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PUC MINAS campus Poços de Caldas

Curso de MEDICINA
Prova da Disciplina de Fisiologia Médica II

NOME: Gabriela Carlin Gonçalves


NOME: Maria Vitória Silveira

LEIA COM ATENÇÃO:


A prova poderá ser realizada de forma dupla ou em trio.
Deverá ser feita digitada, com nome, data e respostas devidamente numeradas.
Deverá ser enviada pelo CANVAS
O tempo de duração será de 1: 30 minutos.
Valor: 30 pontos

1. Desenhe um gráfico dos volumes/capacidades pulmonares, demonstre o volume corrente, a


reserva inspiratória, a reserva expiratória e o volume residual. Explique quais são as estruturas,
músculos ou forças responsáveis por cada um desses quatro volumes.
Na respiração normal (corrente), o músculo que trabalha é o diafragma, na inspiração esse músculo
contrai e gasta energia, portanto, o músculo responsável pelo volume corrente é o diafragma. O
volume corrente é o ar que a gente movimenta em repouso (sem pensar). A reserva expiratória é feita
pelos músculos intercostais e músculos abdominais. Já a reserva inspiratória é feita pelos músculos
intercostais externos, esternocleidomastoideo e escalenos.
O quarto volume não pode ser medido diretamente. Mesmo se você soprar o máximo de ar que puder,
ainda restará ar nos pulmões e nas vias aéreas. O volume de ar presente no sistema respiratório após a
expiração máxima – cerca de 1.200 mL – é chamado de volume residual (VR). A maior parte desse
volume residual existe porque os pulmões são mantidos estirados aderidos pelo líquido pleural às
costelas.

2. Explique as formas de transporte de O2 pelo sangue. Observando esse transporte, quais os


objetivos (vantagens ou não) para o organismo da redução da afinidade da hemoglobina com o
O2.

O transporte dos gases pelo sangue é feito pelo plasma ou eritrócitos (hemoglobina). 98% do oxigênio
transportado pelo sangue é via hemoglobina, já os outros 2% é dissolvido no sangue pois é pouco
solúvel. A hemoglobina possui 4 cadeias proteicas globulares (globulina) cada uma centrada em um
grupamento heme contendo Ferro. O átomo de ferro central liga-se fraca e reversivelmente ao O2
(HbO2). O oxigênio dissolvido no plasma ajuda a determinar a porcentagem da saturação da
hemoglobina, esse oxigênio é influenciado pela composição do ar inspirado, pela ventilação alveolar,
pela difusão do oxigênio entre os alvéolos e o sangue e pela perfusão adequada dos alvéolos. A
ventilação alveolar, por sua vez, influencia diretamente a frequência e amplitude da respiração, a
resistência das vias aéreas e a complacência dos pulmões. Já a difusão está diretamente relacionada as
áreas de superfície e a distância da difusão e a última ainda se relaciona com a espessura da membrana
e a quantidade de líquido intersticial. O oxigênio ligado à hemoglobina determina não só a
porcentagem de saturação da hemoglobina juntamente ao oxigênio dissolvido no plasma como já foi
falado, mas também o número total de sítio de ligação. A porcentagem de saturação da hemoglobina é
afetada pela pressão de CO2, pelo Ph, pela temperatura e por 2,3-BPG. O número total de sítios de
ligação está relacionado ao conteúdo da hemoglobina por eritrócito e ao número de eritrócitos.
Vários fatores que afetam a afinidade da hemoglobina (Hb) pelo O2 devem ser considerados para sua
captura, transporte seguro e liberação adequada nos diferentes tecidos vascularizados do organismo
humano. O pH local e a pressão parcial de oxigênio afetam a afinidade da Hb pelo O2 como mostrado
abaixo. Além disso, as hemácias contêm um composto denominado BPG (2,3-bifosfoglicerato) que
diminui a afinidade da Hb por O2. O BPG liga-se em uma cavidade, preferencialmente à desoxi-Hb,
provocando mudança conformacional que se opõe à ligação de O2. Enquanto, antagonicamente, na
Oxi-Hb, a cavidade é menor, o que dificulta a ligação do BPG.
O O2 oferecido pelos alvéolos é captado pela hemoglobina, que, assim, se converte de seu estado
reduzido para a forma oxigenada (oxidada). A oxi-hemoglobina é um ácido mais forte que a
hemoglobina reduzida; passa a neutralizar radicais alcalinos antes neutralizados por outros ânions (Cl-,
HCO3-) presentes nos eritrócitos. Para equilibrar essa captação de cátions pela oxi-hemoglobina, um
número correspondente de íons cloreto difunde-se para o exterior dos eritrócitos, enquanto que íons
bicarbonato penetram nos eritrócitos em uma troca. Esse bicarbonato é convertido em CO2 molecular
e H2O numa reação acelerada pela anidrase carbônica, presente no interior dos eritrócitos. O CO2,
assim liberado, difunde-se para o plasma e daí para o ar alveolar. A oxidação da hemoglobina também
provoca uma liberação de CO2 de grupos amínicos, com os quais o CO2 combina-se quando a molécula
encontra-se reduzida. Os grupos amínicos são incapazes de manter esta combinação quando a
molécula se torna mais ácida em virtude da oxigenação. Essa fração de CO2 também difunde para o
plasma e em seguida para os alvéolos. À medida que o CO2 dissolvido no plasma difunde-se para o ar
alveolar, a tensão de CO2 do plasma cai e quantidades adicionais de CO2 são liberadas de combinações
químicas. A perda de CO2 do sangue torna-se mais alcalino, o que permite à hemoglobina combinar-se
com mais oxigênio do que seria possível se a reação do sangue permanecesse inalterada. Assim, a
captação de O2 expulsa CO2 do sangue, enquanto que a perda de CO2 permite ao sangue absorver
mais O2.

3. Em uma situação hiperinsuflação que tipo de receptor será ativado? Essa informação será
conduzida para qual parte do SNC? Quais as outras estruturas que serão ativadas na sequência?
Qual será a resposta motora e de qual estrutura do SNC sairá essa resposta.

A hiperinsuflação pulmonar é um quadro clínico caracterizado pelo volume de ar que fica retido no
pulmão, isso quando a expiração é bem maior do que o previsto, indicando que o órgão não esvazia
totalmente como deveria. Deste modo, esse excesso de ar permanece preso no pulmão a cada ciclo
respiratório que, por consequência, acaba formando um aumento da contenção de ar residual. Diante
dessa situação então, os receptores de estiramento nos pulmões fazem uma sinalização ao tronco
encefálico para ele terminar de fazer a inspiração. E também os receptores de irritação presente nas
mucosas das vias aéreas são ativados provocando uma condução da informação aos centros
reguladores do Sistema Nervoso Central, gerando uma broncoconstrição. Por fim, outras estruturas,
como sistema límbico, hipotálamo e neurônios motores somáticos são ativados para causar alterações
no padrão de respiração do organismo.
4. Desenhe um néfron justamedular (estruturas vasculares e tubulares) e denomine as estruturas,
inclusive as subdivisões da Alça de Henle. Observação importante: não vale inserir figura ou foto.
5. Explique os mecanismos de autorregulação da filtração glomerular.
A taxa de filtração glomerular é influenciada por dois fatores, pela pressão de filtração resultante:
pressão arterial e fluxo sanguíneo renal e pelo coeficiente de filtração: área de superfície dos capilares
e permeabilidade da interface. Essa taxa depende diretamente da pressão arterial e ela também possui
mecanismos de autorregulação.
Resposta Miogênica:
Quando ocorre um aumento da pressão arterial as arteríolas estiram, canais iônicos se abrem, células
despolarizam e estimulam a abertura de canais de cálcio provocando então uma contração. Quando
ocorre a redução da pressão arterial não ocorre a contração das arteríolas e a dilatação tem
capacidade limitada (a taxa de filtração glomerular diminui quando a pressão arterial está menor que
80mmHg).
Retroalimentação Tubuloglomerular:
O ramo final do ramo espesso da alça de henle passa entre as arteríolas aferentes e eferentes –
formam o aparelho justaglomerular (mácula densa e células granulares). As células granulares são
formadas de músculo liso e secretam renina, já a mácula densa perante um aumento da taxa de
filtração glomerular envia sinais parácrinos contraindo as arteríolas aferentes causando assim uma
diminuição da taxa de filtração glomerular. A mácula densa é sensível a passagem de NaCl e ao
movimento dos cílios, além disso ela possui vários sinais parácrinos, são eles: ATP, adenosina e óxido
nítrico. A resistência aumentada na arteríola eferente diminui o fluxo sanguíneo renal mas aumenta a
pressão de hidrogênio e a taxa de filtração glomerular. Portanto a retroalimentação tubuloglomerular
serve para que o nefron tenha filtração sempre constante, ou seja, garantir que todos os nefrons
trabalhem com a mesma intensidade e se desgastem na mesma proporção.

6. Explique depuração (ou clearance) renal? Se a taxa de filtração de uma substância X é de 120
mL/min e essa substância é totalmente reabsorvida, qual sua Depuração? Nessa mesma taxa de
filtração, porém agora com 50% de secreção, qual será a depuração nesse caso? Explique.

Em vez de medir a substância diretamente, pode-se acompanhar a taxa em que a substância


desaparece do sangue, um conceito conhecido como depuração (ou clearance). A depuração é
normalmente expressa como um determinado volume sanguíneo depurado da substância x por
unidade de tempo. Por essa razão, a depuração é apenas uma medida indireta de como a substância x
é eliminada. Se uma substância X é totalmente reabsorvida não existe depuração pois a substância não
desapareceu do sangue. Porém, tendo 50% de secreção, temos 50% de 120 mL/min secretados, ou
seja, 60mL/min dessa substância X foi secretado, sendo esta a depuração.

BOA PROVA!!!

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