS: geram força durante a - α-­actinina: ficam na linha Z e se ligam à actina e
contração. à titina.
- Empurram várias estruturas celulares para - Miomesina: formam a linha M, mantém os
conseguir movimento convertendo energia filamentos grossos em alinhamento na linha M.
química/ATP em energia mecânica de - Nebulina: proteína longa e não elástica que
movimento/produção de força. acompanha cada filamento fino por toda sua
MIOSINA: principal componente dos filamentos grossos. extensão.
- Atua como proteína motoras nos 3 tipos de tecido ● Ajuda a ancorar os filamentos finos à
muscular. linha Z.
- Formato: 2 tacos de golfe enroscados. ● Regula a extensão dos filamentos
- Cauda da miosina: apontam para a linha M e durante o desenvolvimento.
contém as cabeças de miosina.
- Músculo esquelético: 300 filamentos de miosina = FIBRA MUSCULAR ESQUELÉTICA
Diâmetro de 10 a 100 μm X comprimento 10 cm.
1 filamento grosso.
A quantidade de fibras musculares esqueléticas é
- A molécula consiste em uma cauda e duas
determinada antes do nascimento e a maioria dessas
cabeças, que se ligam aos locais de ligação com a
células dura a vida toda.
miosina nas moléculas de actina do ͅlamento ͅno
SARCOLEMA, TÚBULOS TRANSVERSOS E
durante a contração muscular.
SARCOPLASMA:
ACTINA:
- Sarcolema: membrana plasmática da célula
- Em cada molécula de actina há um local de
muscular.
ligação com a miosina, onde a cabeça de miosina
- Túbulos transversos (T): milhares de minúsculas
pode se prender.
invaginações do sarcolema que formam um túnel
- Contém tropomiosina e troponina.
da superfície para o centro de cada fibra
PROTEÍNAS REGULADORAS: ajudam a ativar e
muscular.
desativar o processo de contração.
● São cheios de líquido intersticial.
- Ex: tropomiosina e troponina.
- Sarcoplasma: citoplasma da fibra muscular que
- Tropomiosina: proteína reguladora
apresenta elevada concentração de glicogênio,
integrante do fiͅ lamento fiͅ no; quando a ͅ
mioglobina e mitocôndrias, que repousam por - Linhas Z: regiões estreitas de material proteico
toda a fibra muscular, estrategicamente perto das denso que separam um sarcômero do outro.
proteínas musculares contráteis que usam ATP - Banda A: parte do meio, mais escura, que se
durante a contração, de forma que o ATP ossa ser entende por todo o comprimento dos filamentos
produzido tão rápido quanto o necessário. grossos, de forma que cada extremidade dessa
MIOFIBRILAS: pequenos filamentos presentes no banda é uma zona de sobreposição (filamento
sarcoplasma. finos e grossos repousam lado a lado).
- São as organelas contráteis do músculo - Banda I: área mais clara e menos densa que
esquelético. contém o resto dos filamentos finos e nenhum
RETÍCULO SARCOPLASMÁTICO (RS): sistema de filamento grosso, por cujo centro passa uma linha
sacos membranosos cheios de líquido que envolve cada Z.
miofibrila. - Zona H: fica no centro de cada banda A e contém
- Cisternas terminais: sacos terminais dilatados que apenas filamentos grossos.
flanqueiam os túbulos T. - Linha M: formada por proteínas de sustentação
- Armazena Ca2+, quando liberado das cisternas que mantêm os filamentos grossos juntos no
terminais desencadeia a contração muscular. centro da zona H.
- TRÍADE: 1 túbulo T + 2 cisternas terminais. - Padrão de sobreposição: consiste em várias zonas
FILAMENTOS/MONOFILAMENTOS: estruturas e bandas, criando as estirações.
proteicas menores envolvidas no processo contrátil, que ● A extensão da sobreposição dos
não se estendem por todo o comprimento da fibra filamentos grossos e finos depende de o
muscular, por isso tem que ser arranjado em músculo estar contraído, relaxado ou
compartimentos/SARCÔMEROS. estirado.
- 2 actinas : 1 miosina na região de sobreposição
dos filamentos.
SARCÔMEROS: constituem a unidade básica funcional
de uma miofibrila, se estendendo de linha Z até outra linha
Z.
ANATOMIA MÚSCULOS ESQUELÉTICOS FUSIFORMES: formato de fuso com um ou mais ventres
redondos e espessos, de extremidades afiladas.
TRIANGULARES/CONVERGENTES: originam-se em
CARACTERÍSTICAS GERAIS
uma área larga e convergem para um único tendão.
Todos os músculos esqueléticos têm porções carnosas,
avermelhadas e contráteis (1 ou + cabeças/ventres) QUADRADOS: possui quatro lados iguais.
formados por músculo esquelético estriado. Alguns são CIRCULARES/ESFINCTERIANOS: circundam uma
carnosos em todas a sua extensão, mas a maioria abertura/orifício do corpo, fechando-os quando se
também tem porções brancas não contráteis (tendões). contraem.
FIXAÇÃO: direta ou indiretamente aos ossos, cartilagens, MÚSCULOS DE MÚLTIPLAS CABEÇAS/VENTRES:
ligamentos, fáscias ou associação dessas estruturas. têm mais de 1 cabeça de inserção ou mais de 1 ventre
FUNÇÕES: locomoção, sustentação estática, dão forma ao contrátil.
corpo e fornecem calor.
DENOMINAÇÃO: na maioria é de acordo com a sua VENTRE MUSCULAR
função ou com os ossos aos quais estão fixados. Porção contrátil do músculo.

CLASSIFICAÇÃO DE ACORDO COM O FORMATO APONEUROSE


PLANOS: têm fibras paralelas, frequentemente com uma Película de tecido conjuntivo denso rígida,
aponeurose. esbranquiçada e fibrosa que reveste os músculos.
PENIFORMES: são semelhantes à organização de seus
fascículos. FÁSCIA DE REVESTIMENTO
- Semipeniforme. Rede de tecido conjuntivo formada de colágeno que é
- Peniformes. flexível e envolve o corpo, permitindo que os músculos
- Multipeniformes. se movam livremente, enquanto reduz seu atrito.
CONTRAÇÃO E RELAXAMENTO DAS HIDRÓLISE DE ATP: a cabeça da miosina engloba um
FIBRAS MUSCULARES local de ligação com o ATP e uma ATPase, enzima que
hidrolisa o ATP em ADP (difosfato de adenosina) e um
grupo fosfato.
MECANISMO DE DESLIZAMENTO DOS - Essa reação de hidrólise reorienta e energiza a
FILAMENTOS
A contração muscular ocorre porque as cabeças de cabeça de miosina.
miosina se prendem e “caminham” ao longo da actina - Os produtos da hidrólise de ATP (ADP e um
nas duas extremidades de um sarcômero, empurrando grupo fosfato) ainda continuam presos à cabeça
de maneira progressiva os filamentos de actina na de miosina.
direção da linha M, se encontrando no centro do ACOPLAMENTO DA MIOSINA À ACTINA PARA
sarcômero. Conforme os filamentos de actina vão FORMAR PONTES TRANSVERSAS: as cabeças de
deslizando, a banda I e a zona H se estreitam e, por fim, miosina energizadas se fixam aos locais de ligação com a
desaparecem juntas quando o músculo está em miosina na actina e liberam o grupo fosfato previamente
contração máxima. Entretanto, a largura da banda A e hidrolisado.
os comprimentos individuais de actina e miosina - Pontes transversas: nome das cabeças de miosina
permanecem inalterados. Uma vez que os filamentos quando elas se prendem à actina durante a
finos em cada lado do sarcômero estão presos às linhas contração.
Z, quando os filamentos finos deslizam, as linhas Z MOVIMENTO DE FORÇA: durante o movimento de
se aproximam e o sarcômero encurta. O força, o local na ponte transversa onde o ADP ainda
encurtamento dos sarcômeros causa encurtamento de está ligado se abre. Em consequência disso, a ponte
toda a fibra muscular, que, por sua vez, leva ao transversa roda e libera o ADP.
encurtamento de todo o músculo. - A ponte transversa gera força ao rodar em
direção ao centro do sarcômero, deslizando o
CICLO DA CONTRAÇÃO filamento fino pelo filamento grosso na direção
No início da contração, o RS libera Ca2+ no da linha M.
sarcoplasma, onde se ligam à troponina que, por sua DESACOPLAMENTO DA MIOSINA DA ACTINA:
vez, faz com que a tropomiosina se movimente para ao final do movimento de força, a ponte transversa
longe dos locais de ligação com a miosina na actina. permanece firmemente presa à actina até se ligar a outra
Uma vez “liberados” os locais de ligação, o ciclo da molécula de ATP. Quando o ATP se liga ao local de ligação
contração (a sequência repetida de eventos que faz com o ATP na cabeça de miosina, a cabeça de miosina se
com que os filamentos deslizem) começa. solta da actina.
ACOPLAMENTO EXCITAÇÃO-CONTRAÇÃO - Ciclo de contração começa.
PASSO A PASSO: - Bombas de transporte ativo de Ca2+ da membrana
- Fibra muscular relaxada: a concentração de Ca2+ do RS usam ATP para movimentar Ca2+ de
armazenada dentro do sarcoplasma é ↓ (0,1 maneira constante do sarcoplasma para o RS.
μmol/L) e ↑ no RS. ● O Ca2+ fluem para o sarcoplasma com
- Canais de liberação de Ca2+ no RS vão se abrindo mais rapidez do que são transportados
conforme o potencial de ação muscular vai se de volta pela bombas.
propagando ao longo do sarcolema e nos túbulos - Depois da propagação pelos túbulos T do último
T, liberando Ca2+ para o sarcoplasma ao redor dos potencial de ação, os canais de liberação de Ca2+
filamentos grossos e finos. fecham.
- A concentração de Ca2+ no sarcoplasma sobe 10x. - O Ca2+ retorna para RS e a concentração de Ca no
- O Ca2+ se combinam com a troponina, mudando sarcoplasma diminui.
sua forma e movimentando a tropomiosina para - A tropomiosina cobre os locais de ligação da
longe dos locais de ligação com a miosina e na miosina.
actina. - Fibra muscular relaxada.
- As cabeças da miosina se ligam à actina e formam
pontes transversas.

VIAS MOTORAS movimento pode ser realizado e ajustado de


modo adequado.

INTRODUÇÃO
A MOVIMENTAÇÃO DO CORPO É UMA AÇÃO PADRÃO DE PROCESSAMENTO MOTOR
SIMPLES, REALIZADA A TODO INSTANTE, MAS Para que a motricidade voluntária ocorra,
QUE POSSUI UM PROCESSAMENTO primeiramente a ação é planejada no cérebro,
EXTREMAMENTE COMPLEXO. transmitida por vias do SNC e SNP até as células-alvo
- Além da integridade dos neurônios motores da efetoras (células musculares).
via, é necessária a captação constante da ÁREA TERCIÁRIA: criação da intenção do movimento
informação sensorial e seu processamento pelo (é o 1° local do SN a ser ativado quando pensamos no
cerebelo. movimento).
- Os movimentos voluntários são antecipatórios, ou - Variáveis consideradas: necessidade da ação;
seja, são utilizadas experiências motoras adequação do movimento ao comportamento
aprendidas previamente para definir como aquele social; supressão do socialmente indesejável.
ÁREA MOTORA SECUNDÁRIA: através da TRATOS MOTORES
informação de intenção do movimento das áreas terciárias, São compostos de fibras nervosas que comunicam as
ela constrói o plano de execução motora. estruturas suprassegmentares, que regulam e
- Influências: circuitos inconscientes, que envolvem organizam o movimento.
os NÚCLEOS DA BASE E O CEREBELO, TRATO CORTICOESPINAL: responsável pela
sendo essenciais para o controle e coordenação do motricidade voluntária de todo o corpo, com exceção da
movimento. cabeça.
- Onde ocorre sua ativação: - Origem das fibras: giro pré-central + lóbulo
● Se a intenção do movimento decorre da paracentral + córtex motor secundário + córtex
decisão do indivíduo: área suplementar somatossensorial do giro pós-central.
(localização: lobo frontal, imediatamente - Fibras sensitivas: alcançam estruturas das vias de
à frente do córtex motor primário do giro analgesia, sendo importantes para a regulação do
pré-central, superior a área pré-motora). processamento da sensibilidade dolorosa.
● Se a intenção de movimento é - Fibras motoras: fazem a motricidade e
desencadeada por estímulos externos: projetam-se em direção aos neurônios motores da
área pré-motora. medula.
ÁREA MOTORA PRIMÁRIA/DE PROJEÇÃO: é a ● Trajeto: coroa radiada → ramo posterior
última área cortical a ser ativada, onde estão os neurônios da cápsula interna → pedúnculo cerebral
motores primários, de onde emergem as fibras dos no mesencéfalo → base da ponte →
NEURÔNIOS MOTORES SUPERIORES, que compõem núcleos pontinos → pirâmides bulbares
os tratos descendentes motores (corticoespinhais e (na sua porção inferior, de cada lado, há
corticonucleares). cruzamento parcial das fibras dos tratos,
NEURÔNIOS MOTORES INFERIORES: recebe a na decussação das pirâmides,
mensagem dos neurônios motores superiores e alcança o formando o trato corticoespinhal
território de inervação muscular, gerando respostas lateral do lado oposto e o trato
contráteis para a realização do movimento. corticoespinhal anteriore homolateral
- Possuem o corpo celular no interior do SNC, nos - fibras que não sofrem desvio do
núcleos motores do tronco encefálico e na coluna trajeto).
anterior da medula, e suas fibras no SNP, por meio ● Trato corticoespinhal anterior:
dos nervos cranianos e espinais. motricidade axial e proximal dos MMSS
(Suas fibras seguem pela medula,
CÓRTEX MOTOR através do funículo anterior, e realizam
PLANEJAMENTO MOTOR: é importante para a sinapses ao logo de toda a extensão da
definição de quais grupos musculares serão ativados, do medula. Na altura do ponto da sinapse,
grau de contração muscular e da velocidade do movimento cada fibra cruza para o lado contralateral
que serão adequados à execução do movimento e alcança os neurônios da porção medial
pré-determinado. da substância cinzenta da coluna
- POR ISSO, O CÓRTEX MOTOR anterior da medula).
SECUNDÁRIO TEM CONEXÕES COM ● Trato corticoespinhal lateral:
CEREBELO, E NÚCLEOS DA BASE. motricidade distal dos membros (suas
CEREBELO: fibras, já cruzadas na decussação das
- Cerebrocerebelo: estruturas da região lateral do pirâmides, segue em trajeto descendente
cerebelo recebem o plano motor e colaboram para pelo funículo lateral e realizam sinapses
sua programação. homolaterais com os neurônios da
- Espinocerebelo: a região do vermis e porção lateral da coluna anterior da
intermediária dos hemisférios processam as medula).
informações proprioceptivas oriundas dos TRATO CORTICONUCLEAR: responsável pela
músculos e as comparam constantemente com o motricidade voluntária da cabeça.
plano motor.
NÚCLEOS DA BASE: regulam a quantidade de - Origem: giro pré-central → coroa radiada →
movimento. joelho da cápsula interna → desce em direção aos
- Fibras: a maior parte são bilaterais, o que implica núcleos motores do tronco encefálico.
movimentação conjugada da maioria dos
músculos da cabeça. ● Núcleo motor do VII: responsável pela
- Núcleos de motricidade voluntária: motricidade da musculatura mímica.
● Núcleos do III, IV, VI: responsáveis pela ● Núcleo ambíguo: responsável pela
motricidade ocular. inervação da laringe e da faringe,
● Núcleo motor do V: responsável pela garantindo a fonação e a deglutição.
motricidade mastigatória. ● Núcleo do XII: responsável pela
motricidade da língua.
ENUMERAR OS ITENS DE ANAMNESE E EXAME FÍSICO NECESSÁRIOS
PARA A AVALIAÇÃO CLÍNICA DA LOCOMOÇÃO E PREENSÃO

ANAMNESE - Histeria.

ATIVIDADES DE VIDA DIÁRIA


IDENTIFICAÇÃO ADULTOS: perguntar sobre a rotina e avaliar se apresenta
GÊNERO: juntamente com história familiar, pois pode disfunções na realização de atividades mínimas.
sugerir uma doença hereditária ligada ao sexo. CRIANÇAS: pedir para fazer tarefas usuais, como
levantar sem ajuda, sair da posição deitada para sentada,
ANTECEDENTES FAMILIARES estender os braços na altura dos ombros, bater palmas com
Perguntar se existem casos semelhantes na família. os braços acima da cabeça, abrir e fechar as mãos, fechar
Examinar familiares. os olhos, beber algo e falar.

ANTECEDENTES PESSOAIS LEVANTAR MIOPÁTICO DE GOWERS


CONDIÇÕES DA GESTAÇÃO E DO PARTO: É DESCRITO COMO SE O PACIENTE SUBISSE
investigar histórias de aborto e nascimentos prematuros. SOBRE SI MESMO: a partir do decúbito dorsal, o
DESENVOLVIMENTO MOTOR: paciente rola para os lados, apoia-se com as mãos no solo
- Dificuldades para respirar, sugar, deglutir ou e, depois, sobre as coxas, e consegue levantar-se, ficando
chorar. com uma postura lordótica, abdome protruso e ombros
- O desenvolvimento motor pode atrasar devido à jogados para trás.
doença muscular precoce, com retardo nas
aquisições motoras para sentar, ficar de pé,
engatinhar e andar.
AVALIAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA APROPRIADA
PARA REGIÃO E FAIXA ETÁRIA: procurar doenças
prévias, febris ou não, exposição a agentes potencialmente
danosos.
- Medicamentos para se atentar: estatinas,
antirretroviaris e cloroquina.
IDADE DE INÍCIO DOS SINTOMAS E TEMPO DE
EVOLUÇÃO: são fatores determinantes para inciar
investigação de miopatia de origem infecciosa, tóxica,
metabólica, inflamatória ou heredodegenerativa.
- Projeção lenta: pensar em doença degenerativa.
- Flutuação de sintomas ao longo do dia:
característico de doença da transmissão
neuromuscular.
- Ter em mente que na maioria das vezes é
impossível determinar o início exato.

SINAIS E SINTOMAS

FRAQUEZA MUSCULAR
É a queixa mais frequente nas miopatias.
DISTINGUIR DE:
- Astenia: diminuição global da força, raramente
acomete músculos inervados pelos nervos
cranianos e o paciente diz-se muito mais cansado
do que fraco.
- Fatigabilidade.
- Simulação.
QUEDAS FREQUENTES IMOTIVADAS - e involuntária de fascículos musculares que estão
Sugere debilidade de quadríceps. perdendo sua inervação.
MIOTONIA: contração muscular sustentada, indolor, com
TIPOS DE MARCHA sinais EMG característicos, com som semelhante à queda
MARCHA MIOPÁTICA OU ANSERINA: com báscula de uma bomba.
da bacia e com lordose acentuada. FRAQUEZA E ATROFIA: as distrofias musculares
- Sugestivo de fraqueza da cintura pélvica. produzem um aspecto global peculiar, com exagero da
ANDAR NA PONTA DO PÉ: devido a retrações lordose lombar e com protrusão do abdome, pernas
tendíneas, as crianças podem andar nas pontas dos pés na entreabertas e cintura escapular jogada para trás. A
fase ambulante. omoplata costuma ser saliente, a escápula alada e mesmo
- Pode-se observar retrações tendíneas nos tendões elevar-se acima da altura dos ombros quando os membros
de Aquiles que, em fases mais avançadas, estarão superiores estão abduzidos.
já fixadas com pés em equino. HIPERTROFIA MUSCULAR: panturrilhas engrossadas,
- É comum na DMD. às vezes contrastando com a atrofia global em fases tardias
de distrofias, ocorrem por pseudo-hipertrofia devido ao
ATROFIA MUSCULAR acúmulo de tecido conjuntivo e gorduras.
Surge com a evolução das miopatias. Sendo, em geral, ARTICULAÇÕES E OSSOS: é comum, com o avançar
atrofia com hipotonia discreta nas fases inicias. da doença, ocorrer escoliose e alterações nos pés,
alterações articulares devido atrofia de grupos musculares e
DOR por retrações tendíneas.
Quase todas as miopatias são indolores.
Nas miopatias costumam ser secundárias às posturas INSPEÇÃO DINÂMICA
anormais, instabilidade articular e à compressão de Observa-se o paciente durante a marcha ou executando
nervos. algumas tarefas padronizadas.
EXEMPLOS DE TAREFAS PADRONIZADAS:
CÃIBRAS, RIGIDEZ E ESPASMOS MUSCULARES - Levantar-se do chão pode ser impossível em
São contraturas espontâneas ou provocadas por algumas miopatias.
isquemia, durando segundos ou minutos, com dor e com - Levantar-se da cadeira, subir degraus ou uma
aumento de enzima creatinofosfoquinase após sua
pequena escada também pode demonstrar déficit
ocorrência.
CARACTERÍSTICAS: motor regional.
- Comuns nos distúrbios metabólicos e - Andar nas pontas dos pés ou nos calcanhares pode
hidroeletrolíticos. ser útil para avaliar a força dos extensores e
- Podem ser prolongadas ou curtas, com ou sem flexores das pernas.
expressão na eletromiografia, a depender da
fisiopatologia da doença e, questão. - Agachar e levantar em uma só perna é utilizado
- São frequentemente benignas, mas pode ser para testar a força dos MMII alternadamente.
importantes indicadores de doenças graves. - Levantar os braços acima da cabeça
demonstrando força dos músculos proximais dos
MMSS.
EXAME FÍSICO
Palpação, percussão, mensuração e movimentação
passiva das articulações são passos do exames, visando
INSPEÇÃO ESTÁTICA a informações sobre o tônus e trofismo muscular.
PROCURAR ATROFIA MUSCULAR,
DETERMINANDO SUA LOCALIZAÇÃO, PALPAÇÃO
EXTENSÃO, DISTRIBUIÇÃO E INTENSIDADE:
- Ombro: proeminência da ossatura. É sempre feita nos músculos maiores para sentir a
- Mãos: achatamento dos interósseos. consistência muscular.
- Pernas: afinamento. FLACIDEZ: ocorre na maioria das doenças musculares.
OBSERVAR ATENTAMENTE GRUPOS AUMENTO DA CONSISTÊNCIA: é incomum.
MUSCULAR: buscar movimentos breves, repetitivos, de PSEUDO HIPERTROFIA DAS PANTURRILHAS: tem
pequena amplitude sob a pele, com pequenos abalos consistência semelhante à de borracha.
localizados (fasciculações e mioquimias).
DOR À PALPAÇÃO: pode ser encontrada em algumas
- Fasciculações: são importantes no diagnóstico
miopatias inflamatórias.
diferencial, já que, se persistentes e com atrofia
EXAME DO TÔNUS MUSCULAR: movimentação
muscular associada, indicam contração espontânea
passiva dos músculos, encurtando-os e alongando-os.
- Aumento Localizado do tônus: contratura ou ELETRONEUROMIOGRAFIA
espasmo, sendo um mecanismo de defesa contra a Compreende uma série de testes que se baseiam no
dor. estudo das propriedades da condução nervosa e nas
características elétricas da atividade muscular.
PERCUSSÃO COMO FUNCIONA: nos estudos de condução nervosa,
Pode promover reação reação de depressão seguida de estimula-se eletricamente o trajeto de um nervo periférico
elevação no local (mioedema). em diversos pontos e registram-se as respostas, quer sejam
ACHADOS: pode ser normal ou sugerir miopatias do nervo ou dos músculos por ele inervados; medindo-se a
metabólicas e inflamatórias, quando promove edema mais distância (e) entre os pontos de estímulo e o tempo (t)
duradouro no local, ou hipotireoidismo. gasto, calcula-se a velocidade (v) de condução do estímulo
Pode desencadear miotonia. elétrico nos axônios que compõem o nervo estudado.
REFLEXOS MIOTÁTICOS: pesquisa de rotina. COMPROMETIMENTOS FOCAIS OU DIFUSOS
- Costumam ser normais nas fases precoces das NOS NERVOS PERIFÉRICOS: regiões com redução na
miopatias e diminuir ou desaparecer com o avanço velocidade de condução ou com reduções difusas.
da doença. ESTUDO DA TRANSMISSÃO NEUROMUSCULAR:
- Estimulação repetitiva: é realizada com um nervo
periférico em um ponto determinado, com
EXAMES COMPLEMENTARES estímulos supramáximos em frequências
determinadas, sendo registradas as respostas em
um grupamento muscular inervado por esse nervo.
DOSAGEM DE ENZIMAS SÉRICAS
- Defeitos na transmissão neuromuscular podem
Toda doença que causa destruição de fibras musculares
acarretar respostas elétricas musculares
provoca a liberação de enzimas das células musculares.
progressivamente maiores ou menores à
O QUE DOSAR:
estimulação repetitiva do nervo, dependendo da
- Transaminases.
localização da lesão.
- Aldolase.
- Eletromiografia de fibra única: o paciente produz
- Desidrogenase láctica.
uma contração voluntária leve do grupo muscular
- Piruvatoquinase.
e estudo e o eletrodo é posicionado para captar os
- Creatinofosfoquinase (CPK): é a mais sensível de
potenciais de 2 fibras musculares pertencentes a
todas. Podendo dosar suas isoenzimas, com foco
uma mesma unidade motora; em seguida,
na MM, pois ela predomina no tecido muscular
medem-se as diferenças de tempo para o
esquelético.
aparecimento das 2 respostas em 10 ou + disparos
O aumento dessas enzimas relaciona-se com destruição
voluntários e obtém-se um jitter (normal = 50
de fibras musculares e não com processos patológicos
m/s).
específicos.
TESTE IMUNOLÓGICO E BIÓPSIA MUSCULAR
DOSAGEM DE MIOGLOBULINA NA URINA
Pode-se pesquisar uma série de anticorpos que são
Vários distúrbios musculares se relacionam à
determinantes para o diagnóstico de doenças da
mioglobinúria paroxística.
transmissão neuromuscular.
LIMIAR DE EXCREÇÃO RENAL DE
EX: anticorpo antirreceptor de Acth; anti-MuSK; antcanais
MIOGLOBINA: é baixo e possibilita que pequenas
de K; anticanais de Ca.
concentrações séricas promovam sua eliminação pelo
IMUNO-HISTOQUÍMICA: determina se existe distrofia
sistema renal.
normal e se está ausentes ou anormal nas distrofinopatias.
APARECIMENTO DE MIOGLOBINEMIA: depende
do grau de destruição das fibras musculares.
EXAMES DE IMAGEM
O QUE A MIOGLOBINA PROVOCA NO SISTEMA
A tomografia computadorizada (TC), a ressonância
RENAL:
magnética (RM) e a ultrassonografia do músculo na
- Urina fica vermelha.
prática clínica são úteis para tumores, granulomas e,
- Quando intensa, IRA.
ocasionalmente, para indicar o músculo a ser biopsiado,
que não deverá estar no estágio final da doença, nem
naquele clinicamente normal.
DISTROFIA MUSCULAR DE DUCHENNE

CONCEITOS GERAIS DAS DISTROFIA MUSCULAR RECESSIVA LIGADA AO


DISTROFIAS MUSCULARES CRS X.
75% DOS PACIENTES TÊM DELEÇÕES OU
DUPLICAÇÕES NO GENE DA DISTROFINA.
DISTROFINOPATIAS - No restante ocorrem mutações pontuais
DEFINIÇÃO: distrofias que acontecem por defeitos na distribuídas por todo o gene.
proteína DISTROFINA, com gene de codificação
localizado no crs X, sendo doenças autossômicas
recessivas.
PRATICAMENTE EXCLUSIVAS NO SEXO MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
MASCULINO.
EX: DMD e DMB. AO NASCIMENTO
Paciente totalmente normal.

EPIDEMIOLOGIA COM 2 -3 ANOS DE IDADE


Inicia a clínica com queixa de fraqueza muscular
AFETA 1:3.500 HOMENS: 30 para cada 100.000 progressiva, predominantemente em MMII.
nascidos vivos.
- Meninos de 3 a 5 anos de idades. ATRASO DOS MARCOS MOTORES E FRAQUEZA
- Meninas: são portadoras, na maioria das vezes MUSCULAR EM MENINOS JOVENS
assintomáticas. É PROGRESSIVA: ao ponto que por volta dos 10 a 12
● Alguns casos podem manifestar clínica anos a maioria dos afetados é confinado a cadeira de rodas
de miopatia (cardiomiopatia e fraqueza e, por volta dos 20 anos, a maioria dos pacientes apresenta
proximal de membros). contraturas articulares e cifoescoliose que levam à fraqueza
● Usualmente tem altos níveis de CK dos músculos respiratórios e eventual insuficiência
sérica. respiratória, devido a pneumonias de repetição.
● Algumas meninas podem desenvolver MÚSCULOS ACOMETIDOS: os proximais,
um quadro clínico clássico de DMD, particularmente nos MMII.
dependendo do grau de inativação do crs - Torna-se evidente muito cedo, pois são meninos
X não mutado. que não sobem escadas, não conseguem correr
⅓ DOS CASOS SURGE COMO MUTAÇÃO NOVA bem, cai toda hora, dificuldade para pular; até se
SEM UM HISTÓRICO FAMILIAR: mutação generalizar.
“frame-shift”, ou seja, que causa alteração do quadro de ● A mãe vai relatar esses achados, muitas
leitura do RNAm no gene da DISTROFINA. vezes falando que antes era normal e
agora é reduzido.
● Hipertrofia/pseudo hipertrofia
FISIOPATOLOGIA muscular: sobretudo das panturrilhas,
é achado precoce e proeminente.
Devido a alteração no quadro de leitura do RNAm no ● É pseudo porque não tem uma
gene DISTROFINA, ocorre a perda completa dessa hipertrofia muscular de verdade, o que
proteína (localizada junto à parte interna da membrana acontece é uma deposição de tecido
plasmática de fibras musculares), cuja ausência rompe gorduroso (lipossubstituição),
a ligação mecânica entre o sarcômero e o sarcolema, aumentando o volume da panturrilha.
provavelmente com vazamento de Ca que leva à necrose - Perda da deambulação por volta dos 9/10 anos.
da célula muscular, com substituição do tecido
muscular por gordura e TC.
A CRIANÇA ASSUME MARCHA ANSERINA, COM
UMA POSTURA HIPERLORDÓTICA, E AO TRATAMENTO
LEVANTAR-SE DO CHÃO FAZ O SINAL DE
GOWERS.
NÃO TEM CURA
PATOLOGIAS ASSOCIADAS
SUPORTE
CAUSA MIOCARDIOPATIA: pode resultar em
É o principal.
insuficiência cardíaca e arritmias fatais (cardiomiopatia
TERAPIA FÍSICA: previnir contraturas.
dilatada).
TRATAMENTO DE CARDIOMIOPATIA:
COMPROMETIMENTO COGNITIVO LEVE: pode
β-bloqueadores + IECA+ ventilação não invasiva em
aparecer em até 40% dos casos.
estágios mais avançados.
PODE TER ALTERAÇÕES
PROLONGAMENTO DO PERÍODO DE
NEUROPSICOLÓGICAS: pelo menos 1 no lugar do
AMBULAÇÃO (ATÉ 2 ANOS) E OUTRAS FUNÇÕES
comprometimento cognitivo quando este não está presente.
MUSCULARES: prednisona 0,75 mg/k/dia OU deflazacort
PSEUDO-OBSTRUÇÃO INTESTINAL: quando
0,7 a 0,9 mg/kg/dia.
acomete o músculo liso.
- CORTICÓIDE.
AUMENTO DA FORÇA MUSCULAR E MASSA
ALTERAÇÕES NOS EXAMES LABORATORIAIS E
MAGRA: creatina 30 mg/kg/dia.
DE IMAGEM
CK: altos níveis, sendo de 20 a 100x acima do limite
PROGNÓSTICO
superior do normal ao nascimento no início.
SEM SUPORTE DE VENTILAÇÃO: morte no final da
- Detectável na fase pré-sintomática.
adolescência e início da 2° década de vida.
- Declínio ao longo do tempo devido a perda de
COM SUPORTE ADEQUADO: muitos pacientes vivem
musculatura.
até a 3° e 4° décadas antes de sucumbir à pneumonia,
EMG: anormal, com padrão miopático.
insuficiência cardíaca ou complicações gastrointestinais
- Pouco específico.
ligadas à nutrição.
BIÓPSIA MUSCULAR: anormal, mostrando
características distróficas.
- Revela fibras musculares em degeneração com
infiltrado conjuntivo-gorduroso endomísio e
perimisial.
ANÁLISE IMUNO-HISTOQUÍMICA: alteração do
tamanho e da quantidade da distrofinas às reações
imuno-histoquímicas e western blot.
- Western blot/imuno-histoquímica: ausência de
distrofina.
- As mutações podem ser estabelecidas utilizando
DNA de leucócitos do sangue periférico.

DIAGNÓSTICO

CLÍNICA + DOSAGEM DE CK (20 a 100x a + do que


o normal e depois declínio) + ENMG (padrão
miopático) + BIÓPSIA (degeneração e regeneração de
fibras + lipossubstituição) + ANÁLISE DAS
DISTROFINAS MUSCULARES E/OU TESTE
GENÉTICO.
O rearranjo do gene da DISTROFINA pode ser
detectado no sangue em cerca de ⅔ dos pacientes.
DISTROFIA MUSCULAR DE BECKER

EPIDEMIOLOGIA PODE TER DEFICIÊNCIA INTELECTUAL: pouco


comum.
COMPROMETIMENTO CARDÍACO: insuficiência
É COMO SE FOSSE UMA FORMA MAIS LEVE E cardíaca.
LENTA DA DMD MIALGIAS SEM FRAQUEZA.
MÚSCULOS ACOMETIDOS: proximais,
AFETA 5: 100.000 MENINOS. particularmente dos MMII (hipertrofia de panturrilha
proeminente).
- Pacientes se mantêm deambulantes além da
FISIOPATOLOGIA adolescência.
- 30 ANOS: perda da deambulação, utilizando
OCORRE DEVIDO A UMA MUTAÇÃO NO GENE cadeira de rodas.
DISTROFINA, DO TIPO NON-FRAMES-HIFT, OU
SEJA, QUE NÃO INTERROMPE O QUADRO DE ALTERAÇÕES NOS EXAMES LABORATORIAIS E
LEITURA DO RNAM. DE IMAGEM
DISTROFIA MUSCULAR RECESSIVA LIGADA AO MIOGLOBINÚRIA.
CRS X E CAUSADA POR MUTAÇÕES NO GENE NÍVEIS ELEVADOS DE CK.
DISTROFINA. - Detectável na fase pré-sintomática.
75% DOS PACIENTES TÊM DELEÇÕES OU BIÓPSIA MUSCULAR: características distróficas.
DUPLICAÇÕES NO GENE DA DISTROFINA. - Western blot/imuno-histoquímica: redução dos
- No restante ocorrem mutações pontuais níveis ou do tamanho da distrofina.
distribuídas por todo o gene. - As mutações podem ser estabelecidas utilizando
DNA de leucócitos do sangue periférico.
A principal explicação para a diferença do fenótipo
observado entre DMD e DMB é a teoria da matriz de
leitura = a ausência da distrofina observada na DMD é DIAGNÓSTICO
causada por mutações que alteram o quadro de leitura
translacional, levando à produção de uma proteína IGUAL AO DA DMD.
truncada e instável. Ao contrário, na DMB, o quadro de
leitura seria mantido, levando à produção de proteína
ainda funcional, mesmo que de tamanho menor.
TRATAMENTO

MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
SUPORTE
É fundamental.
AO NASCIMENTO MONITORAMENTO CARDÍACO CUIDADOSO.
Normal.
PROGNÓSTICO
5 - 15 ANOS A maioria dos pacientes sobrevive até a 4°/5° década de
Início dos sintomas. vida.
- Nessa idade desenvolvem falência respiratória.
APRESENTA AS PRIMEIRA DIFICULDADES
ENTRE 5 E 15 ANOS DE IDADE
Embora o início possa ocorrer na 3°/4° década de vida.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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