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Universidade Federal do Rio de Janeiro

Instituto de Ciências Biomédicas



Nomes da aluna: Letícia Jayne Vieira da Silva

Nome do curso: Anatomia para Psicologia


Data: 07/02/2022


TRABALHO Sistema Respiratório / Sistema Cardiovascular


O aparelho cardiovascular é a união feita entre uma bomba, um circuito que
provoca alta pressão no processo de trocas de nutrientes, bem como um sistema que
realiza a coleta e através do seu retorno exerce uma baixa pressão no organismo.
Ademais, pode-se dizer que o sistema cardiovascular é aquele que possui uma função
essencial na resposta do corpo humano ao exercício físico, uma vez que ao iniciar o
exercício ocorre simultaneamente respostas cardiovasculares que permitem que a
realização da atividade de forma satisfatória. Tendo em vista que os principais
parâmetros que influenciam de forma positiva essa resposta são a pressão arterial, a
frequência cardíaca e o duplo produto, pode-se dizer que o sistema é composto pelo
coração, vasos sanguíneos e o sangue que é bombeado por todo corpo, e que essa
circulação sanguínea se dá de forma pulmonar e sistêmica, onde se torna a liminar
responsável pelo restante do corpo humano.
Logo, o coração é constituído por três tipos de músculos, onde os mesmos
respectivamente, são o músculo ventricular, atrial e fibras excitatórias e condutoras.
Dessa forma, as contrações dos músculos atrial e ventricular compõem o que pode ser
chamado de ciclo cardíaco a partir da sístole e diástole que são respectivamente a
contração e relaxamento do músculo cardíaco.
É de extrema importância admitir que a cada etapa se tem um potencial ativo no
nodo sinusal feito pela produção espontânea, o qual se localiza na parte lateral do átrio
direito. Nesse sentido, o sangue é a substância fluida que circula dentro do sistema
vascular, onde possui componentes celulares, como o hematócrito, e não celular, como
o plasma. Ademais, o fluxo sanguíneo apresente uma trajetória unidirecional, e que isso
se deve as válvulas localizadas no coração.
O papel fundamental do sistema cardiovascular é ofertar quantidades significativas
de oxigênio para todo o organismo, regular a temperatura do corpo, levar nutrientes para
todo o corpo e remover os metabólitos do organismo através da hemodinâmica.
Ademais, devido à alta demanda de oxigênio do músculo esquelético, a
quantidade de sangue tende a ser aumentada, e devido a isso são necessárias
respostas hormonais para suprir esse brinde de oxigênio. Em virtude disso, é notório
que o débito cardíaco faz referência com a quantidade de sangue bombeado pelo
coração no intervalo de 1 minuto. No entanto, o rendimento do coração vai depender
diretamente da velocidade que ocorre o bombeamento, ou melhor, a frequência
cardíaca, como também depende do volume sistólico de ejeção. Logo, o controle da
pressão arterial, da frequência cardíaca e do duplo produto possui uma função
importante para o sistema cardiovascular, pois suas manutenções precisas são
essenciais para a realização das trocas de nutrientes e excretas apropriadas ao
funcionamento do organismo.
Por conseguinte, pode dizer que o corpo humano é uma máquina impecável que
responde a diversos estímulos do seu funcionamento vital, dentre eles o exercício físico,
pois provoca um aumento imediato no gasto energético da musculatura exercitada e,
decorrente a isso, do organismo como um todo. Assim, para suprir a nova taxa
metabólica, várias adaptações fisiológicas são necessárias e, dentre elas, as referentes
às funções cardiorrespiratórias durante o exercício físico. No decorrer do exercício
físico, o corpo precisa receber uma maior quantidade de oxigênio, bem como transportar
uma quantidade maior de sangue e nutrientes até o músculo para que não se tenha um
cansaço muscular repentino. Dessa maneira, à medida que o indivíduo vai aumentando
a intensidade do seu exercício, há uma necessidade de um aumento da frequência
cardíaca e respiratória, alcançando melhorias para que o corpo trabalhe com a maior
eficiência possível.
A adaptação efetuada pelo aparelho cardiovascular ao exercício físico se torna
positiva, pois melhora o rendimento do coração e dos pulmões e chega a prevenir, e até
mesmo tratar, alguns problemas graves que possam afetar estes órgãos.
A resposta do aparelho cardíaco a atividade física é refletida no aumento da
frequência de suas contrações, que acontece por conta de um fluxo sensorial de
equilíbrio vindo dos músculos, assim como toda parte locomotora de tendões, cápsula
articular e ligamentos assim que se começa o exercício físico e que se encaminha ao
sistema nervoso central (SNC), que faz a interpretação e acomoda essas informações
de forma a responder corretamente por meio do sistema nervoso autônomo
parassimpático que é o principal regulador da frequência cardíaca.
Praticar exercícios envolve uma série de ajustes que são feitos a fim de se manter
um bom funcionamento do organismo e manter o equilíbrio do mesmo. Dito isto, no
momento da prática do exercício físico, há a ocorrência de uma hipertrofia do músculo
cardíaco, chamada de hipertrofia excêntrica e facilmente observada em atletas e/ou
indivíduos que realizam treinos com exercícios aeróbicos. Isto ocorre por conta do
aumento do retorno venoso durante o exercício, gerando um pico de tensão diastólica,
o que leva ao crescimento dos miócitos; com adição em série de novos sarcômeros e o
aumento do seu comprimento pelo aumento no número de miofibrilas, a fim de
normalizar o estresse nas paredes do miocárdio e consequentemente, o aumento da
cavidade do ventrículo esquerdo.
Esta cavidade estando aumentada causa um pico de tensão sistólica, estimulando
o crescimento dos miócitos por meio da adição de novos sarcômeros, aumentando a
espessura da parede do ventrículo esquerdo de forma compensatória, mas mantendo a
relação entre parede ventricular e raio do ventrículo esquerdo inalterada. Com o
aumento no tamanho do músculo cardíaco, é possível bombear mais sangue e
consequentemente, aumentar a oxigenação dos músculos esqueléticos que durante
atividade física requerem uma demanda de oxigênio maior do que quando estão em
repouso e também por utilizarem gás oxigênio na queima de combustível,
especialmente gordura, durante o exercício.
Pode-se ver também mudanças na expressão de proteínas contráteis e na parte
de função contrátil, nas vias de sinalização que fazem a regulação da plasticidade do
músculo como, elevação no fluxo de cálcio e aumento da pressão intracelular de
oxigênio. Continuando a ver essas adaptações a nível celular, as células dos músculos
esqueléticos passam a ter um aumento em sua capacidade de absorção de oxigênio
pela circulação sanguínea, assim como também há um aumento no ritmo de eliminação
de dióxido de carbono no sentido inverso. Por conta disso outro tipo de adaptação
cardiorrespiratória ocorre relacionada às vias respiratórias, que também sofrem
alteração no seu funcionamento como aumento na frequência respiratória e em sua
amplitude a fim de garantir uma maior entrada de oxigênio nos pulmões e igualmente
maior eliminação de CO2, de forma a aumentar a frequência respiratória e as trocas
gasosas nos alvéolos pulmonares
A frequência respiratória e ventilação pulmonar estão diretamente ligadas e
podemos perceber isso quando durante a prática de atividade física, a ventilação
pulmonar sofre um ajuste de forma a beneficiar as concentrações alveolares de 02 e
CO2 para garantir a oxigenação adequada de sangue que passa pelos pulmões. Com
isso, o volume de ar corrente aumenta durante treinos físicos, excedendo o volume
inspiratório de reserva e o volume expiratório, tanto em uma inspiração máxima mesmo
que o indivíduo respire com máxima capacidade vital, o ar fica nos pulmões, esse
resíduo de ar então favorece trocas de gás de modo contínuo durante toda as fases do
ciclo respiratório. Com isto, podemos dizer que estas mudanças na parte respiratória
garantem uma maior entrada de oxigênio nos pulmões e igualmente maior eliminação
de CO2, podendo ser de 20 a 25 vezes maior do que em repouso, porém garantindo a
homeostase do organismo.
Um coágulo sanguíneo é um aglomerado de sangue que mudou de um líquido
para um estado semelhante a gel ou semi-sólido. São formados a partir da associação
entre células sanguíneas e diversas proteínas encontradas no sangue, com o objetivo
de reparar o tecido endotelial, a camada interna dos vasos sanguíneos, e controlar
sangramentos. Dessa forma, a coagulação é um processo natural, mas que pode ser
prejudicial às vezes. Quando os coágulos se formam no meio dos vasos sanguíneos,
isso dificulta o fluxo de sangue podendo até interrompê-lo, o que pode levar o indivíduo
a óbito. Um coágulo arterial, que ocorre dentro de uma artéria, pode levar a um ataque
cardíaco caso o coágulo ocorra no coração. Já o coágulo venoso, ocorre dentro de uma
veia, pode levar a uma embolia pulmonar que geralmente ocorre quando um trombo
venoso viaja até o um dos pulmões. A embolia pulmonar pode causar outro problema
que é o infarto pulmonar, no qual parte do tecido pulmonar não recebe fluxo de sague e
oxigênio suficiente e, devido ao bloqueio do fluxo sanguíneo no pulmão. Um dos fatores
que favorecem o aparecimento de trombose, quando o coágulo se forma no interior de
uma veia importante podendo interromper a passagem de sangue, é a falta de exercício
físico dando destaque para a panturrilha, visto que ela é a responsável por bombear o
sangue em direção ao coração. Sem a movimentação desse músculo, a velocidade do
fluxo diminui, proporcionando a formação de coágulos sanguíneos.
Há nítida correlação entre o excesso de peso com risco de doenças
cardiovasculares. O excesso de peso predisporia a essas doenças devido a
anormalidades no metabolismo dos lipídios, glicose e pressão arterial. Doenças como
a hipertensão arterial, dislipidemia, síndrome de resistência à insulina e/ou diabetes
mellitus tipo 2 e a doença arterial coronariana associam-se ao excesso de peso e à
obesidade. O sobrepeso e a obesidade são caracterizados recorrentemente por
elevações leves a moderadas dos triglicérides e diminuição do HDL-colesterol.
A prática de exercício físico é uma boa forma de prevenir e combater a depressão
e a ansiedade. Tal fato acontece porque o exercício libera no cérebro substâncias, como
as endorfinas e serotoninas, que proporcionam uma sensação de paz e de tranquilidade.
Elas são neuromediadores ligados ao bem-estar e ao prazer. Por ser um potente
liberador de endorfinas, o exercício físico cria a boa dependência quando praticado
regularmente, e faz falta como faria qualquer outra substância associada ao prazer. O
exercício é muito eficaz para combater o estresse e ansiedade também por ter um efeito
relaxante, por favorecer uma descontração mental e ajudar a pessoa a afastar-se
temporariamente dos problemas e da tensão. Vale ressaltar novamente, a prática ajuda
também na prevenção da pressão que pode ser provocada por uma cardiopatia.
Conviver com um problema cardiovascular ou se recuperar de um infarto pode afetar a
saúde mental. O ataque do coração pode funcionar como um gatilho para adotar uma
vida mais saudável, mas também pode provocar o contrário como o mal do século XXI.
Pesquisas recentes demonstram que fatores presentes em pacientes cardiopatas como
quadros inflamatórios, alterações plaquetárias e excessos na produção de
noradrenalina também podem desencadear distúrbios psiquiátricos ou neurológicos,
entre os quais, a depressão.
A ansiedade também pode representar um perigo para o coração. Esse transtorno
pode gerar vários efeitos no corpo, como acelerar os batimentos cardíacos, diminuir os
diâmetros dos vasos sanguíneos e o aparecimento da hipertensão arterial. Em
indivíduos podendo levar ao aumento dos batimentos cardíacos com sensação de mal-
estar e tontura. O transtorno também pode levar a complicações respiratórias como falta
de ar em situações aterrorizantes para a pessoa deixando o padrão respiratório
dificultoso enchendo os pulmões com respirações curtas, contribuindo para uma
hiperventilação. Esta que reduz os níveis de dióxidos de carbono no sangue podendo
causar tremores, dormência nos membros, boca seca e dores no peito.
A pressão arterial, força que faz o sangue passar nos vasos, é influenciada pelo
débito cardíaco (a quantidade de sangue que circula). Assim, a pressão é medida pela
resistência que o sangue encontrará no vaso que se inicia na artéria aorta e se propaga
para o resto do corpo. Quando essa resistência é alta, ou seja, na pressão alta, o
coração precisa se esforçar mais para fazer o sangue circular no corpo todo. A condição
patológica de pressão alta inicia-se quando os níveis pressóricos arteriais sistólicos (de
contração do ventrículo) estão acima de 139mmhg e os diastólicos (relaxamento do
ventrículo) estão acima de 89mmhg. Esse quadro é muito agravante pois quando mais
força o coração tiver que fazer para vencer essa resistência, maior será o desgaste da
sua parede muscular.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:


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Janeiro: Guanabara Koogan, 2002.
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para Aptidão, Desempenho e Saúde. 1ª ed. São Paulo: Phorte, 2002.

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