Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
AULA 2
2
TEMA 1 – ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA RESPIRATÓRIO
Créditos: snapgalleria/Shutterstock.
4
TEMA 2 – MECÂNICA VENTILATÓRIA
Figura 3 – Pleura
Créditos: Blamb/Shutterstock.
5
Quando o músculo diafragma e os músculos intercostais externos se
contraem, o conteúdo abdominal é forçado para baixo e para frente e as costelas
são levantadas para cima e para fora, fatores determinantes para o aumento do
volume da caixa torácica (Figura 4), que ao se expandir permite que a pressão
intrapleural se torne negativa, visto que a pleura parietal é tracionada juntamente
com a caixa torácica, aumentando o volume da cavidade pleural. A pressão
intrapleural negativa traciona também a pleura visceral que está aderida aos
pulmões, e este, portanto, é tracionado em direção à parede torácica. Com a
distensão dos pulmões, ocorre um aumento no volume dos alvéolos, diminuindo
a pressão intra-alveolar, que se torna negativa, permitindo a entrada de ar nos
pulmões. Em uma inspiração profunda, músculos inspiratórios acessórios como
os esternocleidomastoideos, os escalenos e o serrátil anterior se contraem,
contribuindo para o aumento do volume da caixa torácica e consequente
diminuição da pressão intra-alveolar. Dessa maneira, é possível que uma maior
quantidade de ar entre nos pulmões.
Créditos: EreborMountain/Shutterstock.
6
A expiração é considerada um movimento passivo, pois nesse processo
a musculatura inspiratória vai sofrendo gradual desativação e a energia
armazenada no tecido pulmonar e na parede torácica, durante sua distensão na
inspiração, promove a retração desses tecidos. Em situações que demandam
uma expiração forçada, como em uma atividade física ou tosse, por exemplo, a
contração dos músculos abdominais promove a compressão do conteúdo
abdominal para cima, bem como o diafragma para o interior do tórax, o que
diminui o volume da caixa torácica, aumentando a pressão intra-alveolar, com
saída de maior quantidade de ar dos pulmões.
Volumes pulmonares:
Volume de ar inspirado ou expirado a cada
Volume corrente (VC)
respiração em repouso (cerca de 500ml)
Volume de ar extra que pode ser inspirado em
Volume de reserva inspiratório (VRI)
uma inspiração profunda (cerca de 3.000ml)
Volume de ar extra que pode ser expirado
durante expiração forçada após o término de
Volume de reserva expiratório (VRE)
uma expiração corrente normal (cerca de
1.100ml)
Volume de ar que permanece nos pulmões
Volume residual (VR) após a expiração forçada máxima (em torno
de 1.200ml)
Capacidades pulmonares:
Volume de ar que um indivíduo pode inspirar,
ao final de uma expiração normal até a
Capacidade inspiratória (CI)
distensão máxima dos pulmões (VC + VRI =
3.500ml)
Volume de ar que permanece nos pulmões ao
Capacidade residual funcional (CRF) final da expiração normal (VRE + VR =
2.300ml)
Volume de ar que pode ser expirado com
Capacidade vital (CV) esforço máximo após uma inspiração
profunda (VRI + VC + VRE = 4.600ml)
7
Volume máximo até o qual os pulmões podem
Capacidade pulmonar total (CPT) ser expandidos com o máximo esforço
possível (CV + VR = 5.800ml)
Créditos: Inspiring/Shutterstock.
9
Apesar de poder ser transportado pelo plasma sanguíneo, a maior parte
do gás oxigênio se combina com a proteína hemoglobina presente nas hemácias
para seu transporte e cada molécula de hemoglobina é capaz de se ligar a quatro
moléculas de oxigênio. Nos capilares pulmonares, a hemoglobina entra
rapidamente em combinação reversível com o oxigênio e passa a ser chamada
de oxiemoglobina (HBO2). É essa reversibilidade da reação que possibilita que
o oxigênio seja liberado para os tecidos.
O gás carbônico, como subproduto da respiração celular, é
potencialmente tóxico se não for excretado, fazendo o pH sanguíneo diminuir,
situação conhecida como acidose, responsável pela desnaturação de proteínas
e efeitos nocivos no sistema nervoso central. Esse gás pode ser transportado
livre no plasma sanguíneo e ligado à hemoglobina, entretanto, a maior parte dele
é transformada em bicarbonato (HCO3-) dentro das hemácias, numa reação que
envolve a formação do ácido carbônico (H2CO3). Nos pulmões, o ácido carbônico
é convertido em gás carbônico e água, onde o gás carbônico pode ser eliminado.
É por meio desse mecanismo que o sistema respiratório participa da regulação
do equilíbrio ácido-básico do organismo.
10
Figura 6 – Controle nervoso da respiração
Créditos: Blamb/Shutterstock.
11
Neurônios motores espinais inervam os músculos respiratórios como o
diafragma e, por meio dos disparos de potencial de ação, dão início à inspiração.
Quando os potenciais de ação cessam, ocorre a expiração, pois os músculos
inspiratórios relaxam e os pulmões elásticos se retraem. Em situações como o
exercício, quando a contração dos músculos expiratórios facilita a expiração, os
neurônios que inervam esses músculos, que não estavam ativos durante a
inspiração, começam a disparar durante a expiração.
Quimiorreceptores periféricos presentes no arco aórtico e seios
carotídeos, próximos aos barorreceptores envolvidos no controle da pressão
arterial, enviam para o SNC informações sensoriais sobre as mudanças na PO2,
no pH e na PCO2 plasmática. Da mesma forma, quimiorreceptores centrais
respondem a alterações na concentração de gás carbônico no líquido
cerebrospinal. Os receptores centrais primários estão na superfície ventral do
bulbo, perto dos neurônios envolvidos no controle respiratório. Se pouco
oxigênio estiver presente no sangue arterial destinado ao encéfalo e a outros
tecidos, a frequência e a amplitude da respiração aumentam. Se a taxa de
remoção do gás carbônico pelos pulmões for menor do que a sua produção pelas
células, a PCO2 arterial aumenta e a ventilação é intensificada com o objetivo de
eliminar o CO2. Esses reflexos homeostáticos operam constantemente,
mantendo a PO2 e a PCO2 arterial dentro de uma faixa estreita de normalidade.
Em algumas dessas situações, as vias neurais vão diretamente para os
neurônios motores somáticos, desviando da rede de controle no tronco
encefálico. Portanto, processos mentais conscientes ou inconscientes também
afetam a atividade respiratória. Isso ocorre porque os centros superiores no
hipotálamo e no cérebro podem alterar a atividade da rede de controle no tronco
encefálico para mudar a frequência e a amplitude da ventilação. É possível
prender a respiração voluntariamente até que a PCO2 se eleve no líquido
cerebrospinal, ativando o reflexo quimiorreceptor, forçando a inspiração,
exemplo de como o controle voluntário da respiração pode acontecer. A
respiração também pode ser afetada pela estimulação de partes do sistema
límbico. Por essa razão, atividades emocionais e autonômicas, como medo e
excitação, podem afetar o ritmo e a amplitude da respiração.
O acúmulo de muco e partículas estranhas produz reflexo de espirro ou
tosse para limpar a árvore respiratória. Nesse caso, esses fenômenos são
mediados por receptores na mucosa das vias respiratórias a partir da cavidade
12
nasal, promovendo broncoconstrição, tosse e aumento da frequência respiratória
para o espirro.
Os sistemas circulatório, respiratório e renal funcionam em sincronia, a
fim de manter a homeostasia dos fluidos e o equilíbrio ácido-básico. A respiração
está intimamente associada à função cardiovascular, e os centros integradores
para essas funções estão localizados no tronco encefálico, onde interneurônios
projetam-se entre as duas redes, permitindo a sinalização de um lado para o
outro.
NA PRÁTICA
FINALIZANDO
13
volume da caixa torácica e da pressão intrapleural, o que permite a diferença de
pressão necessária para a entrada e saída do ar.
A partir dessas informações, foi possível entender quais são os volumes
e capacidades pulmonares em diferentes situações relacionadas à respiração,
como em uma inspiração profunda ou uma expiração forçada, por exemplo.
Nesse contexto, a ventilação alveolar é um parâmetro importante para a eficácia
das trocas gasosas nos pulmões, que ocorrem por um processo denominado
difusão, onde O2 e CO2 são trocados a favor de um gradiente de concentração
e, dessa maneira, o O2 alveolar pode adentrar os capilares pulmonares e o CO2
sanguíneo pode passar em direção aos alvéolos para sair durante a expiração.
No final, constatamos a importância do controle nervoso da respiração
através dos receptores periféricos e centrais, que reconhecem alterações na
concentração dos gases respiratórios e encaminham essas informações aos
centros de controle localizados no bulbo e na ponte, de onde partem respostas
a fim de regular a frequência e a amplitude da respiração, atendendo às
necessidades energéticas teciduais.
14
REFERÊNCIAS
HALL, J. E.; HALL, M. E. Guyton & Hall: Tratado de Fisiologia Médica. 14. ed.
Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2021. E-book.
15