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Título: Mecânica da ventilação pulmonar.

Sumário:

1- Dinâmica da inspiração e expiração.


2- Força motora e restritiva do processo da respiração.
3- Pressões respiratórias: pressão intralveolar e intrapleural.
4- Conceito de trabalho respiratório.
5- Volúmenes e capacidades.
6- Ventilação alveolar e fatores que a afetam.

Bibliografia:

- Fisiologia medica. Arthur C. Guyton.

- Notas de sala-de-aula.

Objetivos:

- Interpretar as expressões funcionais e os fatores que determinam a


mecânica da ventilação pulmonar.

- Predizer as expressões funcionais que se produzem por alterações da


mecânica da ventilação pulmonar.

Na aula anterior estudamos a circulação, podemos generalizar:

- Virtualmente todo o gasto cardíaco circula pelos pulmões.

- O coração direito é que faz chegar o sangue aos pulmões, sendo sangue
venoso procedente de todo o corpo de onde tomou o CO2 e deixou o O2.

- Em dependência da quantidade de ar novo ou fresco que exista nos


pulmões e de sua possibilidade de intercâmbio com o sangue, esta
recupera as concentrações de O2 e CO2 próprio do sangue arterial.

Desenvolvimento:

Motivação: todos conhecem que quando se suspeita que uma pessoa


morreu, olhamos se seu tórax se move ou não. Se não se move dizemos:
“não respira”, seguidamente confirmamos se seu coração pulsa.

- Que relação existe entre os movimentos do tórax e a respiração?

- É possível medir o ar que entra e sai dos pulmões durante a respiração?

1- Dinâmica da inspiração e expiração: a verdadeira respiração é a


que ocorre a nível celular, processo que vocês estudam a Biologia celular
e molecular. Hoje estudaremos a fisiologia respiratória a qual tem várias
etapas que são:

- Ventilação pulmonar.

- Intercâmbio de gases a nível da membrana respiratória.

- Transportei de O2 e CO2 no sangue e líquidos corporais.

- Regulação da ventilação.

a) Ventilação pulmonar: é o movimento de entrada e saída de ar entre a


atmosfera e os alvéolos pulmonares, o qual tem duas fases: inspiração e
expiração. A inspiração se produz por movimentos de expansão da caixa
torácica e os pulmões e leva implícito a entrada de ar, a expiração se
produz por movimentos de retração que produz a saída do ar dos
pulmões. Nesta dinâmica participam: ossos, cartilagens e músculos e as
respectivas articulações.

- Coluna vertebral.

Ossos - Costelas

- Esterno

- Diafragma.

Músculos - Intercostales externos.

Inspiratorios - Esternocleodomastoideo.

- Serratos anteriores.

- Escalenos.

Músculos - Retos abdominais.

Expiratórios - Intercostales internos.

Durante a inspiração se produz a expansão da caixa torácica e isto


suporta ao incremento dos 3 diâmetros da mesma, quer dizer do diâmetro
vertical, antero- posterior e do transversal.

Quando se contrai o diafragma aumenta o diâmetro vertical, pois se


retifica o abombamiento deste músculo.
Quando se contraem os músculos intercostales externos se eleva a caixa
torácica, as costelas que normalmente anterior e outra posterior se
elevam. Rodam para fora e a cara posterior se volta posteroinferior e com
isso projetam o esterno para frente, o que produz um aumento do
diâmetro transversal e anteroposterior.

Como na inspiração se produz pela contração de um grupo de músculos


é sempre um processo ativo (existe o consumo de energia).

Quando se deixa de contrair os músculos inspiratorios, por retração do


tecido elástica que conforma o parênquima pulmonar e a caixa torácica
esta diminui seu volume, quer dizer (e/d), ocorre a expiração normal, por
isso este é um processo passivo. A expiração é ativa quando se realiza
forçadamente, onde se contraem os músculos expiratórios.

2- Forças motoras e resistivas do processo da respiração:

Elasticidade do tórax e os pulmões: na dinâmica da respiração existem


forças que se opõem à expansão e outras que o favorecem:

Forças que se opõem:


a) Forças elásticas que exercem a tecido de fibras de elastina e colágena
do parênquima pulmonar.

b) Tensão superficial de os líquidos banham os alvéolos.

c) Resistência tisular não elástica

Forças que favorecem:


a) Pressão negativa pleural: esta pressão é de -5 cm de água, durante a
inspiração é mais negativa de -7,5 cm de água.

b) Presença do surfactante pulmonar nas paredes alveolares. O


surfactante é um tensoactivo produzido por células epiteliais alveolares
de tipo II, é uma mescla de vários fosfolípidos, proteinas e íones de
cálcio, sua função é reduzir a tensão superficial de os líquidos rodeiam os
alvéolos.

O surfactante se começa a formar a partir do 7mo. Mês da gestação e


inclusive mais tarde em alguns fetos. É por isso que muitos prematuros
têm pouco ou nenhum surfactante nos alvéolos, por isso os pulmões
deles tendem ao colapso, o que origina o estado conhecido como
síndrome de dificuldade respiratória do recém-nascido.
Em resumo a entrada e saída de ar aos pulmões se explicam por um
processo físico que é a difusão.

3- Pressões respiratórias: pressão intralveolar e intrapleural.

Quando a glote está aberta e não se está movendo ar para ou dos


pulmões, as pressões em todas partes da árvore respiratória são
exatamente iguais à pressão atmosférica, considerando de 0 cm de água.
Para obter o fluxo de ar durante a inspiração, a pressão nos alvéolos deve
descender a um valor ligeiramente inferior ao da pressão atmosférica,
durante a inspiração nos alvéolos se alcança um valor de -1 cm de água,
pressão que resulta suficiente para deslocar ar da atmosfera ao interior
dos alvéolos durante 2 segundos (Segs.) que dura a inspiração, além
disso entre os alvéolos e a cavidade pleural se cria outro gradiente de
pressão a favor da cavidade pleural que permite uma maior expressão do
parênquima pulmonar.*

Durante a expiração acontecem mudanças opostas, a pressão pleural


aumenta e diminui o volume dos alvéolos, a pressão alveolar aumenta até
aproximadamente + 1 cm de água e isto cria um gradiente entre os
alvéolos e o ar atmosférico, força suficiente para que saia ar dos
pulmões.

Nas manobras forçadas, tanto a inspiração como a expiração se produz o


mesmo mecanismo, mas com variação nos valores da pressão.

4- Conceito de trabalho respiratório. Estudar no livro de texto.

5- Volúmenes e capacidades pulmonares. Significação e


importância:

Espirometria: Método que permite registrar os volúmenes de ar que


entram e saem dos pulmões, para isso se utiliza uma equipe chamada:
Espirômetro.

Com uma espirometria se pode determinar volúmenes e capacidades


pulmonares. Estes parâmetros se modificam de acordo à posição que se
tomem e dependem de: altura, sexo e idade do sujeito, por isso os valores
são individuais.

a) Volúmenes pulmonares:

- Volume de ventilação pulmonar ou volume corrente (VT): é o volume de


ar inspirado ou exaltado em cada respiração normal. VT= 500 ml.

- Volume de reserva inspiratório (IRV): volume de ar adicional que pode


inspirar-se por cima do VT.
IRV=3000 ml.

- Volume de reserva expiratório (ERV): volume de ar adicional que pode


expulsar-se realizando uma expiração forçada, ao final de uma inspiração
normal.

ERV=1100 ml.

- Volume residual (RV): volume de ar que permanece nos pulmões depois


de uma expiração forçada.

RV=1200 ml.

b) Capacidades pulmonares são as somas dos volúmenes pulmonares.

- Capacidade inspiratória (IC) =VT + IRV: é a quantidade de ar que penetra


aos pulmões, começando do nível de expiração normal, distendendo aos
pulmões até sua capacidade máxima.

- Capacidade funcional residual (FRC) = ERV + VR: é a quantidade de ar


que fica nos pulmões ao final de uma expiração normal.

- Capacidade vital (VC) =VT + IRV + ERV: é a máxima quantidade de ar que


uma pessoa pode expulsar dos pulmões após ter enchido primeiro ao
máximo e depois exaltado também ao máximo.

- Capacidade pulmonar total (TLC) = VT + IRV + ERV + RV: volume


máximo ao que podem dilatá-los pulmões com o maior esforço
inspiratório possível.

Outros volúmenes e capacidades:

- Capacidade vital forçada (FVC): é a quantidade de ar que se pode


expulsar com um máximo esforço expiratório e completo como é
possível, prévia a realização de uma inspiração máxima.

- Volume expiratório forçado ao segundo (FEV1): é um volume de ar que


se espira no primeiro segundo da expiração forçada.

Entre estes dois parâmetros se estabelece uma relação:

FEV1 X 100 = ou > 80 Em sujeito normal.

FVC

Volume respiratório minuto (MV): é a quantidade de ar novo que entra nos


pulmões por minuto, determina-se pela fórmula.

MV= VT x f. f= freqüência respiratória/ minuto. (12 a 18 R/min)


Em um sujeito normal é de aproximadamente 5 l/minuto.

6 – Conceito de ventilação alveolar: o objetivo básico da ventilação


pulmonar é renovar continuamente o ar nas áreas de intercâmbio dos
pulmões (alvéolos). O volume de ar novo que chega às zonas de
intercâmbio em cada ventilação se denomina ventilação alveolar/minuto.
Agora bem, não todo o ar que se respira em uma ventilação pulmonar
chega aos alvéolos, sem que parte deste volume fique nas vias
respiratórias, onde não há intercâmbio, este volume de ar se denomina
volume do espaço morto e as vias onde não há intercambio espaço
morto. O volume normal do espaço morto em um homem jovem normal é
de 150 ml, embora aumente ligeiramente com a idade.

O espaço morto descrito é anatômico, agora bem há casos em que alguns


alvéolos não são funcionais ou só funcionam em parte, portanto do ponto
de vista funcional estes espaços devem considerar-se também espaço
morto. Quando no espaço morto se incluem os alvéolos não funcionais se
denomina espaço morto fisiológico.

A ventilação alveolar por minuto é o volume de ar novo que entra nos


alvéolos cada minuto, matematicamente se determina.

Vamin= f x (VT – VD). VD = Volume do espaço morto.

A ventilação alveolar é um dos fatores principais que influem sobre as


concentrações de O2 e CO2.
Conferência de Respiratório 2:
Título: Intercâmbio de oxigênio e CO2 entre os alvéolos e o sangue.
Sumário:
1- Composição do ar alveolar em comparação com o ar atmosférico.
2- Fatores que determinam a pressão parcial O2 e o CO2 nos alvéolos.
3- Difusão do O2 e CO2 através da membrana respiratória.
4- Capacidade de difusão para o O2 e o CO2 normal e no exercício.
5- Razão ventilação-fluxo sangüíneo a nível de capilares pulmonares.

Bibliografia:
- Fisiologia médica do Arthur C. Guyton.
- Notas de sala-de-aula.
Objetivos:
- Interpretar as expressões funcionais e os fatores que intervêm no intercâmbio
de O2 e CO2 entre os alvéolos e o sangue dos capilares pulmonares.
- Predizer as expressões funcionais que se produzem no processo de
intercâmbio de O2 e CO2 entre os alvéolos e o sangue dos capilares
pulmonares.
Introdução: na aula anterior estudamos o início do aparelho respiratório,
começando pela ventilação pulmonar, aprendemos a mecânica da ventilação
pulmonar, assim como os diferentes volúmenes e capacidades pulmonares que
podem ser registrados graficamente (espirograma) e a importância do ar
alveolar para o intercâmbio de gases.
Pergunta de comprovação:
Como explica você que a maioria dos prematuros apresentam dificuldades na
ventilação pulmonar?
Desenvolvimento:
Motivação: Já conhecemos que existe um intercâmbio constante de ar entre o
meio ambiente e os pulmões. Como se leva a cabo o intercâmbio destes
gases, entre os alvéolos pulmonares e o sangue dos capilares pulmonares?
Certamente vocês também ouviram falar do “edema de pulmão”, quadro
extremamente grave que se vê com freqüência em pacientes portadores de
uma insuficiência cardíaca esquerda. Esta enfermidade é freqüente e resulta
de grande gravidade, pois dificulta o intercâmbio gasoso entre alvéolos e
sangue pulmonar.
1- Composição do ar alveolar em comparação com o ar atmosférico: Os
gases relacionados com a fisiologia respiratória (O2 e CO2) são
moléculas simples que se movem em liberdade entre elas pela difusão.
A pressão que exerce um gás se deve ao contínuo movimento de suas
moléculas, por isto se um gás se encontra contido em um recipiente,
suas moléculas chocam constantemente contra as paredes do
recipiente, de maneira que se somarmos todas as forças que exercem
cada uma destas moléculas sobre as paredes do recipiente obtemos a
pressão que exerce dito gás.
Se recordarmos a equação geral dos gases:
PV= nRT onde:
nRT
P=
V

Onde: P= pressão.
V= Volume.
N= número de partículas disolvidas.
R= constante dos gases.
T= Temperatura.
Podemos dizer que a pressão que exerce um gás é diretamente proporcional à
concentração e à temperatura e inversamente proporcional ao volume.
Para compreender a cabalidad o intercâmbio de gases a nível pulmonar é
necessário conhecer o conceito de pressão parcial de um gás; Ex. pO 2, pCO2,
etc.
Composição do ar atmosférico:
N2------------------ 78,62 %.
O2------------------ 20,84 %.
CO2----------------- 0,04 %.
H2O (vapor) --------- 0,50 %.
100 %
Ej. pN2= 78 x 760 = 598,27
100
Trabalho independente: determine a pressão parcial (p) do: O 2, CO2 e vapor de
H2O.
2- Fatores que determinam a pressão parcial O2 e o CO2 nos alvéolos:

Composição do ar atmosférico e do ar alveolar:


Ar atmosférico Ar alveolar
N2-----78,62 % 74,9 %
O2---- 20,8 % 13,6 %
CO2—0,04 % 5,2 %
H2O—0,50 % 6,2 %
Como podemos observar há diferenças nas concentrações do ar atmosférico e
o alveolar, existem vários motivos que o explicam:
- Com cada respiração só é substituído, em parte, em ar alveolar pelo
atmosférico.
- Constantemente se absorve o O2 do ar alveolar.
- Constantemente difunde CO2 do sangue pulmonar para os alvéolos.
- O ar atmosférico seco que penetra nos alvéolos se umedece muito ante de
chegar a eles, porque o ar nas vias respiratórias fica exposto a quão líquidos
recubren as superfícies respiratórias.
O ar alveolar não é renovado com cada respiração, mas sim isto se faz de uma
forma lenta; se recordarmos que a capacidade funcional residual é de
CFR= VRE + VR
1100+1200 ml = 2 300 ml.
CRF= 2 300 ml e que em cada movimento respiratórios solo 350 ml de ar novo
chegam aos alvéolos, demonstra que se necessitam vários movimentos
respiratórios para trocar a maior parte do ar alveolar, agora bem esta
substituição lenta do ar alveolar tem particular importância para evitar
mudanças bruscas das concentrações de gases no sangue, isto impede os
aumentos ou diminuição excessivos da oxigenação dos tecidos e da
concentração de CO2 nos mesmos.
Quais são os fatores que determinam a estabilidade das concentrações de O 2
e CO2?
O2:
Depende de:
- Absorção de O2 dos alvéolos ao sangue.
- Penetração de O2 da atmosfera aos alvéolos.
C02:
Fatores que determinam a estabilidade da pCO 2: todos conhecemos que o CO2
se forma constantemente nas células do organismo, para logo ser eliminado
pelos pulmões através da ventilação pulmonar, portanto os fatores que
determinam a concentração alveolar de CO2 são:
- Índice de eliminação do gás do sangue aos alvéolos.
- Rapidez com que é eliminado dos alvéolos pela ventilação alveolar.
3- Difusão do O2 e CO2 através da membrana respiratória: significação
fisiológica da membrana respiratória, a unidade respiratória está formada pelo
bronquiolo respiratório, condutos alveolares, átrios ou vestíbulos e os alvéolos,
sendo esta última estrutura básica para o intercâmbio de gases. Existem
aproximadamente 300 milhões de alvéolos nos dois pulmões, com um diâmetro
meio de 0,25 mm por alvéolo.

Estrutura da membrana respiratória:


- Capa de líquido que recubre o alvéolo.
- Epitélio alveolar, constituído por células epiteliais delgadas.
- Espaço intersticial entre o epitélio alveolar e a membrana basal do capilar.
- Membrana basal do capilar que em muitos lugares se funde com a basal do
epitélio.
- Endotelio do capilar.
Apesar de todas as capas é fina e como medida é de 0,5 mícrones. A
superfície total é de 70 m2 no adulto normal e a quantidade de sangue que
existe nos capilares pulmonares é em um momento determinado de 60-140 ml,
se este volume se estender nesta superfície é lógico pensar que o recâmbio de
gases se produz rapidamente.
Por outra parte o diâmetro meio dos capilares é de 5 mícrones, o que significa
que os glóbulos vermelhos devem deformar-se para atravessá-los, o que faz
que a membrana do glóbulo vermelho toque a parede do capilar, de maneira
que o O2 e o Co2 não precisam atravessar o plasma quando difundem entre a
hemácia e o alvéolo. O mecanismo de transporte que utilizam os gases
respiratórios é a difusão, o fator limitante seria a permeabilidade da membrana
respiratória, mas como estes gases são solúveis em substâncias lipídicas
difundem com facilidade, o CO2 é 20 vezes mais solúvel que o O2.
Processo de difusão no intercâmbio de gases:
Os fatores que afetam a difusão dos gases respiratórios são:
- Espessura da membrana respiratória: Ejs. Edema e fibrosis.
- Superfície da membrana respiratória: Ejs. Extirpação de um pulmão e
enfisema.
- Coeficiente de difusão do gás: solubilidade e peso molecular.
- Gradiente de pressão entre os lados da membrana.
4- Capacidade de difusão para o O2 e o CO2 normal e no exercício.
Entende-se por capacidade de difusão o volume de um gás que atravessa a
membrana respiratória (MR) cada minuto para um gradiente de pressão de 1
mmHg.
Quais são os fatores que afetam a capacidade de difusão através da MR?
Efetivamente os mesmos que afetam a difusão através da MR.
- Espessura da membrana respiratória: Ejs. Edema e fibrosis.
- Superfície da membrana respiratória: Ejs. Extirpação de um pulmão e
enfisema.
- Coeficiente de difusão do gás: solubilidade e peso molecular.
- Gradiente de pressão entre os lados da membrana.
Qual é a capacidade de difusão para o O2?
Em um adulto meio a capacidade de difusão para o O 2 é de aproximadamente
21 ml/minuto (min) para um mmHg. Como o gradiente de pressão de O 2
através da membrana respiratória (MR) durante uma respiração tranqüila é em
média de 11 mmHg, portanto o volume de O 2 que difunde em um minuto será
igual a 11 mmHg x 21 ml= 230 ml/min.
Durante a realização de um exercício intenso a capacidade de difusão De O 2
se eleva até um máximo aproximado 65 ml/min/1mmHg, este aumento
depende de 4 fatores:
a) A abertura de certo número de capilares que estavam fechados em repouso,
com o qual incrementa a superfície de sangue para a qual pode difundir o O2.
b) A dilatação de quão capilares já estavam abertos.*
c) Distención das membranas dos alvéolos, aumentando sua superfície e
diminuindo a grossura.
d) Melhor ajuste entre a ventilação dos alvéolos e a perfusión dos capilares
alveolares com o sangue (Relação ventilação-perfusión).
Portanto durante o exercício a oxigenação do sangue aumenta, não só porque
se incrementa a ventilação alveolar mas também por uma maior capacidade da
membrana respiratória (MR) para transportar O2 para o sangue.
Qual é a capacidade de difusão para o CO2?
R/ Esta não se pôde medir diretamente pela rapidez de difusão deste gás, o
que faz que as pressões parciais de CO 2 nos capilares pulmonares e alvéolos
sejam quase iguais (a diferença é menor de 1 mm Hg. Mas apoiando-se no
conhecimento de que a capacidade de difusão de um gás varia
proporcionalmente e de forma direta a seu coeficiente de difusão e como o
coeficiente de difusão do CO2 é 20 vezes maior que o do oxigênio, cabe admitir
que a capacidade de difusão do CO 2 em repouso é aproximadamente de 400
ml/min/mmHg e durante um exercício de 1200 -1300 ml/min/mmHg.
A importância desta capacidade de difusão tão elevada para o CO 2 radica que
se a membrana sofrer uma lesão progressiva sua capacidade de difusão de O 2
por volta do sangue sempre se perturba o suficiente para causar a morte, muito
antes de que se produza transtorno importante da difusão de CO2.
Quais são os fatores que determinam as pO2 e de pCO2 no ar alveolar?
R/ Muito bem, depende da ventilação pulmonar e da rapidez com que se
elimina o CO2 desta, quer dizer que também depende do fluxo sangüíneo
através dos capilares pulmonares, portanto podemos afirmar que a pO 2 e pCO2
depende da relação entre a ventilação e o fluxo sangüíneo capilar pulmonar e
esta relação é chamada: relação ventilación/riego sangüíneo se representa
Va/Q, quer dizer esta relação é a que determina em realidade a composição
dos gases alveolares.
A relação Va/Q = 0. O que significa isto? Para que esta relação seja igual a
zero o valor da ventilação alveolar deve ser (0). Isto significa que não há
ventilação alveolar a pesar que flui sangue pelos capilares pulmonares,
obviamente sem ventilação o intercâmbio de gases é zero, pela simples razão
de que não há gás que passe dos alvéolos ao exterior.
Se Va/Q = 0 o ar que se encontrar nos alvéolos se equilibra com os gases do
sangue portanto nesse volume de ar alveolar a pO2 = 40 mmHg e a pCO2 = 45
mmHg.
Se a relação Va/Q = infinito
O que significa isto?
R/ Significa que o Q = 0, pois um número entre cero é igual a infinito. Isto
significa que há ventilação alveolar, mas não há fluxo sangüíneo (Q) através
dos capilares alveolares. Isto nos diz que não haverá intercâmbio adequado de
gases entre a atmosfera e o sangue, porque não há sangue que transporte os
gases. Neste caso os gases alveolares em lugar de equilibrar-se com o sangue
se igualam ao ar inspirado pois este não perde O 2 nem ganha CO2 a pO2 =149
e a pCO2 = 0 mmHg.
Quando a relação Va/Q é normal significa que a ventilação e o fluxo sangüíneo
nos capilares pulmonares são normais pelo que existe uma adequado
intercâmbio de O2 e CO2 através da MR e, portanto pO 2 = 104 mmHg e a de
CO2 = 40 mmHg.
Na seguinte gráfica pode observá-la curva que se inscreve para os valores de
pO2 e pCO2 em diferentes tipos de relação Va/Q, pode-se apreciar que quando
Va/Q diminui por debaixo do normal as pO 2 e pCO2 alveolares se aproximam
dos valores que se encontram em sangue venoso. À medida que aumenta
Va/Q por acima do normal e se aproxima do infinito a composição do ar
alveolar se aproxima do ar inspirado.
Gráfica: (livro de texto):
Em algumas enfermidades se produzem alterações da relação da relação Va/Q
como é no enfisema pulmonar, em conseqüência nesta enfermidade há duas
anormalidades que alteram a relação Va/Q:
Primeira: Va/Q se aproxima de zero. Isto ocorre porque muitos pequenos
bronquiolos se obstruem e os alvéolos situados além da obstrução não se
ventilam.
Segunda: Va/Q se aproxima do infinito. Observa-se em áreas pulmonares que
apesar da destruição das paredes alveolares continuam ventilando, mas a
maior parte se desperdiça por um Q inadequado para transportar os gases
sangüíneos, por isso há uma ventilação mas não fluxo sangüíneo (Q).
Conclusões:
a) Resumo:

b) Perguntas de comprovação:
- Quais são os fatores que determinam que as concentrações de O 2 e CO2
sejam estáveis nos alvéolos?
- Mencione as capas que formam a membrana respiratória (MR).
- Nome os fatores que podem afetar o processo da difusão dos gases
respiratórios através da MR.
- Explique brevemente a significação da relação Va/Q.

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