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Sistema Circulatório

Os efeitos fisiológicos do exercício físico: podem ser classificados em agudos


imediatos, agudos tardios e crônicos. Os efeitos agudos, denominados respostas, são os
que acontecem em associação direta com a sessão de exercício; os efeitos agudos
imediatos são os que ocorrem nos períodos pós-imediato do exercício físico, como
elevação da frequência cardíaca, da ventilação pulmonar e sudorese; já os efeitos
agudos tardios acontecem ao longo das primeiras 24 ou 48 horas (às vezes, até 72
horas)
que se seguem a uma sessão de exercício e podem ser identificados na discreta redução
dos níveis tensionais, especialmente nos hipertensos, na expansão do volume
plasmático, na melhora da função endotelial e na potencialização da ação e aumento da
sensibilidade insulínica na musculatura esquelética. Por último, os efeitos crônicos,
também denominados adaptações, resultam da exposição frequente e regular às sessões
de exercícios e representam aspectos morfofuncionais que diferenciam um indivíduo fisicamente treinado de outro
sedentário, tendo como exemplos típicos a bradicardia relativa de repouso, a hipertrofia muscular, a hipertrofia
ventricular esquerda fisiológica e o aumento do consumo máximo de oxigênio (VO2 máximo). O exercício também é
capaz de promover o aumento do fluxo sanguíneo para os músculos esqueléticos e para o músculo cardíaco. O exercício
físico realizado regularmente provoca importantes adaptações autonômicas e hemodinâmicas que vão influenciar o
sistema cardiovascular, com o objetivo de manter a homeostasia celular diante do incremento das demandas
metabólicas. Há aumento no débito cardíaco( volume de sangue que é bombeado pelo coração por minuto),
redistribuição no fluxo sanguíneo e elevação da perfusão circulatória (é a passagem de líquido através do sistema
circulatório para um órgão ou tecido) para os músculos em atividade.
O estresse emocional e sistema cardiovascular:
O sistema cardiovascular participa ativamente das adaptações ao estresse estando,
portanto, sujeito às influências neuro-humorais. As respostas cardiovasculares
resultam principalmente em um aumento da frequência cardíaca, da contratilidade,
débito cardíaco e pressão arterial. Atualmente sabe-se que as várias manifestações
orgânicas no corpo humano se distinguem em três eixos de atuação da resposta
fisiológica ao estresse:
• O eixo neural, o qual se ativa imediatamente, frente a uma situação de estresse.
Implica a ativação principalmente do sistema nervoso autônomo (feixe simpático) e do sistema nervoso periférico. Seus
efeitos são: aumento do ritmo cardíaco (SNA), aumento da pressão arterial (SNA), secura na boca (SNA), sudorese
intensa (SNA), “nó” na garganta (SNA), formigamento dos membros (SNP), dilatação das pupilas (SNP) e dificuldade
para respirar.
• O eixo neuroendócrino é mais lento em sua ativação e necessita de condições de estresse mais duradoras. Seu disparo
ativa a medula das suprarrenais, provocando a secreção de catecolaminas (adrenalina e noradrenalina), o que ajuda a
aumentar e manter a atividade adrenérgica somática, produzindo efeitos similares aos gerados pela ativação simpática. É
o eixo de luta e fuga, pois prepara o organismo para uma intensa atividade muscular, quando a pessoa percebe que pode
fazer algo para controlar a situação (seja enfrentar ou fugir). Seus efeitos são: aumento da pressão arterial, do aporte
sanguíneo para o cérebro, do ritmo cardíaco, da estimulação dos músculos estriados, de ácidos graxos, triglicerídeos e
colesterol no sangue; secreção de opióides endógenos e diminuição do fluxo sangüíneo nos rins, no trato gastrointestinal
e na pele. Esta resposta aumenta o risco de hipertensão, de formação de trombos, de angina do peito, em pessoas
propensas. Também aumenta o risco de risco de arritmias, elevando a possibilidade de morte súbita.
• O eixo endócrino caracteriza-se por disparo mais lento e por efeitos mais duradouros que os anteriores e necessita de
que a situação de estresse se mantenha por mais tempo. Este eixo é disparado quando a pessoa não dispõe de estratégias
de enfrentamento na situação de estresse. Seus principais efeitos são: aumento da glicogênese, exacerbação de lesão
gástrica, aumento da produção de uréia, aumento da liberação de ácidos graxos livres no sistema circulatório, aumento
da suscetibilidade a processos ateroscleróticos, aumento da suscetibilidade à necrose miocárdica.

MONTEIRO, Maria de Fátima; FILHO, Dario C. Sobral. Exercício físico e o controle da pressão arterial. Revista Brasileira de medicina do esporte, São Paulo, v. 10, n. 1, p. 513-516, 4 jun. 2020. DOI 10.1590/S1517-
86922004000600008.

MARGIS, Regina; PICON, Patrícia; COSNER, Annelise Formel; SILVEIRA, Ricardo de Oliveira. Relação entre estressores, estresse e ansiedade. Revista de psiquiatria, Rio Grande do Sul, v. 10, ed. 1, p. 65-74, 2003.
Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/rprs/v25s1/a08v25s1. Acesso em: 25 ago. 2019

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