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MERGULHO

3. FISIOLOGIA APLICADA
AO MERGULHO
INTRODUÇÃO
sumário
DESENVOLVIMENTO
Seio da Face
Respiração e circulação
Aparelho respiratório
Aparelho circulatório
Sistema nervoso central
Aparelho auditivo
Temperatura corporal e perda calórica
Outras alterações fisiológicas observadas no homem durante o mergulho
conclusão
INTRODUÇÃO
Fisiologia é o estudo das funções e processos vitais dos
organismos vivos. Anatomia é o estudo das estruturas e
organização de um organismo.
Apresentaremos uma discussão genérica da fisiologia e
anatomia, necessária para uma compreensão básica de como o
mergulho afeta o homem.
Esta atividade torna-se segura somente através do
conhecimento das alterações fisiológicas produzidas pela
variação de pressão e pelo meio subaquático por si, e dos limites
impostos por estas alterações.
Somente a partir daí os riscos inerentes à atividade de
mergulho podem ser evitados ou reduzidos.
DESENVOLVIMENTO
a. Seio da face
Os ossos do crânio possuem cavidades naturais
denominadas seios da face ou seios sinusais.
É composta por 4 pares de seios:
 Seios frontais;
 Maxilares;
 Etmoidais e
 Esfenoidais.
Os principais são os seios frontais, os maxilares e o
esfenoidal.
DESENVOLVIMENTO
a. Seio da face
Implicações para o mergulho:
Barotrauma de seio da face ou sinusal:
1. Ocorre devido a obstrução qualquer (geralmente secreção
devido a resfriados);
2. Ocorre nos seios maxilares e frontais (possuem maior
volume de ar);
3. Se não tratado, pode evoluir para sinusite crônica;
4. Não mergulhar resfriado, uso de descongestionante.
DESENVOLVIMENTO
B. Respiração e circulação
As células obtém energia dos alimentos e utilizam o O2,
gás carbônico e água.
Respiração interna: Trocas gasosas (O2 e CO2) entre o sangue e
as células.
Respiração externa: Trocas gasosas (O2 e CO2) entre o meio
interno (produção metabólica) e externo (eliminação do
organismo)
As trocas gasosas se dão por meio da circulação sanguínea.
DESENVOLVIMENTO
B. Respiração e circulação
O processo completo da respiração inclui 5 importantes
fases:
 Ventilação dos pulmões com ar fresco;
 Trocas gasosas entre o sangue e o ar, nos pulmões;
 Transporte de gases pelo sangue;
 Trocas gasosas entre o sangue e as células;
 Utilização e produção de gases pelas células
(metabolismo)
DESENVOLVIMENTO
C. Aparelho respiratório

VIDEO 01
DESENVOLVIMENTO
B. Respiração e circulação

VIDEO 01
DESENVOLVIMENTO
c. Aparelho respiratório
Em sua trajetória o ar passa pela:
 Nasofaringe
 Orofaringe
 Epiglote
 Laringe,
 Traqueia
 Brônquio principais direito e esquerdo, e
 Pulmões.
Os brônquios se dividem sucessivamente, produzindo os
bronquíolos, que terminam em alvéolos.
DESENVOLVIMENTO
c. Aparelho respiratório
Mecanismo da respiração
A inspiração e a expiração ocorrem do trabalho
muscular:
1. Diafragma a qual se atribui 70% desse trabalho.
2. Músculos intercostais vêm em 2º lugar em participação no
ato de respirar.
3. Músculos acessórios tais como músculos do pescoço
(esternocleidomastóideo, escalenos), e do abdômen (retos
abdominais) também colaboram por ocasião da realização
de um esforço respiratório.
DESENVOLVIMENTO
c. Aparelho respiratório
Volumes pulmonares
Para melhor compreensão da dinâmica respiratória, o volume de ar contido nos pulmões
pode ser assim dividido:
Volume corrente (VC - 0,5 a 0,6 litros);
- Volume que entra e sai dos pulmões durante ciclo respiratório
Volume residual (VR - 1 a 1,5 litros)
- Volume que permanece após uma expiração
forçada
Volume de reserva inspiratório (VRI);
- Inspiração completa.
Volume de reserva expiratório (VRE).
- Expiração completa
Volume respiratório por minuto (VRM)
- volume de ar renovado por minuto.
DESENVOLVIMENTO
c. Aparelho respiratório
Capacidades pulmonares
- Capacidade pulmonar total (CPT - 5 a 6 litros); VC+VRI+VRE+VR
- Capacidade vital (CV - 4 a 5 litros); VC+VRI+VRE
- Capacidade residual funcional (CRF);
VRE+VR
- Capacidade inspiratória (CI)
VC+VRI
DESENVOLVIMENTO
C. Aparelho respiratório
Espaço morto
O espaço morto anatômico é aquele constituído pelos
órgãos do aparelho respiratório não envolvidos nas trocas
gasosas, ou seja as vias aéreas (nariz/boca-faringe-laringe-
traquéia-brônquios-bronquíolos).
Os alvéolos são as únicas áreas do aparelho
respiratório onde a hematose é efetuada.
O espaço morto fisiológico é produto da má perfusão
sanguínea de alguns alvéolos, no que resulta em uma
deficiência ou até ausência de trocas gasosas.
DESENVOLVIMENTO
C. Aparelho respiratório
Certas partes do equipamento de mergulho podem
aumentar o espaço morto, por conterem algum volume de ar que
será adicionado no espaço morto anatômico.
Para compensar, o mergulhador necessita aumentar seu
volume corrente. O ciclo respiratório compreende 1 respiração
completa, incluindo a inspiração, a expiração e qualquer pausa que
ocorra entre estas 2 fases.
A frequência respiratória consiste no n.º de ciclos
respiratórios completos que ocorrem em 1 minuto. Em repouso, um
adulto normal possui a frequência respiratória entre 10 e 20
incursões por minuto (IPM).
DESENVOLVIMENTO
b. Aparelho respiratório
Implicações para o mergulho:
Alterações fisiológicas respiratórias que ocorrem no homem
durante o mergulho.
Durante o mergulho, ocorrem
importantes alterações da função
respiratória.
Vejamos:
DESENVOLVIMENTO
b. Aparelho respiratório
a)Aumento do espaço morto
O espaço morto anatômico aumenta, primeiramente
pelo acréscimo de peças do equipamento. A distensão dos
alvéolos pulmonares e bronquíolos pelas condições
hiperbáricas aumenta também o espaço morto anatômico.
Por outro lado, há um colapso da circulação pulmonar
provocado pela redução relativa da pressão na artéria
pulmonar diante de uma pressão pulmonar agora aumentada.
Surgirão assim novas áreas alveolares ventiladas e não
perfundidas, aumentando o espaço morto fisiológico.
DESENVOLVIMENTO
b. Aparelho respiratório
b)Aumento da resistência respiratória
O aumento da pressão pulmonar e da pressão ambiente
leva a uma redução da complacência pulmonar. Por outro lado,
há uma pressão hidrostática, relativamente maior a ser
efetivamente vencida.
O movimento do ar passa a ser turbilhonado, e a
resistência oferecida passa a ser proporcional à densidade da
mistura, aumentada pelas condições hiperbáricas.
O aumento da resistência respiratória leva a um aumento
consequente do trabalho respiratório.
DESENVOLVIMENTO
b. Aparelho respiratório
c)Redução da ventilação alveolar
Essa redução se dá, por um lado pelo aumento do
espaço morto, já estudado e, pelo outro, por uma redução do
volume minuto consequente, por sua vez a uma redução de
frequência respiratória e do volume corrente pulmonar.
DESENVOLVIMENTO
b. Aparelho respiratório
d)Elevação do teor de gás carbônico
Pelo aumento do espaço morto, pelo aumento do
trabalho respiratório com uma maior produção de gás
carbônico, pela redução da ventilação alveolar e mais pela
dificuldade no transporte de gás carbônico pelas hemácias
impregnadas pelo oxigênio, com sua pressão parcial
aumentada, o teor de gás carbônico vai-se elevando no sangue
e nos tecidos, provocando, por sua vez, uma vasoconstricção
pulmonar (contração das paredes dos vasos sanguíneos) que
vem acentuar alguns dos mecanismos já estudados com a
constituição do círculos viciosos.
DESENVOLVIMENTO
D. Aparelho circulatório

VIDEO 02
DESENVOLVIMENTO
D. Aparelho circulatório
1. Função: levar sangue aos tecidos;
2. Componentes:
 Coração Artérias
 Vasos sanguíneos Veias
Capilares
Plasma
Glóbulos Vermelhos
 Sangue Glóbulos brancos
Plaquetas
DESENVOLVIMENTO
D. Aparelho circulatório
DESENVOLVIMENTO
D. Aparelho circulatório

1. Coração
DESENVOLVIMENTO
c. Aparelho circulatório
DESENVOLVIMENTO
c. Aparelho circulatório
DESENVOLVIMENTO
D. Aparelho circulatório
Implicações para o mergulho:
Alterações fisiológicas circulatórias observadas no homem
durante o mergulho.
Ocorre no início do mergulho uma queda da frequência cardíaca e
também da pressão arterial, principalmente a sistólica.
O abaixamento do diafragma, pela diminuição do volume das vísceras
abdominais comprimidas, provoca uma retração do coração, que fica mais
verticalizado. Isto se traduz em alterações eletrocardiográficas.
Outra alteração observada é a redução do fluxo sanguíneo na pele.
Com relação à composição do sangue, encontra-se uma diminuição do
número de glóbulos vermelhos e do seu teor de hemoglobina. Observamos
alterações qualitativas e quantitativas dos glóbulos brancos, com aumento do
número dessas células.
DESENVOLVIMENTO
e. Sistema nervoso central
É o mais desenvolvido dos sistemas corporais, e
consiste do encéfalo e da medula nervosa. Ambos são
cobertos por membranas conhecidas por meninges.
O líquor, ou fluido cérebro-espinhal, é um líquido claro,
contendo glicose e sais minerais, e circula em volta do
encéfalo e da medula nervosa, sob as meninges.
Possui 3 importantes funções: atua como
amortecedor de choque do encéfalo e medula nervosa,
supre estes órgãos com nutrientes e é responsável pela
remoção de subprodutos do metabolismo.
DESENVOLVIMENTO
e. Sistema nervoso central
Nervos sensitivos são estruturas que conduzem
impulsos nervosos a partir da pele, articulações e
músculos, através da medula nervosa, até o cérebro.
Os órgãos sensitivos mais sofisticados, como os
olhos e os ouvidos, comunicam-se diretamente com o
encéfalo.
O cérebro envia ordens até os músculos através de
nervos motores, controlando os movimentos voluntários e
os involuntários.
DESENVOLVIMENTO
e. Sistema nervoso central
Encéfalo
O encéfalo pode ser dividido em cérebro, cerebelo e bulbo.
O cérebro é formado por 2 hemisférios, direito e esquerdo, e é a
maior parte do encéfalo. Ele controla todas as funções superiores, tais
como pensamento lógico e fala, movimentos voluntários e muitas funções
do corpo de que não tomamos consciência.
O cerebelo é encontrado abaixo do cérebro e é similar a este em
formato, mas bem menor. Ele exerce o controle inconsciente do tônus
muscular, equilíbrio e outras funções básicas.
O bulbo situa-se abaixo do cérebro e na frente do cerebelo. Para
baixo temos a medula espinhal. O bulbo funciona como um retransmissor
de impulsos nervosos motores e sensitivos. Contém também os centros
respiratório e cardíaco.
DESENVOLVIMENTO
e. Sistema nervoso central
Medula nervosa
A medula nervosa localiza-se dentro da coluna
vertebral, passando pelo centro das vértebras. Ela
transmite impulsos nervosos motores e sensitivos. Feixes
de nervos originam-se na medula nervosa em diferentes
níveis, dirigindo-se para várias partes do corpo.
O nível de uma lesão medular pode geralmente ser
indicado pela perda da sensibilidade abaixo do ponto da
lesão.
DESENVOLVIMENTO
e. Sistema nervoso central
Sistema nervoso autônomo
Este termo designa as partes do sistema nervoso que
não estão sob controle consciente.
Inclui as fibras nervosas que enviam impulsos para
glândulas e músculos involuntários, como os localizados
nos brônquios, coração e nos vasos sanguíneos.
DESENVOLVIMENTO
f. Aparelho auditivo
O aparelho auditivo é composto de
 Ouvido externo;
 Médio e;
 Interno.
DESENVOLVIMENTO
f. Aparelho auditivo

VIDEO 03
DESENVOLVIMENTO
f. Aparelho auditivo

VIDEO 03
DESENVOLVIMENTO
f. Aparelho auditivo
O ouvido externo é formado pelo pavilhão
auricular e o conduto auditivo externo.
O pavilhão auricular coleta as ondas sonoras e as
dirige para o interior do conduto auditivo.
Este possui glândulas especializadas na produção
de cera que protegem o conduto e a membrana timpânica
contra poeira, infecções e outros agentes externos.
DESENVOLVIMENTO
e. Aparelho auditivo
DESENVOLVIMENTO
f. Aparelho auditivo
O ouvido médio é uma cavidade contendo ar, que se
comunica com o meio exterior através da trompa de Eustáquio,
que se abre na rinofaringe.

Trompa de
Eustáquio
DESENVOLVIMENTO
f. Aparelho auditivo
O ouvido externo é separado do ouvido médio pelo
tímpano.
As vibrações produzidas nesta delicada membrana,
pelas ondas sonoras, são transmitidas através do ouvido
médio por intermédio de uma cadeia de ossículos
chamados martelo, bigorna e estribo.
Estes, por sua vez, transmitem as vibrações sonoras
através da janela oval, para a cóclea no ouvido interno.
Terminações nervosas localizadas na cóclea
conduzem estas informações ao cérebro.
DESENVOLVIMENTO
f. Aparelho auditivo
O ouvido externo é separado do ouvido médio pelo
tímpano.
As vibrações produzidas nesta delicada membrana,
pelas ondas sonoras, são transmitidas através do ouvido
médio por intermédio de uma cadeia de ossículos
chamados martelo, bigorna e estribo.
Estes, por sua vez, transmitem as vibrações sonoras
através da janela oval, para a cóclea no ouvido interno.
Terminações nervosas localizadas na cóclea
conduzem estas informações ao cérebro.
DESENVOLVIMENTO
f. Aparelho auditivo
O SNC é capaz de identificar a direção de onde vem
um determinado som, pela percepção da pequena fração
de tempo com que este som alcança cada ouvido.
Na água, o som se propaga em uma velocidade
consideravelmente maior; comparado com o ar, e a
diferença de tempo em que ondas sonoras atingem cada
ouvido se torna muito pequena para ser distinguida pelo
cérebro. Com isso o mergulhador se torna incapaz de
localizar a fonte sonora na água.
DESENVOLVIMENTO
f. Aparelho auditivo
Implicações para o mergulho:

BAROTRAUMA DE
OUVIDO
DESENVOLVIMENTO
g. Temperatura corporal e perda calórica
 Temperatura interna, normalmente em torno de 37° C;
 Homeostase; (equilíbrio)
 Termorregulação;
 Vasoconstrição;
 Hipotálamo = termostato;
 Hipotermia;
DESENVOLVIMENTO
h. Outras alterações fisiológicas observadas
no homem durante o mergulho
O mergulho inibe a produção de um hormônio
(hormônio anti-diurético-”ADH”) produzido por uma
glândula localizada no cérebro, que normalmente age nos
rins, inibindo a produção de urina.
Com isto o mergulhador urina mais, o que é sabido por
todos que praticam o mergulho. O mergulho induz também a
um quadro de desidratação discreta, além de alterações na
composição do organismo de elementos minerais, tais como
cálcio e potássio.
CONCLUSÃO
Resumo do que foi apresentado:
Seio da face (Anatomia/fisiologia e aplicações para o mergulho)
Aparelho respiratório (Anatomia/fisiologia e aplicações para o mergulho)
Aparelho circulatório (Anatomia/fisiologia e aplicações para o mergulho)
Sistema nervoso central
Aparelho auditivo (Anatomia/fisiologia e aplicações para o mergulho –
BAROTRAUMA DE OUVIDO)
Temperatura corporal e perda calórica (termo regulação:
vasoconstrição e vasodilatação)
Outras alterações fisiológicas observadas durante o
mergulho (rins – hormônio ADH – urina)
CONCLUSÃO

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