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INDICE

1. Introdução............................................................................................................... 04
2. Terminologia Anatômica......................................................................................... 04
3. Sistema Respiratório............................................................................................... 06
4. Sistema Circulatório................................................................................................ 11
5. Sistema Digestório.................................................................................................. 15
6. Sistema Sensório.................................................................................................... 20
7. Sistema Nervoso..................................................................................................... 26
8. Sistema Endocrino.................................................................................................. 28
9. Sistema Excretor..................................................................................................... 30
10. Sistema Urinário...................................................................................................... 33
11. Sistema Linfático..................................................................................................... 38
12. Sistema Tegumentar............................................................................................... 42
13. Sistema Reprodutor Feminino................................................................................ 45
14. Sistema Reprodutor Masculino............................................................................... 48
15. Sistema Esqueletico................................................................................................ 51
16. Sistema Muscular.................................................................................................... 60

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1. Introdução

A vida depende da complexa inter-relação e interdependência dos vários sistemas do


corpo que trabalham juntos para garantir que os elementos necessários para manter a
produção de energia celular e os processos metabólicos vitais sejam fornecidos e
entregues a cada célula de todos órgãos do corpo. O sistema respiratório, desde as vias
aéreas ate os alvéolos dos pulmões, e o sistema circulatório são sistemas cruciais que
precisam funcionar em conjunto para fornecer e distribuir o componente crucial da
produção de energia celular: oxigênio. Qualquer coisa que interfira na capacidade do
corpo de fornecer oxigênio as células vermelhas do sangue do sistema circulatório ou que
afete o acesso de células vermelhas oxigenadas do sangue aos tecidos do corpo
resultara em morte celular e, em ultima analise, na morte do paciente, se não for corrigida
prontamente.

A avaliação e manejo do paciente de trauma começam com a avaliação primária, que


visa a identificação e correção de problemas que afetam ou interferem na função critica
da chegada de oxigênio para todas as células do corpo. Deste modo, o conhecimento
sobre a fisiologia da vida e a fisiopatologia que pode levar a morte é essencial para o
socorrista de atendimento pré-hospitalar se anormalidades forem encontradas e
abordadas.

2. Terminologia Anatômica

Quando você procura assistência medica, precisa usar os termos anatômicos corretos
para descrever a posição, a direção e a localização da vitima, pratica que evita confusão e
ajuda a comunicar mais efetivamente a extensão do ferimento.

Termos relacionados a posição

 Posição Anatômica: a vitima esta em pé, ereta, os braços para baixo ao longo das
laterais, as palmas das mãos voltadas para a frente. “Direita” e “Esquerda” referem-se
a direita e esquerda da vitima.

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 Decúbito Dorsal: a vitima esta deitada de
costas (com abdome para cima)

 Decúbito Ventral: a vítima esta deitada com


o abdome para baixo (de bruços)

 Decúbito Lateral: a vítima esta deitada sobre


o lado direito ou esquerdo, posicionando na
frente do corpo o braço que esta por baixo,
com a cabeça inclinada para trás e apoiada
na mão, sem pressão excessiva sobre o
tórax. Esta posição também é conhecida
como posição de recuperação ou posição de
conforto.

Termos relativos a direção e a localização

Superior: na direção da parte superior do


corpo ou uma estrutura acima da outra;
Inferior: na direção da parte inferior do
corpo ou uma estrutura abaixo da outra;
Anterior: em direção da frente do corpo ou a
frente do corpo;
Posterior: em direção das costas (traseiro)
ou a parte de trás do corpo;
Medial: em direção a linha mediana ou
centro do corpo;
Lateral: para a direita ou esquerda da linha
mediana, afastado da linha mediana;
Superficial: próximo a superfície;
Profundo: distante da superfície;
Interno: lado de dentro;
Externo: lado de fora;

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3. O Sistema Respiratório

O corpo depende de um suprimento constante de oxigênio, que é disponibilizado para


o sangue pelo sistema respiratório.

O processo mecânico de movimento do ar para dentro e para fora dos pulmões e


denominado ventilação. Durante a inspiração (ou inalação), os músculos torácicos
contraem-se, fazendo com que o ar entre nos pulmões através do nariz, da boca, da
traqueia, dos brônquios e dos bronquíolos, sendo previamente aquecido, umedecido e
filtrado antes de atingir os pulmões que se expandem e enchem os alvéolos. O sangue
que circula nos pulmões é oxigenado. A respiração é a troca de oxigênio e dióxido de
carbono entre os alvéolos e o sangue. O oxigênio sai dos alvéolos e entra no sangue, e o
dióxido de carbono sai do sangue e entra nos alvéolos.

Durante a expiração (ou exalação), os músculos do peito relaxam, diminuindo o


volume torácico e liberando o ar dos pulmões. O ar exalado carrega com ele dióxido de
carbono e outros produtos residuais.

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Vias Aéreas e a Fisiologia da Respiração

A via aérea é o caminho que orienta e conduz o ar atmosférico através do nariz, boca,
faringe, traqueia, brônquios ate os alvéolos. A cada ventilação, o ar é levado para dentro
dos pulmões. A movimentação de ar para dentro e para fora dos alvéolos é causada pela
mudança na pressão intratorácica gerada pela contração e relaxamento de grupos
musculares específicos. O principal musculo da ventilação é o diafragma. Em uma pessoa
saudável, as fibras musculares do diafragma encurtam quando um estimulo é recebido do
cérebro. Este encurtamento do diafragma é um movimento ativo que cria uma pressão
negativa no interior da caixa torácica. Esta pressão negativa faz com que o ar atmosférico
entre na arvore traqueobrônquica intacta.

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Outros músculos ligados a parede torácica também contribuem para a criação desta
pressão negativa; estes incluem os músculos esternocleidomastóideo e o escaleno, o uso
destes músculos secundários é visto quando o esforço ventilatório aumenta no paciente
de trauma. Por outro lado, a expiração é normalmente um processo passivo na natureza,
causada pelo relaxamento dos músculos do diafragma e da parede torácica. Esse
relaxamento permite que o tórax retorne para sua posição de repouso, o que faz
aumentar a pressão intratorácica, forçando a saída do ar. No entanto, este processo pode
se tornar ativo conforme o esforço ventilatório aumente.

A cada ventilação, um adulto médio absorve cerca de 500 mililitros (ml) de ar. O
sistema respiratório tem capacidade de até 150 ml de ar que nunca atingem de fato os
alvéolos para participarem do processo fundamental de troca gasosa. Esse espaço é
conhecido como espaço morto. O ar no interior deste espaço morto não esta disponível
para ser usado pelo corpo para oxigenação, pois nunca atinge os alvéolos, o volume
inalado deve exceder o espaço morto da via aérea.

Quando os 350 ml restantes de ar atmosférico em uma ventilação media alcançam os


alvéolos, o oxigênio se desloca dos alvéolos, através da membrana alvéolo-capilar, para
os glóbulos vermelhos (hemácias), onde se liga a hemoglobina para o transporte. Em
seguida, o sistema circulatório leva os glóbulos vermelhos, que carregam oxigênio, para
os tecidos do corpo em nível celular, as hemácias oxigenadas entregam seu oxigênio, que
será utilizado pelas células para o metabolismo aeróbio.

O dióxido de carbono, um subproduto do metabolismo aeróbio e da produção de


energia, é liberado no plasma rico em dióxido de carbono, retorna então para o lado
direito do coração. Mais uma vez, o oxigênio é transferido de dentro dos alvéolos para os
glóbulos vermelhos através da parede da célula e do endotélio capilar, por meio do
plasma. Ao mesmo tempo, o dióxido de carbono, transportado no plasma, nos glóbulos
vermelhos, e na forma de bicabornato, move se no sentido oposto, a partir da corrente
sanguínea, através da membrana alvéolo-capilar, e para dentro dos alvéolos, onde é
eliminado durante a expiração. Na conclusão desta troca, os glóbulos vermelhos
oxigenados e o plasma com um baixo nível de dióxido de carbono retornam ao lado
esquerdo do coração para serem bombeados para todas as células do corpo.

Os alvéolos devem ser constantemente reabastecidos com um suprimento novo de ar


que contenha uma quantidade adequada de oxigênio. Esta reposição de ar, conhecida
como ventilação, também é essencial para a eliminação de dióxido de carbono.

A avaliação da função ventilatória sempre inclui uma avaliação da capacidade com que
um paciente esta capturando, difundindo, e fornecendo oxigênio para as células do tecido.
Sem o aporte adequado entre a entrega de oxigênio para as células, processamento de
oxigênio dentro destas células para manter o metabolismo aeróbio e a produção de
energia, o metabolismo anaeróbico começará.

Oxigenação e Ventilação do Doente de Trauma

O processo de oxigenação no interior do corpo humano envolve as três fases


seguintes:

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1. Respiração externa é a transferência de moléculas de oxigênio da atmosfera para
o sangue. O ar contém oxigênio (20,95%), nitrogênio (78,1%), argônio (0,93%) e
dióxido de carbono (0,031%). Para fins práticos, considere o teor de oxigênio no ar
de 21% e de nitrogênio 79%, todo o oxigênio alveolar esta na forma de gás livre;
portanto cada molécula de oxigênio exerce pressão. O aumento da porcentagem
de oxigênio no ar atmosférico inspirado ira aumentar a pressão ou tensão do
oxigênio alveolar. Quando mais oxigênio é fornecido, a porcentagem de oxigênio a
cada inspirada aumenta, causando uma elevação na quantidade de oxigênio em
cada alvéolo.

2. Oferta de oxigênio é o resultado da transferência de oxigênio da atmosfera para


as hemácias do sangue durante a ventilação e o transporte destas hemácias ricas
em oxigênio aos tecidos por meio do sistema cardiovascular. O volume de oxigênio
consumido pelo corpo em 1 minuto para manter a produção de energia é
conhecido como consumo de oxigênio e depende do debito cardíaco e do
fornecimento de oxigênio as células pelas hemácias. Podem-se descrever as
hemácias como “navios-tanque de oxigênio” do organismo. Estes navios-tanque se
deslocam ao longo das hidrovias vasculares do sistema para “descarregar” seu
suprimento de oxigênio nos pontos de distribuição do organismo, os vasos
capilares.
3. Respiração (celular) interna é o movimento ou difusão das moléculas de oxigênio
das hemácias para as células dos tecidos. O metabolismo normalmente funciona
por meio da glicólise e do ciclo de Krebs para produzir energia, que e armazenada
numa molécula chamada adenosina trifosfato (ATP). A glicose e quebrada, por
meio da glicólise, e forma duas moléculas de piruvato, e cada uma entra no ciclo
de Krebs para produzir energia e subprodutos de dióxido de carbono e agua, na
ausência de oxigênio, o piruvato é convertido em acido lático.
Como a troca efetiva de oxigênio entre as hemácias e os tecidos ocorre nos
capilares de paredes finas, qualquer coisa que interrompa o fornecimento de
oxigênio irá atrapalhar o metabolismo do corpo. Um fator importante em relação a

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isso é a quantidade de fluido (ou edema) localizado entre as paredes dos alvéolos,
as paredes capilares e a parede das células do tecido (também conhecido como
espaço intersticial). A hiper-hidratação do espaço vascular com cristaloides, que
provoca o extravasamento do sistema vascular para o espaço intersticial de 30 a
45 minutos após a administração, é um problema importante durante a
ressuscitação, podendo prejudicar a difusão de oxigênio dos alvéolos para os
capilares. O oxigênio suplementar pode ajudar a superar esta situação,
aumentando a quantidade de oxigênio disponível para atravessar a membrana
alvéolo-capilar. Os tecidos e células não conseguirão consumir quantidades
adequadas de oxigênio se não estivem disponíveis.

A oxigenação adequada depende de todas as três seguintes fases: embora a


capacidade de avaliar a oxigenação tecidual no ambiente pré-hospitalar esteja evoluindo
rapidamente, assegurar uma ventilação adequada para todos os pacientes com trauma
vai ajudar a garantir que a hipóxia seja corrigida ou totalmente evitada.

Fisiopatologia

O trauma pode afetar a capacidade do sistema respiratório de fornecer


adequadamente o oxigênio e eliminar o dióxido de carbono das seguintes maneiras:

 Hipoxemia (baixos níveis de oxigênio no sangue) pode ser causado pela


diminuição da difusão do oxigênio através da membrana alvéolo-capilar.
 Hipóxia (oxigenação tecidual deficiente) pode ser causada por:
 A impossibilidade de o ar atingir os capilares, geralmente em função de os
alvéolos estarem preenchidos com fluido ou debris celulares.
 Fluxo sanguíneo diminuído nos alvéolos;
 Fluxo sanguíneo diminuído nos tecidos celulares;

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 A Hipoventilação pode ser causada por:
 Obstrução do fluxo de ar ao longo da via aérea superior e inferior;
 Diminuição da expansão pulmonar como resultado de uma lesão direta na
parede torácica ou no parênquima pulmonar;
 Perda do controle ventilatório, geralmente devido a diminuição da função
neurológica, na maioria das vezes depois de uma lesão cerebral traumática.

A hiperventilação pode causar vasoconstrição, que pode ser prejudicial, especialmente


no tratamento do paciente com lesão cerebral traumática.

A Hipoventilação é causada pela redução do volume-minuto, que é a quantidade de ar


transportado para dentro e fora dos pulmões no intervalo de um minuto. Se não tratada, a
Hipoventilação leva ao acumulo de dióxido de carbono, acidose e eventualmente a morte.
O manejo visa melhorar a profundidade e a taxa ventilatória do paciente, corrigindo
problemas na via aérea e auxiliando a ventilação, conforme apropriado.

4. O Sistema Circulatório

O sistema circulatório é formado por dois


sistemas de transporte principais: o sistema
cardiovascular, que compreende coração,
vasos sanguíneos e sangue, carrega oxigênio e
nutrientes para as células do corpo e
transporta os resíduos das células corpóreas e
dos rins.

E o sistema linfático, que fornece drenagem


para o liquido dos tecidos, denominado linfa.

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Coração

O coração contrai e relaxa alternadamente para


bombear sangue para os pulmões (onde ocorre a
oxigenação) e depois para a vasta rede de vasos
sanguíneos. Ele tem aproximadamente o mesmo
tamanho do pulso de um homem e sua extremidade
superior esta localizada no centro esquerdo do tórax,
imediatamente atrás do esterno e a base do coração
estende-se para o lado esquerdo do tronco.

O coração possui quatro câmaras. As duas


superiores são chamadas de átrios, e as duas
câmaras inferiores são chamadas de ventrículos.

O ventrículo esquerdo, que bombeia sangue para


todo o corpo é a parte mais forte e espessa do
coração. Uma vez que é um musculo, o coração
necessita de suprimento continuo de oxigênio e
nutrientes para funcionar de maneira adequada.

Vasos Sanguíneos

As artérias carregam sangue


oxigenado do coração para as células
do corpo. As arteríolas são os menores
ramos de uma artéria e permitem que o
sangue flua para os capilares. A troca
de liquido, oxigênio e dióxido de
carbono entre o sangue e as células
dos tecidos ocorre através dos
capilares.

O sangue flui do capilar para a


vênula. As vênulas são os menores
ramos das veias. As veias carregam
sangue pobre em oxigênio de volta ao
coração, onde o ciclo reinicia. As
artérias coronárias levam sangue oxigenado e nutriente para o coração.

Pulso

Cada vez que o ventrículo esquerdo contrai, acorrente sanguínea pode ser sentida, na
forma de pulsação, em qualquer lugar onde uma artéria passe sobre um osso próximo a
superfície da pele.

O pulso é um bom indicador do volume sanguíneo e da efetividade da função do


ventrículo esquerdo.

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Sangue

O sangue é composto por células vermelhas, células brancas, plaquetas e plasma. As


células vermelhas são responsáveis por carregar oxigênio para os tecidos e células
distribuídos pelo corpo. As células brancas atuam no combate a infecção. As plaquetas
são componentes do processo de coagulação. O plasma é a porção liquida do sangue,
responsável pela suspensão e transporte das células vermelhas, células brancas e
plaquetas.

As emergências envolvendo o sistema circulatório ocorrem quando há sangramentos


descontrolado, comprometimento da circulação ou quando o coração perde sua
capacidade de bombear.

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Fisiologia do Sistema Circulatório

O sistema circulatório é o segundo sistema do corpo a ser um componente essencial


para assegurar a chegada de quantidades suficientes de oxigênio para as células do
corpo, ao mesmo tempo em que remove produtos residuais, como dióxido de carbono.
Assim como o trauma no sistema respiratório pode prejudicar a ventilação e a
oxigenação, a lesão traumática envolvendo o sistema circulatório também pode afetar o
fornecimento de oxigênio as células do corpo, através do CHOQUE.

Circulação e Oxigenação

O sistema circulatório deve funcionar de forma adequada para que o oxigênio seja
fornecido a cada célula do organismo. O coração deve bombear de forma eficaz, os vasos
sanguíneos ate cada órgão devem estar intactos, e deve haver quantidade suficiente de
sangue dentro do sistema vascular para chegar e perfundir cada órgão.

A – Quando as células do tecido estiverem perto do capilar, o oxigênio pode ser difundido até elas facilmente, e o
dióxido de carbono pode ser difundido para fora.
B – Quando as células de tecido estiverem separadas das paredes dos capilares por um aumento do edema (liquido
intersticial), é muito mais difícil para que o dióxido de carbono e o oxigênio sejam difundidos.

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Fisiopatologia

O trauma pode afetar a capacidade do sistema circulatório de fornecer oxigênio e


remover o dióxido de carbono do corpo das seguintes maneiras:

 O coração pode tolerar um trauma direto que leve a diminuição da sua capacidade
de bombear eficazmente.
 O trauma pode produzir condições como tamponamento cardíaco ou pneumotórax
hipertensivo, que comprometem o retorno do sangue ao coração, diminuindo assim
o debito cardíaco.
 A lesão dos vasos sanguíneos ira resultar em hemorragia e comprometimento da
capacidade de transporte de oxigênio pelas hemácias.

5. O Sistema Digestório

O sistema digestório compreende o trato alimentar (por onde passam os alimentos) e


os órgãos acessórios da digestão (boca, esôfago, estomago, pâncreas, fígado, baço,
vesícula biliar, intestino delgado e intestino grosso). As principais funções do sistema
digestório são:

 Ingerir e transportar alimentos;


 Digerir os alimentos;
 Absorver os nutrientes;
 Eliminar os resíduos.

Os órgãos abdominais podem ser ocos ou sólidos. Os órgãos ocos são mais moveis e
contem, tipicamente, uma substancia que pode extravasar para a cavidade abdominal
quando lesionados. Os órgãos sólidos são mais fixos e possuem irrigação sanguínea
maior. Os órgãos sólidos tendem a sangrar profusamente quando lesionados. Existem
também, na cavidade abdominal, vasas sanguíneos grandes que, se lesionados, podem
levar ao sangramento excessivo. Os traumatismos abdominais fechados, assim como os
penetrantes, podem levar ao sangramento acentuado ou ao extravasamento de
substancias prejudiciais para dentro da cavidade abdominal.

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Boca
A boca ou cavidade bucal é onde acontece a
primeira parte do processo do sistema digestivo. Sua
estrutura é composta pelas bochechas, palatos
(paredes) duros (superior) e moles (posterior), além
da língua. Ao ingerir os alimentos, estes são
mastigados e transformados, com a ajuda das
glândulas salivares, em bolo alimentar. Nesse
momento, eles serão enviados para a faringe, onde
será iniciado o processo automático da deglutição. As
glândulas salivares desenvolvem um líquido viscoso
contendo 99% de água e mucina, que dá mais viscosidade a saliva. Além disso, é na
boca que a digestão química dos carboidratos acontece, transformando o amido em
moléculas de glicose e maltose.

Faringe
A faringe é um tubo muscular membranoso que ao
receber o alimento transporta-o para o esôfago. Ele se
comunica com a boca, através do istmo da
garganta (espaço entre a raiz da língua, o palato mole e a
epiglote) e na outra extremidade com o esôfago. Por isso,
durante o processo, a epiglote fecha o orifício de
comunicação com a laringe para que o alimento não entre
nas vias respiratórias. Assim, o bolo alimentar passa
pela parte laríngea da faringe e entra no esôfago em até 2
segundos.

Esôfago
O esôfago consiste em um tubo que se
estende da laringe até o estômago, com
cerca de 25 cm de comprimento.

Ele é responsável pelos movimentos


peristálticos (contrações involuntárias),
que movem o bolo alimentar para o
estômago, garantindo que a digestão seja
realizada da forma correta.

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Estômago
O estômago é um dos órgãos mais importantes do sistema digestivo, pois nele é
produzido o suco gástrico, um líquido ácido e corrosivo que auxilia na fragmentação e
deturpação das proteínas do bolo alimentar, além de atuar sobre alguns lipídios, favorecer
a absorção de substâncias e matar bactérias. O órgão está localizado no abdômen,
abaixo do diafragma, e divide-se em 4 áreas principais: cárdia, fundo, corpo e piloro. A
primeira parte recebe o nome de cárdia, visto que está localizada próxima ao coração. Ela
impede o refluxo do alimento para o esôfago.

A segunda corresponde ao piloro, um orifício de saída que impede a passagem


precoce do bolo alimentar para o intestino delgado. Depois que termina todo o processo
no estômago, o bolo alimentar é transformado em quimo, uma massa branca e espumosa
que é levada em partes até o intestino delgado.

Intestino delgado
Dentro do sistema digestivo o intestino delgado
é responsável pela fase principal da digestão, que é
a absorção dos nutrientes dos alimentos. Sua
estrutura começa pelo piloro e se estende até a
junção ileocólica. Ele fica próximo ao intestino
grosso, dividindo- se em três porções: duodeno,
jejuno e íleo. Após ser produzido, o quimo chega
até o duodeno e com a ajuda do suco
gastrointestinal transforma as proteínas em
aminoácidos.

O quimo ainda é transformado pelo suco pancreático, um líquido produzido


pelo pâncreas, constituído de íons bicarbonato, que são responsáveis pela neutralização
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da sua acidez. O jejuno é uma continuação do duodeno. Ele e o íleo passam a maior
parte do período digestivo vazios, uma vez que os alimentos passam por eles de forma
bem rápida. Depois que os nutrientes são absorvidos do quimo, as substâncias que não
servem para o organismo serão transformadas em uma pasta grossa e esbranquiçada,
chamada de “quilo”, que será encaminhada ao intestino grosso.

Intestino grosso
O intestino grosso é maior que o delgado, com cerca
de 6,5 centímetros de diâmetro e 1,5 metros de
comprimento. Ele é responsável pela absorção da
água, decomposição e fermentação dos restos
alimentares, pela formação das fezes e sua
eliminação. Ele está dividido em três partes: ceco,
cólon e reto. O ceco é a primeira parte, pois tem a
função de receber o “quilo” vindo do intestino delgado
e iniciar o processo de absorção da água e
nutrientes. O colo é a segunda e maior parte do intestino grosso, onde as substâncias que
não foram digeridas permanecem por muitas horas, preenchendo as porções da curva
sigmoide e do reto até que sejam eliminadas pelas fezes.

Pâncreas

Um dos órgãos vitais do sistema


digestivo humano, equiparável, em
importância, ao fígado. Está situado
na região abdominal, atrás do
estômago, junto ao fígado e à
vesícula biliar, com os quais
compartilha um dueto comum de
entrada no duodeno, ou seja, a
primeira porção do intestino delgado.

O pâncreas mede cerca de 15


cm, apresenta cor amarelada e
contextura mole, e sua anatomia
consta de três segmentos: cabeça,
corpo e cauda. No sistema digestivo
o pâncreas realiza duas funções diferentes. A primeira função trata da produção de
alguns hormônios, entre eles a somatostatina e a insulina; a segunda função consiste na
secreção do suco pancreático que é lançado no trato intestinal;

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Fígado

O fígado é um anexo do sistema digestório e é considerado um dos maiores órgãos


do corpo humano. Esse órgão está localizado na região superior da cavidade abdominal,
abaixo do diafragma e do lado direito, apresenta coloração marrom avermelhada e pesa,
em média, 1,5 kg. Além disso, possui superfície lisa e quatro lobos: direto, esquerdo,
caudado e quadrado.

Cada lobo é formado por várias células conhecidas como hepatócitos. O fígado está
relacionado com funções importantes do nosso corpo, tais como a regulação do
metabolismo de vários nutrientes (proteínas, carboidratos e lipídios), síntese de proteínas
e outras moléculas, degradação de hormônios, armazenamento de substâncias, como o
glicogênio, e excreção de substâncias tóxicas.

Além disso, está relacionado com a


produção de hemácias no embrião, destrói
essas células quando estão velhas, além de
sintetizar alguns fatores de coagulação.
Apesar das diversas funções do fígado, uma
das principais e mais conhecidas é a
formação e secreção da bile — uma
substância formada principalmente por
ácidos biliares, fosfolipídios, colesterol, sais
inorgânicos e bilirrubina. Esta, por sua vez, é
responsável por dar cor à bile e é resultado
da destruição de hemácias. Por dia, o fígado
produz cerca de 500 a 1000 ml de bile, que são armazenados na vesícula biliar. A
produção dessa substância ocorre constantemente, entretanto, logo após as refeições, a
secreção é aumentada.

A bile apresenta basicamente duas funções primordiais: excreção de algumas


substâncias e a emulsão das gorduras, que ajuda na digestão e absorção dos lipídios. Na
bile são eliminadas, principalmente, toxinas, substâncias presentes em drogas e a
bilirrubina. Esse processo é conhecido como detoxificação hepática.

Baço

O baço é um órgão do tipo glandular localizado na região superior esquerda da


cavidade abdominal. Este órgão tem contato com o pâncreas, o diafragma e o rim
esquerdo. Este órgão não é considerado uma
glândula endócrina, pois não produz secreções,
entretanto, no caso de certas doenças, este
órgão libera um hormônio que afeta a produção
dos glóbulos vermelhos (hemácias) do sangue
na medula óssea. No feto, a função principal
deste órgão é a fabricação de hemácias e
leucócitos (glóbulos brancos). Após o
nascimento esta função é interrompida.

Porém, esta função pode ser reiniciada


posteriormente caso apareça alguma doença
que debilite esta função na medula óssea.

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Este órgão age como parte integrante do sistema linfático e vascular, ocupando uma
posição única que lhe permite eliminar micro-organismos patogênicos e destruir hemácias
anômalas, alteradas ou envelhecidas. Ele também retira o ferro a partir da hemoglobina
dos glóbulos vermelhos para seu posterior uso pelo organismo, assim como substâncias
residuais como os pigmentos biliares para sua excreção, na forma de bílis, através do
fígado.

O baço fabrica anticorpos contra diversos tipos de células do sangue e micro-


organismos infecciosos. Em alguns animais mamíferos (com exceção dos seres
humanos), ele armazena as hemácias e nos casos de hemorragia os libera no sistema
circulatório. Nos seres humanos, atua como reservatório de sangue e de outras células
sanguíneas.

Vesícula Biliar

A vesícula biliar é um órgão muscular responsável pelo armazenamento da bile e está


presente na maioria dos vertebrados. No ser humano é um saco membranoso no formato
de pera, que se situa abaixo da superfície do lóbulo direito do fígado, logo atrás das
costelas inferiores.

A função da vesícula é armazenar a bile segregada pelo fígado, que chega nela
através dos condutos hepático e cístico e lá permanece até ser solicitada pelo aparelho
digestório. Quando funciona dentro da normalidade, a vesícula esvazia seu conteúdo
através do conduto biliar no duodeno para facilitar a digestão, favorecendo assim, os
movimentos dos intestinos e a absorção dos nutrientes. Além disso, evita a putrefação e
emulsiona as gorduras.

6. Sistema Nervoso Sensorial

Faz parte do sistema nervoso responsável pelo processamento da informação


sensorial. Um sistema sensorial consiste em neurônios sensoriais (incluindo
as células receptoras sensoriais), caminhos neurais e partes do cérebro envolvidas na
percepção sensorial. Sistemas sensoriais comumente reconhecidos são aqueles visão,
audição, tato,paladar,olfato e equilíbrio. Em suma, os sentidos são transdutores do mundo
físico para o reino da mente, onde interpretamos a informação, criando nossa percepção
do mundo que nos rodeia.

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Os organismos precisam de informações para resolver pelo menos três tipos de
problemas:
(a) manter um ambiente adequado, ou seja, homeostase;
(b) atividades de tempo (por exemplo, mudanças sazonais de comportamento) ou
sincronizar atividades como os de conspecíficos; e
(c) localizar e responder a recursos ou ameaças (por exemplo, movendo-se para recursos
ou evadindo ou atacando
Os organismos também precisam transmitir informações para influenciar o
comportamento de outro: identificar-se, alertar conspecíficos de perigo, coordenar
atividades ou enganar.
O objetivo de todo sistema sensorial é enviar as informações obtidas para o sistema
nervoso central ou para alguma região que possa corretamente analisar e processar a
informação, como a medula vertebral ou até mesmo alguns gânglios nervosos. Isso
garante que organismos desenvolvam uma resposta apropriada para determinado
estimulo, mesmo que esta resposta seja nula. A transmissão de informações dos
receptores sensoriais ocorre pelos neurônios aferentes.

Desde Aristóteles, culturalmente se reconhecem cinco sentidos:


 visão,
 audição,
 paladar,
 olfato e
 tato.
A lista se estende, porém, com a divisão de alguns deles em subgrupos e a adição de
outros sentidos. Não há consenso na quantidade, devido à falta de solidez na definição do
que constitui sentido.
Uma definição bastante aceita seria a de que um sentido é um sistema que consiste
em um grupo de um tipo de células sensoriais que responde a um fenômeno físico
específico, e que corresponde a um determinado grupo de regiões do cérebro onde os
sinais são recebidos e interpretados. Discussões sobre o número de sentidos que
os seres humanos possuem tipicamente surgem da classificação dos vários tipos de
células e as regiões do cérebro correspondentes.
Cada receptor sensorial responde a um determinado tipo de estímulo. Os olhos, por
exemplo, possuem um tipo de sensor que detecta luz, e este sensor detecta apenas
isso. Além disso, os receptores sensoriais possuem a capacidade de enviar a informação
em diferentes padrões, garantindo assim o entendimento do sistema nervoso central para,
digamos, a intensidade e duração; a localização do receptor que é estimulado dá
ao cérebro informações sobre a localização do estímulo.

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Visão
Visão é a habilidade que nos permite ver o que ocorre em nossa volta, a janela para o
mundo. A luz forma imagens nos fotorreceptores da retina, dentro de cada olho, e a
informação é levada ao cérebro pelos nervos ópticos. A visão não é um sentido por si só,
mas um aglomerado de mais de um deles,
pois há mais de um receptor para mais de uma
informação. O primeiro é a capacidade de
detectar intensidade luminosa; os receptores
são células chamadas bastonetes, que
trabalham bem até em menores intensidades
de luz, mas não possuem a capacidade de
detectar cor.
O outro sentido é a capacidade de
detectar cores, e as células receptoras são
os cones, que exigem uma quantidade maior
de luz para funcionarem bem; há o debate se
este constitui um ou três sentidos diferentes,
pois há três tipos de cones, um para cada cor
primária.
Há, ainda, discussão sobre um terceiro
sentido, o da estereopsia, a percepção de
profundidade e distância usando ambos os
olhos, mas geralmente ela é considerada uma
função cognitiva (pós sensorial)
do córtex visual do cérebro, ou seja, a
interpretação de informação previamente adquirida de outra forma.
A energia luminosa (luz) chega aos nossos olhos trazendo informações do que existe
ao nosso redor. Nossos olhos conseguem transformar o estímulo luminoso em uma outra
forma de energia (potencial de ação) capaz de ser transmitida até o nosso cérebro. Esse
último é responsável pela criação de uma imagem a partir das informações retiradas do
meio.
O olho é revestido por três membranas: esclera, coroide e retina. A esclera á a
camada mais externa, o que chamamos de "branco do olho" ou "parte branca"
A parte anterior da esclera é constituída pela córnea, que é uma membrana curva e
transparente por onde passa a luz.
Além da córnea, há a coroide – essa membrana intermediária apresenta muitos vasos
sanguíneos que nutrem as células oculares.
Na parte anterior da coroide, sob a córnea, encontra-se a íris, que é a parte colorida do
olho. No centro da iria, há uma abertura, a pupila, por onde a luz entra no olho. A cor da
íris depende da quantidade de melanina (substância também responsável pela cor da
pele) que a pessoa possui.

A quantidade de pigmento é hereditária, ou seja, é determinada pelos genes.

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Audição
Audição é a percepção do som pelo ouvido. O som é a propagação de ondas
mecânicas em meios materiais, fazendo, portanto, da audição a percepção da vibração.
As ondas sonoras chegam até o aparelho auditivo, fazem o tímpano vibrar que, por sua
vez, faz os três ossos da orelha (martelo, bigorna e estribo) vibrarem; as vibrações são
passadas para a cóclea, onde viram impulsos nervosos que são transmitidos ao cérebro
pelo nervo auditivo. Dado que as ondas sonoras normalmente possuem uma quantidade
minúscula de energia, o ouvido é excepcionalmente sensível, e, portanto, frágil.
A frequência de audição de um ser humano é padronizada na faixa de 20 a 20000 Hertz,
mas há variação na literatura científica. A capacidade de ouvir em altas frequências
diminui com a idade, e mais
acentuadamente em homens que em
mulheres. Algumas das frequências
mais baixas que podem ser detectadas
pela audição também podem ser
sentidas tactualmente.
Nossos ouvidos também nos
ajudam a perceber o que está
ocorrendo a nossa volta. Além de
perceberem os sons, eles também nos
dão informações sobre a posição de
nossos corpos, sendo parcialmente
responsáveis por nosso equilíbrio.
O pavilhão auditivo (orelha externa)
concentra e capta o som para
podermos ouvir os sons da natureza, diferenciar os sons vindos do mar do som vindo de
um automóvel, os sons fortes e fracos, graves e agudos.
Por possuirmos duas orelhas, uma de cada lado da cabeça, conseguimos localizar a
que distância se encontra o emissor do som. Percebemos a diferença da chegada do som
nas duas diferentes orelhas. Desse modo, podemos calcular a que distância se encontra
o emissor. Nossas orelhas captam e concentram as vibrações do ar, ou melhor, as
ondas sonoras, que passam para a parte interna do nosso aparelho auditivo, as orelhas
médias, onde a vibração do ar faz vibrar nossos tímpanos - as membranas que separam
as orelhas externas das médias.

Paladar
Paladar (ou gustação) é a capacidade de reconhecer os gostos de substâncias
como comida, alguns minerais, até venenos etc. Existem cinco sabores básicos bem
aceitos: salgado, doce, amargo, ácido e umami; e há o debate se também há os sabores
de ácidos graxos e cálcio.

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Os receptores envolvidos neste sentido são células que se agrupam nas
chamadas papilas gustativas. As papilas gustativas se espalham em concentrações
diferentes por toda a língua, e estão presentes, ainda que em menor número, até no céu
da boca, garganta, esôfago e nariz; suas concentrações variam consideravelmente de
indivíduo para indivíduo. Isso significa que, ao contrário da lenda popular, a língua
percebe sabores diferentes de forma razoavelmente igual por toda a sua extensão.
Mesmo com os olhos vendados e o nariz tapado,
somos capazes de identificar um alimento que é
colocado dentro de nossa boca. Esse sentido é o
paladar. Partículas se desprendem do alimento e se
dissolvem na nossa boca, onde a informação é
transformada para ser conduzida até o cérebro, que vai
decodificá-la. Os seres humanos distinguem as
sensações de doce, salgado, azedo e amargo através
das papilas gustativas, situadas nas diferentes regiões
da língua.
Para sentirmos os diferentes sabores, os
grupamentos atômicos dos alimentos são dissolvidos
pela água existente em nossa boca e estimulam nossos
receptores gustativos existentes nas papilas.
Nossos sentidos nos informam, de várias maneiras, sobre o que está acontecendo a
nossa volta. Podemos ver e ouvir, cheirar e sentir sabores. Podemos sentir a textura e a
temperatura das coisas que tocamos. Nossos sentidos são impressionados pela matéria e
a energia e, assim, nosso organismo entra em contato com o meio ambiente.
No entanto, nossos órgãos dos sentidos são limitados, percebem apenas uma
determinada quantidade de comprimentos de ondas luminosas, sonoras, etc. Do mesmo
modo, nosso corpo suporta somente uma determinada quantidade de pressão. Mas o
homem passou a criar instrumentos para ampliar a sua percepção do mundo, podendo
enxergar objetos cada vez menores e maiores, compreender e identificar ultra-sons e
infra-sons. Com a possibilidade de um novo olhar, o homem foi encontrando novos
problemas, levantando novas hipóteses, chegando a novas conclusões e conhecendo
novas realidades.
Olfato
O nariz é constituído pelas fossas nasais e pela pirâmide nasal. Na cavidade
nasal encontra-se a pituitária que possui inúmeras terminações nervosas. As substâncias,
ao passarem pela mucosa, estimulam as terminações nervosas e o nervo
olfativo encaminha as mensagens até o córtex cerebral.

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Podemos adivinhar o que está no forno apenas pelo cheiro que sentimos no ar da
cozinha. Esse é o sentido do olfato. Partículas saídas dos alimentos, de líquidos, de
flores, etc. chegam ao nosso nariz e se dissolvem no tecido que reveste a região interna
do teto da cavidade nasal, a mucosa olfatória. Ali a informação é transformada, para ser
conduzida, através do nervo olfatório, até o cérebro, onde será decodificada.

Já a nossa pele nos permite perceber a textura dos diferentes materiais, assim como
a temperatura dos objetos, pelas diferenças de pressão, captando as variações da
energia térmica e ainda as sensações de dor. Podemos sentir a suavidade do
revestimento externo de um pêssego, o calor do corpo de uma criança que seguramos no
colo e a maciez da pele de um corpo que acariciamos. Sem essas informações, nossas
sensações de prazer seriam diminuídas, poderíamos nos queimar ou nos machucaríamos
com frequência. Essa forma de percepção do mundo é conhecida como tato.

Tato
O tato, sistema
somatossensorial ou mecanorreceptor,
é uma percepção resultante da ativação
de receptores neuronais, geralmente na
pele, incluindo os folículos de cabelo,
mas também na língua, na garganta, e
mucosa.

Existem inúmeras terminações


nervosas especializadas situadas na
pele e nos tecidos internos do
organismo, que estão sujeitas a
estímulos do tipo: calor, frio, dor, tato, entre outros. Tais estímulos são transformados em
impulsos nervosos e enviados ao sistema nervoso central, na qual são interpretados e
respondidos.

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7. Sistema Nervoso

Nosso sistema nervoso é dividido em duas


partes:
 Sistema nervoso central (composto pelo
encéfalo e medula espinal) e

 Sistema nervoso periférico (composto


pelo tecido nervoso localizado fora do
sistema nervoso central).

Entendendo o sistema nervoso: principais características

É no sistema nervoso central que ocorrem nossos pensamentos, emoções, ficam


arquivadas nossas memórias e ocorre todo tipo de estímulo sensitivo.

O sistema nervoso periférico, composto pelos nervos do crânio e suas ramificações,


controla a entrada e saída de estímulos nervosos em nossos órgãos e sistemas.
Subdivide-se em sistema nervoso somático, sistema autônomo e sistema nervoso
entérico (funcionamento involuntário).

O sistema nervoso somático é o responsável pela transmissão das informações de


nossos sentidos (audição, visão, paladar, olfato) ao SNC (sistema nervoso central), e,
também, por conduzir os impulsos nervosos do SNC aos músculos esqueléticos. No caso
das respostas motoras, esta ação será voluntária, pois, pode ser controlada
conscientemente.

O sistema nervoso autônomo envia informações de órgãos viscerais, tais como,


pulmão e estômago, ao SNC (sistema nervoso central). Envia também impulsos nervosos
do SNC ao músculo liso, músculo cardíaco e glândulas. Sua ação é involuntária, pois não
depende de nossa vontade. Por exemplo, nosso coração continua batendo mesmo
quando estamos dormindo profundamente.

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O sistema nervoso entérico, localizado no intestino, controla todos os impulsos
nervosos que ocorrem dentro deste. Seu funcionamento também é involuntário, pois não
podemos controlá-lo.

De forma geral, podemos entender que o sistema nervoso desempenha inúmeras


tarefas em nosso corpo, e, que, através dos impulsos elétricos que ocorrem entre seus
bilhões de neurônios, ele é capaz de se conectar com todas as partes de nosso corpo.

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8. Sistema Endócrino

O Sistema Endócrino é o conjunto de glândulas responsáveis pela produção dos


hormônios que são lançados no sangue e percorrem o corpo até chegar aos órgãos-alvo
sobre os quais atuam.

Junto com o sistema nervoso, o sistema endócrino coordena todas as funções do


nosso corpo. O hipotálamo, um grupo de células nervosas localizadas na base do
encéfalo, faz a integração entre esses dois sistemas.

Glândulas do Sistema Endócrino

As glândulas endócrinas estão localizadas em diferentes partes do


corpo: hipófise, tireoide e paratireoides, timo, suprarrenais, pâncreas e as glândulas
sexuais.

Hipófise

A hipófise está localizada no centro da cabeça, logo abaixo do cérebro. Produz


diversos hormônios, entre eles, o hormônio do crescimento.

É considerada a glândula mestre do nosso corpo, pois estimula o funcionamento de


outras glândulas, como a tireoide e as glândulas sexuais. O excesso da produção desse
hormônio causa o gigantismo (crescimento exagerado) e a falta provoca o nanismo.

Outro hormônio produzido pela hipófise é o antidiurético (ADH), substância que


permite ao corpo economizar água na excreção (formação da urina).

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Tireoide

A tireoide está localizada no pescoço, produz a tiroxina, hormônio que controla a


velocidade do metabolismo celular, na manutenção do peso e do calor corporal, no
crescimento e no ritmo cardíaco.

O hipertireoidismo, funcionamento exagerado da tireoide, acelera todo o metabolismo:


o coração bate mais rápido, a temperatura do corpo fica mais alta do que o normal, a
pessoa emagrece por gastar mais energia.

Esse quadro favorece o aparecimento de doenças cardíacas e vasculares, pois o


sangue circula com mais pressão. Se não tratada pode provocar o surgimento
do bócio (inchaço no pescoço), e também a exoftalmia (olhos saltados).

O hipotireoidismo é quando a tireoide trabalha menos e produz menos tiroxina. Assim,


o metabolismo se torna mais lento, algumas regiões do corpo ficam inchadas, o coração
bate mais vagarosamente, o sangue circula mais lentamente, a pessoa gasta menos
energia, tende a engordar e as respostas físicas e mentais tornam-se mais lentas e se
não tratada pode ocorrer o bócio.

Paratireoides

As paratireoides são quatro pequenas glândulas, localizadas atrás da tireoide, que


produzem o paratormônio, hormônio que regula a quantidade de cálcio e fósforo no
sangue. A diminuição desse hormônio reduz a quantidade de cálcio no sangue e faz com
que os músculos se contraiam violentamente.

Esse sintoma é chamado de tetania, pois é semelhante ao que ocorre em pessoas


com tétano. Por sua vez, o aumento da produção desse hormônio, transfere parte do
cálcio para o sangue, de modo que enfraquece os ossos, tornando-os quebradiços.

Timo

O timo está situado entre os pulmões. Produz um hormônio que atua na defesa do
organismo do recém-nascido contra infecções.

Nessa fase, apresenta um volume acentuado, crescendo normalmente até a


adolescência, quando começa a atrofiar. Na idade adulta diminui de tamanho, pois tem
suas funções reduzidas.

Suprarrenais

As glândulas suprarrenais situam-se acima dos rins e produzem a adrenalina,


hormônio que prepara o corpo para a ação. Os efeitos da adrenalina no organismo são:

 Taquicardia: o coração dispara e impulsiona mais sangue para as pernas e braços,


aumentando a capacidade de correr ou de se exaltar em situações tensas;

 Aumento da frequência respiratória e da taxa de glicose no sangue, liberando mais


energia para as células;

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 Contração dos vasos sanguíneos da pele, de modo que o organismo envia mais sangue
para os músculos esqueléticos e, por isso, ficamos “pálidos de susto” e também “gelados
de medo”.

Pâncreas

O pâncreas é uma glândula mista pois além de hormônios (insulina e o glucagon)


produz também o suco pancreático, que é lançado no intestino delgado e desempenha
importante papel na digestão.

A insulina controla a entrada da glicose nas células (onde será utilizada na liberação
de energia) e o armazenamento no fígado, na forma de glicogênio.

A falta ou a baixa produção de insulina provoca o diabetes, doença caracterizada pelo


excesso de glicose no sangue (hiperglicemia).

O glucagon funciona de maneira oposta à insulina. Quando o organismo fica muitas


horas sem se alimentar, a taxa de açúcar no sangue cai muito e a pessoa pode
ter hipoglicemia, que gera a sensação de fraqueza, tontura, levando, em muitos caso, ao
desmaio.

Nesse caso o pâncreas produz o glucagon, que age no fígado, estimulando a "quebra"
do glicogênio em moléculas de glicose. Por fim, a glicose é enviada para o sangue
normalizando a hipoglicemia.

Glândulas sexuais

As glândulas sexuais são os ovários e os testículos, que fazem parte do sistema


reprodutor feminino e do sistema reprodutor masculino respectivamente. Os ovários e os
testículos são estimulados por hormônios produzidos pela hipófise. Assim, enquanto os
ovários produzem o estrogênio e a progesterona, os testículos produzem diversos
hormônios, entre eles a testosterona, responsável pelo aparecimento das características
sexuais secundárias masculinas: barba, voz grave, ombros volumosos etc.

9. Sistema Excretor

O sistema excretor tem a função de eliminar os resíduos das reações químicas que
ocorrem dentro das células, no processo de metabolismo. Dessa maneira, muitas
substâncias que não são aproveitadas no organismo, principalmente as tóxicas, são
excretadas do corpo. Importante ressaltar que o sistema excretor é encarregado de muito
mais que apenas a eliminação de resíduos. Trata-se do principal responsável pelo
controle da composição química do ambiente interno.

Como funciona o Sistema Excretor

A eliminação de substâncias prejudiciais ou que estão em excesso em nosso corpo é


chamada de excreção, processo que permite o equilíbrio interno do nosso organismo.

Os produtos da excreção são denominados "excretas", que são lançadas das células
para o líquido que as banha (líquido intersticial), e daí são passadas para a linfa e para o
sangue.

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No processo de degradação de glicídios e lipídeos são produzidos gás carbônico e
água. As proteínas também são metabolizadas, e do seu metabolismo resultam
substâncias prejudiciais ao organismo entre elas, o gás carbônico e os produtos
nitrogenados, como a amônia, a ureia e o ácido úrico.

Há também a água e os sais minerais, com destaque para o cloreto de sódio (o


principal componente do sal de cozinha).

Para eliminar essas substâncias, a excreção é realizada através da urina, da


respiração e do suor. Entenda, na sequência, como é feita a excreção desses resíduos.

Excreção da Urina

A excreção através da urina inicia em um


processo realizado pelos rins. Eles funcionam
como um filtro que retém as impurezas do
sangue e o deixa em condições de circular pelo
organismo.

Os rins participam do controle das


concentrações plásmicas de íons, como sódio,
potássio, bicarbonato, cálcio e cloretos.

De acordo com as concentrações no sangue,


esses íons podem ser eliminados em maior ou
menor quantidade na urina, através do sistema
urinário. As principais substâncias que formam a
urina são ureia, ácido úrico e amônia.

A excreção do gás carbônico é realizada


através dos órgãos do sistema respiratório. A
eliminação deste elemento é o produto final do
metabolismo dos glicídios (carboidratos ou
açúcares) e lipídios (gorduras) no processo de
respiração celular.

Além disso, a água também é eliminada sob a forma de vapor, por meio da expiração.
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Excreção do Gás Carbônico

Excreção do Suor

A produção de suor não está relacionada ao processo de excreção e sim da regulação


de temperatura no organismo.

No entanto através do suor são eliminados sais minerais, como o cloreto de sódio, e
água sendo que, devido a sua enorme importância para a célula, ela fica conservada em
grande parte no organismo.

Órgãos que atuam no Sistema Excretor

Para eliminar os resíduos das reações químicas que nosso corpo produz, diferentes
órgãos desempenham funções de extrema importância. Conheça a seguir quais são
esses órgãos e como eles atuam no sistema excretor.

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Rins

Os rins são órgãos do sistema urinário, porém que atuam diretamente na eliminação
de resíduos que resultam da ação do metabolismo do organismo. Considerando as
substâncias eliminadas pelos rins destacam-se a ureia, a creatina e toxinas do sangue.
Além dessa função, ele também atua na regulação do volume de líquidos do organismo e
no controle da pressão arterial sanguínea.

Néfrons

Os néfrons são estruturas presentes nos rins e que tem como principal ação a
formação da urina. Ele filtra os elementos do plasma sanguíneo para então eliminar na
urina. Localizados nos rins, eles estão presentes em grandes quantidades no corpo
humano, sendo aproximadamente 1.200.000 néfrons em cada rim.

Ureteres

O ureter é um tubo que liga o rim à bexiga, ou seja, ele transporta a urina dos rins para
a bexiga, sendo um ureter para cada rim. Ele é um dos elementos do sistema urinário e
que auxiliam na excreção das substâncias indesejadas. Para desempenhar sua função,
ele realiza movimentos peristálticos que auxiliam a condução da urina até a bexiga. Para
isso, sua parede é formada por três camadas diferentes, sendo estas formadas por uma
camada mucosa, uma muscular e outra adventícia.

Bexiga urinária

A bexiga urinária é o órgão responsável por armazenar a urina produzida pelos rins e
transportada pelos ureteres. Além do armazenamento é ela quem elimina a urina. Este é
um órgão muscular com alta capacidade elástica, visto que pode armazenar até 800 ml de
urina.

Uretra

A uretra é o canal responsável por conduzir o caminho da urina para fora do corpo. Ela
está ligada à bexiga urinária. Nos homens a uretra termina no pênis, já nas mulheres
termina na vulva.

10. Sistema Urinário

O Sistema Urinário ou Aparelho Urinário é responsável pela produção e eliminação


da urina, possui a função de filtrar as "impurezas" do sangue que circula no organismo. O
Sistema Urinário é composto por dois rins e pelas vias urinárias, formada por dois
ureteres, a bexiga urinária e a uretra.

Rins

Os rins são órgãos que se situam na parte posterior da cavidade abdominal,


localizados um em cada lado da coluna vertebral. São de cor vermelho - escuro e têm o
formato semelhante ao de um grão de feijão e do tamanho aproximado de uma mão
fechada.

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Os rins se ligam ao sistema circulatório através da artéria renal e da veia renal, e com
as vias urinárias pelos ureteres. As artérias renais são ramificações muito finas que
formam pequenos emaranhados chamados glomérulos. Cada glomérulo é envolvido por
uma estrutura arredondada, chamada cápsula glomerular ou cápsula de Bowman.
Por conseguinte, a unidade básica de filtragem do
sangue é chamada néfron, que é formada pelos
glomérulos, pela cápsula glomerular e pelo túbulo
renal.

Forçado pela pressão sanguínea, parte do plasma


(água e partículas pequenas nela dissolvidas, como
sais minerais, ureia, ácido úrico, glicose) sai dos
capilares que formam os glomérulos e cai na cápsula
glomerular. Em seguida passa para o túbulo renal.

Substâncias úteis como água, glicose e sais minerais, contidas nesse líquido,
atravessam a parede do túbulo renal e retornam à circulação sanguínea. Assim, o que
resta nos túbulos é uma pequena quantidade de água e resíduos, como a ureia, ácido
úrico e amônia: é a urina, que segue para as vias urinárias. Observe no esquema a
seguir as fases de formação da urina dentro no néfrons.

Vias Urinárias

As vias urinárias são formadas por bexiga, ureteres e uretra.

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Bexiga Urinária

Órgão muscular elástico, uma espécie de bolsa, que está situada na parte inferior do
abdome com a função de acumular a urina que chega dos ureteres. Portanto, a bexiga
recebe e armazena temporariamente a urina e quando o volume chega a mais ou menos
300 ml, os sensores nervosos da parede da bexiga enviam mensagens ao sistema
nervoso, fazendo com que tenhamos vontade de urinar.

Na parte inferior da bexiga, encontra-se um esfíncter - músculo circular que fecha a


uretra e controla a micção. Quando a bexiga está cheia o esfíncter se contrai, empurrando
a urina em direção a uretra, de onde então é lançada para fora do corpo. A capacidade
máxima de urina na bexiga é de aproximadamente 1 litro.

Ureteres

São dois tubos de aproximadamente 20 cm de comprimento cada, que conduz a urina


dos rins para a bexiga.

Uretra

Tubo muscular, que conduz a urina da bexiga para fora do corpo. A uretra feminina
mede cerca de 5 cm de comprimento e transporta somente a urina. A uretra masculina
mede cerca de 20 cm e transporta a urina para fora do corpo, e também o esperma.

Sistema Urinário Masculino

O sistema urinário masculino, difere do feminino na medida em que a uretra, canal


que conduz a urina da bexiga para o exterior, também é utilizado para liberação do
esperma no ato da ejaculação.

Dividida em três partes:


prostática, cavernosa e
membranosa, a uretra
masculina mede
aproximadamente 20
cm e estende-se do orifício
uretral interno na bexiga
urinária até o orifício uretral
externa na extremidade do pênis.

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Sistema Urinário Feminino

O canal da uretra no sistema urinário feminino, que estende-se da bexiga ao orifício


externo no vestíbulo, é bem menor que o masculino, medindo aproximadamente 5 cm.
Essa característica da anatomia feminina, canal da uretra curto, facilita a ocorrência de
infecções urinárias nas mulheres.

Doenças do Sistema Urinário

Muitas doenças estão associadas ao sistema urinário seja nos rins ou nas vias
urinárias (ureteres, bexiga e uretra).

Doenças Renais

Nefrite
A nefrite é uma infecção dos néfrons, resultado de diversos fatores, por exemplo, a
superdosagem de medicamentos e a presença no organismo de algumas substâncias
tóxicas, como o mercúrio, o que pode lesar ou destruir os néfrons, causando dores,
redução da produção da urina, aparência turva da urina e o aumento da pressão.

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Hipertensão Arterial e Problemas Renais
Quando os rins não funcionam de modo eficiente, os sais e a água em excesso se
acumulam no sangue, provocando aumento da pressão arterial. O processo de filtragem
renal nas pessoas hipertensas é deficiente, o que pode resultar no desenvolvimento de
doenças renais.

Infecções Bacterianas
Em especial a bactéria Escherichia coli, que pode penetrar no sistema urinário por meio
da uretra causando infecção bacteriana.

Doenças nas Vias Urinárias

Cálculos Renais

Popularmente conhecido como "pedra nos rins", os cálculos renais podem se alojar
nos rins, nos ureteres ou na bexiga.

São formados na medida em que ocorre alta concentração de cálcio ou de outros tipos
de sal contidos nos líquidos do organismo (no caso a urina).

Cistite
A Cistite é uma infecção ou inflamação na bexiga urinária. O doente sente ardor na
uretra no ato de urinar e por não conseguir reter a urina, libera em pouca quantidade.

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Uretrite
A Uretrite é uma infecção na uretra desenvolvida por bactérias que ocorre
normalmente junto com a cistite.

11. Sistema Linfático

O sistema linfático é o principal sistema de defesa do organismo. Ele é constituído


pelos nódulos linfáticos (linfonodos), ou seja, uma rede complexa de vasos, responsável
por transportar a linfa dos tecidos para o sistema circulatório.

Além disso, ele possui outras funções como a proteção de células imunes, pois atua
junto ao sistema imunológico. Outro importante papel do sistema linfático está na
absorção dos ácidos graxos e no equilíbrio dos fluidos (líquidos) nos tecidos.

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Como funciona o Sistema Linfático

Para desempenhar sua função de eliminar as impurezas do nosso corpo, o sistema


linfático trabalha junto com o sistema imunológico.

O sistema linfático atua em conjunto com diversos órgãos e elementos do organismo.


É dessa forma que ele consegue alcançar as partes do corpo para filtrar o líquido tissular
que nutriu, oxigenou os capilares sanguíneos e saiu levando gás carbônio e excreções.

Diferente do sangue que é impulsionado pela força do coração, no sistema linfático a


linfa se movimenta de forma lenta e com baixa pressão. Ela depende da compressão dos
movimentos dos músculos para pressionar o líquido.

É a partir da contração realizada pelo movimento dos músculos que o fluído é


transportado para os vasos linfáticos. Como eles são maiores acabam se acumulam no
ducto linfático direito e no ducto torácico, percorrendo assim para o resto do corpo.

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Componentes do Sistema Linfático

O sistema linfático é formado por diferentes componentes e órgãos. Veja a seguir


quais são e como cada um deles atua no organismo.

Linfonodos

Os linfonodos (gânglios linfáticos) são chamados de nódulos linfáticos. Eles são


pequenos órgãos (com até 2 cm) presentes no pescoço, no tórax, no abdômen, na axila e
na virilha.

Formados por tecido linfoide e distribuídos pelo corpo, os linfonodos são responsáveis
por filtrarem a linfa antes dela retornar ao sangue. Além disso eles também atuam na
defesa do organismo, impedindo a permanência de partículas estranhas no corpo.

Linfa

A linfa é um líquido transparente e alcalino semelhante ao sangue e que circula pelos


vasos linfáticos. Porém, ele não possui hemácias e, por isso, apresenta um aspecto
esbranquiçado e leitoso.

Responsável pela eliminação das impurezas, a linfa é produzida pelo intestino delgado
e fígado. Seu transporte é feito pelos vasos linfáticos num único sentido (unidirecional),
filtrada pelos linfonodos e lançada no sangue.

Vasos linfáticos

Os vasos linfáticos são canais, distribuídos pelo organismo, os quais possuem válvulas
que transportam a linfa na corrente sanguínea num único sentido, impedindo assim o
refluxo.

Eles atuam no sistema de defesa do organismo, visto que retiram células mortas e
transportam os linfócitos (glóbulos brancos) que combatem as infecções no organismo.

Baço

Maior dos órgão linfáticos, o baço é um órgão de ovalado, localizado abaixo do


diafragma e atrás do estômago.

Ele é responsável pela defesa do organismo e exerce as seguintes funções: produção


de anticorpos (linfócitos T e B) e hemácias (hematopoese), armazenamento de sangue e
liberação de hormônios.

Timo

O timo é um órgão localizado na cavidade torácica, próximo do coração.

Além de produzir as substâncias como a timosina e a timina, o timo produz anticorpos


(linfócito T), atuando, dessa maneira, na defesa do organismo.

É curioso notar que o timo é um órgão que ao longo da vida diminui de tamanho.

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Tonsilas palatinas

Popularmente, esses dois órgãos localizados na garganta, são conhecidos como


amídalas ou amígdalas palatinas.

Elas são responsáveis pela seleção dos microrganismos que penetram no corpo,
principalmente pela boca. Nesse caso, auxiliam no processo de defesa do organismo
visto que produzem linfócitos.

Algumas Doenças do Sistema Linfático

Elefantíase

A filaríase ou filariose é conhecida como “doença tropical infecciosa” e corresponde à


inflamação dos vasos linfáticos transmitida por inseto (mosquito culex).

Seu nome está associado com a retenção de líquido ou o inchaço dos membros,
fazendo com que as pernas dos doentes tenham aspecto de elefante.

Linfedema

Caracterizada pela inflamação e


obstrução dos vasos linfáticos, a
linfedema leva ao inchaço excessivo dos
membros.

Curiosidades sobre o sistema linfático

 Outras doenças associadas ao sistema linfático são a celulite (acúmulo de gordura),


amenizada com o tratamento da drenagem linfática; a íngua (inchaço dos gânglios
linfáticos) e alguns tipos de câncer (linfoma), por exemplo o câncer de mama.

 No corpo humano, a linfa é mais abundante do que o sangue.


41
12. Sistema Tegumentar

O sistema tegumentar é composto pela pele e anexos (glândulas, unhas, cabelos,


pelos e receptores sensoriais) e tem importantes funções, sendo a principal agir
como barreira, protegendo o corpo da invasão de microrganismos e evitando o
ressecamento e perda de água para o meio externo.

Entre os vertebrados, o tegumento é composto por camadas: a mais externa,


a epiderme é formada por tecido epitelial, a camada subjacente de tecido conjuntivo é
a derme, seguida por um tecido subcutâneo, também conhecida como hipoderme. Há
também uma cobertura impermeável, a cutícula. Há uma variedade de anexos, tais como
pelos, escamas, chifres, garras e penas.

Funções do Tegumento

 Envolve e protege os tecidos e órgãos do corpo;

 Protege contra a entrada de agentes infecciosos;

 Evita que o organismo desidrate;

 Controla a temperatura corporal, protegendo contra mudanças bruscas de temperatura;

 Participa da eliminação de resíduos, agindo como sistema excretor também;

 Atua na relação do corpo com o meio externo através dos sentidos, trabalhando em
conjunto com o sistema nervoso;

 Armazena água e gordura nas suas células.

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Anatomia da Pele

Epiderme

A epiderme é constituída de tecido epitelial, cujas células apresentam diferentes


formatos e funções. Elas são originadas na camada basal, e se movem para cima,
tornando-se mais achatadas à medida que sobem. Quando chegam na camada mais
superficial (camada córnea) as células estão mortas (e sem núcleo) e são compostas em
grande parte por queratina.

Entre a camada basal (mais interna) e a córnea (mais externa), há a camada


granulosa, onde as células estão repletas de grânulos de queratina e a espinhosa, na
qual as células possuem prolongamentos que as mantêm juntas, dando-lhe esse aspecto.

A epiderme é constituída de tecido epitelial, cujas células apresentam diferentes


formatos e funções. Elas são originadas na camada basal, e se movem para cima,
tornando-se mais achatadas à medida que sobem.

Quando chegam na camada mais superficial (camada córnea) as células estão mortas
(e sem núcleo) e são compostas em grande parte por queratina. Entre a camada
basal (mais interna) e a córnea (mais externa), há a camada granulosa, onde as células
estão repletas de grânulos de queratina e a espinhosa, na qual as células possuem
prolongamentos que as mantêm juntas, dando-lhe esse aspecto.

Nos vertebrados terrestres, as células da camada córnea são eliminadas


periodicamente, tal como em répteis que trocam a pele, ou continuamente em placas
ou escamas, como acontece nos mamíferos assim como nos humanos.

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Derme

Observe na figura a seguir um corte transversal da pele visto ao microscópio. A parte


superior (mais escura) é a epiderme e a parte mais clara representa a derme, com as
papilas dérmicas em contato com as reentrâncias epidérmicas.

A derme é constituída de tecido conjuntivo fibroso, vasos sanguíneos e linfáticos,


terminações nervosas e fibras musculares lisas. É uma camada de espessura variável
que une a epiderme ao tecido subcutâneo, ou hipoderme. Sua superfície é irregular com
saliências, as papilas dérmicas, que acompanham as reentrâncias da epiderme.

Apêndices da Pele

Unhas, Cabelos e Pelos

As unhas são placas de queratina localizadas nas pontas dos dedos que ajudam a
agarrar os objetos. Os pelos estão espalhados pelo corpo todo, com exceção das
palmas das mãos, das solas dos pés e de certas áreas da região genital.

Eles são formados de queratina e restos de células epidérmicas


mortas compactadas e se formam dentro do folículo piloso. Os cabelos, espalhados pela
cabeça crescem graças às células mortas queratinizadas produzidas no fundo do folículo;
elas produzem queratina, morrem e são achatadas formando o cabelo. A cor dos pelos e
cabelos é determinada pela quantidade de melanina produzida, quanto mais pigmento
houver mais escuro será o cabelo.

Receptores Sensoriais

São ramificações de fibras


nervosas, algumas se encontram
encapsuladas formando corpúsculos,
outras estão soltas como as que se
enrolam em torno do folículo piloso.
Possuem função sensorial, sendo
capazes de receber estímulos
mecânicos, de pressão, de
temperatura ou de dor. São eles:

 Corpúsculos de Ruffini,
 Corpúsculos de Paccini,
 Bulbos de Krause,
 Corpúsculos de Meissner,
 Discos de Merkel,

44
 Terminais do Folículo Piloso e
 Terminações Nervosas Livres.

Glândulas

São exócrinas já que liberam suas secreções para fora do corpo. As glândulas
sebáceas são bolsas que secretam o sebo (substância oleosa) junto aos folículos pilosos
para lubrifica-los. Já as glândulas sudoríparas têm forma tubular enovelada e secretam o
suor (fluido corporal constituído de água e íons de sódio, potássio e cloreto, entre outros
elementos) através de poros na superfície da pele. O suor ajuda a controlar a temperatura
corporal.

13. Sistema Reprodutor Feminino

O Sistema Reprodutor Feminino ou Aparelho Reprodutor Feminino é o sistema


responsável pela reprodução humana.

Ele cumpre diversos papéis importantes:

 Produz os gametas femininos (óvulos);


 Fornece um local apropriado para a ocorrência da fecundação;
 Permite a implantação de embrião;
 Oferece ao embrião condições para seu desenvolvimento;
 Executa atividade motora suficiente para expelir o novo ser quando ele completa sua
formação.

Anatomia do Sistema Reprodutor Feminino

45
O sistema reprodutor feminino é formado pelos seguintes órgãos: ovários, tubas
uterinas, útero e vagina.

Ovários

Os ovários são dois órgãos de forma oval que medem de 3 a 4 cm de comprimento.


Eles são responsáveis pela produção dos hormônios sexuais da mulher, a progesterona e
o estrogênio. Nos ovários também são armazenadas as células sexuais femininas, os
óvulos.

Assim, durante a fase fértil da mulher, aproximadamente uma vez por mês, um dos
ovários lança um óvulo na tuba uterina: é a chamada ovulação.

Tubas Uterinas

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Tubas uterinas são dois tubos, com aproximadamente 10 cm de comprimento, que
unem os ovários ao útero. A partir disso, o óvulo amadurecido sai do ovário e penetra na
tuba.

Se o óvulo for fecundado por um espermatozoide, forma-se uma célula-ovo ou zigoto,


que se encaminha para o útero, local onde se fixa e desenvolve, originando um novo ser.

Útero

O útero é um órgão muscular oco de grande elasticidade, do tamanho e forma


semelhante a uma pera. Sua principal função é acomodar o feto até o nascimento do
bebê.

Na gravidez ele se expande, acomodando o embrião que se desenvolve até o


nascimento. A mucosa uterina é chamada de endométrio, que passa por um processo de
descamação durante o período da menstruação.

Vagina

A vagina é o órgão sexual feminino


e atua como o canal que faz a
comunicação do útero com o meio
excretor. Ela possui aproximadamente
8 cm de comprimento e 2,5 cm de
diâmetro.

Suas paredes são franjadas e com


glândulas secretoras de muco. Suas
funções estão relacionadas à
passagem do sangue durante a
menstruação, a penetração do pênis
durante a relação sexual e o principal
canal da parte, sendo este local por
onde sai o bebê.

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Menstruação

A menstruação representa o início da vida fértil de uma mulher, isto é, o período em


que a mulher atinge sua maturidade e já pode engravidar.

Ela corresponde, portanto, à eliminação pelo corpo feminino do material resultante da


descamação da mucosa uterina e do sangue resultante do rompimento dos vasos
sanguíneos. Ela ocorre quando não há fecundação do óvulo.

Ciclo Menstrual

O ciclo menstrual é o período entre o início de uma menstruação e outra. Esse período
dura, em média, 28 dias, mas pode ser mais curto ou mais longo.

A primeira menstruação chama-se “menarca” e na maioria das vezes, ocorre entre os


12 e os 13 anos. Por volta dos 50 anos, fase é chamada de "menopausa", os óvulos se
esgotam e cessam as menstruações e a fertilidade da mulher.

14. Sistema Reprodutor Masculino

O Sistema Reprodutor Masculino é formado por órgãos internos e externos. Eles


passam por um lento amadurecimento concluindo-se na puberdade, ou seja, quando as
células sexuais ficam disponíveis para originar outro ser.

Anatomia do Sistema Reprodutor Masculino

Os órgãos que compõem o sistema reprodutor masculino são: uretra, pênis, vesícula
seminal, próstata, canais deferentes, epidídimo e testículos.

Conheça abaixo mais sobre cada um desses órgãos.

48
Testículos

Os testículos são duas glândulas de forma


oval, que estão situadas na bolsa escrotal.
Na estrutura de cada testículo encontram-se
tubos finos e enovelados chamados "tubos
seminíferos".

Nos testículos são produzidos


os espermatozoides, as células reprodutoras
(gametas) masculinas, durante o processo
chamado espermatogênese, além de
diversos hormônios.

O processo de formação dos


espermatozoides é denominado
de espermatogênese.

O principal hormônio é a testosterona,


responsável pelo aparecimento das características sexuais secundárias masculinas, como
os pelos, modificações da voz, etc.

Epidídimos

Os epidídimos são canais alongados que se enrolam e recobrem posteriormente a


superfície de cada testículo. Corresponde ao local onde os espermatozoides são
armazenados.

Canal Deferente

O canal deferente é um tubo fino e longo que sai de


cada epidídimo. Ele passa pelas pregas ínguas
(virilha) através dos canais inguinais, segue sua
trajetória pela cavidade abdominal, circunda a base da
bexiga e alarga-se formando uma ampola.

Recebe o líquido seminal (proveniente da vesícula


seminal), atravessa a próstata, que nele descarrega o
líquido prostático, e vai desaguar na uretra.

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O conjunto dos espermatozoides, do líquido seminal e do líquido prostático, constitui o
“esperma” ou “sêmen”.

Vesícula Seminal

A vesícula seminal é formada por duas pequenas


bolsas localizadas atrás da bexiga. Sua função é
produzir o "líquido seminal", uma secreção espessa e
leitosa, que neutraliza a ação da urina e protege os
espermatozoides, além de ajudar seu movimento até a
uretra.

O líquido seminal também ajuda a neutralizar a


acidez da vagina durante a relação sexual, evitando que
os espermatozoides morram no caminho até os óvulos.

Próstata

A próstata é uma glândula localizada sob a bexiga que produz o "líquido prostático",
uma secreção clara e fluida que integra a composição do esperma.

Uretra

A uretra é um canal que, nos homens,


serve ao sistema urinário e ao sistema
reprodutor.

Começa na bexiga, atravessa a próstata e


o pênis (sua maior porção) até a ponta da
glande, onde há uma abertura pela qual são
eliminados o sêmen a urina.

Importante ressaltar que urina e esperma


nunca são eliminados ao mesmo tempo
graças à musculatura da bexiga, na entrada da uretra, que impede que isso ocorra.

50
Pênis

O pênis é um órgão cilíndrico externo, que possui dois tipos de tecidos: cavernoso e
esponjoso. Através do pênis são eliminados a urina (função excretora) e o sêmen (função
reprodutora).

O tecido esponjoso envolve a uretra e a protege, enquanto o tecido cavernoso se


enche de sangue, fazendo com que o pênis fique maior e duro (ereção), pronto para o ato
sexual, geralmente levando à ejaculação (processo de expulsão do sêmen).

A ereção, no entanto, não ocorre apenas como preparação para uma atividade sexual.
Ela pode acontecer por diversos estímulos fisiológicos, por exemplo, quando a bexiga
está cheia ou quando o homem tem um sonho à noite.

Doenças do Sistema Reprodutor Masculino

O câncer de próstata é um dos tipos mais diagnosticados em homens a partir dos 40


anos.

Os sintomas mais comuns são: ardência ao urinar, levantar-se várias vezes à noite
para urinar, diminuição do jato urinário, sensação de não ter esvaziado completamente a
bexiga após urinar, presença de sangue na urina, entre outros.

Por outro lado, o câncer de testículo representa 1% dos cânceres masculinos, sendo
que o aparecimento de nódulos (caroços) é indolor.

Dessa maneira, se notar alguma anormalidade, deve-se procurar um urologista


(médico especialista nos sistemas urinário e renal e nos problemas sexuais masculinos).

15. Sistema Esquelético

O sistema esquelético é constituído de ossos e cartilagens, além dos ligamentos e


tendões. O esqueleto é responsável por sustentar e dar forma ao corpo. Ele também
protege os órgãos internos e atua em conjunto com os sistemas muscular e articular para
permitir o movimento. Outras funções são a produção de células sanguíneas na medula
óssea e armazenamento de sais minerais, como o cálcio. O osso é uma estrutura viva,

51
muito resistente e dinâmica pois tem a capacidade de se regenerar quando sofre uma
fratura.

Estrutura dos Ossos

52
Divisão do esqueleto

O esqueleto humano é composto por 206 ossos com diferentes tamanhos e formas.
Eles podem ser longos, curtos, planos, suturais, sesamoides ou irregulares.

Cada um deles apresenta suas funções próprias e para isso, o esqueleto é dividido em
axial e apendicular.

Esqueleto Axial

Os ossos do esqueleto axial estão na parte central do corpo, ou próximo da linha


média, que é o eixo vertical do corpo.

Os ossos que compõem essa parte do esqueleto são:

 a cabeça (crânio e ossos da face)

 a coluna vertebral e as vértebras

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 o tórax (costelas e esterno)

 o osso hioide

Crânio e Ossos da Face

A cabeça é formada por 22 ossos (14 da face e 8 da caixa craniana); e há ainda 6


ossos que compõem o ouvido interno.

O crânio é extremamente resistente, seus ossos são intimamente ligados e sem


movimentos. Ele é responsável por proteger o cérebro, além de possuir os órgãos do
sentido.

Coluna Vertebral

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A coluna é formada por vértebras que são ligadas entre si por articulações, o que torna
a coluna bem flexível. Possui curvaturas que ajudam a equilibrar o corpo e amortecem os
choques durante os movimentos.

Ela é constituída por 24 vértebras independentes e 9 que estão fundidas. Veja no


quadro abaixo como elas estão agrupadas:

Tórax

O tórax é constituído por 12 pares de costelas ligadas umas às outras pelos músculos
intercostais. São ossos chatos e encurvados que se movimentam durante a respiração.

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As costelas são ligadas às vértebras torácicas na sua parte posterior. Anteriormente, os
sete primeiros pares de costelas (chamadas verdadeiras) ligam-se ao esterno, os três
seguintes (falsas) ligam-se entre si, e os dois últimos pares (flutuantes) não se ligam a
nenhum osso. O esterno é um osso plano que se liga às costelas por meio de cartilagem.

Osso hioide

O osso hioide possui forma de U e atua como ponto de apoio para os músculos da
língua e do pescoço.

Esqueleto Apendicular

O esqueleto apendicular inclui os "apêndices" do corpo. Eles correspondem aos ossos


dos membros superiores e inferiores.

Além disso, o esqueleto apendicular possui os ossos que os ligam ao esqueleto axial,
as chamadas cinturas escapular e pélvica, além de ligamentos, juntas e articulações.

Cintura Escapular

A cintura escapular é formada pelas clavículas e escápulas.


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A clavícula é longa e estreita, se articula com o esterno e na outra extremidade com a
escápula, que é um osso chato e triangular articulado com o úmero (articulação do
ombro).

Membros Superiores

Os membros superiores corresponde aos braços, onde tem-se o úmero, que é o osso
mais longo do braço. Ele se articula com o rádio, que é o mais curto e lateral, e também
com a ulna, osso chato e bem fino.

Os ossos da mão são 27, divididos em carpos (8), metacarpos (5) e falanges (14).

Cintura Pélvica

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A cintura pélvica é formada pelos ossos do quadril, os ossos ilíacos (constituído pelo
ílio, ísquio e púbis fundidos) e são firmemente ligados ao sacro.

A união dos ossos ilíacos, do sacro e do cóccix formam a pelve, que nas mulheres é
mais larga, menos profunda e com a cavidade maior. É essa formação que permite a
abertura da pélvis no momento do parto para a passagem do bebê.

Membros Inferiores

Os ossos dos membros inferiores são responsáveis pela sustentação do corpo e


movimentação. Para isso, eles têm de suportar o peso e manter o equilíbrio.

Veja no quadro abaixo as características dos ossos dos membros inferiores:

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Ossificação e Remodelação Óssea

O processo de formação óssea se inicia por volta das primeiras 6 semanas de vida e
termina no início da vida adulta. No entanto, o osso sofre continuamente um processo de
remodelação, onde parte do tecido existente é reabsorvido e novo tecido é formado.

No embrião, o esqueleto é basicamente formado de cartilagem, mas essa matriz


cartilaginosa vai sendo calcificada e as células cartilaginosas morrem.

As células jovens, denominadas osteoblastos, agem produzindo colágeno e na


mineralização da matriz óssea, são formadas no tecido conjuntivo e ocupam a matriz
cartilaginosa.

No entanto, nesse processo são produzidas lacunas e pequenos canais que


aprisionam os osteoblastos na matriz óssea. Essa ação transforma os osteoblastos em
osteócitos, que são essas células presentes no osso já formado.

Outro tipo de células ósseas, os osteoclastos, são responsáveis por absorver o tecido
ósseo formado. Os osteoclastos agem na porção central da matriz óssea e formam o
canal o medular.

Fraturas

Em situações em que os ossos são submetidos à pressão maior do que a sua


resistência, eles podem se romper.

As fraturas podem acontecer também por estresse, quando pequenas pressões atuam
repetidamente no local. Outra situação que pode causar fraturas é por doença, como é o
caso da osteoporose, condição em que o osso sofre desmineralização perdendo cálcio
para o sangue. Na superfície do local em que ocorreu a fratura é formado um coágulo de
sangue, morrem células e a matriz óssea é destruída.

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Uma intensa vascularização toma conta do local e há proliferação de células
precursoras das células ósseas originando um tecido reparador, nessa região é formado
um calo ósseo.
Dependendo do tratamento e das atividades realizadas pela pessoa, com o passar do
tempo, o calo será substituído pelo osso esponjoso e, mais tarde pelo osso compacto,
reconstituindo o tecido como era antes.

16. Sistema Muscular

O sistema muscular é composto pelos diversos músculos do corpo humano.

Os músculos são tecidos, cujas células ou fibras musculares possuem a função de


permitir a contração e produção de movimentos.

As fibras musculares, por sua vez, são controladas pelo sistema nervoso, que se
encarregam de receber a informação e respondê-la realizando a ação solicitada.

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Funções do Sistema Muscular

O Sistema Muscular apresenta algumas funções que são fundamentais para o corpo
humano. Veja a seguir quais são essas funções:

 Estabilidade corporal;
 Produção de movimentos;
 Aquecimento do corpo (manutenção da temperatura corporal);
 Preenchimento do corpo (sustentação);
 Auxílio nos fluxos sanguíneos.

Grupos Musculares

O corpo humano é formado por aproximadamente 600 músculos, que trabalham em


conjunto com ossos, articulações e tendões para permitir que façamos diversos movimentos.

Eles são agrupados da seguinte forma: músculos da cabeça e do pescoço, músculos do


tórax e abdômen, músculos dos membros superiores e músculos dos membros inferiores.
Conheça sobre cada um desses grupos a seguir.

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Músculos da Cabeça e do Pescoço

O grupo muscular da cabeça e do pescoço é composto por mais de 30 pequenos


músculos que ajudam a exprimir os sentimentos, mover os maxilares ou manter a
cabeça erguida.

Veja no quadro abaixo como alguns dos principais músculos deste grupo atuam:

Músculos do Tórax e do Abdômen

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Os músculos do grupo do tórax e abdômen permitem a respiração, impedem o corpo
de se curvar e ceder ao próprio peso, entre outros movimentos.

No quadro abaixo estão alguns dos músculos deste grupo e como eles atuam no
nosso corpo:

Músculos dos Membros Superiores

Os músculos dos membros superiores são capazes de fazer a pressão exata e permitem
flexibilidade e precisão para tarefas delicadas ou que exigem muita força.

Alguns exemplos desses músculos e suas respectivas ações estão descritas do quadro
abaixo:

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Músculos dos Membros Inferiores

Os músculos dos membros inferiores são os mais fortes do corpo. Graças aos
músculos das pernas, podemos ficar de pé e manter o equilíbrio.

Veja no quadro abaixo alguns músculos deste grupo:

Tipos de Músculos

Os músculos apresentam diferentes tamanhos, formas e funções, por isso, são


classificados em três tipos: liso, estriado cardíaco e estriado esquelético.

Conheça mais detalhes sobre cada um deles a seguir.

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Músculo Liso ou Não estriado

Os músculos liso são aqueles que possuem contração involuntária.

Eles estão localizados nas estruturas ocas do corpo, ou seja, estômago, bexiga, útero,
intestino, além da pele e dos vasos sanguíneos.

Sua função assegura a movimentação dos órgãos internos.

Músculo Estriado Cardíaco

São músculos de contração involuntária e estão presentes no coração (miocárdio).

Esses músculos asseguram os vigorosos batimentos cardíacos.

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Músculo Estriado Esquelético

São músculos de contração voluntária, ou seja, os movimentos são controlados pela


vontade do ser humano.

Eles estão conectados com os ossos e cartilagens e, através das contrações,


permitem os movimentos, as posições corporais, além de estabilizarem as articulações do
organismo.

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BIBLIOGRAFIA:

1. Prehospital Trauma Life Support (PHTLS) atendimento pré-hospitalar ao traumatizado,


9ª edição. NAEMT & ACS. 2019, Editora Elsevier.

2. Joseph J. Mistovich, Keith J.; Karren, Howard A.; Werman, Brent Q. Hafen. Primeiros
Socorros para estudantes, 10th edição. 2013, Manole.

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