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Olá, boa tarde, a todos eu sou a Madalena Ferreira e é a Madalena Correia, e

hoje vamos-vos falar sobre a fisiologia do aparelho respiratório, funções e


avaliação da função.
Esta apresentação está a ser realizada no âmbito da unidade curricular de
anatomofisiologia aplicada à Fisiologia Clínica, dada pelo professor Nuno Vau,
na vertente teórico-prática da disciplina.
Primeiramente vamos...
1.Descrever as funções do sistema respiratório.
2.Ventilação
2.1. Descrever as modificações da pressão alveolar responsáveis pelo
movimento do ar para dentro e para fora dos pulmões.
2.2 Retração pulmonar
2.3. Pressão pleural: o que é e como as suas modificações influenciam o
volume alveolar.
3. Avaliação da função pulmonar
3.1. Definição da complacência.
3.2. Volumes e capacidades pulmonares.
3.3 Efeitos do envelhecimento na capacidade vital
4. Princípios físicos das trocas gasosas
4.1 Difusão de gases entre os alvéolos e o sangue nos capilares pulmonares
4.2 Fatores que influenciam a taxa de difusão dos gases
5. Conclusão

INTRODUÇÃO
A respiração é fundamental para a vida, sendo uma das funções vitais
primordiais do corpo humano, a mesma é tão crucial que é considerada um dos
primeiros sinais vitais a serem avaliados em situações de emergência. É
através desta que ocorre a troca de gases essenciais para o funcionamento
das células onde o oxigénio é absorvido e o dióxido de carbono é eliminado.
Um sistema respiratório saudável é indispensável para manter a capacidade de
realizar atividades quotidianas sem dificuldades, garantindo o fornecimento
adequado de oxigénio para todas as células do corpo.
A respiração inclui quatro processos: a ventilação, que consiste no movimento
de entrada e saída de ar dos pulmões; a troca gasosa entre o ar nos pulmões e
o sangue, também chamada de respiração externa; o transporte de oxigênio e
dióxido de carbono no sangue; e por fim a respiração interna, que consiste na
troca gasosa entre o sangue e os tecidos.
FUNÇÕES:
A fisiologia do aparelho respiratório engloba diversas funções para além da
respiração, funções tais como:
- A regulação do pH sanguíneo. O sistema respiratório pode alterar o pH do
sangue, modificando os níveis de dióxido de carbono.
Se for detetado um aumento ou diminuição do pH sanguíneo (que geralmente é
causado pelos níveis do CO no sangue), vai ocorrer uma alteração na
respiração. Por exemplo se o ph aumentar, devido a uma diminuição de co2 no
sangue a respiração vai então reduzir, parar contrariar esta alteração,
originando um aumento do CO2 do sangue para que os níveis ph retornem ao
normal e o organismo entre em homeostase novamente.
- Outra função importante é a produção de mediadores químicos. O pulmão
produz a enzima conversora da angiotensina (ECA), que é um importante
componente da regulação da pressão arterial, visto que a mesma diminui estes
valores pois provoca a dilatação nas paredes musculares das pequenas
artérias, as arteríolas.
- Este sistema é também responsável pela produção da voz, através da
passagem do ar pelas pregas vocais produzindo som e tornando possível a fala
e pela olfação, onde ocorre sensação de odor quando as moléculas
transportadas pelo ar penetram na cavidade nasal.
- Por último, mas não menos importante a última função é a proteção. O
sistema respiratório fornece proteção contra alguns microrganismos,
impedindo-os de entrar no corpo e removendo-os da superfície respiratória.
VENTILAÇÃO:
A ventilação, tal como anteriormente referida, é um dos procedimentos
essenciais para a respiração, sendo o mecanismo pelo qual o ar se move para
dentro e fora dos pulmões. Este fluxo de ar requer um gradiente de pressão
entre o exterior e o alvéolo, fornecido a partir da pressão atmosférica.
A ventilação é composta pela fase da inspiração e da expiração. No final da
fase da expiração, a pressão intra-alveolar, pressão dentro dos alvéolos, é igual
à pressão atmosférica e por isso não ocorre movimento do ar. Durante a outra
fase, a inspiração, vai ocorrer aumento do volume torácico que resulta num
aumento do volume alveolar e diminuição da pressão intra-alveolar, pois pela
Lei de Boyle a pressão de um gás num compartimento a uma temperatura
constante é inversamente proporcional ao seu volume. A pressão atmosférica
passa a ser superior à pressão intra-alveolar e o ar é inspirado. No final da
inspiração, as pressões voltam a igualar-se e deixa de ocorrer movimento do ar
mais uma vez. Durante a expiração o volume torácico sofre uma diminuição,
devido a diminuição do volume alveolar, causando um aumento na pressão
intra-alveolar, passado esta a ser superior à pressão atmosférica, provocando a
saída do ar.
O volume alveolar pode sofrer alterações devido a duas ocorrências, a retração
pulmonar e as modificações da pressão pleural.
A retração pulmonar é a tendência que os pulmões têm para diminuírem o seu
tamanho conforme são expandidos. Como por exemplo um elástico. O pulmão
diminui de tamanho quando o alvéolo sofre também essa diminuição. Este
pode reduzir a sua dimensão por duas razões:
- A primeira é devida à retração elástica promovida pelas fibras elásticas na
parede alveolar.
- A segunda é devida à tensão superficial da película do fluido que reveste os
alvéolos e consequentemente provoca o seu colapso.
Já a pressão pleural, que é a pressão presente na cavidade pleural, pode
provocar expansão nos alvéolos se esta for menor que a pressão intra-alveolar.
Como por exemplo, como ocorre num balão, pois se assoprarmos com força
para seu interior, a pressão dentro do balão aumenta e ele expande-se, pois a
pressão no seu interior é maior que a pressão externa.
AVALIACAO DA FUNCAO PULMONAR:
Para a medição e avaliação da função pulmonar existem diversos testes que
podem ser utilizados. Estes possibilitam a comparação entre os dados do
paciente com a média normal. Esses valores podem ser utilizados para o
diagnóstico de doenças e para acompanhar o progresso e a recuperação
destas.

MC

A complacência dos pulmões e do tórax é uma medida da capacidade de


distensão destes. É o aumento do volume para cada unidade de mudança da
pressão intra-alveolar.
Uma complacência menor do que a normal significa uma maior dificuldade em
expandir os pulmões e o tórax. Condições que diminuem a complacência
incluem a deposição de fibras não elásticas no tecido pulmonar, como ocorre
na doença fibrose pulmonar, o colapso dos alvéolos, como acontece no edema
pulmonar (acumulo de liquido dentro dos pulmões), o aumento da resistência
ao fluxo aéreo provocado pela obstrução das vias aéreas, como na asma e no
cancro de pulmão, e deformidades da parede torácica que reduzem a sua
expansão e aumentam o volume do tórax, como na cifose e escoliose.
Quanto maior for a complacência, mais fácil será a alteração na pressão que
promove a expansão pulmonar. Por exemplo, a destruição do tecido pulmonar
elástico provocado pelo enfisema reduz a força de retração elástica dos
pulmões, tornando a expansão mais fácil e resultando em maior complacência
do que o normal.

A espirometria é um procedimento realizado para medir e avaliar o volume de


ar deslocado para dentro e para fora do sistema respiratório. Nesta técnica
utiliza-se um instrumento designado por espirómetro para realizar a medição.
Existem quatro volumes pulmonares a considerar:
-O volume corrente que é o volume de ar inspirado e expirado em cada
respiração.
-O volume inspiratório de reserva que é a quantidade de ar que pode ser
inspirada forçadamente além do volume corrente.
-O volume expiratório de reserva que é a quantidade de ar que pode ser
expirada forçadamente além do volume corrente.
-E por último o volume residual que é o volume de ar que permanece nas vias
respiratórias e nos pulmões após uma expiração forçada

Os quatro volumes pulmonares e os valores representativos para um jovem


adulto do sexo masculino:

O volume corrente aumenta quando uma pessoa está mais ativa, um aumento
neste volume provoca a diminuição dos volumes de reserva inspiratório e
expiratório.

A capacidade pulmonar é a soma de dois ou mais volumes pulmonares.


Existem diferentes capacidades pulmonares como:
-A capacidade inspiratória que é o volume corrente mais o volume inspiratório
de reserva, representando a quantidade máxima que uma pessoa pode inspirar
após uma expiração normal.
-A capacidade residual funcional que é o volume expiratório de reserva mais o
volume residual, representando a quantidade de ar que permanece nos
pulmões após uma expiração normal.
-A capacidade vital que é a soma do volume inspiratório de reserva, do volume
corrente e do volume expiratório de reserva, representando o volume máximo
de ar que uma pessoa pode expelir do trato respiratório após uma inspiração
máxima. Alguns dos fatores que reduzem a complacência também reduzem
esta capacidade vital.
-Por último a capacidade pulmonar total é a soma de todos os volumes
pulmonares.

A capacidade vital forçada é um teste pulmonar simples e clinicamente


importante. O paciente realiza uma inspiração e a seguir realiza uma expiração
máxima através de um espirómetro, tão rápido quanto possível. O volume de ar
expirado ao fim do teste corresponde à capacidade vital.
Com o avanço da idade, a capacidade vital diminui devido à redução da
habilidade de expandir os pulmões e de os esvaziar. Isto resulta num volume
inspiratório e expiratório de reserva diminuído, o que leva à diminuição na
capacidade de realizar um exercício intenso. Essas modificações estão
relacionadas com o enfraquecimento dos músculos respiratórios e com a
redução da complacência da caixa torácica. Na verdade, a complacência
pulmonar aumenta com a idade, devido à perda de partes da parede alveolar
que reduzem a retração pulmonar, contudo o seu efeito é compensado pela
diminuição da complacência da caixa torácica.

Princípios físicos das trocas gasosas:


Tal como a ventilação, também a difusão dos gases entre os alvéolos e o
sangue nos capilares pulmonares, é um procedimento fundamental da
respiração.
Alguns dos fatores que influenciam a taxa de difusão dos gases através da
membrana respiratória são:
- A espessura da membrana. O aumento da espessura da mesma diminui a
taxa de difusão, reduzindo drasticamente a taxa de trocas gasosas. A causa
mais comum desse aumento é um acúmulo de fluido no alvéolo, conhecido
como edema pulmonar. Podendo provocar inflamação no tecido pulmonar,
como ocorre na tuberculose ou pneumonia.
-O coeficiente de difusão do gás na membrana. Este é uma medida que
representa a facilidade com que um gás se difunde para dentro ou para fora de
um líquido ou tecido, levando em consideração o tamanho dessa molécula de
gás e sua solubilidade no líquido.
-A área de superfície da membrana. Muitas doenças respiratórias, incluindo o
enfisema e o cancro de pulmão, provocam redução na área de superfície da
membrana respiratória.
-O gradiente de pressão parcial do gás através da membrana. Este resulta da
diferença entre a pressão parcial do gás nos alvéolos e da pressão parcial do
sangue nos capilares pulmonares. Quando a pressão parcial é maior num dos
lados da membrana, a difusão ocorre a partir da pressão parcial mais elevada
para a menor. Normalmente, a pressão parcial do oxigênio é maior nos
alvéolos do que no sangue, já a pressão parcial do dióxido de carbono é maior
no sangue do que no ar alveolar.
As composições do ar alveolar e do ar expirado não são iguais à composição
do ar atmosférico seco, por três razões. Primeiro, o ar que entra no sistema
respiratório durante a inspiração é humidificado. Segundo, o oxigénio difunde-
se dos alvéolos para o sangue, e o dióxido de carbono difunde-se dos capilares
pulmonares para os alvéolos. Por fim, o ar dentro dos alvéolos é apenas
parcialmente substituído com ar atmosférico em cada ciclo respiratório.

CONCLUSÃO
Em conclusão, a fisiologia do sistema respiratório é complexa e fundamental
para a vida humana. Além de facilitar a entrada e saída de ar dos pulmões, o
sistema respiratório desempenha uma série de funções vitais, incluindo a troca
eficiente de gases entre o ar e o sangue, a regulação do pH sanguíneo, a
produção de mediadores químicos, a produção de voz, a olfação e a proteção
contra microrganismos. A avaliação das funções respiratórias envolve a
compreensão dos diferentes volumes e capacidades pulmonares, bem como a
avaliação da complacência pulmonar e da taxa de difusão dos gases através
da membrana respiratória. Esses processos interligados garantem a
oxigenação adequada do corpo e a eliminação eficiente de dióxido de carbono,
contribuindo para a manutenção da saúde e da homeostase. Portanto, é crucial
entender a fisiologia do sistema respiratório para diagnosticar e tratar
eficazmente distúrbios respiratórios e garantir o bem-estar geral do indivíduo.

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