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FICHA DE ORIENTAÇÃO PARA A

AMAN SCP
PROVA FORMAL DE SOCIOLOGIA PARA O
DE SSAA
2º ANO

A Prova Formal da disciplina de Sociologia será realizada nas condições abaixo mencionadas.
1) GDH: 230820Ago2021
2) Duração: 90 (noventa) minutos.
3) Local de realização: Salão de Provas
4) Material a ser conduzido para a realização da prova: caneta esferográfica azul ou preta, lápis e
borracha
5) Consulta a documentos: dicionário da Língua Portuguesa (apenas para CNA).
6) Unidade(s) Didática(s) / Assunto(s), constantes do Plano de Disciplina (PLADIS), a serem
avaliados:
Unidades Didáticas Assuntos
a. Augusto Comte: prioridade na Sociologia, Aron, p. 69; reforma social e
intelectual, Aron, p. 66; a ciência e a guerra, Aron, p. 66.
b. Émile Durkheim: autoridade moral, Aron, p. 287; crime, Aron, p. 293;
diferenciação social e divisão do trabalho social, Aron, p. 295-296;
suicídio e sociedade, Aron, p. 298; religião, Aron, p. 321.
UD I: Sociologia Clássica
c. Max Weber: ação tradicional, Aron, p. 449; dominação carismática,
Aron, p. 496; ação social, p. 449; dominação tradicional e administração
patrimonial, Aron, p. 499; tipo ideal, Aron, p. 465-466; ética da
responsabilidade, Aron, p. 470.
d. Karl Marx: materialismo dialético e materialismo histórico, Chevallier,
p. 294; dialética hegeliana, Chevallier, p. 295; protagonistas da História,
Chevallier, p. 293.
a. Globalismo: New Left, Coutinho (Cenas da Nova Ordem Mundial), p.
UD II: Sociologia Contemporânea
33
b. Nova Ordem Mundial: senso comum e sua superação. Coutinho (A
revolução gramscista no ocidente), p. 31-32.
a. Gilberto Freyre: capacidade de liderança da mulher brasileira, Sobrados
e mucambos, fl. 130.
b. Sérgio Burque de Holanda: definição do intelectual brasileiro e suas
UD III: Sociologia Brasileira causas. p. 163-165.
c. Raymundo Faoro: estamento e classe. fl. 58-60.
d. Roberto DaMatta: significados do rituais e cerimônias, Carnavais,
malandros e heróis. p. 29-31 (este é suficiente) e 71-84 (para aprofundar).
a. Ritos e tradições militares: a relação entre o carisma e o comandante,
UD IV: Sociologia Militar
Santos (O carisma do comandante), p. 25-26.
b. Família militar: importância da família na carreira. Santos (Tese), p.
100 (apenas a citação do Scruton).
7) Plantão Pedagógico: será realizado em 19 de agosto de 2021, no período de 1430 às 1630, e
em 20 de agosto de 2021, no período de 1000 às 1200, na Cadeira de Filosofia. O professor estará à
disposição no local.
8) Observações: Não há.
_____________________________________
ROGERIO GONÇALVES BOTELHO – Maj
Presidente da COAC
Resumo AC Sociologia
UD I: questões objetivas, de completar lacunas, V ou F
Outras UD: dissertativas

 Augusto Comte (3 ideias principais – livro Aron):

1º) PRIORIDADE DA SOCIOLOGIA (pág 69):


→ ao criar uma nova ciência, a sociologia, Augusto Comte estabeleceu a prioridade do
todo sobre o elemento e da síntese sobre a análise, tendo como objetivo a história da espécie
humana = importante olhar o todo e não apenas parte de um problema, porque assim conseguiria
sanar melhor o problema;

2º) REFORMA SOCIAL E INTELECTUAL (pág 66):


→ na política positiva de Comte, a reforma social necessariamente é precedida de uma
reforma intelectual = o ser humano deve passar por uma conversão, pensar da forma científica,
para depois eu mudar a sociedade;
→ para ele, antes de haver uma mudança na sociedade tinha de se mudar a
intelectualidade, fazer a diferença (mudar) na mente / forma de pensar dos cidadãos da
sociedade, para, enfim, depois, mover a sociedade como um todo (deveriam pensar
cientificamente);

3º) A CIÊNCIA E A GUERRA (pág 66):


→ segundo Comte, a partir do momento em que os homens pensam cientificamente (e não
mais religiosamente) a atividade principal das coletividades deixará de ser a guerra dos homens
contra os homens para se transformar em uma guerra dos homens contra a natureza = se você
dominar muito bem a ciência, a guerra contra os homens fica em segundo plano = o ser humano vai
controlar a natureza através da ciência = a nova moralidade não será ditada pela religião = razão
impedirá que haja guerras;

 Émile Durkheim (6 ideias principais) – objeto de pesquisa = fato social

1ª) AUTORIDADE MORAL (pág 287 Aron):


→ única força capaz de deter as paixões humanas;
→ se falta uma autoridade moral, impera a lei do mais forte;
→ latente ou agudo, há necessariamente um estado de guerra crônico;

2ª) CRIME:
→ atos que violam um imperativo ou um interdito, que ferem diretamente a consciência da
coletividade, sociologicamente e simplesmente = ato proibido pela consciência coletiva;

3º) DIFERENCIAÇÃO SOCIAL E DIVISÃO DO TRABALHO SOCIAL (Aron pág 295 e


296):
→ fenômeno social que não se explica pela busca do prazer e da felicidade;
→ é a condição criadora da liberdade individual;

4º) SUICÍDIO:
→ todo caso de morte provocado direta ou indiretamente por um ato positivo ou negativo
realizado pela própria vítima e que ela sabia que devia provocar esse resultado;
5º) SOCIEDADE E SUICÍDIO:
→ quando o indivíduo se sente só e desesperado, a ponto de se matar, é a sociedade que
está presente na consciência do infeliz, e o leva, mais do que sua história individual, a esse ato
solitário de se matar (Durkheim quer mostrar até que ponto os indivíduos são determinados pela
realidade coletiva) = o que tem a ver a sociedade com o suicídio = sociedade tem
responsabilidade = as causas do suicídio são sociais;

6º) RELIGIÃO:
→ além de ser o núcleo primitivo do qual saíram, por diferenciação, regras morais e
regras religiosas, no sentido escrito, é também a origem primitiva (princípio) do pensamento
científico = assim que vai começar a querer se explicar o mundo cientificamente (para Durkheim a
ciência é um aprimoramento da religião pois o conhecimento todo de uma sociedade estava na sua
religião);
→ a ciência vai explicar tudo;

 Max Weber (6 ideias principais): objeto de pesquisa = luta de classes

1º) AÇÃO TRADICIONAL:


→ é aquela ditada pelos hábitos, costumes e crenças, transformada numa segunda
natureza;
→ para agir conforme a tradição, o ator não precisa conceber um objetivo, ou um valor, nem
ser impelido por uma emoção; obedece simplesmente a reflexos enraizados por longas práticas;

2º) DOMINAÇÃO CARISMÁTICA:


→ dominação que se baseia no devotamento fora do cotidiano, justificado pelo caráter
sagrado ou pela força heroica de uma pessoa e da ordem revelada ou criada por ela;
→ obedece ao líder carismaticamente qualificado como tal, em virtude de confiança
pessoal em revelação, heroísmo; exemplo: profestas das religiões, líderes militares, heróis
revolucionários, lideranças de partidos;

3º) AÇÃO SOCIAL:


→ objeto de pesquisa do Weber;
→ a sociologia é uma ciência que procura compreender a ação social;
→ a compreensão implica a percepção do sentido que o ator atribui à sua conduta;

4º) DOMINAÇÃO TRADICIONAL E ADMINISTRAÇÃO PATRIMONIAL (pág 499):


→ dominação tradicional = obedece à pessoa do senhor nomeada pela tradição e em
virtude de devoção aos hábitos costumeiros; exemplo: patriarcas e príncipes;
→ partindo da ação de dominação tradicional, Max Weber analisa as características da
forma de administração patrimonial;
→ ele parte da dominação tradicional, para falar quais os tipos de administração patrimonial
(partindo da dominação tradicional, como a sociedade buscou a administração patrimonial);

5º) TIPO IDEAL (pág 465 e 466):


→ está ligado à noção de compreensão, pois é uma organização de relações inteligíveis
próprias de um conjunto histórico ou a uma sequência de acontecimentos;
→ é uma reconstrução parcial, é um modelo ideal;
→ o sociólogo seleciona, no conjunto histórico, um certo número de características, para
constituir um todo inteligível = características para um fato que se cria de forma que esse fato seja
perfeito aos olhos daquele que está olhando, mas com as características que você coloca para ser um
tipo ideal;
→ para que um sociólogo possa analisar uma situação social torna-se necessário criar um
TIPO IDEAL, que será um instrumento que orientará a investigação e a ação do ator, como
uma espécie de parâmetro;
→ ou seja, é um instrumento de análise proposto por Weber para a compreensão das ações
sociais de sentido IRRACIONAL do comportamento;
→ EXEMPLO: quando pensamos em democracia temos em mente um conjunto de
características dando origem a um todo idealizado (o Tipo Ideal); ao observar um sistema político
contrastamos com esse tipo que temos em mente para classificar esse sistema como democrático ou
não, por exemplo;
→ é uma construção teórica abstrata: TIPO IDEAL = TIPO PURO;

6º) A ÉTICA DA RESPONSABILIDADE (pág 470):


→ aquela que o homem de ação não pode deixar de adotar, mesmo que contrarie sua
ética pessoal (ex: uma pessoa é pacifista mas vira chefe de estado e chefe de governo e precisa
declarar guerra = ética da responsabilidade);
→ ela ordena a se situar numa situação, a prever as consequências de suas possíveis
decisões e a procurar introduzir na trama dos acontecimentos um ato que atingirá certos resultados
ou determinará certas consequências que desejamos;
→ interpreta a ação em termos de meios e fins = prever as consequências dos atos que
você estará tomando;

 Karl Marx:

→ as sociedades se estruturam de modo a promover os interesses da classe


economicamente dominante;
→ no capitalismo, a classe dominante é a burguesia e aquela que vende sua força de trabalho
e recebe apenas parte do valor que produz é o proletariado;
→ Revolução do Proletariado: atitude insubordinada da classe operária ao se dar conta da
exploração a qual estava sujeita = o marxismo prevê que o proletariado se libertará dos vínculos
com as forças opressoras e, assim, dará origem a uma nova sociedade;
→ essa revolução colocaria fim ao Estado e à propriedade privada, e implementaria uma
ditadura do proletariado que promoveria o comunismo — o fim da diferença de classes sociais;
→ a sociologia marxista gira em torno de dois conceitos: a infraestrutura e a superestrutura;
→ INFRAESTRUTURA: meios materiais de produção (meios de produção e força de
trabalho);
→ SUPERESTRUTURA: esferas política, jurídica e religiosa = instituições responsáveis
pela produção ideológica (formação das ideias e conceitos) da sociedade;
→ segundo Marx: a superestrutura é determinada pela infraestrutura = a maneira na qual a
economia de uma sociedade é organizada influencia nas ideologias presentes na sociedade;

1) MATERIALISMO HISTÓRICO E DIALÉTICO (pág 294 chevallier):


→ “a produção econômica e a organização social, que dela resulta necessariamente para
cada época da história, constituem a base da história política e intelectual dessa época” = a
produção econômica é que determina a forma da sociedade = MATERIALISMO HISTÓRICO;
→ com essa frase, Engels define o MATERIALISMO HISTÓRICO, que é o próprio
postulado em que se baseia o marxismo;
→ não são as ideias das pessoas que definem os modos de produção, e sim o contrário: a
maneira como a sociedade se organiza economicamente define o que as pessoas vão pensar e
como vão agir (determina os padrões);
→ economia e fatores de produção definem tudo; a partir disso as pessoas vão estabelecer
normas, pensamentos, comportamentos, relações;
→ porém, materialismo histórico não é mais do que a aplicação, à história, de uma filosofia
geral da natureza e do homem, que é o MATERIALISMO DIALÉTICO (luta entre as classes por
motivos econômicos e materiais são o motor da história = a eterna disputa entre quem explora e
quem é explorado é o que vai moldando a sociedade de acordo com as épocas);
→ essa filosofia geral da natureza e do homem, o MATERIALISMO DIALÉTICO, por sua
vez, tem sua origem no método da investigação e do conhecimento conhecido como
DIALÉTICA HEGELIANA, arma revolucionária por excelência, segundo julgava Marx (dizia que
essa era a arma intelectual mais perigosa criada pela humanidade para transformação da realidade);
→ DIALÉTICA HEGELIANA (pág 295 chevallier): estudava as coisas enquanto
processo, enquanto realidades em movimento; tudo é um vir-a-ser, consideradas na onda
ininterrupta da vida;
→ é consubstanciada na tríade segundo o qual a realidade progredia pelas próprias
contradições que gerava e resolvia, como que por saltos sucessivamente preparados = TESE ou
afirmação, ANTÍTESE ou negação e SÍNTESE ou negação da negação, que por sua vez se
transforma em uma nova afirmação, uma nova tese;

2) PROTAGONISTAS DA HISTÓRIA (pág 293 chevallier):


→ protagonistas = burgueses, proletários e os comunistas;
→ a produção econômica e a organização social que dela resulta necessariamente para cada
época da história constituem a base da história política e intelectual dessa época;
→ consequentemente, toda a história tem sido uma história de lutas de classes, de lutas
entre classes exploradas e classes exploradoras, entre classes dirigidas e classes dirigentes, nos
diversos estádios da evolução social = constante luta entre dois lados: opressor x oprimido;
→ comunistas: apoiam por toda parte qualquer movimento revolucionário contra o estado
social e político existente; em todos esses movimentos, situam no primeiro plano, como questão
fundamental, a questão da propriedade;
→ enfim, os comunistas trabalham, por toda parte, para a união e entendimento dos partidos
democráticos de todos os países;
→ hoje: essa luta chegou a uma fase em que a classe explorada e oprimida (o
proletariado) não pode mais se libertar da classe que a explora e oprime (a burguesia), sem
libertar da exploração, opressão e lutas de classes, também a sociedade inteira;
→ obs.: só os proletários tem a compreensão da história e da realidade;

 CENAS DA NOVA ORDEM MUNDIAL (pág 33):


→ NEW LAFT: anos 60; aliança tácita e rebelde de estudantes radicais, comunistas
dissidentes, anarquistas, socialistas revolucionários e intelectuais críticos da cultura tradicional
que atuavam nos diversos movimentos contestatórios surgidos depois da guerra: o feminismo (e
“libertação erótica”), os hippies (“paz e amor”), direitos civis, pacifismo (“faça amor; não faça
guerra”, frase de Marcuse), ecologia etc;
 A REVOLUÇÃO GRAMSCISTA NO OCIDENTE (pág 31 e 32):

1) SENSO COMUM E SUPERAÇÃO DO SENSO COMUM:


→ o senso comum é o conjunto de valores, história, tradições, hábitos e costumes,
conceitos e expectativas (culturais, religiosas, cívicas, sociais, filosóficas, etc) aceito, consciente ou
inconscientemente e praticados pelos membros de uma sociedade em geral;
→ constitui uma cultura ou filosofia generalizada que se enraíza na consciência coletiva e
que se expressa numa concepção de vida, de homem e do mundo (ideologia);
→ o senso comum que predomina é aquele do grupo social dominante (alta cultura,
norma culta);
→ a superação do senso comum é um empreendimento de profunda e demorada
transformação cultural e psicológica da sociedade civil como um todo e das classes subalternas em
particular;
→ consiste em apagar certos valores tradicionais (tradição se torna algo pejorativo) e uma
parte significativa da herança cultural (intelectual e moral) da sociedade burguesa e substituí-las
por conceitos novos e pragmáticos, abrindo as mentes das pessoas para as mudanças políticas,
econômicas e sociais que farão a transição para o socialismo;
→ como se vence o senso comum? = através de uma longa construção intelectual na
sociedade pra mudar o que a sociedade acha que está certo ou não;

 GILBERTO FREYRE:

(LIVRO SOBRADOS E MUCAMBOS)


CAPACIDADE DE LIDERANÇA DA MULHER BRASILEIRA (folha 130):
→ muitas mulheres deram mostras de extraordinária capacidade de ação na
administração de fazendas enormes – andando a cavalo por toda parte, lidando com os vaqueiros,
com os mestres de açúcar, com os cambiteiros, dando ordens aos negros, tudo com uma firmeza de
voz, uma autoridade de gesto, uma segurança, um desassombro, uma resistência igual à dos
homens – mostraram até que ponto era do regime social de compressão da mulher, e não já do sexo,
o franzino, o mole, o frágil do corpo, a domesticidade, a delicadeza exagerada;
→ mostraram-se capazes de exercer o mando patriarcal quase com o mesmo vigor dos
homens, às vezes com maior energia do que os maridos já mortos ou ainda vivos porém dominados,
excepcionalmente, por elas;
→ de onde os casos de filhos que tomaram das mães não só mais ilustres pelo sangue e mais
poderosas pelo prestígio da fortuna como mais enérgicas pela ação, os nomes de família;

 SÉRGIO BUARQUE DE HOLANDA:

LIVRO RAÍZES DO BRASIL


DEFINIÇÃO DO INTELECTUAL BRASILEIRO E SUAS CAUSAS (pág 163-165)
(2 IDEIAS)
→ ainda quando se punham a legiferar ou a cuidar de organização e coisas práticas, os
nossos homens de ideias eram, em geral, puros homens de palavras e livros; não saíam de si
mesmos, de seus sonhos e imaginações;
→ tudo assim conspirava para a fabricação de uma realidade artificiosa e livresca, onde
nossa vida verdadeira morria asfixiada;
→ comparsas desatentos do mundo que habitávamos, quisemos recriar outro mundo mais
dócil (a realidade é dura) aos nossos desejos ou devaneios = Sérgio Buarque de Holanda coloca os
pensadores brasileiros como apenas na teoria e não na prática;

CAUSAS = por que as pessoas iam tentar se intelectualizar?


→ era o modo de não nos rebaixarmos, de não sacrificarmos nossa personalidade no contato
de coisas mesquinhas e desprezíveis;
→ acabaríamos, assim, por esquecer os fatos prosaicos (dia a dia) que fazem a verdadeira
trama da existência diária, para nos dedicarmos a motivos mais nobilitantes: à palavra escrita, à
retórica, à gramática, ao direito formal;
→ o amor bizantino dos livros pareceu, muitas vezes, penhor de sabedoria e indício de
superioridade mental, assim como o anel de grau ou a carta de bacharel dá para o indivíduo = OU
SEJA = está criticando que nós brasileiros buscamos a intelectualidade apenas para parecermos
importantes e estudados, e não com o objetivo de criar melhores métodos de evolução como
sociedade; busca pela intelectualidade foi muito por interesse próprio;
→ por que o intelectual brasileiro é assim?

 RAYMUNDO FAORO (fala sobre política; depois que o estamento chegava no poder ele
criva ali uma rede de contatos, de formas de dominar, de estar no poder, e que dificilmente
se consegue adentrar a esse estamento sem fazer igual aos que estão lá)

LIVRO OS DONOS DO PODER (pág 58-60; saber diferenças entre estamento e classe e saber
conceituar cada um):

CLASSE
→ a classe se forma com a agregação de interesses econômicos, determinados, em última
instância, pelo mercado;
→a propriedade e os serviços oferecidos no mercado, redutíveis, propriedade e serviços, a
dinheiro, determinam a emergência da classe, com o polo positivamente e o polo negativamente
privilegiados;
→a classe e seus membros, por mais poderosa que seja, pode não dispor de poder
político — pode até ocorrer o contrário, uma classe rica é repelida pela sociedade, marcada de
prestígio negativo (ex: usurários e banqueiros judeus dos séculos XV e XVI de Portugal);
→ a classe se forma de um grupo disperso, não repousa numa comunidade, embora possa
levar, pela identidade de interesses, a uma ação congregada, a associações e a comunidades, criadas
e desfeitas ao sabor das atividades propostas ocasionalmente ou de fins a alcançar, em benefício
comum;

ESTAMENTO:
→ enquanto a classe é difusa, o estamento se constitui em uma comunidade = seus
membros pensam e agem conscientes de pertencer a um mesmo grupo, a um círculo elevado,
qualificado para o exercício do poder;
→ enquanto a classe tem dois lados (um privilegiado e outro não), no estamento não há
diferenças, por exemplo, entre o pobre e o rico;
→ os estamentos são órgãos do Estado; as classes são categoriais sociais e econômicas;
→ grupo de pessoas com características próprias que estão no poder;
→ de outra natureza é o estamento — primariamente uma camada social e não econômica,
embora possa repousar, em conexão não necessária real e conceitualmente, sobre uma classe;
→ o estamento se fixa no prestígio, na honra social e no estilo de vida;
 ROBERTO DA MATTA:

LIVRO CARNAVAIS, MALANDROS E HERÓIS


SIGNIFICADO DOS RITUAIS E CERIMONIAS (pág 29-31):
→ o ritual é um dos elementos mais importantes não só para se transmitir e produzir
valores, mas como instrumento de parto e acabamento desses valores, do que é prova a
tremenda associação entre ritual e poder, seja pra manter a distância entre o fraco e o forte, seja para
fazer passar uma coerência, que é um dos elementos básicos da estrutura da autoridade = falando
porque que tem-se as cerimônias e os rituais;
→ os rituais servem sobretudo nas sociedades complexas para promover a identidade
social e construir seu caráter;
→ é como se o domínio do ritual fosse uma região privilegiada para se penetrar no coração
cultural de uma sociedade;
→ é o ritual que permite tomar consciência de certas informações sociais mais profundas
que a própria sociedade deseja situar como parte de seus ideais eternos;

 RITOS E TRADIÇÕES MILITARES:

LIVRO O CARISMA DO COMANDANTE (pág 25 e 26):


A RELAÇÃO ENTRE O CARISMA E O COMANDANTE:
→ o carisma é um atributo pessoal e extraordinário que se manifesta de forma
impessoal e rotineira na figura do comandante por meio de um processo que Weber chama de
rotinização do carisma, que se dá em função do desejo do senhor, de seus discípulos e de seus
adeptos carismaticamente dominados, em transformar o carisma de uma graça estritamente
pessoal em uma propriedade permanente da vida cotidiana, vinculada não a uma pessoa como
tal (pessoas um dia vão morrer), mas sim ao detentor de um cargo ou a uma formação
institucional, sem consideração da pessoa;
→ ou seja = passar o carisma de alguém que morreu a uma estrutura;

TESE CEL EVERTON (pág 100):


CITAÇÃO SOBRE A IMPORTÂNCIA DA FAMÍLIA NA CARREIRA:
→ a família é a instituição fundamental para o bom desenvolvimento na carreira
militar no sentido de interiorizar no seu integrante o sentimento do dever / da autoridade;
→ “As pessoas nascem num emaranhado de ligações; elas são nutridas e protegidas por
forças cujo funcionamento não poderiam nem autorizar nem intencionar. Sua própria
existência carrega uma dívida de amor e gratidão, e é ao reagir a essa carga que elas começam a
reconhecer o poder do ‘dever’. Não é o dever abstrato e universal da teoria liberal, mas o dever
concreto e imediato das ligações de família. É o dever da piedade, que reconhece a integridade
inquestionável dos laços sociais condicionados local, transitória e historicamente. Esse dever é
essencialmente discriminatório; ele não reconhece nem a igualdade nem a liberdade, mas
apenas a reivindicação absoluta do localmente dado.”

Obs.: não está diretamente no texto mas está na resposta da questão:


→ o vínculo transcendente de lealdade no conjunto familiar, que não é um vínculo
contratual (não existe nenhum interesse em obter algum ganho com isso); é um vínculo
fundamentado no dever;
→ cresce o dever de responsabilidade, de obediência;
→ é a mãe que inicia a interiorização no filho do sentimento de autoridade;
→ todas as relações sociais da sociedade são desenvolvidas na família (de autoridade, de
igualdade);
→ não há nada de liberdade e de igualdade no que herdamos da nossa família = é
discricionário = tem coisas que herdamos e não temos escolha (sem liberdade) (ex: falamos a língua
portuguesa); bem como há coisas que herdamos e que outras pessoas não (sem igualdade);

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