Discente: Erilane Sousa Disciplina: Fisioterapia Aquática RESUMO EFEITOS FISIOLÓGICOS DA ÁGUA Quando a pessoa é submersa, ocorre diversas alterações fisiológicas e psicológicas no organismo da mesma, todos os sistemas são acometidos e forçados a se adaptarem ao ambiente aquático, ocorre alterações no sistema respiratório, cardiovascular, renal, nervoso e musculoesquelético e termo regular. As alterações no sistema cardiorrespiratório são desencadeadas pela ação da pressão hidrostática de duas maneiras diferentes, ocorre o aumento de volume central e a compressão da caixa torácica e abdome. O centro diafragmático desloca-se cranialmente, a pressão intra-torácica aumenta de 0,4 mmHg para 3,4 mmHg; a pressão transmural nos grandes vasos aumenta de 3,0mmHg a 5mmHg para 12mmHg a 15mmHg. Essas alterações, por sua vez, aumentam o trabalho respiratório. A capacidade vital sofre uma redução de 6,0 % e o volume de reserva expiratória fica reduzido. Essa alteração da capacidade pulmonar se deve à compressão sofrida pela pressão hidrostática. O gasto de energia acontece porque o coração deve aumentar a força de contração e aumentar o débito cardíaco, em resposta ao aumento de volume de sangue. Aumentos do débito cardíaco pode estar relacionados a variações da temperatura da água, podendo atingir aumentos de 30% a uma temperatura de aproximadamente 33°C. Já no sistema termorregulador, as alterações na manutenção do calor da água durante a terapia diminuem a sensibilidade da fibra nervosa com rapidez (tato) e a exposição prolongada diminui a dor, através da sensibilidade da fibra nervosa lenta. Desta forma, na temperatura de 33°C a 36,5°C haverá a dilatação dos vasos sanguíneos, levando ao aumento do suprimento sanguíneo periférico e elevação da temperatura muscular, que leva ao aumento do metabolismo da pele e dos músculos e, consequentemente, ao aumento do metabolismo gerando aumento da frequência respiratória. O aumento da atividade das glândulas sudoríparas e sebáceas à medida que a temperatura interna eleva-se Sistema renal: ocorre um aumento do fluxo sanguíneo renal, que ocasiona aumento da liberação de creatinina. Ainda, a distensão atrial esquerda diminui a atuação simpática no sistema renal, o que aumenta o transporte de sódio tubular. A excreção de sódio aumenta, gerando uma parte do efeito diurético da imersão, os hormônios reguladores do rim também são afetados, causando uma supressão do hormônio antidiurético devido ao aumento da pressão venosa, isto ocasiona aumento da excreção de sódio e potássio e aumento da diurese. Os mecanoreceptores cardiopulmonares e os baroreceptores arteriais também são ativados com o aumento do volume sanguíneo, e contribuem para a liberação do fator natriurético atrial e consequente aumento da diurese. Os efeitos combinados no sistema renal e cardiovascular, em temperaturas termoneutras, parecem diminuir a pressão em longas imersões, o que pode gerar diminuições da pressão sanguínea que duram até horas, pós-imersão. Desta forma, a imersão é benéfica nos casos de edema, por auxiliar o retorno de líquido para a circulação linfática. Sistema músculoesquelético: os exercícios físicos podem começar nas primeiras fases do tratamento (aquecimento e alongamento) de modo que os músculos possam ser relaxados e o metabolismo estimulado, promovendo: redução do espasmo muscular e das dores, diminui a fadiga muscular( quando a água estar na temperatura correta), melhora da performance geral: trabalho de agonistas e antagonistas igualmente, auxilia na recuperação de lesões, melhora o condicionamento físico; auxilia no alongamento muscular; aumenta a ADMs, melhora da resistência e da força muscular trabalhando o equilibrado. Sistema neurológico: Os efeitos da água influenciam os níveis de dor, por um mecanismo de redução de sensibilidade das terminações nervosas livres. Becker & Cole sugerem que os efeitos da imersão podem causar um extravasamento sensorial, dado pela temperatura, atrito e pressão, o qual pode aumentar o limiar da dor. Existe, também, um efeito de relaxamento do tônus muscular, que pode ser devido à vasodilatação e diminuição da sobrecarga corporal, benéfico nos casos de espasticidade ou tensão muscular exacerbada, como consequência de problemas de ordem ocupacional.
REFERÊNCIA EFEITOS FISIOLÓGICOS E EVIDÊNCIAS CIENTÍFICAS DA EFICÁCIA DA FISIOTERAPIA AQUÁTICA. [S.Car]: Revista Movimenta, v. 1, n. 1, 2008.