Universidade Federal de Pernambuco (CAV-UFPE).

Núcleo de Educação Física.

Fisiologia do esforço

Docente: Guilherme Assunção.

Discente: Gabriel Ferreira Leite da Silva Santos.

Resumo: Sistema Cardiorrespiratório

Vitória de santo Antão - PE

2023
 Introdução

O presente resumo tem por finalidade apresentar, em base, todo o conteúdo trabalhado
durante o módulo na disciplina de Fisiologia do Exercício. No qual será abordado o sistema
cardiorrespiratório, ressaltando também serão vistas as adaptações e respostas dos
mesmos diante do exercício físico.

Sistema Cardiovascular

O sistema cardiovascular é constituído basicamente por: coração, vasos sanguíneos e

sangue. O coração é um órgão muscular oco que funciona como uma bomba para
impulsionar o sangue através dos vasos sanguíneos. Ele é dividido em quatro câmaras:
dois átrios e dois ventrículos.
Os vasos sanguíneos são os tubos que transportam o sangue pelo corpo. Existem três tipos
principais de vasos sanguíneos: artérias, veias e capilares. As artérias transportam o
sangue rico em oxigênio do coração para o resto do corpo, enquanto as veias transportam o
sangue pobre em oxigênio de volta ao coração. Os capilares são vasos sanguíneos
microscópicos que conectam as artérias e veias, permitindo a troca de nutrientes, oxigênio e
resíduos entre o sangue e as células.
O sangue é um tecido líquido composto por células sanguíneas suspensas em uma matriz
líquida chamada plasma. Existem três tipos principais de células sanguíneas: glóbulos
vermelhos (eritrocitos), glóbulos brancos (leucocitos) e plaquetas. Os glóbulos vermelhos
são responsáveis pelo transporte de oxigênio, os glóbulos brancos são responsáveis pela
defesa do organismo contra infecções e as plaquetas estão envolvidas na coagulação
sanguínea.
O sistema cardiovascular funciona em conjunto com outros sistemas do corpo, como o
sistema respiratório, digestivo e endócrino, para fornecer oxigênio e nutrientes necessários
para as células, além de remover resíduos metabólicos. A circulação sanguínea ocorre em
dois circuitos: a circulação pulmonar, que envolve o coração e os pulmões, e a circulação
sistêmica, que envolve o coração e o restante do corpo.
O potencial de membrana é um conceito fundamental na fisiologia do sistema
cardiovascular. O sinoatrial (SA) e as células ventriculares têm diferenças no potencial de
membrana e nas características da despolarização e repolarização.
No nó sinoatrial (SA), que é conhecido como o "marcapasso natural" do coração, as células
têm uma taxa de despolarização espontânea. O potencial de membrana dessas células se
inicia em um valor muito negativo, em cerca de -60 mV a -70 mV. Durante a fase de
despolarização, a entrada de íons sódio (Na+) leva a um rápido aumento do potencial de
membrana para valores positivos. Isso ocorre devido à abertura dos canais de sódio
voltagem-dependentes. A fase de despolarização é seguida pela fase repolarização, na qual
ocorre a saída de íons potássio (K+) e a entrada de íons cálcio (Ca2+), que resultam na
queda do potencial de membrana de volta aos valores negativos iniciais. Essa
despolarização e repolarização cíclicas formam o potencial de ação nas células do nó SA,
resultando na geração de impulsos elétricos que se propagam pelo coração e regulam o
ritmo cardíaco.
No caso das células ventriculares, o potencial de membrana é ligeiramente diferente.
Durante o repouso, o potencial de membrana dessas células é mantido em uma faixa
negativa próxima de -90 mV. Durante a despolarização, ocorre a entrada de íons sódio e
cálcio, aumentando rapidamente o potencial de membrana para valores positivos. A fase de
despolarização é seguida pela repolarização, em que a saída de íons potássio restaura o
potencial de membrana ao seu valor negativo de repouso. Esse processo de despolarização
e repolarização nas células ventriculares ocorre em resposta a estímulos enviados pelo nó
SA, permitindo a contração coordenada das câmaras ventriculares e a eficiente ejeção do
sangue para a circulação pulmonar e sistêmica.

Miocárdio:

O músculo cardíaco é coletivamente chamado de miocárdio,ou músculo miocárdico. Sua

espessura, nos diversos locais do coração, varia na dependência da pressão incidente nas
suas paredes. O ventrículo esquerdo é a mais forte das quatro câmaras, pois precisa se
contrair para gerar pressão suficiente para o bombeamento do sangue por todo o corpo.
Quando uma pessoa está sentada ou em pé, o ventrículo esquerdo precisa se contrair com
suficiente força para superar o efeito da gravidade, que tende a fazer que o sangue se
acumule nas membros inferiores.

Ciclo cardiaco:

O ciclo cardíaco refere-se ao padrão repetitivo de contração e relaxamento do coração. A

fase de contração é denominada sístole, e o período de relaxamento é chamado de
diástole. Em geral. quando esses termos são usados de modo isolado. referem-se à
contração e ao relaxamento dos ventrículos.
Alterações da pressão durante o ciclo cardíaco. Durante o ciclo cardíaco, a pressão junto às
câmaras cardíacas aumenta e diminui. Quando os átrios estão relaxados,o sangue flui para
dentro deles, vindo da circulação venosa. Conforme as câmaras se enchem, a pressão
em seu interior aumenta gradualmente. Cerca de 70% do sangue que entra nos átrios
durante a diástole flui diretamente para dentro dos ventrículos por meio das
valvas atrioventriculares, antes de os átrios se contraírem. Com a contração atrial, a
pressão atrial sobe e força a maior parte dos restantes 30% de sangue atrial para
dentro dos ventrículos.

Pressão arterial:

A pressão arterial consiste na força exercida pelo sangue contra as paredes arteriais e
é determinada pela quantidade de sangue bombeada e intensidade da resistência ao fluxo
sanguíneo. Também ressaltando que há uma divergência entre pressão arterial sistólica e
diastólica, sendo a pressão arterial sistólica a pressão gerada com a injeção de sangue
vinda do coração durante a sístole ventricular e a diastólica, produto do relaxamento
ventricular(havendo diminuição da pressão arterial.

Débito cardíaco:

O débito cardíaco é o produto do volume sistólico pela frequência cardíaca, sendo esse a
quantidade de sangue bombeado pelo coração por minuto. Destrinchando, o volume
sistólico é mesmo que o volume de sangue bombeado pelo coração por batimento cardíaco,
enquanto que a frequência cardíaca é o número de contrações do coração por minuto.
Na maioria dos adultos, o VS relativo a uma pessoa em repouso e na posição de pé é de,
em média, 60 a 80 mL de sangue. Assim, em uma FCR de 70 bpm, o débito cardíaco em
repouso irá variar entre 4,2 e 5,6 L/min. O corpo de um adulto médio contém cerca de 5 L
de sangue, o que significa que um volume equivalente a nosso volume sanguíneo
total é bombeado pelo coração aproximadamente uma vez a cada minuto.

Sistema respiratótio:

Os sistemas respiratório e cardiovascular se combinam para proporcionar um sistema

eficiente de distribuição que transporta oxigênio e remove dióxido de carbono dos tecidos
do corpo. Esse transporte envolve quatro processos distintos são esses:

ventilação pulmonar/respiração:(movimento do ar para dentro e para fora dos pulmões);

difusão pulmonar:( troca de oxigênio e dióxido de carbono entre os pulmões e o sangue,

transporte de oxigênio e dióxido de carbono através do sangue);

difusão capilar:(troca de oxigênio e dióxido de carbono entre o sangue capilar e os tecidos

metabolicamente ativos);

Transporte de oxigênio e dioxido de carbono;

Os dois primeiros processos são conhecidos como respiração externa porque envolvem a
movimentação de gases de fora do corpo para dentro dos pulmões e, em seguida, para o
sangue. Tão logo os gases estejam no sangue, devem ser transportados até os tecidos.
Quando o sangue chega aos tecidos, ocorre a quarta etapa da respiração. Essa troca
gasosa entre o sangue e os tecidos é chamada de respiração interna. Assim, as respirações
externa e interna estão ligadas pelo sistema circulatório.

Ventilação pulmonar:

Comumente conhecida como respiração, é o processo pelo qual mobilizamos o ar para

dentro e para fora de nossos pulmões. Normalmente, o ar é transportado para os pulmões
através do nariz, embora a boca também deva ser utilizada quando a demanda por ar
exceder a quantidade que pode ser confortavelmente obtida através das narinas. A
respiração nasal é vantajosa, porque o ar é aquecido e umidificado ao passar através das
superfícies ósseas irregulares (turbinados, ou conchas).
As trocas de oxigênio e dióxido de carbono ocorrem quando o ar finalmente chega às
menores unidades respiratórias:os bronquíolos respiratórios e os alvéolos. Basicamente,
os bronquíolos respiratórios também são tubos de transporte, mas são incluídos nessa
região por conterem aglomerados de alvéolos. Essa área é conhecida como zona
respiratória, por ser o local das trocas gasosas nos pulmões. Vale ressaltar que a ventilação
é um processo formado a partir da Inspiração é um processo ativo pelo qual o diafragma e
os músculos intercostais externos se contraem, aumentando as dimensões torácicas e,
portanto, o volume pulmonar. Isso diminui a pressão intrapulmonar, permitindo que o ar flua
para o interior dos pulmões.A expiração em repouso é um processo passivo. Os músculos
inspiratórios acessórios e o diafragma relaxam, e o tecido elástico dos pulmões recua,
possibilitando que a caixa torácica retorne às suas dimensões normais, que são menores.
Esse processo aumenta a pressão nos pulmões e força a saída do ar.Inspiração e
expiração forçadas ou trabalhosas são processos ativos, dependentes de ações dos
músculos acessórios.Volumes e capacidades pulmonares, juntamente com velocidades de
fluxo aéreo para dentro e para fora dos pulmões, são mensuradas por espirometria.

Volume corrente:
Em cada movimento respiratório normal movimenta-se um volume de ar que se con
hece com o nome de volume corrente (VC). Ao final de uma expiração normal ficam
nos pulmões cerca de 3 litros de ar. Este volume é denominado capacidade residual
funcional (CRF) e é dividido em volume de reserva expiratório (VRE) que é o volume
máximo (1,4 L) e Volume residual (VR), que é o volume de ar que permanece no pul
mão depois de uma expiração máxima (aproximadamente 1,6 L). O volume máximo
de ar que é possível inspirar ao fim de uma inspiração normal se conhece como volu
me reserva inspiratória (VRI). A capacidade inspiratória (Cl) é o volume máximo que
pode ser inspirado. É aproximadamente igual a 3 litros.

Fluxo sanguíneo para os pulmões em repouso:

Em repouso, os pulmões recebem cerca de 4 a 6 L/min de fluxo sanguíneo,

dependendo do porte físico do indivíduo. Considerando que o débito cardíaco do
lado direito do coração se aproxima do débito cardíaco do lado esquerdo do órgão,
o fluxo sanguíneo em direção aos pulmões é equivalente ao fluxo sanguíneo para a
circulação sistêmica. Contudo, a pressão e a resistência vascular nos vasos
sanguíneos nos pulmões são diferentes das que ocorremna circulação sistêmica. A
pressão média na artéria pulmonar é ~15 mmHg (a pressão sistólica é ~25 mmHg e
a pressão diastólica é ~8 mmHg), em comparação com a pressão média na aorta,
que é ~95 mmHg. A pressão no átrio esquerdo, onde o sangue está retornando ao
coração dos pulmões, é ~5 mmHg; assim,não é grande a diferença entre as
pressões ao longo da circulação pulmonar (15– 5 mmHg).

Adaptações e respostas do sistema cardiorrespiratório durante o exercício

físico: