DIFERENCIAÇÃO E

DESENVOLVIMENTO

PRÁTICAS LABORATORIAIS
TECIDO MUSCULAR

Renata Tavares, PhD

Invited Assistant Professor, Department of Life Sciences, FCTUC
Center for Neuroscience and Cell Biology
renata.tavares@cnc.uc.pt

Ano letivo 2022/2023

 TECIDO MUSCULAR

O tecido muscular é responsável pelos movimentos do corpo e pela alteração da forma e

tamanho dos órgãos internos.
 TECIDO MUSCULAR - CÉLULAS

Tecido constituído por células alongadas, dispostas paralelamente e cuja principal função é a
contração – células musculares ou fibras musculares.

Células = Fibras musculares

Membrana plasmática = sarcolema
Citoplasma = sarcoplasma
Retículo endoplasmático = Retículo sarco-
plasmático
Mitocôndrias = Sarcossomas

Fibras musculares contêm grande quantidade de filamentos citoplasmáticos de proteínas contráteis,

geradoras das forças necessárias para a contração desse tecido, utilizando a energia contida nas
moléculas de ATP.
 TECIDO MUSCULAR - VARIEDADES
De acordo com suas características morfológicas e funcionais, distinguem-se 3 tipos
de tecido muscular:
TECIDO MUSCULAR - VARIEDADES
TECIDO MUSCULAR - VARIEDADES
Muscular estriado
Esquelético

Muscular estriado
Cardíaco

Muscular Liso
 TECIDO MUSCULAR ESTRIADO ESQUELÉTICO

Fibras musculares, feixes de células muito longas (até 30 cm), cilíndricas,

multinucleadas contendo muitos filamentos, as miofibrilhas.

Núcleos localizados na periferia das fibras, próximos do sarcolema;

(Característica distintiva das fibras do músculo esquelético, uma vez que os núcleos do
estriado cardíaco têm uma posição central)

As fibras musculares contêm miofibrilhas dispostas longitudinalmente ao

longo de todo o seu comprimento
 TECIDO MUSCULAR ESTRIADO ESQUELÉTICO
Organização do músculo estriado esquelético

Cada fibra muscular, individualmente, é envolvida pelo

endomísio (constituído por lamina basal das cel musculares,
e fibras reticulares e alguns fibroblastos - tecido conjuntivo)

Um feixe de fibras (conjunto de fibras) é envolvida pelo

perimísio – camada espessa de tecido conjuntivo

Epimísio - camada densa de tecido conjuntivo que recobre o

músculo e envolve as fibras musculares organizadas em grupos
de feixes
 TECIDO MUSCULAR ESTRIADO ESQUELÉTICO

O músculo estriado é composto por fibras musculares estriadas suportadas por tecido
conjuntivo, essencial para a transdução das forças.

O tecido conjuntivo:

• Contém capilares que formam uma rede extensa

entre as fibras musculares, vasos linfáticos e nervos;

• Mantêm as fibras musculares unidas, possibilitando

que a força de contração gerada por cada fibra
individualmente atue sobre o músculo inteiro;

• Permite que a força de contração do músculo se

transmita a outras estruturas, como tendões e
ossos.

A contração das fibras musculares esqueléticas é

gerada por nervos motores que se ramificam pelo
perimísio
 TECIDO MUSCULAR ESTRIADO ESQUELÉTICO
A fibra muscular
Miofibrilha – subunidade estrutural e funcional da fibra muscular. Formada pelo arranjo repetitivo de
sarcómeros rodeados por REL – retículo sarcoplasmático.
 TECIDO MUSCULAR ESTRIADO ESQUELÉTICO
Sarcómeros – correspondem aos filamentos individuais de actina e miosina, constituindo os elementos
contrácteis do músculo estriado.

Cada sarcómero (2,5 m) é formado pela parte da

miofibrilha que fica entre duas linhas Z sucessivas
e contém uma banda A (faixa escura) que separa
duas semi-bandas I (faixas claras)
 TECIDO MUSCULAR ESTRIADO ESQUELÉTICO
Sarcómeros – correspondem aos filamentos individuais de actina e miosina, constituindo os elementos
contrácteis do músculo estriado.

O sarcómero pode ser comprimido até 1 m ou

distendido até 4 m durante uma contração

A disposição dos sarcómeros coincide nas várias

miofibrilhas da fibra muscular, e as bandas formam
um sistema de estrias transversais, paralelas,
característico das fibras musculares estriadas
 TECIDO MUSCULAR ESTRIADO ESQUELÉTICO
As miofibrilhas do músculo estriado contêm quatro proteínas principais: miosina, actina, tropomiosina e
troponina (miosina e a actina, juntas, representam 55% do total das proteínas do músculo estriado)

Filamento fino – actina, tropomiosina e troponina

Actina - polímeros longos (actina F) formados por 2

cadeias de monómeros globulares (actina G)
Actina G é polar, bem como o filamento. O terminal (+)
de cada filamento liga-se à linha Z enquanto o terminal
(-) se estende na direção do centro do sarcómero
Cada monómero globular de actina G possui uma região
de ligação à miosina.

Tropomiosina - As moléculas de tropomiosina unem-se umas

às outras pelas extremidades, formando filamentos que se
localizam ao longo do sulco existente entre os dois filamentos
de actina F.

Troponina - liga-se fortemente à tropomiosina, cobre o local

ativo da actina onde ocorre a interação da actina com a miosina
e tem forte afinidade por Ca2+
 TECIDO MUSCULAR ESTRIADO ESQUELÉTICO

Filamento grosso - miosina

Miosina - formada por 2 cadeias pesadas e por 4 cadeias leves. Cada tipo de cadeia encontra-se
associado à cabeça da molécula de miosina.

Numa de suas extremidades a miosina apresenta uma saliência globular (cabeça), que tem um local
específico para ligar ATP e outro para ligar actina.
Também tem atividade de ATPase que participa diretamente na transdução da energia química do
ATP em energia mecânica, durante a contração muscular.

No músculo estriado esquelético duas moléculas de miosina

ligam-se, cauda com cauda, formando o filamento grosso.
 TECIDO MUSCULAR ESTRIADO ESQUELÉTICO
Filamentos finos de actina e filamentos grossos de miosina dispostos longitudinalmente nas miofibrilhas e
organizados numa distribuição simétrica e paralela.

Da linha Z, partem os filamentos finos (actina) que

vão até o bordo externo da banda H.

Os filamentos grossos (miosina) ocupam a região

central do sarcómero

banda I - filamentos finos

banda A - filamentos finos e grossos
banda H – filamentos grossos
 TECIDO MUSCULAR ESTRIADO ESQUELÉTICO
Mecanismo da Contração - Durante a contração muscular, cada sarcómero encolhe e torna-se mais grosso, mas os
filamentos mantêm o comprimento. A contração deve-se ao deslizamento dos filamentos uns sobre os outros, o que
aumenta o tamanho da zona de sobreposição entre os filamentos e diminui o tamanho do sarcómero.
 TECIDO MUSCULAR ESTRIADO ESQUELÉTICO
Mecanismo da Contracção inicia-se na faixa A, onde os filamentos finos e grossos se sobrepõem.

Em repouso:

• o ATP liga-se à ATPase das cabeças da miosina

• O ATP não é metabolizado porque a miosina necessita da

actina como cofator

repressão do local de ligação pelo complexo

troponina-tropomiosina sobre o filamento de actina
impede a associação à miosina
 TECIDO MUSCULAR ESTRIADO ESQUELÉTICO
Mecanismo da Contracção inicia-se na banda A, onde os filamentos finos e grossos se sobrepõem.

Na contração muscular:

• Ocorre ligação de Ca2+ à troponina expondo o local ativo da

actina que se combina com a miosina;

• A cabeça da miosina liga-se à actina e o ATP decompõe-se

em ADP e energia, produzindo um movimento da cabeça da
miosina;

• O movimento da cabeça da miosina empurra o filamento de

actina, promovendo o seu deslizamento sobre o filamento
de miosina;
 TECIDO MUSCULAR ESTRIADO ESQUELÉTICO
Mecanismo da Contracção inicia-se na banda A, onde os filamentos finos e grossos se sobrepõem.

A ligação actina-miosina termina quando a miosina se liga a nova

molécula de ATP; levando a cabeça de miosina à posição primitiva,
preparando-se para novo ciclo.
(Não existindo ATP, o complexo actina-miosina torna-se estável e tal explica
a rigidez muscular que ocorre logo após a morte - rigor mortis)
https://www.youtube.com/watch?v=j-5959hSHCc
 TECIDO MUSCULAR LISO
Músculo liso - formado por aglomerados de células fusiformes sem estrias transversais;
Função: Processo de contração lento e não sujeito ao controlo voluntário

corte transversal

corte longitudinal
 TECIDO MUSCULAR LISO

Formado por células alongadas, mais espessas no centro e afiladas nas extremidades, sem estriações e
com núcleo central
As fibras musculares lisas podem variar de 20 m (pequenos vasos) a 500 m (útero)
As fibras musculares lisas comunicam por gap junctions havendo passagem de iões e pequenas
moléculas responsáveis pela coordenação da contração muscular

No corte transversal, as células apresentam diferentes diâmetros (conforme a

altura em que foram cortadas) e que em muitas o corte não apanhou os núcleos
 TECIDO MUSCULAR LISO

As células musculares lisas são revestidas por lâmina basal e unidas por uma rede muito delicada de
fibras reticulares de tal maneira que a contração simultânea de apenas algumas ou de muitas células se
transforme na contração do músculo inteiro.

N- núcleo; CT- tecido conjuntivo

TECIDO MUSCULAR LISO
 TECIDO MUSCULAR - REGENERAÇÃO

• Estriado esquelético -os núcleos das fibras musculares esqueléticas não se dividem mas
o músculo apresenta alguma (pequena) capacidade de regeneração.

Células satélite - mononucleadas, fusiformes, dispostas paralelamente às fibras musculares

dentro da lâmina basal, inativas (apenas observáveis ao ME).

Ativação das Proliferação por Fusão de células → novas

células satélite mitoses sucessivas fibras musculares esqueléticas
Lesão

Ativação das Proliferação por Fusão com fibras musculares

células satélite mitoses sucessivas preexistentes → hipertrofia do
músculo

Exercício intenso
 TECIDO MUSCULAR - REGENERAÇÃO

• Estriado cardíaco – Não se regenera.

Em lesões do coração, as partes destruídas são invadidas por fibroblastos que produzem fibras de
colagénio, formando uma cicatriz de tecido conjuntivo denso (ocorre durante enfartes não fatais
do miocárdio)

perda de função cardíaca

• Liso – Tem a resposta regenerativa mais eficiente.

Quando ocorre lesão, as células musculares lisas viáveis entram em mitose e originam novas células
(reparam o tecido destruído).
AULA – Observação ao microscópio óptico

TECIDO MUSCULAR ESTRIADO ESQUELÉTICO

TECIDO MUSCULAR LISO
 TECIDO MUSCULAR

Músculo estriado esquelético

Fibras musculares em
corte transversal
Núcleos na periferia

Fibras musculares em
corte longitudinal
Estriações transversais

N:núcleo,n:nucléolo,fl:fibra longitudinal,ft:fibra transversal

Célula adiposa Corte da língua

Feixes de células cilíndricas muito longas e multinucleares que apresentam estriações transversais.

Função: Processo de contração rápido e vigoroso e sujeito ao controlo voluntário. Músculos estriados esqueléticos
 TECIDO MUSCULAR

Músculo liso Corte transversal

Célula muscular lisa em

corte transversal

Corte longitudinal

Célula muscular lisa em

corte longitudinal

Corte da parede muscular do intestino

N:núcleo,MC:corte longitudinal,Mt:corte transversal

Células fusiformes que não possuem estrias transversais.

Função: Processo de contração lento e não está sujeito ao controlo voluntário. Contracção involuntária do tubo digestivo, vasos
sanguíneos, útero, vesícula biliar
Tecido muscular estriado esquelético
Tecido muscular estriado esquelético
Tecido muscular liso
Tecido muscular liso
Tecido muscular estriado cardíaco
Tecido muscular estriado cardíaco