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Universidade do Estado do Pará

Centro de Ciências Naturais e Tecnologia


Curso de Medicina
Campus XII - Santarém

RELATÓRIO DE TUTORIA
MÓDULO III – ASE1 – FUNÇÕES BIOLÓGICAS
PROBLEMA 03: MUITO MAIS COMPLEXO DO QUE EU IMAGINAVA

Tutor(a): Prof. Me. Hipócrates de Menezes Chalkidis


Coordenador(a): Felipe Almeida de Moraes
Secretário(a): Ana Karoline Pereira Camarão

Integrantes:

Ana Karoline Camarão


Cézar Filho dos Santos Liberal
Claudemir Guimarães Pedroso Junior
Eliane Batista Silva
Felipe Almeida de Moraes
Gabriel Nascimento Borges
João Marcus Barros de Oliveira
Matheus Gomes Costa
Milena Biá Viana
Taisa Leão de Oliveira
Wanessa Figueira Nunes de Matos

Santarém - PA
2022
ABERTURA: 14 de março de 2022

Termos desconhecidos

1. Orotraqueal
A intubação orotraqueal é feita quando é necessário controlar completamente a via aérea. Nesse
procedimento, o médico insere um tubo desde a boca até a traqueia do paciente, de forma a manter
uma via aberta até o pulmão e garantir a respiração adequada. São usados tubos de diferentes
diâmetros para fazer a intubação, sendo os de 7 e 8 mm mais usados em adultos. No caso das
crianças, o tamanho varia de acordo com a idade.

2. Ventilação mecânica
A ventilação mecânica (VM) substitui ou auxilia a ventilação espontânea. Está indicada tanto em
casos de insuficiência respiratória hipercápnica quanto hipoxêmica (ex: DPOC descompensado,
crise de asma grave, edema agudo de pulmão, etc). A VM pode ser não invasiva (VNI), com uso de
máscaras faciais, ou invasiva (VMI), através de tubo endotraqueal ou cânula de traqueostomia.

3. Gasometria
A gasometria arterial é um exame de sangue, normalmente realizado em pessoas internadas em
Unidade de Terapia Intensiva, que tem como objetivo verificar se as trocas gasosas estão ocorrendo
da maneira correta e, assim, avaliar a necessidade de oxigênio extra.

4. Ânion GAP
Ânion Gap é um conceito útil na avaliação da Acidose Metabólica. Trata-se da diferença entre as
cargas positivas mensuráveis (representadas pelo Sódio) e as negativas (representadas pelo
Bicarbonato e pelo Cloro):
Ânion Gap (AG) = Na+ – (Cl– + HCO3–)
Consideramos como Normal valores até 10 mEq/L.

Palavras-chave:

● Intensivista
● Hospital
● Covid
● UTI
● Paulo
● Pulmão comprometido
● Frequência respiratória
● Saturação O2
● Intubação orotraqueal
● Ventilação mecânica
● Troca gasosa
● Sistema respiratório
● Homeostase
● PH sanguíneo
Fluxograma

Hipóteses

1. O acúmulo de determinados gases pode prejudicar o PH sanguíneo


2. A homeostase depende da saturação de oxigênio e da pressão parcial do gás carbônico
3. A sobrecarga orgânica faz com que o sistema respiratório sofra adaptações
FECHAMENTO: 21 de março de 2022

Objetivos

1. Entender a mecânica da respiração e identificar as estruturas musculares e neurais


envolvidas no controle da frequência respiratória.

Mecânica da respiração

A mecânica respiratória consiste no conjunto de movimentos que possibilitam a eficiência da


respiração e de sua função vital aos seres humanos. Ela consiste na utilização de oxigênio e
produção de gás carbônico através de diferença de pressões onde o ar entra e sai do sistema
respiratório, através do mecanismo de bombas. O mecanismo bombeador são os músculos da
respiração, que se divide em inspiração e expiração.
Inspiração: pouco antes de cada inspiração, a pressão intrapulmonar é igual a pressão do ar na
atmosfera. Para o ar fluir para dentro dos pulmões, a pressão intra-alveolar tem de ser menor que a
pressão atmosférica, este fator está intimamente ligado ao tamanho dos pulmões.
Expiração: ocorre quando a pressão dos pulmões é maior do que a pressão atmosférica. A expiração
normal é um processo passivo, pois não envolve contrações musculares. Por outro lado, ela resulta
da retração elástica da parede torácica e dos pulmões, pois eles têm uma tendência natural de
retornar à posição inicial depois de distendidos.
diafragma
costelas
Estruturas musculares

Os pulmões podem ser expandidos e contraídos por duas maneiras: (1) por movimentos de subida e
descida do diafragma para aumentar ou diminuir a cavidade torácica; e (2) por elevação e depressão
das costelas para elevar e reduzir o diâmetro anteroposterior da cavidade torácica.
A respiração tranquila e normal é realizada quase inteiramente pelo primeiro método, isto é, pelos
movimentos do diafragma. Durante a inspiração, a contração diafragmática puxa as superfícies
inferiores dos pulmões para baixo. Depois, na expiração, o diafragma simplesmente relaxa, e a
retração elástica dos pulmões, da parede torácica e das estruturas abdominais comprime os pulmões
e expele o ar. Durante a respiração vigorosa, no entanto, as forças elásticas não são poderosas o
suficiente para produzir a rápida expiração necessária; assim, força extra é obtida, principalmente,
pela contração da musculatura abdominal, que empurra o conteúdo abdominal para cima, contra a
parte inferior do diafragma, comprimindo, dessa maneira, os pulmões.
O segundo método para expansão dos pulmões é elevar a caixa torácica. Ao ser elevada
expandem-se os pulmões porque, na posição de repouso natural, as costelas se inclinam para baixo,
possibilitando, dessa forma, que o esterno recue em direção à coluna vertebral. Quando a caixa
torácica é elevada, no entanto, as costelas se projetam quase diretamente para frente, fazendo com
que o esterno também se mova anteriormente para longe da coluna, aumentando o diâmetro
anteroposterior do tórax por cerca de 20% durante a inspiração máxima, em comparação à
expiração. Portanto, todos os músculos que elevam a caixa torácica são classificados como
músculos da inspiração, e os que deprimem a caixa torácica são classificados como músculos da
expiração.
Os músculos mais importantes que elevam a caixa torácica são os intercostais externos, mas outros
que auxiliam são (1) músculos esternocleidomastóideos, que elevam o esterno; (2) serráteis
anteriores, que elevam muitas costelas; e (3) escalenos, que elevam as duas primeiras costelas.
Os músculos que puxam a caixa torácica para baixo, durante a expiração, são principalmente o (1)
reto abdominal, que exerce o efeito poderoso de puxar para baixo as costelas inferiores, ao mesmo
tempo em que, em conjunto com outros músculos abdominais, também comprime o conteúdo
abdominal para cima contra o diafragma; e (2) os intercostais internos.
elevam: esternoclei +serráteis + escalenos GRD = aciona musculatura + resp
abaixam: reto do abs + intercostais internos tranquila
GRV = aciona GRD + resp forçada

pontino = ritmo do GRV


Estruturas neurais

O tamanho do tórax é alterado pela ação dos músculos respiratórios, que são contraídos graças aos
impulsos nervosos transmitidos dos centros no encéfalo e relaxam na ausência de impulsos. São um
grupo despeço de neurônios que recebe o nome de centro respiratório e pode ser dividido em: 1) o
centro respiratório bulbar no bulbo e 2) o grupo respiratório pontino na ponte.
1) Centro respiratório bulbar:
Possui duas coleções de neurônios que são o grupo respiratório dorsal (GRD) e o grupo respiratório
ventral (GRV). Durante a respiração tranquila o grupo respiratório dorsal produz impulsos para o
diafragma através dos nervos frênicos e para os músculos intercostais externos através dos nervos
intercostais. Esses pulsos começam fracos, aumentam em força por aproximadamente 2 segundos e
depois cessam completamente, ocorrendo assim a inspiração. Quando o GRD se torna inativo por 2
segundos os músculos diafragma e intercostais se contraem por 3 segundos, permitindo a retração
passiva dos pulmões e da parede torácica.
Localizado no grv encontra-se o complexo de pré-botzinger que se acredita ser importante para
controle do ritmo respiratório, pois possui células marca-passo. Acredita-se que elas contribuem no
controle de como o GRD envia seus potenciais de ação. O restante do GRV só é ativado quando é
necessária a respiração forçada. Os impulsos do grd não só estimulam o diafragma e intercostais a
se contraírem, mas também ativam o grv que estimula os músculos acessórios da inspiração.
Durante a expiração forçada o grd está inativo e o grv se ativa enviando impulsos para os músculos
acessórios da expiração, intercostais internos, oblíquo externo e interno, transverso do abdome.
2) Grupo respiratório Pontino:
São ativos durante a inspiração e expiração, envia impulsos para o GRD modificando o ritmo
básico da respiração produzido pelo GRV, como exercita-se falar ou dormir.

2. Descrever os processos de transporte e difusão de oxigênio e de gás carbônico.

O oxigênio que chega aos alvéolos pulmonares passa para os capilares sanguíneos por difusão
simples, penetra nas hemácias e forma um complexo com a hemoglobina, chamado oxiemoglobina.
Este complexo aumenta entre 30 e 100 vezes a quantidade de oxigênio transportado por simples
difusão de oxigênio no sangue. hematose
O sangue venoso volta aos pulmões carregado de dióxido de carbono, que também é transportado
ligado à hemoglobina – formando carboemoglobina. Ao atingir os alvéolos, há uma troca: o dióxido
de carbono é liberado e passa por difusão para o interior dos alvéolos, sendo expelido.nO processo
de desligamento do dióxido de carbono da hemoglobina, nos pulmões, é favorecido pela ligação da
hemoglobina com oxigênio.
Em condições de repouso, uma pequena parcela do transporte de oxigênio (cerca de 3%) é realizada
em sua forma dissolvida, mas durante exercícios a quase totalidade do oxigênio chega aos tecidos
ligada à hemoglobina. O transporte por hemoglobina é tão importante que quando este é bloqueado,
ocorre a morte por asfixia. Por exemplo, quando é inalado o monóxido de carbono, este se liga
irreversivelmente à hemoglobina e pode causar a morte por asfixia.
O transporte de gases pelo sangue também tem como função manter a acidez do sangue, porque é a
partir da reação do CO2 com a água que são formados os íons bicarbonato e hidrogênio. Cerca de
70% do CO2 é transportado dissolvido no sangue.

3. Compreender a relação entre ventilação e perfusão pulmonar e seus mecanismos.

Ventilação

A troca da massa de ar entre a atmosfera e os alvéolos é denominada ventilação, ou respiração. Um


único ciclo respiratório consiste em uma inspiração seguida por uma expiração. A inspiração ocorre
quando a pressão alveolar diminui e a expiração quando a pressão alveolar aumenta.

Perfusão

A perfusão pulmonar refere-se ao fluxo sanguíneo da circulação pulmonar disponível para a


troca gasosa, sendo que as suas pressões são relativamente mais baixas quando comparadas
com a circulação sistêmica. A perfusão pulmonar é dependente da postura. Na posição
ortostática podem ser vistas três zonas: Zona I – a ventilação sobrepuja a perfusão, Zona II - a
ventilação e a perfusão são equivalentes, Zona III – a perfusão sobrepuja a ventilação.

Ventilação-Perfusão

Esta relação mede a funcionalidade do sistema respiratório. A função primordial desse sistema é
colocar o sangue em contato com o ar atmosférico. Logo, é fundamental a compreensão de como se
processa a relação entre a perfusão sanguínea e a ventilação, tanto ao nível alveolar, quanto no
pulmão como um todo. Deve haver um equilíbrio entre a capacidade de ventilação e a perfusão
sanguínea alveolar para que as trocas gasosas ocorram de forma adequada.
Avaliando a ação da gravidade é mais difícil a perfusão do ápice do que da base. Caso haja uma
ventilação semelhante nos dois, o ápice será relativamente mais ventilado do que perfundido. Na
região do pulmão onde houver maior ventilação do que perfusão, pode-se afirmar haver um certo
“desperdício”, sendo esta região denominada de região de relativo espaço morto.
No extremo oposto estão as embolias pulmonares que podem promover a diminuição da perfusão
em áreas do pulmão. Dessa forma, o ar que estiver ventilando os alvéolos que não estão recebendo
sangue devido ao impacto do êmbolo com as paredes dos vasos, vai estar ventilando um espaço
morto, pois não haverá troca gasosa nesses alvéolos. Um processo obstrutivo das vias aéreas pode
produzir desequilíbrios entre a ventilação e a perfusão, pois os alvéolos afetados pela obstrução
serão, inicialmente, perfundidos, porém não são ventilados.

Obs: é o que ocorre na asma, onde há a broncoconstrição, que não é homogênea, podendo provocar
a diminuição da ventilação de uma determinada quantidade de alvéolos. a comunicação entre o
sangue venoso e o oxigenado é proporcionada por um shunt. Logo, na asma, pode haver uma
broncoconstrição pode-se formar uma região de shunt.

O ideal é que a razão entre a ventilação e a perfusão esteja equilibrada, ou seja, se encontre igual a
1, indicando que a magnitude da ventilação é igual a da perfusão. Uma relação maior que 1 indica
desperdício de ventilação, situação semelhante àquela observada no espaço morto. Já uma relação
próxima a 0, indica que a perfusão está muito maior que a ventilação, ou seja, o sangue que passa
por essa região não está sofrendo hematose por falta de ventilação como se estivesse ocorrendo um
shunt (condição fisiológica que resulta quando os alvéolos são perfundidos normalmente com
sangue, mas a ventilação - fornecimento de ar - falha em suprir a região perfundida).

Debate levantado em sala: Hipercapnia e Hipoxemia

Referência:
GUYTON, A.C. e Hall J.E.– Tratado de Fisiologia Médica. Editora Elsevier. 13a ed., 2017. -
MENAKER, L.

Hipercapnia

Áreas do pulmão são adequadamente ventiladas, mas não são adequadamente perfundidas. Isso
gera hipercapnia, porque o sangue que passa capta oxigênio, mas não há área de troca suficiente
para eliminar todo o CO2. Avaliando a ação da gravidade é mais difícil a perfusão do ápice do que
da base. Caso haja uma ventilação semelhante nos dois, o ápice será relativamente mais ventilado
do que perfundido. Na região do pulmão onde houver maior ventilação do que perfusão, pode-se
afirmar haver um certo “desperdício”, sendo esta região denominada de região de relativo espaço
morto.

Hipoxemia

Áreas do pulmão são adequadamente perfundidas, mas não são adequadamente ventiladas, o que
gera hipoxemia. Denomina-se shunt quando a obstrução dos alvéolos é total e efeito shunt é quando
a obstrução é apenas parcial.

4. Explicar a constituição, a produção e a importância do surfactante no processo de


respiração.

Importância

Reduz acentuadamente as forças de coesão entre as moléculas de água na superfície alveolar. O


resultado final é que o surfactante diminui a tensão superficial, o que aumenta a complacência
pulmonar e facilita a expansão dos pulmões. Outra propriedade importante do surfactante consiste
em estabilizar os alvéolos de diferentes tamanhos ao alterar a tensão superficial, dependendo da
área de superfície do alvéolo. À medida que um alvéolo torna-se menor, as moléculas de surfactante
em sua superfície interna espalham-se menos, reduzindo, dessa maneira, a tensão superficial. A
diminuição da tensão superficial ajuda a manter uma pressão nos alvéolos menores, igual à dos
alvéolos maiores. Isso confere estabilidade aos alvéolos de diferentes tamanhos.

Constituição

O surfactante é uma mistura de lipídios e proteínas (semelhante ao detergente), porém seu principal
componente é um fosfolipídio que introduz sua extremidade hidrofílica na camada de água que
reveste os alvéolos; suas extremidades hidrofóbicas formam uma camada monomolecular entre o ar
e a água na superfície alveolar. A quantidade de surfactante tende a diminuir quando as respirações
são pequenas e constantes.
pneumócitos do tipo 2
Produção

Produzido nos alvéolos pulmonares pelas células alveolares tipo II, durante a respiração profunda.
As células alveolares do tipo II, células epiteliais arredondadas ou cúbicas com superfícies livres
contendo microvilosidades, secretam líquido alveolar, o que mantém úmida a superfície entre as
células e o ar. Incluído no líquido alveolar está o surfactante, uma complexa mistura de
fosfolipídeos e lipoproteínas. O surfactante reduz a tensão superficial do líquido alveolar, o que
diminui a tendência de colabamento dos alvéolos.

5. Reconhecer os dois mecanismos básicos que os sistemas orgânicos utilizam para a


manutenção do equilíbrio acidobásico.

Sistema tampão

Sistemas tampões incluem proteínas, íons fosfato e HCO3.


Um tampão é uma molécula que atenua, mas não previne, alterações no PH através da sua
combinação com H+ ou da liberação desse íon. Na presença de um tampão, a mudança de PH é
moderada ou pode ser até imperceptível.
Devido à produção de ácidos ser o maior desafio para a manutenção da homeostasia do PH, a
maioria dos tampões fisiológicos se combina com o H+. Cada íon H+ tamponado pela hemoglobina
deixa um íon bicarbonato no interior do eritrócito. Esse HCO3 pode, então, deixar o eritrócito em
troca por um íon CL- plasmático, o desvio de cloreto.
+ CO2 + H
Regulação respiratória do PH

O sistema respiratório é o principal controlador dos níveis de ph sanguíneo. O aumento da


concentração de dióxido de carbono no sangue provoca aumento de íons H+ e, consequentemente,
da acidez. Da mesma forma, a diminuição dos níveis de dióxido de carbono leva a um aumento da
alcalinidade do sangue.
O aumento do PH sanguíneo (alcalose) é detectado pelo centro respiratório, que responde
diminuindo a ventilação pulmonar. Com esta redução, ocorre um acúmulo do dióxido de carbono e
maior produção de íons H+, regularizando o PH. Por outro lado, a diminuição do PH sanguíneo
(acidose) leva à excitação do centro respiratório, promovendo o aumento da ventilação pulmonar, o
que deve resultar na eliminação do dióxido de carbono e no aumento do PH sanguíneo.
Existem condições em que o sistema respiratório não é capaz de corrigir por si só o PH sanguíneo.
Por exemplo, uma pessoa com enfisema pulmonar é incapaz de eliminar corretamente o dióxido de
carbono, resultando em uma acidose respiratória. O exemplo contrário seria uma pessoa com
hiperventilação causada por altas altitudes; neste caso, o organismo é incapaz de normalizar a
ventilação em virtude dos baixos níveis de oxigênio na atmosfera. Nessas ocasiões, o organismo
necessita do sistema renal para corrigir o PH sanguíneo.

6. Caracterizar as adaptações do sistema respiratório quando se encontra em sobrecarga


orgânica.

O coração bombeia o mesmo volume de sangue para os pulmões que para o restante do corpo.
Assim, quando o débito cardíaco aumenta, o fluxo sanguíneo para os pulmões, denominado
perfusão pulmonar, também aumenta. Além disso, a capacidade de difusão de O2 pode triplicar
durante o exercício máximo, porque os capilares pulmonares se tornam mais maximamente
perfundidos. Como resultado, existe maior área de superfície disponível para difusão de O2 para os
capilares pulmonares.
Quando os músculos se contraem durante o exercício, eles consomem muito O2 e produzem
bastante CO2. Durante o exercício vigoroso, o consumo de O2 e a respiração aumentam
drasticamente. No início do exercício, um aumento abrupto na respiração é seguido por um
aumento mais gradual. No exercício moderado, o aumento é decorrente principalmente do
incremento na profundidade da respiração, em vez de um aumento na frequência respiratória.
Quando o exercício é mais árduo, a frequência respiratória também aumenta.
O aumento abrupto na respiração no início do exercício é decorrente de alterações neurais que
enviam impulsos excitatórios para o grupo respiratório dorsal (GRD) do centro respiratório bulbar
no bulbo. Estas modificações incluem:
1 - antecipação de atividade, o que estimula o sistema límbico;
2 - impulsos sensitivos de proprioceptores nos músculos, tendões e articulações;
3 - impulsos motores do córtex motor primário (giro pré-central).
O aumento mais gradual na respiração durante o exercício moderado é decorrente de alterações
químicas e físicas na corrente sanguínea, incluindo:
1 - PO2 discretamente diminuída, em razão do aumento no consumo de O2;
2 - PCO2 discretamente aumentada, decorrente do aumento na produção de CO2 pelas fibras
musculares em contração;
3 - aumento da temperatura, decorrente da liberação de mais calor conforme mais O2 é utilizado.
Durante o exercício extenuante, o HCO3 – tampona o H+ liberado pelo ácido láctico em uma
reação que libera CO2, o que aumenta ainda mais a PCO2.
Referências bibliográficas

TORTORA, Gerard J. Princípios de anatomia e fisiologia / Gerard J. Tortora, Bryan Derrickson;


tradução Ana Cavalcanti C. Botelho... [et al.]. – 14. ed. – Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016.

GUYTON, A.C. e Hall J.E.– Tratado de Fisiologia Médica. Editora Elsevier. 13a ed., 2017. -
MENAKER, L.

SILVERTHORN, D. Fisiologia Humana: Uma Abordagem Integrada, 7a Edição, Artmed, 2017.

WIDMAIER, E.P.; RAFF, H. STRANG, K.T. Vander, Sherman & Luciano Fisiologia Humana
Os Mecanismos Das Funções Corporais. 12. ed. Rio de Janeiro: GEN/Guanabara Koogan,
2013

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