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ITAPIPOCA – CE
2023
ALUNO: CLAILTON FERREIRA DO NASCIMENTO
ITAPIPOCA – CE
2023
1. INTRODUÇÃO
Sendo composto pelo coração, vasos sanguíneos e sangue, o sistema cardiovascular
desempenha a função primordial de fornecer e manter o fluxo sanguíneo, levar nutrientes aos
diversos tecidos do corpo e remover as toxinas resultantes do metabolismo celular, processo
conhecido como perfusão tecidual (SANTANA et al., 2019). A homeostase circulatória é
garantida através da força motriz da circulação, a pressão arterial (PA), que demanda sua
manutenção em níveis adequados e razoavelmente constantes durante toda a vida de um
organismo, esteja ele em repouso ou em atividade (MICHELINI, 2012; BRITO et al., 2021).
Desta forma, níveis adequados de PA são mantidos por uma série de fatores que agem
concomitante mente no organismo do indivíduo, influenciada por fatores físicos, e
fundamentalmente será mantida pelo volume sanguíneo mantido no leito arterial. Também
será determinada por fatores fisiológicos, como a quantidade de sangue bombeada a cada
batimento pelo ventrículo esquerdo (volume sistólico, VS), o volume sanguíneo que entra no
compartimento arterial medido em L/min (Débito Cardíaco, DC) e a soma de todas as
resistências que os vasos oferecem ao fluxo sanguíneo (Resistência Periférica, RP). Cada um
desses fatores acabam por ser dependentes de outros eventos fisiológicos: O DC depende da
Frequência Cardíaca (FC) e do VS, que é determinado pelo Inotropismo positivo com a pré-
carga e RP. Por sua vez, a pré-carga depende do Retorno Venoso (RV) e da capacitância
venosa (CV), que é a capacidade de um vaso comportar determinado volume de sangue sem
aumento da pressão (MICHELINI, 2012).
Dados esses conceitos, tem-se presente que os mecanismos que regulam a PA o fazem
por meio de alterações instantâneas da capacitância venosa e RV, do DC (FC x VS) e da RP,
ou de alterações mais a longo prazo da volemia. Estes ajustes, que alteram a quantidade de
sangue presente no leito arterial em um dado instante, determinam o nível momentâneo da
PA. Tais ajustes são didaticamente divididos em dois marcos temporais: os de ação imediata,
que proporcionam um controle agudo em questão de segundos e/ou minutos, chamada
regulação a curto e médio prazo), englobando mecanismos de ação local, bem como
mecanismos neurais e hormonais comandados pelos mecanorreceptores, quimiorreceptores,
receptores cardiopulmonares e outros cuja ativação promove a translocação de sangue de um
compartimento para outro. A regulação a longo prazo, de ação mais duradoura, envolve
mecanismos de regulação da volemia e da quantidade de água e sais circulantes no organismo
(MICHELINI, 2012).
O presente trabalho objetiva discorrer sobre os mecanismos fisiológicos de controle a
curto, médio e longo prazo da PA, processos que se mostram extremamente eficientes, fruto
de um processo evolutivo que aperfeiçoou estes mecanismos de correção. Os mamíferos, e
neste enfoque os seres humanos, são extremamente dependentes de tais mecanismos, sendo
uma maneira importante do organismo de proteger e prover a manutenção dos chamados
“órgãos nobres”.
Figura 1: Anatomia do controle nervoso simpático da circulação sanguínea. Fonte: Tratado de Fisiologia Médica, 2011.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Dados os mecanismos evolutivos que culminaram no atual sistema circulatório dos
seres humanos, sendo ele um sistema fechado, a perfusão tecidual adequada só pode ser
garantida pelos mecanismos supracitados, mecanismos estes, conforme a explanação
fisiológica, ocorrem de forma concomitante e são interdependentes. Esta perfusão ideal só
pode ser garantida caso os mecanismos que controlam a PA estejam funcionando de maneira
adequada. Quando isso não ocorre, a homeostase do organismo pode ser abalada por um de
dois estados fisiopatológicos, denominados Hipertensão e Hipotensão arterial. A Hipertensão
Arterial (ou vulgarmente “pressão alta”) constitui um dos mais importantes fatores de risco
para o desenvolvimento de lesões vasculares e para o aparecimento de disfunções em “órgãos
nobres”, estando intimamente relacionada à elevada taxa de mortalidade por doenças
cardiovasculares, o que chama a atenção para a grande necessidade da ampla compreensão
destes mecanismos de controle da PA.
5. REFERÊNCIAS
GUYTON, A.C. e Hall J.E.– Tratado de Fisiologia Médica. Editora Elsevier. 13ª ed., 2017.
AIRES, M.M. - Fisiologia. Ed. Guanabara Koogan. 4ª edição, Rio de Janeiro, 2017
SANTANA, B.S.; RODRIGUES, B.S.; STIVAL, M.M.; VOLPE, C.R.G. Hipertensão arterial
em idosos acompanhados na atenção primária: perfil e fatores associados. Esc Anna Nery., v.
23, n. 2, p. 1- 8, 2019.