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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE

MODELOS MATEMÁTICOS PARA ESTIMATIVA DO CONSUMO MÁXIMO DE


OXIGÊNIO PELA VENTILOMETRIA DE ESFORÇO EM INDIVÍDUOS
SAUDÁVEIS

FERNANDO POLICARPO BARBOSA

NATAL- RN

2007
FERNANDO POLICARPO BARBOSA

MODELOS MATEMÁTICOS PARA ESTIMATIVA DO CONSUMO MÁXIMO DE


OXIGÊNIO PELA VENTILOMETRIA DE ESFORÇO EM INDIVÍDUOS SAUDÁVEIS

Tese a apresentada à Universidade


Federal do Rio Grande do Norte, para a
obtenção do Título de Doutor em
Ciências da Saúde pelo Programa de
Pós-graduação em Ciências da Saúde.

NATAL/RN

2007
Serviços Técnicos

Catalogação da publicação na fonte. UFRN / Biblioteca Setorial CCS.

B238m Barbosa, Fernando Policarpo.


Modelos matemáticos para estimativa do consumo máximo de oxigênio
pela ventilometria de esforço em indivíduos saudáveis/ Fernando Policarpo
Barbosa – Natal, RN, 2007.
92 f. il
Orientador: Maria Irany Knackfuss.

Tese (Doutorado) – Universidade Federal do Rio Grande do Norte.


Centro de Ciências da Saúde. Programa de Pós-graduação em Ciências da
Saúde.

1. Teste de esforço – Tese. 2. Equações de predição – Tese.


3. Ventilometria – Tese. I.Knackfuss, Maria Irany. II. Título.
Tese. I.Knackfuss, Maria Irany.

RN/UF/BS-CCS CDU 796.015.6(043.2)


FERNANDO POLICARPO BARBOSA

MODELOS MATEMÁTICOS PARA ESTIMATIVA DO CONSUMO MÁXIMO DE OXIGÊNIO


PELA VENTILOMETRIA DE ESFORÇO EM INDIVÍDUOS SAUDÁVEIS

Presidente da banca: Profª. Drª. Maria Irany Knackfuss - UFRN

BANCA EXAMINADORA

Prof. Dr. Horácio Accioly Junior – UERN/RN ______________________


Prof Dr. Paulo Moreira Silva Dantas – UNIGRANRIO/RJ ______________________
a
Prof . Dra. Jacira Maria Andrade de Sousa – UFRN ______________________
Prof Dr. Henio Ferreira de Miranda – UFRN ______________________
Profa. Dra. Selma Sousa Bueno – UFRN/Suplente ______________________
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE

COORDENADOR DO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE:

PROFº Dr. ALDO DA CUNHA MEDEIROS


Dedicatória

Aos meus pais, Francisco Barbosa Filho e Talma Policarpo Barbosa


pelo exemplo de vida e pelo amor dedicação aos filhos;

Ao meu irmão Marcelos e sua família, pelo amor, alegria e carinho;

Ao meu amigo José Fernandes Filho, que me mostrou o caminho


para a formação de ser humano e os passos para a construção do conhecimento
acadêmico;

À amiga Prof Drª Paula Roquetti Fernandes, pelos ensinamentos e


orientações, pelo respeito demonstrado nos momentos de reflexão acadêmicos;

A minha namorada Patrícia pela compreensão, amor e carinho nos


momentos de dificuldades, que me proporcionaram forças para terminar essa jornada.

Ao amigos, Deni e Matsue, pela caminhada de 25 anos pelas ruas


da vida.

iv
Agradecimentos

A Deus, por me conceder paz e luz e me proporcionar uma vida

repleta de conquistas e felicidade junto aos meus Familiares e Amigos;

Ao Prof. Dr. José Fernandes Filho, por sua dedicação, minha eterna

deferência e admiração, pelos exemplos de liderança e profissionalismo, ao mestre,

amigo, orientador e companheirismo nos momentos de dificuldades. Por sua sabedoria

nas ciências, o que permitiu a construção deste manuscrito. Pelo conhecimento da

convivência humana;

À Prof. Drª Maria Irany Knackfuss pela acolhida calorosa e

orientações em um período conturbado e ao seu esposo Prof. Dr Humberto Medeiros,

pela acolhida em seu lar de alegria e muito amor;

Aos integrantes da banca examinadora na presença do Prof. Dr.

Horácio Accioly Junior, Prof Dr. Paulo Moreira Silva Dantas, Profa. Dra. Jacira Maria

Andrade de Sousa, Prof Dr. Henio Ferreira de Miranda, Profa. Dra. Selma Sousa

Bueno, pela disponibilidade e atenção dedicada a um momento delicado.

Aos meus amigos, Ricardo Mayolino, Hildeamo Bonifácio de

Oliveira, Prof Mileno Tonisse, Adriana Giavoni e Nanci França, pelo respeito e pela

admiração recíproca existentes na nossa convivência;

Ao Prof. Aldo da Cunha Medeiros, pela sua capacidade de conduzir

um programa de alta qualificação e referência na formação Profissional;

v
Às secretárias do Programa de Pós-Graduação em Ciências da

Saúde da UFRN, Daniele e Patrícia, pelo prestimoso atendimento a todos os alunos e

professores do Programa;

Aos antigos e novos membros do grupo de estudo em Dermatoglífia

do Professor José Fernandes pela união e constante disposição em cooperar. O que é

um belo exemplo da união, fraternidade e liberdade.

À Direção do Curso de Educação Física da UCB – Brasília, na

presença do Prof. Mileno Tonisse pelo apoio nestes anos e sua dedicação pelos 30

anos à frente deste curso. Por acreditar no meu potencial profissional.

vi
Resumo

A relação entre a demanda metabólica e o consumo de oxigênio durante a


prática de exercícios físicos é alvo de investigação em distintas áreas do
conhecimento. No campo da saúde, a determinação do consumo máximo de oxigênio
(VO2máx) é considerada um método para classificar o nível de aptidão física ou risco de
doenças cardiocirculatórias. A obtenção de dados de forma acurada possibilita uma
melhor avaliação das respostas funcionais, o que permite reduzir a margem de erros
tanto no momento da classificação dos riscos, como também no momento da
determinação das cargas de treinamento aeróbico. No Brasil a utilização da
ventilometria conjugado ao teste de ergométrico passou a ser uma opção na avaliação
cardiorrespiratória. O emprego deste equipamento possibilita inferir sobre o processo
de oxidorredutase, permitindo identificar respostas fisiológicas ao esforço como o limiar
ventilatório. A presente tese centrou-se no desenvolvimento de modelos matemáticos
desenvolvidos por meio de regressão múltipla com validação pelo método stepwise
com o objetivo de predição do VO2máx tomando como base, as respostas ventilatórias
ao esforço. Para tanto, o estudo contou com uma amostra aleatória de 181 indivíduos
saudáveis, de ambos os sexos, que foram randomizados em dois grupos: grupo de
regressão e o grupo de validação cruzada (GV). Os voluntários foram submetidos a
teste cardiopulmonar em esteira rolante em protocolo incremental; onde se visou a
determinação do limiar ventilatório II (LVII) e o VO2máx de pico. Através da aplicação do
método adição forward foram desenvolvidos 11 modelos de predição do VO2máx em
esteira rolante. Não foram encontradas diferenças significativa entre o VO2máx
mensurado com os preditos pelos modelos quando comparados pelo teste t pareado.
Os resultados possibilitam-nos concluir que os modelos matemáticos desenvolvidos
permitem estimar o VO2máx de indivíduos jovens e hígidos, tendo como ponto de
referência o LVII.
Palavras-chave: Equações de predição; Teste de esforço; Ventilometria; Consumo
máximo

Esta tese apresenta uma relação de interface multidisciplinar, tendo o seu conteúdo
uma aplicação nos campos da Educação Física, Medicina, Fisioterapia e Bioquímica.

vii
Abstract

The relation between metabolic demand and maximal oxygen consumption


during exercise have been investigated in different areas of knowledge. In the health
field, the determination of maximal oxygen consumption (VO2max) is considered a
method to classify the level of physical fitness or the risk of cardiocirculatory
diseases. The accuracy to obtain data provides a better evaluation of functional
responses and allows a reduction in the error margin at the moment of risk
classification, as well as, at the moment of determination of aerobic exercise work
load. In Brasil, the use of respirometry associated to ergometric test became an
opition in the cardiorespiratory evaluation. This equipment allows predictions
concerning the oxyredutase process, making it possible to identify physiological
responses to physical effort as the respiratory threshold. This thesis focused in the
development of mathematical models developed by multiple regression validated by
the stepwise method, aiming to predict the VO2max based on respiratory responses to
physical effort. The sample was composed of a ramdom sample of 181 healthy
individuals, men and women, that were randomized to two groups: regression group
and cross validation group (GV). The voluntiars were submitted to a incremental
treadmill test; objetiving to determinate of the second respiratory threshold (LVII) and
the Peak VO2max. Using the método forward addition method 11 models of VO2max
prediction in trendmill were developded. No significative differences were found
between the VO2max meansured and the predicted by models when they were
compared using ANOVA One-Way and the Post Hoc test of Turkey. We concluded
that the developed mathematical models allow a prediction of the VO2max of healthy
young individuals based on the LVII.
Key-words: prediction equation; physical effort test; respirometry; maximal oxygen
consumption
Palavras-chave: Equações de predição; Teste de esforço; Ventilometria; Consumo
máximo
This thesis presents a relation of multidiciplinar interface and its content has an
application in Physical Education, Medicine, Physical Therapy and Biochemics.

viii
Lista de abreviaturas e símbolos

EPE Erro padrão de estimativa

FClim Freqüência cardíaca no ponto de deflexão do limiar

FCmáx Freqüência cardíaca máxima

FeCO2 Frações expiradas gás carbônico

FeO2 Frações expiradas de oxigênio

%G Percentual de gordura

GR Grupo de estudo
GV Grupo de validação cruzada.
IMC Índice de massa corporal em quilogramas por metro quadrado

(kg/m2)

LVII Limiar ventilatório dois

MC Massa corporal em quilogramas (kg)

Tmplim Tempo do teste onde ocorreu o ponto de deflexão do limiar

VE Volume de ar expirado

VE/VCO2 Equivalentes ventilatórios de gás carbônico

VE/VO2 Equivalentes ventilatórios de oxigênio

VElim Ventilação no ponto de deflexão do limiar

Velofinal Velocidade final do teste

Velolim Velocidade no ponto de deflexão do limiar

VO2 Consumo de oxigênio

VO2máx Consumo máximo de oxigênio

ix
Sumário

Dedicatória iv
Agradecimentos v
Resumo vii
Abstract viii
Lista de Abreviaturas ix
1 INTRODUÇÃO 01
2 REVISÃO DE LITERATURA 08
3 INDEXAÇÃO DE ARTIGOS 16
A ARTIGOS PUBLICADOS 16
Artigo I 16
Artigo II 23
B ARTIGOS ENVIADOS 34
Artigo I 34
Artigo II 47
4 COMENTÁRIOS, CRÍTICAS E CONCLUSÕES 68
REFERÊNCIAS 83

viii
1 INTRODUÇÃO

A prescrição de exercícios físicos voltados para a saúde do

cidadão é uma habilidade e incumbência do profissional de Educação Física que

dependerá da mensuração das qualidades físicas como força e resistência

neuromuscular, flexibilidade, resistência cardiovascular e composição corporal1,2.

A adequação do treinamento às debilidades físicas observadas

deve servir como estímulo no processo de mudança nos hábitos de vida3 de tal

forma que sirva como um processo de prevenção de doenças degenerativas não

infecciosas ou hipocinéticas. Deve-se ressaltar que a prática regular de exercícios

físicos permitirá tanto a manutenção do quadro de saúde, como também favorecerá

o processo de reabilitação/estabilização de doenças crônico-degenerativas não

infecciosas2,4.

Em termos epidemiológicos, no Brasil, os estudos5-8 demonstram

que o número de sedentários vem aumentando, observando-se maior incidência de

sedentarismo entre crianças e adolescentes, o que pode estar relacionado à falta de

uma política que incentive a participação da população em programas de exercícios

físicos6,9-11.

O contraponto é o aumento da expectativa de vida, o que se deve

pela aplicação de políticas públicas de saneamento básico e pela evolução

tecnológica, que propiciaram mudanças no estilo de vida da população, acarretando,

no entanto, uma maior incidência de infartos do miocárdio em virtude das

comodidades modernas. Os dados do Ministério da Saúde (MS)12 mostram que a

incidência de óbitos por doenças do aparelho circulatório na década de quarenta


2

ocorria em 10% da população, passando a 32% em 1998, representando a principal

causa da mortalidade no Brasil e no mundo13.

Talvez o conceito de atividade física, descrito na literatura como

“todo e qualquer movimento realizado acima das taxas metabólicas de repouso”, não

seja suficiente para proporcionar o aumento no dispêndio calórico diário para a

prevenção das doenças hipocinéticas14. O que pode explicar tal comportamento é o

principio da adaptação, o qual é evocado como principal fator para que as atividades

laborais deixem de proporcionar ao indivíduo aumentos no gasto calórico cotidiano,

mesmo que ele exerça tarefas extenuantes2.

A fundamentação para tal observação está diretamente pautada

nos princípios científicos do treinamento, em que a alternância nos estímulos

proporciona adaptações ao organismo, o que favorece melhorias nas qualidades

físicas, como também na demanda energética, permitindo ganhos na aptidão física

relacionada à saúde como as envolvidas no alto rendimento. Dessa forma, o

conceito de exercício físico “programa de movimentos físicos sistematizados, onde

são observadas: freqüência, duração e intensidade”, passa a ser de melhor

aplicabilidade quando pensamos nos benefícios e manutenção das qualidades

físicas2,15,16, diminuindo os riscos e procurando aumentar a segurança daqueles que

estejam engajados em programas de treinamento.

Segundo Mendonça et al8, uma parcela significativa da população

pratica exercícios físicos de forma indiscriminada, desconhecendo os riscos dessa

prática sem orientação, tendo como conseqüências: a) ocorrência de lesões,

principalmente osteoarticulares dos membros inferiores; b) arritmias cardíacas que

podem ser graves levando o indivíduo a óbito, devido a altas intensidades

combinadas a um volume elevado de treino; c) um aumento nas cargas de


3

treinamento principalmente nos três primeiros meses acarretará na evasão do

programa de exercício físico17-20.

Em muitos casos as lesões estão diretamente relacionadas ao

completo desconhecimento da condição física pela falta de uma avaliação

diagnóstica adequada. Segundo Fernandes Filho21; os programas de exercício físico

devem estar embasados na avaliação, o que permitirá determinar as intensidades do

treinamento de forma adequada. A avaliação do nível de aptidão física é de suma

importância na elaboração e na planificação do treinamento que estabelece as

intensidades, freqüência e duração de cada seção, buscando desta forma atenuar

as debilidades físicas diagnosticadas.

Dos três princípios que irão nortear a prescrição do treinamento

pode-se destacar a intensidade22 que teria influência direta sobre as outras. A

determinação das intensidades busca fundamentação em parâmetros funcionais de

fácil mensuração, uma vez que o treinamento aeróbico baseia-se na utilização dos

parâmetros fisiológicos do consumo máximo de oxigênio (VO2máx) e da freqüência

cardíaca máxima (FCmáx). Muitos profissionais fazem essa opção em razão da

linearidade observada entre o consumo de oxigênio, freqüência cardíaca com as

cargas de trabalho23-26.

Quando se opta por prescrever as intensidades pelos percentuais

do VO2máx, é necessário uma precisão maior no momento da sua obtenção,

significando a necessidade de equipamentos e profissionais habilitados para

realização de testes de esforço submáximo ou máximo com ou sem análise direta de

gases.

A escolha do tipo de teste depende do objetivo, população a ser

avaliada e precisão desejada. Para atletas ou cardiopatas recomenda-se


4

preferencialmente que o teste seja de forma direta com análise dos gases. Os testes

indiretos (submáximos) de ergometria demonstram uma tendência em subestimar

em aproximadamente 20% o VO2máx22,27. Uma opção para levantamentos

epidemiológicos apontada por Maranhão Neto, Farinatti28 e Maranhão Neto,

Lourenço, Farinatti29 seria a utilização de equações de predição do VO2máx, que

apresentam um erro padrão de estimativa (EPE) médio de 4 a 6 ml/kg.min-1.

Policarpo et al30, verificando a aplicabilidade de duas das equações de estimativa do

VO2máx citadas por Maranhão Neto, Farinatti28 em universitários brasileiros,

constataram uma tendência em subestimar o consumo máximo de oxigênio. O

problema dessas equações é que elas não podem ser utilizadas na determinação

das intensidades do treinamento aeróbico.

Um dos pressupostos mais importantes no tocante a avaliação é a

aplicação de um método que apresente confiabilidade e fidedignidade no momento

da obtenção dos resultados. A medida direta do consumo de oxigênio por meio de

analisadores metabólicos de gases é onerosa e necessita de um profissional

qualificado. Nos últimos anos algumas indústrias brasileiras da área biomédica

desenvolveram equipamentos de baixo custo que permitem a mensuração do

volume de ar expirado, através da espirometria de esforço.

O princípio da espirometria de esforço é pautado no conceito

descrito por Wasserman et al31 através do qual se observou aumento exponencial da

ventilação no momento em que a pressão de CO2 arterial (PaCO2) é detectada pelos

centros de controle da respiração localizados no bulbo, estimulando o aumento

volume ventilatório (VE) 25, 27.

A aplicação do método descrito por Wasserman et al31 passou a

ser conhecido como limiar ventilatório (LV). A determinação do LV permite a


5

individualização do treinamento aeróbico, respeitando o primeiro principio da

preparação física, a individualidade biológica2. Um dos pontos para a utilização do

LV é que seria uma forma de minimizar as diferenças observadas quando se aplica

métodos indiretos para determinar as intensidades de treinamento. Outro ponto

importante, ao se optar por esse método, é poder observar os efeitos das cargas de

treinamento sobre as adaptações induzidas pelo programa16,32-34, bem como obter

mais de um parâmetro funcional para analisar essas adaptações.

Embora a ventilometria seja um método através do qual se

analisa o fluxo de ar obtido durante o teste de esforço, a determinação do VO2máx

ainda é feita por meio de equações de estimativa que procuram correlacionar as

cargas de esforço com o consumo de oxigênio (VO2)35; o que não é nada lógico, em

razão de se ter em mãos uma ferramenta que permite analisar as respostas

funcionais e não estimá-las. O uso da ventilometria pode ser uma ferramenta

importante se considerar que o LV de indivíduos sedentários se encontra em torno

de 70% do VO2máx36 e não em 80% como descrito pelo Colégio Americano de

Medicina do Esporte (ACMS). Isso se deve pelo estilo de vida sedentário observado

na população. Com a queda do LV ocorrerá acidose metabólica em cargas

consideradas moderadas, aumentando assim, o risco de acidentes vasculares

induzidos pelo esforço.

O objetivo desta tese centra-se no desenvolvimento e validação

de modelos matemáticos para estimativa do consumo máximo de oxigênio (VO2máx)

com a aplicação do teste cardiorrespiratório de esforço, utilizando-se como

ferramenta estatística a regressão linear múltipla, tendo como referência o VO2máx

mensurado em teste esforço máximo ergoespirométrico de circuito aberto realizado

em esteira rolante. Os objetos de estudo serão as variáveis relacionadas ao limiar


6

ventilatório (LV), velocidade, inclinação, freqüência cardíaca, volume de ar expirado

e as variáveis antropométricas de voluntários ativos e sedentários saudáveis e de

ambos os sexos.

Os resultados obtidos no presente projeto possibilitaram recortes

de nossa tese que deram origem aos artigos:

1. Comparação de equações de estimativa do consumo máximo de

oxigênio em indivíduos jovens. Publicado na Acta Cirúrgica

Brasileira Vol 20 (supl 1): 82-7, 2005.

2. Avaliação do Consumo Máximo de Oxigênio e da Freqüência

Cardíaca Máxima por Diferentes Protocolos em Indivíduos Sadios.

Publicado em agosto de 2007; na Revista digital Efdeportes de Buenos

Aires.

3. Predição do Consumo Máximo de Oxigênio Sem Teste de Esforço

para Jovens Brasileiros. Submetido à Revista Salud Publica de

Bogotá, Colômbia.

4. Desenvolvimento de modelos para a estimativa do consumo

máximo de oxigênio pelo limiar ventilatório. Submetido à Revista

Brasileira de Cineantropometria e Desenvolvimento Humano.


7

O processo de desenvolvimento dos modelos matemáticos

permitiu o aprimoramento de nossos estudos no campo da estatística, além do

aprimoramento de métodos que apresentem baixo custo no processo de avaliação

da aptidão cardiorrespiratória para indivíduos saudáveis.


8

2 REVISÃO DE LITERATURA

O desenvolvimento motor no ser humano está diretamente

relacionado aos estímulos provenientes do meio, favorecendo distintas vivências que

por sua vez permitem o aprimoramento das qualidades físicas37.

Na contemporaneidade esse desenvolvimento se encontra

comprometido devido ao estilo de vida moderno, em que se observa uma redução

drástica dessas vivências motoras, resultando em um balanço calórico positivo tanto

em crianças, quanto adolescentes e adultos, explicitado pelo uso exacerbado da

tecnologia em consórcio com as condições sociais implicando no aumento da

hipocinesia da população38, 39
. Levantamentos epidemiológicos realizados tanto no

Brasil como no Mundo, apontam para esse fenômeno comportamental38, 41,42.

Estudos realizados por Fisberg, Stella, Latorre42 e Rabelo, Viana,

Fisberg39, na cidade de São Paulo, destacam que os fatores de risco para o

desenvolvimento das doenças cardiovasculares vêm aumentando principalmente

pela inatividade física e por dietas hipercalóricas. Em contrapartida, os mesmos

estudos revelam que a prática regular de exercícios físicos é de fundamental

importância na prevenção primária das doenças crônico-degenerativas não

infecciosas.

Essa relação não era reconhecida até a década de cinqüenta,

quando Morris et al (1953) 43 relataram uma maior incidência de infarto do miocárdio

em profissionais do transporte público (motoristas) na cidade de Londres em relação

aos seus pares (cobradores). Segundo o estudo, os motoristas apresentavam estilo

de vida sedentário em relação ao dos cobradores. Tal fenômeno foi posteriormente

confirmado em diferentes estudos17, 38, 42,43 que demonstraram forte relação entre o
9

sedentarismo e o acometimento de doenças diretamente relacionadas à hipocinesia.

Em 1996 o America Heath Association reconhece o sedentarismo como fator de

risco primário para doenças crônico-degenerativas não infecciosas e, o que até

então era secundário passa a ter influência em até 1.6 vezes no acometimento de

doenças do sistema cardiovascular43.

Com o índice de sedentários elevado, há necessidade da

realização de uma avaliação diagnóstica eficaz que possa ofertar diretrizes para a

planificação e elaboração das atividades que irão compor o programa de

treinamento11, 17
. A escolha do protocolo a ser adotado pode ser apontada como o

ponto de relevância, pois se o protocolo não apresentar confiabilidade e

fidedignidade no que se propõe a mensurar, perderá a sua aplicabilidade13, 21


. Ao

adotar um protocolo se deve observar antes pressupostos relativos à população,

faixa etária, sexo e equipamento utilizado na mensuração dos componentes

relacionados à aptidão física.

Um bom exemplo da escolha inadequada do protocolo seria a

utilização das determinações das concentrações de lactato para identificação das

intensidades de treinamento em indivíduos sedentários ou ativos. Alguns estudos

demonstram que seria recomendada a aplicação desse método de avaliação ao

invés de utilizar protocolos não invasivos convencionais na determinação das

capacidades aeróbicas e anaeróbicas44, 45


. A recomendação do uso do lactímetro

como instrumento se tornou possível devido ao desenvolvimento de equipamentos

portáteis para a mensuração das concentrações sangüíneas de lactato. Cabe

ressaltar que é necessário adotar uma série de procedimentos logísticos, como

estocagem e recolhimento dos dejetos contendo resíduos sangüíneos, necessitando

de um profissional devidamente qualificado para realizar a coleta, assim como a


10

extrema necessidade de colaboração por parte do avaliado, já que o mesmo será

submetido a perfurações no lobo da orelha ou na porção distal dos dedos46. Esse

método não se aplicaria na avaliação de indivíduos que participem de programas

voltados para a manutenção ou aprimoramento da saúde e sim para uma faixa

mínima da população que tem como objetivo o auto-rendimento.

A simples mensuração de algumas das qualidades físicas, como o

VO2máx e a composição corporal, não seria adequada e suficiente para certas

atividades desenvolvidas em academias, principalmente pela falta da especificidade

dos testes. O que é muito comum hoje nas academias é a realização da anamnese

seguida da determinação do percentual de gordura.

Conforme consenso entre os freqüentadores e profissionais, a

rotina de avaliação nas academias não fornece informações necessárias, tendo essa

como ampliação do rendimento para os empresários. No entanto, todos

componentes da aptidão física relacionados à saúde, como a composição corporal,

são considerados de suma importância47; devido à relação significativa encontrada

entre a forma corporal e o acometimento de doenças crônico-degenerativas não

infecciosas.

Seria evidente relatar que indivíduos que apresentam aumentos

no componente livre de gordura, quando submetidos a teste de esforço ergométrico

apresentariam resultados superiores aos de outros indivíduos que apresentam

concentrações adiposas acima dos limites desejados para o sexo e idade. No

entanto, como o VO2máx apresenta um componente genotípico, poderão ocorrer

resultados surpreendentes1. Segundo Åstrand et al48, a composição corporal não

apresentaria influência significativa no VO2máx; porém, não se pode negar a relação


11

existente entre os baixos níveis de aptidão cardiorrespiratória com uma composição

corporal inadequada, aumentando as taxas de mortalidade.

Os outros componentes relacionados à saúde seriam flexibilidade,

força, resistência anaeróbica e aeróbica. O ponto interessante é que o VO2máx é

relacionado à capacidade de resistência apresentada pelo indivíduo, o que se deve

ao fato do próprio conceito dessa valência física corresponder a capacidade que o

organismo tem em captar, transportar e proporcionar adenosina trifosfato (ATP) pela

via oxidativa. A avaliação da potência aeróbica, contudo, em intensidades

submáximas, o que acontece antes do limiar ventilatório (LV) descrito por

Wasserman et al31 em 1965. Após esse ponto se estaria avaliando a resistência

anaeróbica. Para Astrand et al48 a aptidão cardiorrespiratória deve ser avaliada em

testes de intensidade submáximo constante e não com incremento das cargas, o

que otimizaria a produção da energia demandada durante o trabalho pela integração

das principais vias metabólicas.

A determinação das intensidades do treinamento aeróbico está

relacionada com os marcadores fisiológicos observados durante o teste

cardiorrespiratório, em que os limiares identificam em momentos distintos o

metabolismo energético durante o teste. O primeiro limiar denominado como limiar

ventilatório um (LVI) relaciona-se com a capacidade do organismo em gerir a oferta

de energia pela β-oxidação. O segundo limiar conhecido como limiar ventilatório dois

(LVII), indica o predomínio do metabolismo glicolítico na produção de energia, esses

correspondem aproximadamente a 50% e 85% do VO2máx respectivamente. O

intervalo entre os percentuais pode ser caracterizado pela produção da energia pela

combinação das vias metabólicas31,49.


12

A relação entre o metabolismo energético e os percentuais do

VO2máx é considerada como referência para determinar as intensidades do

treinamento aeróbico50,51, embora os percentuais sejam questionados para tais fins,

onde se aponta maior acurácia à prescrição pelos limiares52. O questionamento

sobre a acurácia dos percentuais do VO2máx como ponto de referência para a

prescrição dos exercícios aeróbicos pode servir de base para questionarmos os

protocolos indiretos de ergometria usados na estimativa do VO2máx. Sabe-se que os

protocolos de ergometria têm como referência para calcular o VO2máx a linearidade

do consumo de oxigênio com a freqüência cardíaca e as cargas de trabalho26,31,48, o

que na realidade não seria um comportamento fisiológico natural - essa linearidade

esperada pelos protocolos de ergometria - havendo necessidade de ajustes das

variáveis, como consumo de O2, ventilação em relação às cargas de trabalho53,54, o

que permitiria uma maior fidedignidade na determinação da potência aeróbica.

Todavia, o ajuste citado necessitaria de equipamentos que

permitam a análise tanto das trocas de gases expirados ocorridas quanto do fluxo de

ar expirado durante o teste, inviabilizando o acesso devido ao alto custo da

avaliação36. Uma alternativa para se atenuar o preço da avaliação cardiorrespiratória

seria a utilização de equipamentos que representem um investimento inferior aos

observados para os analisadores metabólicos de gases e que ao mesmo tempo

tenham um baixo custo em sua manutenção. Nos últimos anos foram desenvolvidos

equipamentos com essas características, nos quais se pode mensurar o volume de

ar expirado permitindo analisar as respostas ventilatórias durante o esforço

progressivo como descrito por Wasserman et al31.

A teoria para a aplicação da ventilometria busca se alicerçar na

respiração intracelular. O incremento da demanda metabólica imposta pelo protocolo


13

ergométrico acarreta aumentos nas concentrações íons de H+, caso o sistema de

oxidase de função mista (oxigenase), que corresponde a enzimas, em geral

(flavoproteínas) que empregam o oxigênio molecular para catalisar simultaneamente

a oxidação de substratos e de um co-substrato (em geral o FADH e NADH)55,56.

Caso essas lançadeiras dos íons de H+ não forem eficientes, será observada a

acidose. O organismo será obrigado a utilizar outras reações que permitam a

reoxidução do NADH a NAD+. Nesse caso a redução do piruvato a lactato é

catalisada pela lactato desitrogenase, permitindo formar o isômero L do ácido

láctico55, 56. O aumento da acidose metabólica terá como conseqüência a elevação

da pressão arterial de CO2 (PaCO2), o que caracterizaria a contribuição da via

glicolítica na demanda energética. Segundo Garrett JR, Kirkendall57, os centros

respiratórios localizados no corpo carotídeo em conjunto com os receptores no troco

encefálico na região do bulbo, ao detectar o aumento na PaCO2 e nas

concentrações de H+, passam a estimular a musculatura respiratória promovendo

aumento exponencial na ventilação (VE).

A perda da linearidade da VE evidencia que o teste está em

condições submáximas, o que é extremamente pertinente para a interrupção do

mesmo, evitando assim a utilização de parâmetros estimados, como por exemplo, a

freqüência cardíaca máxima (FCmáx) como critério para a interrupção, aumentando a

margem de segurança na avaliação cardiorrespiratória. O uso do percentual de 80 a

85% da FCmáx como parâmetro de interrupção e estimativa do VO2máx como proposto

em alguns protocolos submáximos é questionável, em razão da influência direta

tanto do sistema nervo autônomo como da ação das catecolaminas sobre as

respostas do sistema cardiovascular, o que pode levar a erros na estimativa do

VO2máx25,27.
14

Nas diretrizes do ACMS para prescrição e avaliação,

recomendam-se protocolos em que as variáveis que compõem os modelos

matemáticos de estimativa não são fisiológicos, mantendo-se o mesmo padrão

observado nos protocolos clássicos de ergometria35, tendo como critério da

interrupção do teste 80% da FCmáx estimada pela equação 220-idade, equação esta

que nos últimos anos vem recebendo criticas58,59. Com a conservação dos

parâmetros de predição da aptidão cardiorrespiratória, como velocidade final,

inclinação, Watts, rotações por minutos (rpm) e a massa corporal, vê-se que o

paradigma não foi modificado, permanecendo lacunas no conhecimento que

necessitam ser preenchidas.

Com o advento da aplicação dos espirômetros na avaliação da

aptidão cardiorrespiratória, pode-se pensar na inclusão de variáveis fisiológicas que

não sejam apenas a freqüência cardíaca como parâmetro de predição do VO2máx em

indivíduos saudáveis. Conceitualmente o aumento do fluxo ventilatório pode ser

relacionado de forma linear com as demandas metabólicas, o que está diretamente

interligado à produção e eliminação do CO2 e com o aumento no consumo de O2 em

intensidades de leve a moderadas57. Segundo Garrett JR, Kirkendall57 nas

intensidades superiores a 60% da capacidade aeróbica máxima, os aumentos na VE

estariam mais em função da eliminação do CO2. Essa observação é um ponto

importante, se for utilizado o conceito de Åstrand et al48 de potência aeróbica, e se

veria que a potência aeróbica se concentra aproximadamente em 70% do consumo

de oxigênio de pico para um indivíduo sedentário36. Entenda-se como consumo de

oxigênio de pico o ponto observado no momento em que o avaliado solicita para

parar o teste, seja por fadiga muscular ou por insuficiência funcional. No caso de

indivíduos altamente treinados, a potência aeróbica pode estar em percentuais


15

superiores a 80% do consumo de oxigênio de pico3660. A incorporação de variáveis

fisiológicas relacionadas com o LV em modelos matemáticos de predição passa a

ser uma linha de estudo no campo da ergometria a ser explorado, de maneira que o

uso da ventilometria de esforço possa diminuir a margem de erro observada nos

protocolos convencionais de ergometria 22,27.

Se for levada em consideração a questão da segurança, além da

fidedignidade, ao se comparar as respostas da VE obtidas pela ventilometria com as

observadas na ergoespirometria, ter-se-ia uma forte argumentação para o emprego

desse método na obtenção da aptidão cardiorrespiratória. Pode-se dizer que são

raros os episódios em que houve complicações durante a avaliação cardiovascular.


20
Segundo o AMCS e Florecher et al60, a ocorrência de óbitos é na ordem 1/10.000

testes nos Estados Unidos. No Brasil não há relatos do número de óbitos ocorridos

durante testes ergométricos. Uma das formas de se manter número inferior de

ocorrências de acidentes é manter sobre observação durante o teste todas as

variáveis fisiológicas possíveis61, 62.


16

3 INDEXAÇÃO DE ARTIGOS

a. ARTIGOS PUBLICADOS

ARTIGO 1 - Comparação de equações de estimativa do consumo máximo de

oxigênio em indivíduos jovens

Periódico: Acta Cirúrgica Brasileira Vol 20 (supl 1): 82-7, 2005.


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21
22
23

ARTIGO 2 - Avaliação do Consumo Máximo de Oxigênio e da Freqüência

Cardíaca Máxima por Diferentes Protocolos em Indivíduos Sadios

Periódico: Revista digital Efdeportes. Año 12 (111).Ago/ 2007.


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34

b. ARTIGOS ENVIADOS

ARTIGO 1 - Modelo matemático para levantamento epidemiológico da aptidão

física cardiorrespiratória sem teste de esforço.

Periódico: Revista de Salud Publica.2007.

Titulo: Modelo matemático para levantamento epidemiológico da aptidão física

cardiorrespiratória sem teste de esforço.

Mathematical model for epidemiologic survey of the cardiorespiratory fitness without effort

test.

Fernando Policarpo Barbosa


Doutorando pelo Programa de Ciências da Saúde da Universidade Federal do Rio Grande do Norte –
UFRN. fernando@ucb.br
Jose Fernandes Filho
Prof PhD. da Universidade Castelo Branco do Rio de Janeiro – UCB. Coordenador do Programa
Stricto Sensu de Ciência da Motricidade Humana da Universidade Castelo Branco, UCB-RJ -
Laboratório de Biociências da Motricidade Humana – LABIMH. jff@cobrase.org.br
Paula Roquetti Fernandes
Prof. PhD da Universidade UNIGRANRIO. Laboratório de Biociências da Motricidade Humana –
LABIMH. prf@cobrase.org.br
Maria Irany Knackfuss
Prof PhD do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde da Universidade Federal do Rio
Grande do Norte – UFRN. mik@ufrnet.br

Autor responsável pela correspondência


Fernando Policarpo Barbosa
Curso de Educação Física da Universidade Católica de Brasília – UCB. QS 07 lote 01 EPCT Águas

Claras. CEP: 71.966-700; Taguatinga – Brasília - Brasil. Fone: 55061 33569644


35

Modelo matemático para levantamento epidemiológico da aptidão física cardiorrespiratória

sem teste de esforço.

Resumo

Objetivo: O presente estudo teve como objetivo desenvolver modelos de estimativa da aptidão

cardiopulmonar sem a realização de teste de esforço, visando levantamento epidemiológico em

jovens brasileiros. Para tanto, foram avaliados 243 voluntários, sendo 137 homens (25,40±6,39 anos)

e 106 mulheres (23,68±5,23 anos).

Método: Os voluntários foram randomizados em dois grupos (Grupo 1, controle com 81 homens e 58

mulheres) e (Grupo 2, de validação cruzada com 56 homens e 48 mulheres), submetidos a testes de

esforço cardiopulmonar com análise direta de gases. Os modelos foram desenvolvidos através de

regressão múltipla, aplicando-se método stepwise, seguida pela análise One-Way ANOVA, como

Post Hoc de Tukey para comparação das médias.

Resultados: a média do consumo máximo de oxigênio de esforço do Grupo 1 foi 48,45±11,91


-1 -1
ml/kg.min e para o Grupo 2 46,54±9,89 ml/kg.min . As retas de regressão múltipla descreveram dois

modelos de estimativa do consumo máximo de oxigênio, com valores médios de (modelo 1 =


-1
48,46±11,41 e modelo 2 = 46,83±11,11) ml/kg.min , não sendo observada diferença significativa para

o valor de esforço. Os resultados médios do consumo máximo de oxigênio estimado para o Grupo 2,
-1 -1
modelo 1 = 48,14±10,74 ml/kg.min e modelo 2 = 46,±10,36 ml/kg.min , não apresentaram alterações

expressivas dos valores obtidos no teste de esforço.

Conclusão: os modelos para a estimativa do consumo máximo de oxigênio demonstraram uma boa

aplicabilidade no levantamento epidemiológico para jovens brasileiros.

Palavras – chave: Epidemiologia, Consumo de oxigênio, Aptidão aeróbica.


36

Modelo matemático para levantamiento epidemiológico para capacidad cardiorespiratória sin

teste de esfuerzo.

Resumo

Objetivo: Desarrollar modelos para prevenir la capacidad cardiopulmonar sin la realización del teste

de esfuerzo viendo el levantamiento epidemiológico en jovenes brasileros. Para esto, fueron

evaluados 243 voluntários 137 hombres (25,40±6,39 años) y 106 mujeres (23,68±5,23 años).

Material y Método: Los voluntários fueron colocados en dos grupos (Grupo de control1 con 81

hombres y 58 mujeres) y (Grupo 2 de evaluación cruzada con 56 hombres y 48 mujeres), sometidos a

testes de esfuerzo cardiopulmonar con análisis directa de gases. Los modelos fueron desarrollados a

través de regresión múltipla aplicandose método stepwise, seguido por analisis One-Way ANOVA

como Post Hoc de Tukey para comparaçión de las médias.

Resultados: La média del consumo máximo de oxigeno y esfuerzo del Grupo 1 fue de 48,45±11,91

ml/kg.min-1 y para el Grupo 2: 46,54±9,89 ml/kg.min-1. Las rectas de regresión múltipla describieron

dos modelos de prevención del consumo máximo de oxigeno con valores médios de (modelo 1 =

48,46±11,41 y modelo 2 = 46,83±11,11) ml/kg.min-1, no siendo observada diferencia significativa para

el valor de esfuerzo. Los resultados médios del consumo máximo de oxigeno estimado para el Grupo

2 modelo 1 = 48,14±10,74 ml/kg.min-1 y modelo 2 = 46,±10,36 ml/kg.min-1 no fueron

significativamente diferentes los valores obtenidos en el teste de esfuerzo.

Conclusión: Los modelos para la prevención del consumo máximo de oxigeno demonstraron una

buena aplicación en el levantamiento epidemiológico para jovenes brasileros.

Palabras – claves: Epidemiología, Consumo de oxigeno, capacidad aeróbica.


37

Mathematical model for epidemiologic survey of the cardiorespiratory fitness without effort

test.

Abstract

Objective: to develop models to estimate the cardiopulmonary fitness without the accomplishment of

effort test, focusing on epidemiologic survey in young Brazilians. For that purpose, 243 volunteers

were evaluated: 137 men (25.40±6.39 years old) and 106 women (23.68±5.23 years old).

Method: The volunteers were randomized in two groups (Group 1: control - with 81 men and 58

women; and Group 2: cross-validation - with 56 men and 48 women), submitted to cardiopulmonary

effort tests with direct gas analysis. The models were developed through multiple regression, applying

the stepwise method, followed by the One-Way ANOVA analysis as Tukey’s Post Hoc test to compare

the averages.
-1
Results: the average of the maximum oxygen consumption in Group 1 was 48.45±11.91 ml/kg.min ,

and in Group 2 it was 46.54±9.89 ml/kg.min-1. The multiple regression lines had described two models

to estimate the maximum oxygen consumption with the following average values: model 1 =

48.46±11.41 and model 2 = 46.83±11.11 ml/kg.min-1. No significant difference was observed for the

effort value. The average results of the maximum oxygen consumption estimated for Group 2 model 1

= 48.14±10.74 ml/kg.min-1 and model 2 = 46 ±10.36 ml/kg.min-1 were not significantly different from

the values observed in the effort test.

Conclusion: the models for estimating the maximum oxygen consumption demonstrated good

applicability in the epidemiologic survey for young Brazilians.

Keywords: Epidemiology, Oxygen Consumption, Aerobic Fitness.


38

Introdução

A baixa capacidade do organismo em utilizar o metabolismo oxidativo na

produção de energia, na realização das atividades cotidianas está relacionada com o

desenvolvimento de doenças crônicas degenerativas não infecciosas. A avaliação da aptidão

aeróbica é reconhecida como uma forma de prognóstico e diagnóstico de doenças relacionadas com

o sedentarismo (1).

Os protocolos indiretos para a mensuração do consumo de oxigênio (VO2) são

ferramentas, permitem classificar a aptidão cardiovascular em relação aos estágios atingidos durante

a prova de esforço (2,3). A análise direta de gases é um método indispensável quando se procura

uma maior acurácia na mensuração do VO2, principalmente na avaliação de atletas ou no diagnóstico

da sintomatologia de cardiopatias para a prescrição das intensidades do programa de exercício físico

ou de reabilitação cardíaca (4).

Esses métodos, no entanto, requerem investimentos na capacitação de

pessoal para executá-los e equipamentos sofisticados e de altos custos, impossibilitando sua

aplicação no levantamento epidemiológico em um grupo populacional maior (2). Ambos os métodos

de testes diretos e indiretos perdem poder no momento do prognóstico de doenças hiposinéticas,

quando o objetivo do estudo é epidemiológico (5). Jackson et al. (6) propuseram a utilização de

modelos de estimativa do consumo máximo de oxigênio sem a realização do teste de esforço como

uma maneira de realizar esse levantamento, tendo como base medidas antropométricas simples e o

nível de atividades físicas cotidianas. O presente estudo tem por objetivo desenvolver modelos

matemáticos de estimativa do consumo máximo de oxigênio (VO2máx) sem a realização de teste de

esforço para jovens brasileiros.

MATERIAL E MÉTODOS

Este estudo apresenta uma característica transversal correlacionada, com uma

proposta de desenvolvimento de modelos de predição do consumo máximo de oxigênio para

indivíduos brasileiros de ambos os sexos, com idade entre 17 e 45 anos.

A amostra foi composta por 243 voluntários: 137 homens e 106 mulheres

saudáveis. Os voluntários foram randomizados em dois grupos: G1 controle com 58 = mulheres e 81

= homens, e G2 de validação cruzada com 48 = mulheres e 56 = homens. Todos foram informados


39

dos riscos e benefícios relativos aos testes e convidados a assinar o termo de consentimento livre e

esclarecido. Os procedimentos adotados na coleta de dados respeitaram as recomendações da

legislação em vigor (196/96) do Ministério da Saúde. O estudo foi submetido e aprovado pelo comitê

de ética da Universidade Católica de Brasília – UCB.

Após a assinatura do termo de consentimento, os voluntários responderam a

uma anamnese, mensuração da pressão arterial de repouso pelo método auscultatório, utilizando o

esfigmomanômetro da marca Becton Dickinson®, seguida do exame eletrocardiográfico de repouso

pelo equipamento da marca Marquette Hellige© da Medical Sistems, modelo CardioSmart, versão 3.0

CS-MI. Para a determinação da massa corporal foi utilizada a balança digital com acuidade de 100g,

da marca Filizo® Brasil; a estatura foi mensurada pelo estadiômetro da Country Tecnology INC

(modelo 67034), Gays Mills, Wl – USA, com escala em centímetros. Para a estimativa do percentual

de gordura, adotou-se o método das dobras cutâneas, medidas pelo plicômetro da marca Lange©

USA. O protocolo de estimativa adotado foi o de três dobras, de Jackson et al e de Jackson e Pollock,

para homens e para mulheres, respectivamente (7).

Após o exame clínico e a mensuração antropométrica, os voluntários foram

liberados pelo médico para o teste cardiopulmonar em esteira rolante da marca Inbramed Ind. Brasil,

modelo Super ATL, com análise direta dos gases de circuito aberto. O analisador utilizado nos testes

foi da marca Aerosport Medgraphics (USA), modelo VO2000. Os testes foram precedidos pela

calibração do analisador, conforme as especificações do fabricante, com um gás de composição de

17% de O2 e 5% de CO2, com balanço de nitrogênio. O protocolo teve uma característica incremental

com intervalo de um minuto entre as cargas, sendo a velocidade inicial de 4 km/h, com inclinação de

0% e com velocidade e inclinação finais de 16 km/h e 6,5%, respectivamente.

Desenho Estatístico

Para a elaboração do modelo matemático, foram adotados os seguintes

tratamentos estatísticos: a) verificação da curva de distribuição dos dados pelo teste Kolmogorov-

Smirnov; b) Cluster test visando agrupar os voluntários por nível de aptidão física; c) regressão

múltipla pelo método stepwise, com “adição forward”, para a inclusão das variáveis independentes; d)

teste de análise multivariada One-Way ANOVA como Post Hoc de Tukey; e e) teste de correlação de
40

Pearson. O nível de significância adotado foi de p < 0,05. O tratamento foi realizado no Pacote

Estatístico SPSS, versão 14.0.

RESULTADOS

Quando indagados, os voluntários não relataram problemas óstio-articulares

que os impedissem de participar do estudo. No exame ECG repouso, não foram observadas

quaisquer anomalias no traçado, caracterizando um grupo assintomático. A curva de distribuição dos

dados foi normal, no entanto, foram observados outliers nas variáveis independentes IMC, massa

gorda, massa magra e freqüência cardíaca de repouso. Os outliers não foram removidos, em virtude

de serem casos observados com freqüência maior que um na população, como exemplo podendo-se

destacar a variável IMC, que teve valores maiores que 30kg/m2, caracterizando quadros de

obesidade.

Os voluntários foram agrupados em um quadro por nível de aptidão aeróbica:


-1 -1
1) sedentários > 32,00 ml/kg.min ; 2) moderadamente ativos = 32,00 a 43,00 ml/kg.min ; 3) ativos =

43,00 a 53,00 ml/kg.min-1 e; 4) muito ativos = 53,00 a 65,00 ml/kg.min-1. Os intervalos foram

estabelecidos tendo com parâmetro a variável dependente (VO2máx), tratada no Cluster test. Os

valores ordinais de 1 a 4 foram adotados na determinação da reta de regressão. Os valores médios e

o desvio padrão (média±DP) para as variáveis antropométricas encontram-se na Tabela 1.

Tabela 1: Características físicas de voluntários de ambos os sexos (n = 245) submetidos a


teste.

Para a descrição da reta de regressão foram analisadas as seguintes variáveis

independentes: sexo, idade, estatura, massa corporal, massa gorda, massa magra, percentual de

gordura, índice de massa corporal (IMC), freqüência cardíaca de repouso e níveis de aptidão física

determinados pelo consumo máximo de oxigênio. O critério observado para a seleção das variáveis

independentes teve como base os apontamentos literários, onde é descrita a influência das principais

variáveis genotípicas e fenotípica sobre o consumo de oxigênio. O coeficiente de colinearidade foi

superior a 0,9 para as variáveis idade, estatura, massa magra, massa gorda, percentual de gordura e

freqüência cardíaca de repouso. As variáveis que passaram a compor as retas foram sexo, nível de

aptidão física, massa corporal e o IMC.


41

Os resultados da reta de regressão foram significativos, tanto para o modelo 1,

com F(3;505.060) = 5990.816, p = 0,001, como para o modelo 2, que obteve um valor para

F(3;503.515) = 5989.312, p = 0,001, sendo obtidos valores para R= 0,96 para os dois modelos e
2
coeficientes de determinação R = 0,92, para os respectivos modelos. Os valores para o coeficiente

de ajuste de determinação obtiveram valores significativos (R2 ajustado = 0,90), com um erro padrão
-1
de estimativa (EPE) para os modelos de 3,44 ml/kg.min . Os dois modelos estatísticos de predição

desenvolvidos descritos estão na Tabela 2.

Tabela 2: Equações de regressão múltipla para estimativa do consumo máximo de oxigênio


sem a realização do teste de esforço em brasileiros jovens, de ambos os sexos (n = 139).

A comparação dos valores médios para o VO2máx, mensurados em prova de

esforço com análise de gases, e os calculados pelos modelos 1 e 2, apresenta resultados

correlacionais fortes (r = 0,96), demonstrando um bom poder de predição da aptidão aeróbica. A

comparação da média do VO2máx estimado e medido, não apresentou diferenças significativas para o

grupo 1 – controle, para um F(2;0.928)=122.327; p = 0,39. O grupo 2 – validação cruzada, obteve

uma correlação significativa (r = 0,95), confirmando o forte poder dos modelos, os resultados para

análise multivarida não sofreram diferenças significativas F(2;0.802)=85.707; p = 0,45. Os valores


,
médios estimados pelos modelos e medidos para o VO2máx para o grupo 1 e para o grupo 2, são

apresentados na Tabela 3.

Tabela 3: Valores médios ± desvio padrão (DP) para o consumo máximo de oxigênio (VO2máx)
obtido em teste ergoespirométrico, em esteira rolante, e estimados por modelos matemáticos,
sem a realização de teste de esforço em brasileiros jovens.

DISCUSSÃO

Embora o VO2máx seja apontada como uma variável importante no prognóstico

e diagnóstico de algumas doenças cardiovasculares ou para a determinação das cargas do

treinamento aeróbico, sua mensuração passa a ser restrita a uma pequena faixa da população.

Devido aos altos custos que envolvem um levantamento epidemiológico, principalmente se os testes
42

forem com análise direta de gases, o que impossibilita a aplicação desse método na avaliação; o

mesmo pode-se dizer dos métodos indiretos, seja de laboratório ou de campo, podendo ser citado

como exemplo o teste de campo, o teste de 12 minutos (6; 8; 9).

Não apenas os custos dos equipamentos seriam apontados como pontos inviabilizantes

desse levantamento, mas também a qualificação profissional e outros fatores como tempo,

impossibilitam a aplicabilidade desse método de avaliação para tal fim. O levantamento por meio de

equações de estimativa passa a ser uma forma prática e eficiente, sendo necessária a mensuração

da massa corporal, freqüência cardíaca de repouso, dos níveis de atividade física da população a ser

estuda.

No presente estudo, a determinação das variáveis para estimativa do VO2máx foi

baseada na influência de cada uma sobre o consumo de oxigênio. Tendo como exemplo a idade,

segundo Tebexreni et al. (2), o consumo de oxigênio tem um decréscimo de 8 a 10% por década de

vida. Maranhão Neto & Farinatti (5) procuraram analisar as equações de estimativa seguindo o

mesmo critério, evitando assim as possíveis interpretações matemáticas sem o devido embasamento

fisiológico.

Policarpo el al. (9) comparam a aplicabilidade das equações de Jackson et al.

(6) e de Mathews et al. (10) para estimar o VO2máx em universitários brasileiros. As equações

apresentaram tendência em subestimar o VO2máx da amostra, embora o erro padrão de estimativa

para as equações seja baixo - 0,41 e 0,30, respectivamente. Segundo Maranhão Neto, Lounço,

Farinatti (8), as equações revisadas apresentaram um erro padrão de estimativa (EPE) do VO2máx

entre 4,0 e 5,6 ml/kg.min-1. No presente estudo, o EPE foi inferior, tanto para o grupo 1, controle,

como para o grupo 2, validação, permanecendo dentro do desvio esperado para o consumo de

oxigênio (8), o que demonstra que as equações permitem uma boa predição do VO2máx.

Deve ser lembrado que o consumo de oxigênio dependerá de outras variáveis

(11). Basset, Jr. & Howley (12) descrevem que os mecanismos envolvidos no consumo de oxigênio

estariam diretamente relacionados com a duração do esforço. Sobre este prisma, procuou-se

classificar a amostra pelo nível de aptidão física observado no teste de esforço, onde os voluntários

apresentaram níveis de sedentários a muito ativos.

As novas teorias propostas por Noakes (13) e contestadas por Berg, Ekblom e

Åstrand (14) poderiam explicar, com maior propriedade, todos os mecanismos que norteiam tanto o
43

transporte como o consumo de oxigênio. A literatura aponta que o consumo de oxigênio é

dependente de variáveis que não podem ser mensuradas com a devida acuidade necessária (14). Os

modelos de predição permitem realizar o prognóstico e classificar, possibilitando estabelecer os

possíveis riscos epidemiológicos para doenças cardiovasculares (15). Fazer um levantamento é de

suma importância, já que no Brasil a taxa de mortalidade advinda deste tipo de problema foi de 33%

nos últimos anos (16).

Os modelos preditivos não são destinados para determinar o VO2max para

prescrição de treinamento aeróbico, mas poderão auxiliar os profissionais no momento da tomada de

decisões quanto ao programa a ser adotado, reduzindo os possíveis riscos de acidentes

cardiovasculares envolvidos na prática de exercícios físicos.

Mediante os resultados obtidos no presente estudo, infere-se que os modelos

de predição desenvolvidos para estimativa do consumo máximo de oxigênio, sem teste de esforço

para jovens brasileiros, podem ser aplicados como forma de levantamento epidemiológico na

população brasileira. No entanto, há a necessidade da validação dos modelos para faixas etárias

acima dos 45 anos. É importante ressaltar que o modelo não deve ser empregado para estimar o

VO2máx com o objetivo de prescrição de treinamento aeróbico.

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atividade física. Rev Soc Cardiol Estado de São Paulo. 2005;15:121-129.

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Ergometria, suas Aplicações Práticas “versus” Protocolo de Rampa. Rev Soc Cardiol Estado

de São Paulo. 2001;11:519-28

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de São Paulo. 2001;3:659-72.

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44

6. Jackson AS, Blair SN, Mahar MT, Wier LT, Ross RM, Stuteville JE. Prediction of functional

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7. Heyward VH, Stolarczyk LM. Avaliação da composição corporal aplicada. Manole, São Paulo;

2000. p. 200.

8. Maranhão Neto GA, Lourenço PMC, Farinatti PTV. Equações de predição cardiorrespiratória

sem teste de exercício e sua aplicabilidade em estudos epidemiológicos: uma revisão

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equações de estimativa do consumo máximo de oxigênio em indivíduos jovens. Acta

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10. Mathews CE, Heil DP, Freedson PS, Pastides H. Classification of cardiorespiratory fitness

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13. Noakes TD. Maximal oxygen uptake: “classical, 1998” versus “contemporary” viewpoints: a

rebuttal. Med Sci Espots Exerc. 2000;30: 1381-1398.

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Atividade Física – Agita Brasil: Atividade física e sua contribuição para qualidade de vida. Rev

Saúde Pública. 2002; 36:254-6.


45

Tabela 1: Características físicas de voluntários de ambos os sexos (n = 245) submetidos a

teste.

Grupo 1 (controle) Homens (n=81) Mulheres (n=58)

Mín Máx Média±DP Mín Máx Média±DP

Idade (anos) 18 45 26,33±6,68 17 36 23,57±5,24

Estatura (cm) 161,50 190,00 174,70±6,26 148,30 176,90 162,72±6,14

Massa corporal (kg) 53,50 99,30 72,21±9,85 40,30 92,20 60,49±12,86


2
IMC (kg/m ) 19,00 34,00 23,72 16,00 36,10 22,70±4,04

Massa gorda 2,32 33,00 10,10±6,07 1,73 38,98 15,07±8,39

Massa magra (kg) 41,24 77,94 62,92 34,57 77,94 62,16±7,06

Percentual de gordura 3,92 33,23 13,41±6,58 2,85 42,28 23,31±8,59

FCmáx de esforço (bpm) 155 209 190,97±10,04 160 206 187,64±9,69

Grupo 2 (validação) Homens (n=56) Mulheres (n=48)

Mín Máx Média±DP Mín Máx Média±DP

Idade (anos) 17 45 26,11±6,62 18 36 24,21±5,66

Estatura (cm) 163,00 190,00 175,02 148,60 174,5 161,73±9,71

Massa corporal (kg) 55,70 96,00 75,11±9,70 45,90 91,60 59,79±9,71

IMC (kg/m2) 18,8 32,4 24,52±2,88 18,4 36,1 22,83±3,43

Massa gorda (kg) 2,61 29,02 10,90±5,67 4,20 32,06 15,12±5,74

Massa magra (kg) 50,10 81,44 64,23±6,76 35,18 62,69 44,63±5,61

Percentual de gordura 9,11 38,03 24,71±6,15 4,10 33,54 13,99±5,88

FCmáx de esforço (bpm) 171 209 189,24±8,20 156 200 186,62±8,89


46

Tabela 2: Equações de regressão múltipla para estimativa do consumo máximo de oxigênio

sem a realização do teste de esforço em brasileiros jovens, de ambos os sexos (n = 139).

Equações

Modelo 1 VO2máx = 25.04 + (sexo x 2,68) + (Ap.física x 10,00) – (IMC x 0,27)

Modelo 2 VO2máx = 23,01 + (sexo x 2,25) + (Ap.física x 10,07) – (M.C x 0,08)

VO2máx = consumo máximo de oxigênio; Sexo (1 = mulheres; 2 Homens); %G = percentual


de gordura estimado pelo protocolo de três dobras de Jackson & Pollock (1978 e 1980)7; FCr
= freqüência cardíaca de repouso; M.C = massa corporal; FCmáx = Freqüência cardíaca
máxima estimada pela equação 208 – (0,7 x idade).

Tabela 3: Valores médios ± desvio padrão (DP) para o consumo máximo de oxigênio (VO2máx)

obtido em teste ergoespirométrico, em esteira rolante, e estimados por modelos matemáticos,

sem a realização de teste de esforço em brasileiros jovens.

Grupo 1 (controle) Homens (n=81) Mulheres (n=58)

Mín Máx Média±DP Mín Máx Média±DP


1
VO2máx (ml/kg.min- ) 32,4 76,0 54,36±10,06 18.7 59,5 40,21±9,09

Modelo1 (ml/kg.min-1) 31,90 65,27 54,36±9,40 27,97 61,35 40,21±8,50


1
Modelo2 (ml/kg.min- ) 30,20 63,25 52,32±9,39 27,95 60,68 39,17±8,54

Grupo 2 (validação) Homens (n=56) Mulheres (n=48)

Mín Máx Média±DP Mín Máx Média±DP

VO2máx (ml/kg.min-1) 34,4 66,7 52,63±7,73 24,7 53,6 39,44±6,99


1
Modelo1 (ml/kg.min- ) 32,98 65,32 54,85±8,27 27,97 52,54 40,31±7,51

Modelo2 (ml/kg.min-1) 30,22 63,34 52,80±3,32 28,00 51,78 39,36±7,43


47

ARTIGO 2 - Desenvolvimento de modelos para a estimativa do consumo máximo de

oxigênio pelo limiar ventilatório

Periódico: Revista Brasileira de Medicina do Esporte.2007.

DESENVOLVIMENTO DE MODELOS PARA A ESTIMATIVA DO CONSUMO MÁXIMO DE

OXIGÊNIO PELO LIMIAR VENTILATÓRIO.

Artigo científico original

Fernando Policarpo Barbosa1,4; Rogério Peters4; Paula Roquetti Fernandes2,4; José

Fernandes Filho3,4; Maria Irany Knackfuss1.

1
Laboratório de Biociências da Motricidade Humana –LABIMH da Universidade Federal do

Rio Grande do Norte – UFRN.


2
Universidade UNIGRANRIO.
3
Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ.
4
Centro de Excelência de Avaliação Física – CEAF.

Endereço para correspondência: Laboratório de Biociências da Motricidade Humana –

LABIMH, Departamento de Educação Física, Campus Universitário - Br 101 s/nº, Lagoa

Nova; Natal – RN; CEP 59072970 e-mail: fpolicarpo@uol.com.br

Número do protocolo do Comitê de Ética: 045/2005


48

RESUMO

O presente estudo tem por objetivo desenvolver e validar modelos de estimativa do

consumo máximo de oxigênio (VO2máx), tendo como instrumento as respostas ventilatórias

obtidas em teste de esforço cardiorrespiratório. Foram selecionados 181 voluntários que, em

seguida, foram randomizados em dois grupos: grupo de regressão (GR; n = 122), com 68

mulheres e 54 homens com 24,7±6,0 e 21,5±3,9 anos, respectivamente, e o grupo de

validação cruzada (GV), com 29 mulheres com idade média de 23,8±4,7 anos e 30 homens

com 23,1±4,4 anos. Os voluntários foram submetidos a teste cardiopulmonar em esteira

rolante com velocidade inicial de 4 km/h e incremento de 1 km/h a cada minuto, até a fadiga,

visando determinar o limiar ventilatório II (LVII) e o VO2máx de pico. Para o desenvolvimento

dos modelos matemáticos, utilizou-se a regressão linear múltipla, como validação pelo

método stepwise e pela validação cruzada. A comparação dos resultados foi pela análise de

variância One-Way ANOVA com Post Hoc de Tukey. O VO2máx médio para as mulheres do

GV foi de 36,4±7,0 ml/kg.min-1 e para os homens 56,4±8.8 ml/kg.min-1. Os valores médios

para o VO2máx GR foi de 39,9±6,9 ml/kg.min-1 para as mulheres e de 56,4±8,8 ml/kg.min-1

para os homens. Os modelos desenvolvidos para a estimativa do VO2máx não apresentaram

diferenças significativas (p>0,05) quando comparados aos valores médios para o GV, assim

como, para o GR. Conclui-se que os modelos matemáticos desenvolvidos pela regressão

linear múltipla permitem estimar o VO2máx de indivíduos jovens e hígidos, tendo como ponto

de referência o LVII.

Palavras-chave: Aptidão física; Condição aeróbica; Teste submáximo.


49

DEVELOPMENT OF MODELS FOR ESTIMATING THE MAXIMUM OXYGEN

CONSUMPTION BY THE VENTILATORY THRESHOLD.

ABSTRACT

The objective of this study was to develop and to validate models for estimating the

maximum oxygen consumption (VO2max), using the ventilatory responses obtained in

cardiorespiratory effort test, as instrument. 181 volunteers were selected and randomized in

two groups: the regression group (GR.; n = 122), with 68 women and 54 men with 24,7±6,0

and 21,5±3,9 years old, respectively, and the cross-validation group (GV), with 29 women

with average age of 23.8±4.7 years old and 30 men with 23.1±4.4 years old. The volunteers

were submitted to a cardiopulmonary test in treadmill with initial speed of 4 km/h, and

increment of 1 km/h to each minute, until reaching fatigue, aiming to determine the

ventilatory threshold II (LVII) and the VO2max peak. We used the multiple linear regression as

a validation by the stepwise method and by the cross-validation. The comparison of the

results was made by the analysis of variance ANOVA One-Way with Tukey Post Hoc. The

average VO2max for the women of the GV was 36.4±7.0 ml/kg.min-1 and for the men

56.4±8.8 ml/kg.min-1. The average values for the VO2max in the GR were of 39.9±6.9

ml/kg.min-1 for women, and 56.4±8.8 ml/kg.min-1 for men. The models developed for

estimating the VO2max did not present significant differences (p>0.05) compared to the

average values for the GV, as well as for the GR. In conclusion, the mathematical models

developed by the multiple linear regression allow to estimate the VO2max of young and

healthy individuals, with the LVII as a starting point.

Keywords: Physical fitness; Aerobic condition; Submaximum Test.


50

INTRODUÇÃO

A aptidão cardiorrepiratória é considerada como um dos componentes

relacionados à saúde que permite estabelecer prognósticos, tanto para a performance

aeróbica como para a morbidade1, 2. Sua avaliação permite a tomada de decisões quanto às

intensidades na periodização do treinamento aeróbico3, 4. No entanto, a mensuração do

consumo máximo de oxigênio (VO2máx) de maneira indireta, pode ser considerada limitada

quando o objetivo do teste é a obtenção de dados para a tais fins, seja em esteira rolante ou
5,6,7
em cicloergômetro, em razão de tenderem a subestimar o VO2máx . A solução para esse

problema seria a mensuração pelo método direto, que permite a análise das trocas gasosas,

no entanto, esse método apresenta uma série de empecilhos tais como custos elevados e a

necessidade de pessoal qualificado 6, o que inviabiliza sua aplicação em alguns centros.

Buscando atender a um nicho de mercado, foram disponibilizados

equipamentos de menor complexidade para a mensuração dos volumes ventilatórios, mas

que ainda necessitam de profissionais devidamente qualificados. Esses equipamentos têm

fundamentação no conceito do limiar ventilatório descrito por Wassermann et al 8, permitindo

ao profissional optar por este critério para a determinação de interrupção ou não do teste

submáximo ao invés da utilização do percentual da freqüência cardíaca máxima estimada, já

que indivíduos sedentários freqüentemente têm o limiar ventilatório II (LVII) inferior a 80% do

VO2máx6. Com a utilização do LVII como critério para a interrupção do teste, diminui-se a

margem de erro, ou seja, de subestimar a capacidade aeróbica do avaliado. Também ocorre

um ganho em segurança evitando testes máximos. Porém, se este ponto for utilizado para

cálculo do VO2máx, continuaremos a subestimar a aptidão física do avaliado. Sendo assim,

surge a necessidade de um modelo matemático que permita estimar o VO2máx para a

população brasileira, tendo como critérios as variáveis relacionadas com o LVII. Desta feita,

o presente estudo tem por objetivo desenvolver e validar modelos matemáticos de

estimativa do VO2máx para indivíduos jovens e hígidos tendo como critério a análise das

trocas ventilatórias obtidas no teste de ergoespirometria de circuito aberto.


51

MATÉRIAS e MÉTODOS:

A amostra foi constituída por 181 voluntários saudáveis de ambos os

sexos (mulheres = 96 e homens 85) com idade entre 17 e 36 anos, que foram randomizados

em dois grupos GR = grupo regressão (mulheres = 68 e homens = 54) e GV = grupo de

validação cruzada (mulheres = 29 e homens = 30). Todos foram informados e esclarecidos

sobre os objetivos do estudo, assim como dos possíveis riscos e benefícios envolvidos e,

em seguida, foram convidados a assinar o termo de consentimento livre esclarecido. Após a

assinatura, todos os voluntários foram submetidos ao eletrocardiograma de repouso (ECG)

pelo equipamento (Marquette Hellige ©, Medical Systems; modelo: CardioSmart, versão 3.0

CS-MI) seguido de exame clínico, visando verificar possíveis alterações que impedissem a

realização do teste de esforço. O presente estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética da

Universidade Católica de Brasília – UCB, protocolo 045/2005, em conformidade com a

resolução 196/96.

Após a liberação do médico, os voluntários foram submetidos à

avaliação antropométrica da massa corporal por meio de balança digital (Filizola – Brasil)

com a acuidade de 100g. A estatura foi mensurada pelo estadiômetro (Country Technology

INC, Gays Mills, Wl; modelo 67034) com escala em centímetros. A composição corporal foi

determinada por meio do método de dobras cutâneas, para tanto, foi utilizado o compasso

(Lange® - USA). O protocolo empregado para estimativa do percentual de gordura corporal

foi o de Jackson e Pollock e de Jackson et al9 de três dobras, para homens e para mulheres,

respectivamente.

Em seguida, os voluntários foram submetidos ao teste de esforço

cardiopulmonar em esteira rolante da (Inbramed, modelo Super-ATL® do Brasil). Com

análise direta das trocas ventilatórias por meio do analisador de gases VO2000 (Aerosport

Medgraphics – USA), as coletas e análises dos gases expirados foram realizadas no

intervalo de tempo de 20 segundos. Antes dos testes, o analisador foi devidamente

calibrado, conforme especificação do fabricante, com um gás composto de 17% de oxigênio,

5% de gás carbônico e balanço de nitrogênio. O protocolo empregado foi progressivo de


52

rampa, com velocidade inicial de 4 km/h para uma inclinação igual 0% e com velocidade

final de 16 km/h para uma inclinação igual a 6,5% - o incremento na velocidade foi de 1

Km/h a cada minuto. Para o monitoramento da freqüência cardíaca, foi utilizado o

eletrocardiograma da (Micromed® - Brasil), para tanto foi utilizada a derivação CM5 em um

canal. A esteira rolante, o eletrocardiograma e o analisador de gases estavam acoplados e

controlados pelo sistema Ergo-PC Elite da (Micromed® - Brasil).

O LVII foi determinado respeitando-se os seguintes critérios: a) aumento

abrupto da ventilação ≥ oito litros; b) aumento dos equivalentes ventilatórios de oxigênio

(VE/VO2) com queda ou estabilização dos equivalentes ventilatórios de gás carbônico

(VE/VCO2); e c) aumento e queda das frações expiradas de oxigênio (FeO2) e de gás

carbônico (FeCO2), respectivamente 10,11.

Para o desenvolvimento e validação dos modelos matemáticos, foram

aplicados os seguintes tratamentos estatísticos: a) análise da distribuição dos dados pelo

Kolmogorov-Smirnov test; b) regressão linear múltipla pelo método stepwise (adotou-se

“adição forward” para a inclusão das variáveis independentes); c) teste de análise de

variância One-Way ANOVA com o Post Hoc de Tukey, para comparação das possíveis

diferenças entre as médias do VO2máx mesuradas e calculadas pelos modelos matemáticos

desenvolvidos; d) correlação de Pearson; e f) análise dos escores individuais pelo método


12
de Bland & Altman , sendo o nível de significância adotado de p < 0,05. Os resultados

serão apresentados utilizando-se a estatística de tendência central média e pela dispersão

dos dados representados pelo desvio padrão (DP): média±DP.


53

RESULTADOS:

Os voluntários, quando argüidos sobre o estado de saúde no exame

clínico, não relataram problemas musculares, articulares ou quaisquer outros que

impedissem a participação no estudo. No exame eletrocardiográfico de repouso não foram

observadas anomalias no traçado, caracterizando um estado saudável. Os voluntários

apresentaram valores para o Índice de Massa Corporal (IMC) com uma variação de 16,0

kg/m2 a 32 kg/m2, caracterizando uma heterogeneidade do grupo. O mesmo comportamento

é observado para o percentual de gordura que oscilou 4,1 a 27,2% nos homens e de 10,9 a

39,0% nas mulheres, demonstrando que no grupo encontram-se indivíduos ativos e

sedentários. A classificação pelo VO2máx confirma a heterogeneidade, já que o VO2máx do

grupo masculino encontra-se entre 36,9 a 72,2 ml/kg.min-1 e o do grupo feminino de 18,7 a

55,5 ml/kg.min-1, tabela 1.

Tabela 1: Características antropométricas de indivíduos jovens saudáveis.

Os resultados obtidos pela regressão linear múltipla, resultaram no

desenvolvimento de modelos matemáticos de estimativa do VO2máx, tendo o LVII como

variável de referência. As variáveis independentes que apresentaram coeficiente de

colinearidade significativo na determinação das retas pelo método stepwise para a predição

do VO2máx foram: ventilação no ponto de deflexão do limiar (VElim = 53,4±15,7 l/min);

freqüência cardíaca no ponto de deflexão do limiar (FClim = 172,6±13,5 bpm); velocidade no

ponto de deflexão do limiar (Velolim = 10,6±4,9 km/h); tempo do teste onde ocorreu o ponto

de deflexão do limiar (Tmplim = 6’50’’±1’97’’ min/seg); massa corporal (MC) em kg; índice de

massa corporal (IMC) em quilograma por metro quadrado (kg/m2); percentual de gordura

(%G); idade em anos; sexo (1 = feminino e 2 = masculino) e velocidade final do teste

(Velofinal = 12,5±2,2 km/h). As outras variáveis antropométricas e de esforço apresentaram

coeficiente de correlação igual a 1, sendo descartadas pelo método stepwise, e com o

VO2máx mensurado no teste de esforço cardiopulmonar considerado como variável


54

dependente. Os valores médios e o desvio padrão (Média±DP) para o VO2máx mensurado e

estimado pelos diferentes modelos desenvolvidos foram distribuídos pela faixa etária do GR,

como se vê na tabela 2. Os resultados estimados pelos modelos desenvolvidos não

apresentaram diferença significativa (p<0,05) quando comparados aos valores mesurados,

como pode ser observado na tabela 2, demonstrando que os modelos desenvolvidos

apresentam um bom poder de estimativa. Os resultados médios do VO2máx obtidos para GV e

os calculados pelos modelos também não apresentaram diferença significativa (p < 0,05)

quando comparados (tabela 3).

Tabela 2: Resultados Médios±DP do VO2máx (ml/kg.min-1) obtido em teste de esforço

cardiopulmonar e estimado por modelos matemáticos para as diferentes faixas

etárias de indivíduos jovens saudáveis do grupo de regressão (GV).

Tabela 3: Resultado para o VO2máx (ml/kg.min-1) obtido em teste de esforço

cardiopulmonar e estimado por modelos matemáticos para indivíduos jovens

saudáveis.

As retas de regressão apresentaram resultados significativos,

demonstrando um bom poder de predileção do VO2máx para todos os modelos. Para o

Modelo1, os resultados estatísticos foram: R = 0,93; R ajustado = 0,84; para uma correlação

(r = 0,93) com valor de F(3, 24.052) = 223.512; p = 0,001. O Modelo2: R = 0,87; R ajustado

= 0,75; r = 0,87; para um F(3, 40.625) = 121.329; p = 0,001. Os resultados de regressão

para o Modelo3 foram: R = 0,94; R ajustado = 0,87; para o F(4, 20.099) = 206.556; p = 0,001

e r = 0,94. A regressão do Modelo4 obteve um valor de R = 0,91; R ajustado = 0,83; para

um F(4, 28.282) = 143.834; p = 0,001; r = 0,91. O Modelo5 teve resultado para R = 0,88; R

ajustado = 0,76 para um F(4, 38.577) = 97.642; p = 0,001; com r = 0,93. Para o Modelo6, os

resultados estatísticos foram: R = 0,94; R ajustado = 0,88; para uma r = 0,94 e F(5, 18.855)

= 177.858; p = 0,001. A regressão do Modelo7 obteve um valor de R = 0,92; R ajustado =


55

0,84; para um F(5, 26.460) = 124.801; p = 0,001; r = 0,92. O Modelo8 teve resultado para R

= 0,92; R ajustado = 0,84 para um F(5, 25.402) = 130.965; p = 0,001; com r = 0,92. Para o

Modelo9, os resultados estatísticos foram: R = 0,88; R ajustado = 0,77; para r = 0,88 e F(5,

37.006) = 82.623; p = 0,001. A reta do Modelo10 obteve um valor de R = 0,92; R ajustado =

0,85; para um F(6, 25.118) = 110.759; p = 0,001 e r = 0,92. O Modelo11 teve resultado para

R = 0,93; R ajustado = 0,85 para um F(6, 24.551) = 113.757; p = 0,001; com r = 0,93. A

descrição dos modelos matemáticos para a estimativa do VO2máx está no quadro 1. Os

resultados para os escores residuais individuais confirmam o poder de predição dos

modelos matemáticos. Em termos gerais observa-se que os modelos subestimaram por

volta de 17% do consumo máximo de oxigênio dos indivíduos e superestimaram os

indivíduos em cerca de 13%, para um erro padrão de estimativa (EPE) adotado de 6

ml/kg.min-1, embora o EPE médio observado para os modelos seja de 5,14 ml/kg.min-1 para

DP médio do VO2máx de 7,88 ml/kg.min-1. Os resultados para os escores residuais podem ser

observados nas figuras 1 e 2.

Figuras 1 e 2.

Embora não fosse objetivo do presente estudo, foram comparados os

valores estimados pelos modelos desenvolvidos e o modelo recomendado pelo ACMS21

para a estimativa do VO2máx, que foi calculado em dois momentos: o primeiro tendo a

velocidade e inclinação correspondente ao LVII e o segundo com a velocidade e inclinação

final do teste. O consumo de oxigênio calculado para o primeiro momento foi VO2máx =

41,7±6,8 ml/kg.min-1 para um EPE = 0,89 e r = 0,71, o qual quando comparado foi

significativamente diferente, tanto para o VO2máx medido como também para todos os

demais modelos desenvolvidos, demonstrando tendência em subestimar o VO2máx =

51,8±9,9 ml/kgmin-1 com um EPE = 1,3 e r = 0,84 correspondente às cargas do final do

teste, não sendo observada diferença estatisticamente significativa quando comparado aos

resultados calculados pelos modelos desenvolvidos e para o VO2máx medido.


56

Quadro 1: Modelos matemáticos para estimativa do consumo máximo de oxigênio

(VO2máx) pela ergoespirometria de esforço para indivíduos saudáveis, tendo como

método de referência o teste direto com análise de gases.

DISCUSSÃO

A avaliação das valências físicas relacionadas à aptidão física permite o

planejamento do treinamento físico de forma adequada, visando assim atingir os objetivos

do programa de exercícios previamente estabelecido9. Sendo assim, a avaliação da

resposta cardiorrespiratória as cargas de trabalho impostas pelos protocolos de ergometria é

fundamental no processo de periodização, devido à relação linear entre o consumo de

oxigênio e/ou freqüência cardíaca e o esforço físico. Tais respostas posem ser descritas por

modelos de regressão, permitindo, assim, inferir nas relações das trocas respiratórias nos

tecidos 8,10. Essa relação vem sendo objeto de estudo da fisiologia do exercício há quase um

século11,13, o que vem proporcionando entendimento das respostas fisiológicas ao esforço14,


15
, resultando no aprimoramento e no desenvolvimento de equipamentos relacionados ao

processo da mensuração da capacidade cardiorrespiratória.

Apesar dos avanços tecnológicos permitirem uma análise cada vez mais acurada

das trocas respiratórias, propiciando observar a relação do consumo de oxigênio e o esforço

físico, o seu alto custo operacional e logístico impede sua difusão e utilização em uma

escala maior da população6,16,17. Assim, existe a necessidade de técnicas e métodos que

permitam o aprimoramento do conhecimento na avaliação da capacidade cardiorrespiratória

por equipamentos de baixo custo, mas que apresentam uma melhor acurácia, permitindo a

obtenção de subsídios para a elaboração do treinamento aeróbico onde não estiver

disponível a análise de gases. Isso se fundamenta, principalmente, pela tendência dos


5,7
protocolos indiretos de ergometria em subestimar a capacidade cardiorrespiratória . No

entanto, o método indireto tem suas vantagens quando comparado ao método direto, sendo

o principal, o baixo custo16,17. A interrupção do teste a uma intensidade submáxima de 80%

da freqüência cardíaca máxima (FCmáx) estimada pela equação 220 – idade, também pode
57

5,6
ser apontada como uma vantagem . Embora existam essas vantagens, pode-se afirmar

que há outras tantas desvantagens, quando é utilizada para determinação das intensidades

de exercícios físicos. Além da tendência em subestimar o VO2máx, a equação para estimativa

da FCmáx tende a superestimar a FCmáx de indivíduos jovens e de subestimar em idosos 18, 19,

Engels, Zhu, Moffatt 20 descrevem que a equação 220-idade, quando utilizada na prescrição,

passa a superestimar as intensidades. Outro ponto desfavorável ao se aplicar os protocolos

indiretos de ergometria, tendo a intensidade submáxima como critério de interrupção, é que

a maioria dos indivíduos sedentários apresenta LVII abaixo de 80% do VO2máx, estando o

mesmo aproximadamente em 70% da sua capacidade máxima6. Segundo Foster et al.21, a

determinação do VO2máx independente do protocolo utilizando. Porém, o modelo

recomendado por Foster et al.21 , quando utilizou a velocidade e inclinação correspondente

ao LVII, subestimou VO2máx, o que não ocorreu com os modelos matemáticos desenvolvidos

no presente estudo, o que permitiu a obtenção de resultados fidedignos.

Nesse sentido, o ponto de relevância do presente estudo é a

aplicabilidade de modelos matemáticos de regressão linear múltipla na estimativa do VO2máx

utilizando, para tanto, equipamentos de baixo custo, propiciando uma maior acurácia na

avaliação da aptidão cardiorrespiratória na ausência de analisadores de gases. Ressalta-se

que o teste passa a apresentar uma característica submáxima independente do percentual

FCmáx, além de permitir a individualização do protocolo de teste em função das

características do avaliado21, 22
. Também passa a ser o ponto de referência para a

interrupção do teste a análise do volume expirado (VE), no momento em que o indivíduo

apresenta um aumento exponencial do VE, aumentando a segurança e aplicabilidade do

resultado obtido no teste de esforço, principalmente em indivíduos sedentários. Pode-se

apontar como fatores limitantes dessa proposta a qualificação do profissional no momento

da marcação do LVII, principalmente pelas divergências apontadas na literatura, embora os


11
estudos de Pires et al não tenham observado diferenças significativas entre avaliados

experientes na marcação do LVII.


58

A média de idade da amostra é outro fator limitante, já que não podemos afirmar que

os modelos desenvolvidos no presente estudo possam estimar de forma satisfatória o

VO2máx de indivíduos com idade superior à da amostra, embora existam modelos que levam

em consideração essa variável. O ergômetro utilizado no presente estudo, apesar de ser

amplamente difundido, pode ser considerado com uma limitação, já que os modelos foram

desenvolvidos em esteira, o que impede a extrapolação de sua utilização em

cicloergometros, sendo necessário estudo complementar.

A fundamentação para a utilização do VLII na determinação do VO2máx

apóia-se alguns pontos. Primeiramente, os ajustes rápidos da ventilação no início do

exercício físico estariam diretamente relacionados com os mecanoreceptores aferentes que

informam a tensão gerada pelo movimento sobre os fusos musculares ao córtex motor,

ocasionando o aumento do volume ventilatório mais pela quebra da homeostase do que

pelo débito de oxigênio23, 24


. Segundo Wassermann et al8, esse comportamento visa

restabelecer a homeostase quebrada pela demanda metabólica das células. No entanto, até

este momento, o aumento no metabolismo energético pela musculatura em atividade não se

dá 100% pela via glicolítica, o que não seria suficiente para aumentar a pressão sangüínea

de CO2 (PCO2), pois estão sendo utilizadas basicamente as reservas de creatina fosfato

(CP) e de adenosina trifosfato (ATP)8,25. Com o incremento do esforço, observa-se que a

demanda metabólica para geração de energia passa a ter maior contribuição da via

glicolítica, provocando acidose metabólica25 e acarretando aumentos na concentração de

íons de H+, o que provoca ativação da enzima lactato desidrogenase (LHD) de maneira a

favorecer o tamponamento, gerando, assim, aumentos da PCO2, que é detectada pelos

quimiorreceptores nos corpos carotídeos, estimulando um novo ajuste ventilatório23, 24


,

procurando restabelecer a homeostase. Segundo Dempsey25, o aumento da ventilação

durante os exercícios físicos, de leve a moderado, apresenta uma relação linear com o VO2

que é perdida após intensidades acima do LVII. Lima Silva e Oliveira15 relatam que

exercícios realizados na fase III estimulam o consumo de oxigênio ao seu limite máximo.
59

Esse ponto é descrito como o momento onde o organismo passa a

produzir concentrações maiores de íons de H+, onde a capacidade de tamponamento é

superada, indicando que o exercício encontra-se em intensidade anaeróbica ou acima da

capacidade submáxima8, 11
. Åstrand et al 27
citam que os testes ergométricos contínuos

seriam melhores para a determinação da potência aeróbica do que os testes incrementais,

convergindo às explicações do componente lento relacionado ao VO2 na fase III15, isso

ocorre pelo fato da necessidade do organismo necessitar de um aporte maior de O2 para

realizar a óxido-redução dos íons de H+ 23,25


. Tal observação permite inferir que os

resultados para o VO2máx, obtidos pelos modelos desenvolvidos no presente estudo,

permitem estimar a potência aeróbica máxima a partir do LVII, principalmente quando

analisada as relações do metabolismo energético durante os exercícios.

Com a determinação do LVII, as intensidades de treinamento poderão ser

estabelecidas a partir desse ponto e não pelos percentuais do VO2máx, já que a

determinação das intensidades pelos percentuais do VO2máx vem sendo questionada para a

prescrição dos exercícios aeróbicos28. De fato, o ponto de corte, se assim pode ser

chamado, para a prescrição dos exercícios aeróbicos em indivíduos saudáveis seria o LVII e

não o VO2máx. As intensidades acima desse ponto seriam atividades anaeróbicas e já não

estaria sendo mensurada a potência aeróbica. A mensuração do VO2máx nas academias é

uma forma de diagnóstico e não de prognóstico, isso se deve ao fato de ele ser relacionado

com as características genotípicas e fenotípicas29.

Como os resultados obtidos, tanto para o GR como para o GV, não apresentaram

diferença significativa para o VO2máx mensurado, pode-se inferir que os modelos

matemáticos desenvolvidos representam um bom parâmetro para determinação do VO2máx a

partir do LVII, podendo ser aplicadas em jovens brasileiros, ativos e sedentários.

CONCLUSÕES

Conclui-se que os modelos de regressão linear desenvolvidos no presente estudo

podem contribuir para a estimativa do VO2máx em indivíduos saudáveis por meio da


60

ventilometria, auxiliando na classificação dos níveis de aptidão cardiorrespiratória, assim

como na prescrição de exercícios aeróbios.

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63

Tabela 1: Características antropométricas de indivíduos jovens saudáveis.


GR (n = 122) GV (n = 59)
Homens Mulheres Homens Mulheres
(n = 54) (n = 68) (n =30) (n = 29)

Idade (anos) 21,5±3,9 24,7±6,0 23,1±4,4 23,8±4,7

Estatura (cm) 175,2±6,2 162,6±6,8 175,0±6,1 162,6±5,5

Massa corporal (kg) 70,6±8,7 61,0±13,1 70,5±8,4 59,4±9,2

Massa gorda (kg) 8,5±6,0 16,2±7,5 9,9±5,5 15,2±5,9

Massa livre de gordura (kg) 61,9±8,7 45,2±7,2 60,4±5,8 44,8±4,7

% gordura 10,3±4,9 24,8±7,7 12,3±5,1 23,8±7,2

IMC (kg/m2) 23,0±2,5 22,9±3,9 23,0±2,3 22,5±3,4


GR = grupo de estudo; GV = grupo de validação cruzada.
64

Tabela 2: Resultados Médios±DP do VO2máx (ml/kg.min-1) obtido em teste de esforço


cardiopulmonar e estimado por modelos matemáticos para as diferentes faixas etárias de
indivíduos jovens saudáveis do grupo de regressão (GV).

< 20 anos 21 – 26 anos > 26 anos

(Masc = 40) (Fem = (Masc = 12) (Fem = (Masc = 02) (Fem =


29) 22) 17)

VO2máx 55,0±8,3 39,2±7,8 61,1±9,2 36,1±5,1 57,6±10,3 31,9±5,6


méd.
56,6±5,9 38,1±4,6 58,5±8,1 36,9±4,4 57,0±8,7 33,4±5,1
Modelo1
55,5±4,6 36,7±4,0 55,5±4,7 35,6±4,2 59,2±0,1 33,4±4,3
Modelo2
56,5±5,2 37,9±5,3 57,7±8,8 37,4±5,1 57,3±6,4 33,4±6,2
Modelo4
56,3±5,1 37,7±3,9 57,8±7,3 36,9±4,8 61,3±2,4 34,7±4,3
Modelo5
55,8±7,1 38,5±5,6 58,9±10,9 37,5±5,1 56,6±12,1 33,4±5,1
Modelo6
55,9±5,7 37,4±5,3 57,6±9,7 37,0±4,7 58,0±8,2 33,1±5,6
Modelo7
56,7±5,9 38,2±5,3 59,7±9,7 38,1±5,0 58,6±7,3 34,8±5,6
Modelo8
56,2±5,1 38,5±3,8 56,5±7,0 36,5±4,5 57,5±2,8 31,9±4,4
Modelo9
55,9±5,9 37,3±5,4 58,5±9,9 37,2±4,8 57,7±8,1 31,9±4,4
Modelo10
55,4±5,9 37,6±5,1 57,3±9,4 36,5±4,7 54,4±7,5 31,5±5,6
Modelo11

VO2máx méd. = Consumo máximo de oxigênio mesurado em teste de esforço em esteira


rolante; Masc = masculino; Fem = feminino.
65

Tabela 3: Resultado para o VO2máx (ml/kg.min-1) obtido em teste de esforço


cardiopulmonar e estimado por modelos matemáticos para indivíduos jovens
saudáveis.

GR (n = 122) GV (n = 59)

Homens (n = Mulheres (n = Homens (n = Mulheres (n = 29)


54) 68) 30)

VO2máx 56,4±8,8 36,4±7,0 56,4±8,8 39,9±6,9


Modelo 1 57,1±6,4 36,6±5,0 55,2±4,8 38,9±6,3
Modelo 2 55,6±5,1 35,5±4,3 55,8±3,8 37,5±5,8
Modelo 3 56,2±7,8 36,5±6,0 53,9±6,1 39,9±7,4
Modelo 4 56,8±6,1 36,6±5,7 54,5±5,5 39,9±6,1
Modelo 5 56,9±5,6 36,7±4,4 56,2±4,2 39,2±6,1
Modelo 6 56,5±8,1 36,9±5,7 54,3±6,6 40,1±8,0
Modelo 7 56,3±6,7 36,2±5,4 54,2±5,8 39,4±6,9
Modelo 8 57,5±6,9 37,3±5,4 55,2±6,2 40,9±7,0
Modelo 9 56,3±5,4 36,2±4,9 55,1±4,3 38,8±6,3
Modelo 10 56,5±7,0 36,3±5,4 54,2±6,2 39,8±7,0
Modelo 11 55,8±6,8 35,7±5,6 53,1±6,2 39,4±7,1
66

Quadro 1: Modelos matemáticos para estimativa do consumo máximo de oxigênio (VO2máx)


pela ergoespirometria de esforço para indivíduos saudáveis, tendo como método de
referência o teste direto com análise de gases.

Modelos Modelos de estimativa do VO2máx R2 EPE

1 VO2máx = 12.92 + 2.31*(Velofinal) – 0.46*(%G) + 0.24*(VElim) 0,85 4,90

2 VO2máx = 27.65 + 3.79*(Tmplim) + 9.38*(sexo) – 0.12*(FClim) 0,76 6,50

3 VO2máx = 16.29 + 2.54*(Velofinal) – 0.32*(%G) + 0.35*(VElim) – 0,88 4,48


0.23*(M.C)

4 VO2máx = 37.35 + 0.87*(Tmplim) + 9.77*(sexo) – 1.30*(IMC) + 0,83 5,32


0.35*(VElim)

5 VO2máx = 30.14 + 3.17*(Tmplim) + 7.74*(sexo) – 0.14*(FClim) + 0,77 6,21


0.16*(VElim)

6 VO2máx = 33.08 + 2.41*(Velofinal) – 0.32*(%G) + 0.40*(VElim) – 0,89 4,34


0.26*(M.C) – 0.09*(FClim)

7 VO2máx = 54.46 + 1.33*(Tmplim) + 8.24*(sexo) – 1.26*(IMC) + 0,84 5,14


0.37*(VElim) – 0.13*(FClim)

8 VO2máx =47.41 + 1.49*(Tmplim) + 10.48*(sexo) + 0.42*(VElim) – 0,85 5,04


0.13*(FClim) – 0.39*(M.C)

9 VO2máx = 40.48 + 2.91*(Tmplim) + 7.0*(sexo) – 0.16*(FClim) + 0,78 5,97


0.19*(VElim) – 0.27*(Idade)

10 VO2máx = 51.46 + 1.33*(Tmplim) + 9.78*(sexo) – 0.5*(IMC) + 0,85 5,01


0.42*(VElim) – 0.13*(FClim) – 0.26*(M.C)

11 VO2máx = 54.70 + 1.49*(Tmplim) + 9.85*(Sexo) + 0.43*(VElim) – 0,86 4,95


0.15*(FClim) – 0.38*(M.C) – 0.21*(Idade)
Sexo = (1) mulheres e (2) homens; M.C. = Massa corporal em quilogramas (kg); %G =
Percentual de gordura pelo protocolo de três dobras de Jackson et al e Jackson e Pollock;
Velofinal = Velocidade obtida no final do teste de esforço; Velolim = Velocidade do limiar
ventilatório em quilômetros por hora (km/h); VElim = Volume expiratório para o limiar
ventilatório em litros (L); FClim = Freqüência cardíaca do limiar ventilatório em batimentos por
minuto (bpm); Tmplim = Tempo em que ocorreu o limiar ventilatório em minutos.
67

Figura 1: Resultados dos escores residuais para a Figura 2: Resultados dos escores residuais para a
predição do VO2máx pelo modelo matemático 9 de predição do VO2máx pelo modelo matemático 6 de
122 voluntários saudáveis de ambos os sexos. 122 voluntários saudáveis de ambos os sexos.
68

4 COMENTÁRIOS, CRÍTICAS E CONCLUSÕES

O desenvolvimento de uma nova proposta para avaliação da

aptidão cardiorrespiratória para indivíduos saudáveis de ambos os sexos foi

identificada durante o período em que trabalhamos como técnico no Laboratório de

Fisiologia e Treinamento – LAFIT, na Universidade Católica de Brasília, durante o

período de 1998 a 2001.

Em nossas observações, vimos que o teste de esforço indireto de

característica submáxima apresentava tendência a subestimar a aptidão

cardiorrespiratória, como relatado22, 27


. Isso por que os protocolos indiretos

considerados clássicos têm como fundamentação para estabelecer o consumo de

oxigênio estágios com intervalo que variam de um a três minutos e ao término de

cada estágio há o incremento na carga de trabalho, acarretando uma nova demanda

metabólica, o que descreveria um comportamento linear entre as cargas de trabalho

e o consumo de oxigênio35, 36
. No entanto, observa-se que a relação carga de

trabalho e consumo de oxigênio não apresentaria uma linearidade, principalmente

em cargas de esforço acima do limiar ventilatório, sendo a curva do consumo de

oxigênio em esforço melhor descrito por um ajuste quadrático ou logaritmo25.

Em 1999 iniciamos os estudos para a obtenção da titulação de

Mestre em Educação Física pela Universidade Católica de Brasília – UCB, sendo

concluído em 2001. Em nosso estudo buscamos analisar a relação entre os

percentuais do VO2máx comparados aos percentuais da freqüência cardíaca de

reserva (FCR) como critério para a determinação das intensidades de exercícios

aeróbicos. Como resultado de nossos estudos, observou-se que a prescrição das


69

intensidades baseada em equações de estimativa apresentou tendências em

subestimar ou superestimar as cargas de treinamento. Os resultados corroboraram

com os descritos em outros estudos63.

No ano de 2003, foi apresentado um pré-projeto de pesquisa ao

Prof. Dr. José Fernandes Filho. O objetivo do projeto centrava-se na elaboração de

modelos matemáticos baseados em parâmetros fisiológicos que permitissem a

estimativa das intensidades de treinamento de maneira individualizada, indo ao

encontro dos princípios científicos da preparação física. No ano de 2004 publicamos

no periódico Fitness & Performance Journal um estudo comparativo em que

diferentes modelos matemáticos (equações) de predição da freqüência cardíaca

máxima (FCmáx) foram analisados. O estudo demonstrou que a equação FCmáx= 220

– idade, superestima a FCmáx em indivíduos jovens, corroborando os resultados

observados por outros pesquisadores58,64. A publicação desse artigo em revista “C”

internacional deu a condição necessária para submeter o projeto ao Programa de

Pós-Graduação Strictu-Senso em Ciências da Saúde da Universidade Federal do

Rio Grande do Norte - UFRN.

Em setembro do mesmo ano obtivemos o aceite do projeto de

pesquisa “Elaboração de Modelos Matemáticos para Prescrição de Exercícios

Aeróbicos em Indivíduos Saudáveis por Meio da Variabilidade da Freqüência

Cardíaca de Repouso”, para o nível de Doutorado, sofrendo alterações em seguida

para o tema “MODELOS MATEMÁTICOS PARA ESTIMATIVA DO CONSUMO

MÁXIMO DE OXIGÊNIO PELA VENTILOMETRIA DE ESFORÇO EM INDIVÍDUOS

SAUDÁVEIS”, no qual passamos a estudar o desenvolvimento e a analisar modelos

matemáticos de predição que estivessem relacionados a aptidão cardiorrespiratória.

Nesse contexto, houve a necessidade da realização de


70

recortes que permitissem estudar as variáveis intervenientes no desenvolvimento

desses modelos de predição, como a aptidão física, pois, segundo Barbanti, Tricoli,

Ugrinowisch1, os estímulos ambientais proporcionam alterações significativas no

nível de aptidão física. A partir dessa observação, elaborou-se um artigo, cujo

objetivo foi a validação cruzada de equações de estimativa do VO2máx sem a

realização de teste de esforço para a população brasileira, publicado na Revista

Acta Cirúrgica Brasileira em março de 2005.

O objetivo desses métodos matemáticos de estimativa seria o

levantamento epidemiológico da aptidão cardiorrespiratória28. Os resultados obtidos

demonstraram que as equações estudadas subestimaram o VO2máx de brasileiros

jovens, inviabilizado sua aplicação em estudos epidemiológicos. Os resultados

obtidos motivaram na elaboração de modelos que permitissem tal abordagem para a

população brasileira. Os modelos matemáticos desenvolvidos para estimativa do

consumo máximo de oxigênio sem a necessidade da realização do teste de esforço

cardiorrespiratório apresentaram em nosso estudo resultados estatísticos de

consistência significativa (p < 0,001). O erro padrão de estimativa para os modelos

desenvolvidos como recorte desta tese foi de 3 ml/kg.min-1, o que não é superior ao

consumo de oxigênio 5 ml/kg.min-1, como apresentado no levantamento realizado

por Maranhão, Farinatti28.

Cabe lembrar que o VO2máx predito por esses modelos não são

destinados à prescrição de programas de exercícios aeróbicos, devido ao fato da

necessidade de se poder analisar a resposta cardiovascular ao esforço,

principalmente se o objetivo do teste é a determinação das cargas de treinamento e

não estudos epidemiológicos28,29.

Considerando que o propósito principal da presente tese


71

fundamenta-se no desenvolvimento de uma ferramenta de baixo custo que

possibilite avaliar a aptidão aeróbica de forma rápida e sem a necessidade da

mensuração direta da VO2máx, mais uma questão foi investigada devido o seu

impacto na determinação do VO2máx, que seria a escolha do protocolo a ser aplicado,

assim, procedeu-se a investigação de diferentes protocolos na determinação do

VO2máx.

Com as informações do estudo anterior publicados percebeu-se a

necessidade de verificar qual seria o protocolo a ser adotado para a obtenção do

consumo de oxigênio VO2máx e da freqüência cardíaca máxima (FCmáx). A escolha do

protocolo de teste a ser adotado na avaliação cardiorrespiratória é questionável,

devendo ser observado o objetivo. Pesquisas apontam que os protocolos indiretos

de ergometria apresentam tendência em subestimar o VO2máx36,65.

Pelo fato de haver divergências para essa questão, celebramos o

artigo “Avaliação do Consumo Máximo de Oxigênio e da Freqüência Cardíaca

Máxima por Diferentes Protocolos em Indivíduos Sadios”. Realizou-se o estudo o

qual teve por objetivo verificar a possível diferença entre os protocolos para a

determinação do VO2máx e a FCmáx para prescrição de exercícios aeróbicos para

indivíduos jovens. Os resultados demonstraram que não houve diferença estatística

significativa entre os protocolos, porém se observou que o protocolo proposto por

Bruce et al66 apresentou resultados inferiores para as duas variáveis quando

comparado com os resultados dos protocolos de rampa e progressivo com intervalo

de um minuto entre as cargas.

Os protocolos analisados apresentaram comportamento similar

não havendo diferenças estatísticas significativa para o VO2máx, o que converge para

os resultados apresentados por Foster35. No entanto, Astrand et al48 citam que


72

protocolos com cargas incrementais não teriam a acuidade necessária para

determinar o VO2máx. Esse seria outro paradigma a ser quebrado no campo da

fisiologia do exercício. Ao se assumir que o VO2máx encontra-se no pico do esforço,

significa que a capacidade de oxidação dos ácidos graxos estaria aumentando invés

de diminuir, o que não faz sentido55,56.

A teoria apresentada por Astrand ganha base ao se analisar as

novas teorias de ajuste da curva do consumo de oxigênio25; ao mesmo tempo, a

resposta neuromuscular relacionada à fadiga central e periférica parece ter uma

influência sobre o consumo de oxigênio67-69. Dessa feita, a determinação do

protocolo a ser adotado para a obtenção do consumo de oxigênio (VO2) e da

freqüência cardíaca (FC) poderá interferir na relação dos percentuais do VO2màx.

Embora não seja a linha de pesquisa da presente tese,

investigamos outros modelos matemáticos para a prescrição das intensidades do

exercício aeróbico nesse intervalo, apresentando ao profissional envolvido no

processo de planejamento do treinamento informações que possam facilitar a opção

pelo melhor método de prescrever as intensidades.

Um dos estudos comparou dois métodos para a determinação da

intensidade do exercício aeróbico, respeitando o critério em que os percentuais do

VO2máx são considerados como padrão ouro para a prescrição das intensidades do

treinamento aeróbio30, comparados aos percentuais do consumo de oxigênio de

reserva (VO2R) proposto por Swain, Leutholtz63, para prescrição das intensidades.

Os resultados obtidos demonstraram que as intensidades de treinamento aeróbico

determinadas pelo VO2R que utilize um protocolo indireto para a determinação do

VO2máx, poderá aumentar a margem de erro, já que os protocolos de ergometria

indiretos tendem a subestimá-lo 22,27.


73

Os resultados obtidos nos estudos propiciaram uma gama de

informações quanto ao objetivo principal da tese. Embora os resultados obtidos nas

publicações e estudos citados possam estabelecer uma base para o

desenvolvimento dos modelos de regressão múltipla, o referencial teórico voltado

para essa temática é rico em divergências, o que acaba por dificultar a análise dos

dados54, 56,70.

A realização do teste de esforço cardiopulmonar também se

tornou outra dificuldade, devido aos avaliados faltarem aos testes, não se aterem às

solicitações e às recomendações pré-teste ou à indisponibilidade dos equipamentos.

O manuseio do Sistema ErgoPC ELITE® e do analisador de gases VO2000 não

foram considerados barreiras em razão da experiência adquirida nos três anos de

atuação no Laboratório de Fisiologia e Treinamento – LAFIT/UCB.

Os estudos anteriores e a revisão da literatura instigaram e

motivaram a elaboração desta tese, diante da necessidade da quebra de

paradigmas nessa linha de estudo que acompanhassem a evolução dos

equipamentos na área da ergoespirometria, proporcionando o suporte para a

prescrição de exercícios aeróbicos. A maioria dos estudos relaciona as intensidades

dos exercícios físicos aos percentuais do VO2máx50,63,64 utilizando métodos evasivos,

que estão diretamente relacionados à performance atlética45,46, atendendo a uma

faixa restrita da população, além de exigir de equipamentos sofisticados para

mensuração da concentração de lactato sanguíneo. Desta forma, uma faixa maior da

população não é contemplada por esses estudos46,71 necessitando assim, de um

método mais acurado, diante do elevado índice de doenças relacionadas ao

sedentarismo na população brasileira e mundial17,38,41.

Apesar dos avanços tecnológicos permitirem uma análise cada


74

vez mais acurada das trocas respiratórias, propiciando observar a relação entre o

consumo de oxigênio às cargas de esforço físico, o alto custo operacional e logístico

dos analisadores metabólicos de gases impede sua difusão e utilização em uma

escala maior da população36, 62,65. Desse modo, existe a necessidade de técnicas e

métodos que permitam aprimorar a avaliação da capacidade cardiorrespiratória por

equipamentos de baixo custo, mas que apresentem uma melhor acurácia, e o uso da

espirometria mostrou-se eficiente, quando combinado aos modelos aqui propostos.

Como o objetivo principal de nossa tese foi a elaboração de

modelos de estimativa para avaliar a aptidão aeróbica em indivíduos saudáveis, o

mesmo resultou na criação de uma ferramenta possa se obter informações sobre a

resposta fisiológica ao esforço por meio de equipamentos de baixo custo. Para tanto,

a linha de raciocínio empregada foi alicerçada nos conceitos da fisiologia do

exercício, em que podemos observar a integração dos diferentes sistemas funcionais

na busca da homeostase72.

A avaliação das valências físicas relacionadas à aptidão física

permite o planejamento do treinamento físico de forma adequada, visando atingir os

objetivos do programa de exercícios previamente estabelecido21. A avaliação das

respostas cardiorrespiratórias às cargas de trabalho impostas pelos protocolos de

ergometria tornou-se fundamental no processo de periodização, devido à relação

linear entre o consumo de oxigênio e/ou freqüência cardíaca e o esforço físico,

embora tenha sido contestada tal relação25. Os modelos de regressão a descreve, o

que permite inferir nas relações das trocas respiratórias nos tecidos31, 69.

Teoricamente, o VO2máx está diretamente relacionado ao débito

cardíaco e a diferença arterio-venosa27,72 e não apenas à massa livre de gordura.

Indivíduos que realizavam treinamento de força (hipertrofia) não apresentaram


75

necessariamente um maior VO2máx, principalmente pela especificidade relacionada

ao treinamento45,48, o descarte da massa livre de gordura das variáveis do presente

estudo convergindo para esse fenômeno. Verifica-se que o percentual de gordura,

assim como o IMC, foi incluído como indicador negativo, confirmado a hipótese de

que os componentes corporais influenciam na avaliação do VO2máx, o que se

contrapõem as teorias de Astrand48.

Os valores observados para o Índice de Massa Corporal (IMC)

com uma variação de 16,0 kg/m2 a 32 kg/m2 caracterizam uma heterogeneidade do

grupo, o que é uma flutuação amostral desejada em função do objetivo do estudo. O

mesmo comportamento é observado para o percentual de gordura que oscilou entre

4,1 a 27,2% para os homens e de 10,9 a 39,0% nas mulheres, demonstrando que no

grupo se encontram indivíduos ativos e sedentários. A classificação pelo VO2máx

confirma a heterogeneidade, já que o VO2máx do grupo masculino oscilou entre 36,9

a 72,2 ml/kg.min-1 e o do grupo feminino de 18,7 a 55,5 ml/kg.min-1.

O ponto divergente em relação a influência da massa livre de

gordura seria os resultados obtidos em estudos que demonstraram que o

treinamento de força estimula o aumento das mitocôndrias nas fibras glicolíticas73.

Essa relação é objeto de estudo da fisiologia do exercício há quase um século54,


68,69
, entendendo, o que proporciona o aumento no número de mitocôndrias seriam

estímulos aeróbicos e não anaeróbicos. O entendimento das respostas fisiológicas

ao esforço físico resulta no aprimoramento e no desenvolvimento de equipamentos

relacionados ao processo da mensuração, permitindo dessa maneira a quebra de

paradigmas seculares74.

Isso se fundamenta pela tendência dos protocolos indiretos de

ergometria em subestimar a capacidade cardiorrespiratória22, 27


, principalmente
76

quando são utilizadas as cargas de esforço em intensidade submáxima. A

comparação dos valores estimados pelos modelos desenvolvidos e o modelo

recomendado pelo ACMS20, equação de Foster et al35, para a estimativa do VO2máx,

em dois momentos: o primeiro, tendo a velocidade e a inclinação correspondentes

ao LVII; e o segundo, com a velocidade e inclinação final do teste corroborando as

afirmações anteriores, já que o VO2máx para o primeiro momento foi de 41,7±6,8

ml/kg.min-1 para um EPE = 0,89 e r = 0,71; quando comparadas as médias, foram

encontradas diferenças estatísticas significativas tanto para o VO2máx mensurado em

teste direto, quanto para todos os modelos desenvolvidos no presente estudo,

subestimando o VO2máx.

O resultado do VO2máx calculado para velocidade e inclinação

finais para o teste foi de 51,8±9,9 ml/kgmin-1 com um EPE = 1,3 e r = 0,84;

adotando-se a carga de esforço máximo, não se observou diferença estatisticamente

significativa, quando comparados aos resultados calculados pelos modelos

desenvolvidos no presente estudo e para o VO2máx mensurado em teste. Observa-se

que a correlação para o primeiro momento é considerada estatisticamente como

forte (r = 0,71). No entanto, não seria recomendado utilizar a velocidade e inclinação

correspondentes ao LVII na equação proposta por Foster et al35 para estimar o

VO2máx. O principal motivo desse erro é que no protocolo se leva em consideração a

velocidade e inclinação de interrupção do teste.

As análises dos escores residuais confirmam a tendência da

equação superestimar em até 15,57% da amostra quando utilizada a velocidade e

inclinação finais de teste. Para a velocidade e inclinação correspondentes ao LVII

observa-se que a equação subestima 27,86% da amostra.

Outro ponto desfavorável ao se aplicar os protocolos indiretos de


77

ergometria, tendo a intensidade submáxima como critério de interrupção, é que a

maioria dos indivíduos sedentários apresenta LVII abaixo de 80% do VO2máx, estando

o mesmo aproximadamente em 70% da sua capacidade máxima36. Segundo Foster

et al35, a determinação do VO2máx independe do protocolo utilizado. Porém, quando

se utiliza a velocidade e inclinação correspondentes ao LVII, o VO2máx foi

subestimado pelo modelo proposto por esses autores. O que não ocorreu com os

modelos desenvolvidos no presente estudo, permitindo a obtenção de resultados

fidedignos no tocante à avaliação da aptidão cardiorrespiratória independente do

nível de treinamento.

No entanto, o método indireto tem suas vantagens quando

comparado ao método direto, sendo a principal, o baixo custo36. A interrupção do

teste a uma intensidade submáxima de 80% da freqüência cardíaca máxima (FCmáx)

estimada pela equação 220 – idade também pode ser apontada como uma

vantagem20,23. Embora existam essas vantagens, pode-se afirmar que há outras

tantas desvantagens, quando a mesma é utilizada para determinação das

intensidades de exercícios físicos. Além da tendência em subestimar o VO2máx, a

equação para estimativa da FCmáx tende a superestimar a FCmáx de indivíduos

jovens e de subestimar em idosos58,59, Engels, Zhu, Moffatt64 descrevem que a

referida equação, quando utilizada na prescrição, superestima as intensidades.

As retas de regressão linear múltipla obtidas resultaram no

desenvolvimento de onze modelos matemáticos de estimativa do VO2máx, tendo o

LVII como variável de referência. As variáveis independentes que apresentaram

coeficiente de colinearidade significativo na construção das retas pelo método

stepwise visando a predição do VO2máx foram ventilação no ponto de deflexão do

limiar (VElim = 53,4±15,7 l/min); freqüência cardíaca no ponto de deflexão do limiar


78

(FClim = 172,6±13,5 bpm); velocidade no ponto de deflexão do limiar (Velolim =

10,6±4,9 km/h); tempo do em minutos onde ocorreu o ponto de deflexão do limiar

(Tmplim = 6’50’’±1’97’’ min/seg); massa corporal (MC) em kg; índice de massa

corporal (IMC) em quilograma por metro quadrado (kg/m2); percentual de gordura

(%G); idade em anos; sexo (1 = feminino e 2 = masculino) e velocidade final do teste

(Velofinal = 12,5±2,2 km/h). As outras variáveis antropométricas e de esforço

apresentaram coeficiente de correlação igual a 1 expressando multicolinearidade,

sendo descartadas pelo método stepwise. O VO2máx mensurado no teste de esforço

cardiopulmonar máximo foi considerado como variável dependente. Os valores

médios e o desvio padrão (Média±DP) para o VO2máx mensurado e estimado pelos

diferentes modelos desenvolvidos foram distribuídos pela faixa etária do GR.

Ao se aplicar a análise de variância ANOVA nos valores do

VO2máx estimados pelos modelos desenvolvidos pela regressão múltipla não foram

obtidas diferenças estatisticamente significativas (p<0,05) quando comparadas aos

valores mesurados no teste de esforço cardiorrespiratório. Este teste demonstra que

os modelos desenvolvidos apresentam poder de predição satisfatório para estimar o

VO2máx. Como critério de análise, os voluntários que compõem o GR foram divididos

em subgrupos tendo como referência a idade. Essa divisão analisou o

comportamento dos modelos matemáticos aplicados às distintas faixas etárias.

Observou-se que o comportamento dos modelos foi estável

quando comparados os resultados do VO2máx para todos os subgrupos etários, não

havendo diferenças estatisticamente significativas entre os valores mensurados e os

estimados. Esse comportamento pode ser explicado pelo erro padrão de estimativa

(EPE) dos modelos matemáticos, pois em média o EPE foi de 5,26 ml/kg.min-1 o que

pode ser considerado como uma margem de erro satisfatória na estimativa do


79

VO2máx para indivíduos sedentários ou ativos. O EPE médio observado representa

um ∆% de 9,32 para os homens e um ∆% de 14, 45 para as mulheres. Ressalta-se

que o intervalo adotado para idade difere dos descritos na literatura26, optando-se

por um intervalo de cinco anos em vez de dez anos em virtude da variação da idade

da amostra encontrar-se entre a idade mínima e máxima de tabelas de referência

para o nível de aptidão cardiorrespiratória26.

Os resultados médios do VO2máx calculados pelos modelos

matemáticos desenvolvidos para GV não apresentaram diferença estatística

significativa (p < 0,05) quando comparados aos resultados do teste de esforço

cardiopulmonar máximo para esse grupo, sendo aceita a hipótese de que o VO2máx

pode ser estimado tendo-se como ponto de referência o LVII.

Em termos gerais, observa-se que os modelos subestimaram por

volta de 17% do consumo máximo de oxigênio dos indivíduos e superestimaram em

torno de 13% para um erro padrão de estimativa (EPE) adotado de 6 ml/kg.min-1,

embora o EPE médio observado para os modelos seja de 5,14 ml/kg.min-1 para DP

médio do VO2máx de 7,88 ml/kg.min-1. Isso é perfeitamente aceitável, já que o grupo

amostral apresenta níveis de aptidão aeróbica tão heterogenia.

A fundamentação para a utilização do VLII na determinação do

VO2máx apóia-se alguns pontos. Primeiramente, os ajustes rápidos da ventilação no

início do exercício físico estariam diretamente relacionados aos quimiorreceptores

aferentes que informam a tensão gerada pelo movimento sobre os fusos musculares

ao córtex motor, ocasionando o aumento do volume ventilatório mais pela quebra da

homeostase do que pelo débito de oxigênio63,72. Segundo Wasserman et al31, esse

comportamento visa restabelecer a homeostase quebrada pela demanda metabólica

nas células. No entanto, até este momento, o aumento no metabolismo energético


80

pela musculatura em atividade não se dá pela via glicolítica, o que não seria

suficiente para aumentar a pressão sangüínea de CO2 (PCO2), pois são utilizadas

basicamente as reservas de creatina fosfato (CP) e de adenosina trifosfato

(ATP)31,55,56. Com o incremento do esforço, observa-se que a demanda metabólica

para geração de energia tem maior contribuição da via glicolítica, provocando

acidose metabólica56 e acarretando aumentos na concentração de íons de H+ isto

provoca ativação da enzima lactato desidrogenase (LHD) de maneira a favorecer o

tamponamento, gerando aumentos da PCO2, que é detectada pelos

quimiorreceptores nos corpos carotídeos, e estimula um novo ajuste ventilatório54,63,

afim de restabelecer a homeostase. Segundo Dempsey75, o aumento da ventilação

durante os exercícios físicos, de leve a moderado, apresenta uma relação linear com

o VO2 que é perdida após intensidades acima do LVII. Lima Silva e Oliveira25 relatam

que exercícios realizados na fase III estimulam o consumo de oxigênio ao seu limite

máximo.

Esse ponto é descrito como o momento onde o organismo produz

concentrações maiores de íons de H+, quando a capacidade de tamponamento é

superada, indicando que o exercício se encontra em intensidade anaeróbica ou

acima da capacidade submáxima31,45. Åstrand et al48 citam que os testes

ergométricos contínuos seriam melhores para a determinação da potência aeróbica

do que os testes incrementais, convergindo as explicações do componente lento

relacionado ao VO2 na fase III25, isso ocorre pelo fato da necessidade do organismo

necessitar de um aporte maior de O2 para realizar a óxido-redução dos íons de H+


63,54
. Tal observação permite inferir que os resultados para o VO2máx obtidos pelos

modelos desenvolvidos no presente estudo permitem estimar a potência aeróbica


81

máxima a partir do LVII, principalmente quando analisadas as relações do

metabolismo energético durante os exercícios.

Com a determinação do LVII, as intensidades de treinamento

poderão ser estabelecidas a partir desse ponto e não pelos percentuais do VO2máx,

já que a determinação das intensidades pelos percentuais do VO2máx vem sendo

questionada para a prescrição dos exercícios aeróbicos76. De fato, o ponto de corte,

se assim pode ser chamado, para a prescrição dos exercícios aeróbicos em

indivíduos saudáveis seria o LVII e não o VO2máx. As intensidades acima desse ponto

seriam atividades anaeróbicas e já não estaria sendo mensurada a potência

aeróbica. A mensuração do VO2máx nas academias é uma forma de diagnóstico e

não de prognóstico, que se deve ao fato de ele ser relacionado com as

características genotípicas e fenotípicas77.

Como os resultados obtidos, tanto para o GR como para o GV, não

apresentaram diferença significativa para o VO2máx mensurado, pode-se inferir que

as equações desenvolvidas representam um bom parâmetro para determinação do

VO2máx a partir do LVII, podendo ser aplicadas em indivíduos brasileiros jovens,

ativos e sedentários.

Conclui-se que os modelos de regressão linear desenvolvidos no

presente estudo podem ser aplicados na avaliação do VO2máx em indivíduos

saudáveis tendo como equipamento a ventilometria.

O ponto de relevância do presente estudo é a aplicabilidade de

modelos de regressão linear na estimativa do VO2máx utilizando, para tanto,

equipamentos de baixo custo, e propiciando uma maior acurácia na avaliação da

aptidão cardiorrespiratória sem a necessidade de analisadores de gases. Ressalta-

se que o teste passa a apresentar uma característica submáxima independente do


82

percentual FCmáx64, além de permitir a individualização do protocolo de teste em

função das características do avaliado35,67,78. Passando a ser como critério de

referência para a interrupção do teste, a análise do volume expirado (VE) no

momento em que o indivíduo apresenta um aumento exponencial do VE31,

aumentando a segurança e aplicabilidade do resultado obtido no teste de esforço,

principalmente em indivíduos sedentários.

Como fatores limitantes dessa proposta a qualificação do

profissional no momento da marcação do LVII, principalmente pelas divergências

indigitadas na literatura, embora os estudos de Pires et al49 não tenham observado

diferenças significativas entre avaliados experientes na marcação do LVII.

A média de idade da amostra é outro fator limitante, já que não se

pode afirmar que os modelos desenvolvidos no presente estudo podem predizer de

forma satisfatória o VO2máx de indivíduos com idade superior à da amostra, embora

existam modelos que levam em consideração essa variável.

O ergômetro utilizado no presente estudo, apesar de ser

amplamente difundido, pode ser considerado uma limitação, já que os modelos

foram desenvolvidos em esteira, o que impede a extrapolação de sua utilização em

cicloergometros, sendo necessário estudo complementar.

Esses pontos de limitação do presente estudo indicam a

implantação de uma linha de pesquisa a ser traçada, permitindo-nos desenvolver e

orientar trabalhos acadêmicos de estudantes de graduação e pós- graduação na

área da atividade física.


83

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