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Efeitos Fisiológicos da imersão

Introdução
A fisioterapia aquática ou hidroterapia apresenta diversos benefícios e objetivos
terapêuticos, como relaxamento muscular, coordenação e equilíbrio postural, força
muscular,flexibilidade, analgesia(Diminuição de dor), permite mobilização precoce,
condicionamento cardiorrespiratório, condicionamento neuromuscular, dentre
outros.
Além disso, para pacientes com disfunções musculoesqueléticas e reumatoide em
inicio de reabilitação, a hidroterapia permite que o impacto sobre essas estruturas
seja menor em relação as atividades feitas em ambiente térreo.

Devido as características físico-químicas da água existem efeitos fisiológicos ao se


realizar a atividade dentro/imergido na água.

💡 Dentre tais propriedades, destacam-se a pressão hidrostática, a força de


empuxo, a termo condutividade da água e a força de resistência ao
movimento.

Alterações Fisiológicas durante a imersão em


repouso
1. Diminuição da FC;

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2. Aumento do débito cardíaco devido ao aumento da pré-carga;

3. Redistribuição do sangue venoso e do fluido extracelular dos membros


inferiores para a região central;

4. Fácil troca de calor entre corpo e meio aquático;

5. Alterações da FC dependem da temperatura do meio aquático;

6. Indivíduos imersos em temperatura termoneutra apresentam menor sobrecarga


cardiovascular;

7. Diminuição da PA → aumento da diurese e natriurese; (elevações da PA que


induzem o aumento imediato da diurese e da perda renal de sódio)

8. Diurese e natriurese → pressão hidrostática;

9. Aumento da VO2 → maior captação de oxigênio do sangue, concentração de


sangue no tórax (coração e pulmões);

Temperatura e a FC
Queda significativa da FC na água em 20 e
14, 20 e 32°C
32°C e aumento significativo em 14°C
30°C e 34,6°C Queda significativa da FC

Queda significativa da FC na água em


35, 36 e 37°C temperaturas iguais ou menores que 35°C e
aumento significativo em 36 e 37°C

Sistema cardiovascular
❤ Bradicardia, vasoconstrição periférica e aumento do volume sanguíneo nos
órgãos vitais;

❤ O deslocamento do sangue das extremidades gera aumento do retorno linfático,


pressão intratorácica, pressão em artérias pulmonares e volume de ejeção;

❤O aumento do volume de ejeção permite uma diminuição da FC e aumento do


débito cardíaco;

💡 Débito cardíaco: é a medida (calculada em litros por minuto) do fluxo


sanguíneo produzido pelo coração a cada batimento. Esta medida do
DC é essencial para saber sobre o desempenho cardíaco do
paciente.

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❤Água aquecida: ocorrem o aumento da circulação sanguínea, a vasodilatação
periférica, melhora do suprimento sanguíneo para as extremidades e do retorno
venoso;

Sistema respiratório
🫁 Aumento da pressão intratorácica → aumento do esforço respiratório;
🫁Aumento da pressão transmural (pressões de cumprimir e extender) dos grandes
vasos;
🫁Aumento do volume central → maior captação de O2;
🫁Diminuição do volume residual dos pulmões;
🫁Compressão da caixa torácica e abdômen;
Sistema renal
💦Aumento do débito urinário;
💦Eliminando sódio, potássio através da urina;
💦Aumentando o DU é possível se ter um controle da homeostase entre os
sistemas, pois no momento da imersão existem alterações no sistema
cardiovascular;

💦Essas alterações, aumento da PA, aumentam o transporte tubular de sódio e


diminui a resistência vascular renal pela supressão de vasopressina, renina e
aldosterona;

💦Maximizado em águas mais frias;


Sistema nervoso
🧩Diminuição da sensação de dor;
🧩Água quente e turbulências, bloqueiam terminações nervosas da dor;
🧩Impulsos nervosos do calor e tato são mais rápidos que o da dor;
Sistema endócrino
🧠Impactos sobre os sistemas cardiovascular, renal e nervoso;
🧠Aumento do hormônio peptídeo natriurético atrial → O aumento do volume
sanguíneo no tronco, do débito cardíaco e do retorno venoso;

🧠O aumento do fluxo sanguíneo no sangue aumenta a liberação de creatinina e a


inibição da produção de aldosterona e do hormônio antidiurético → aumento do

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débito urinário;
🧠No sistema nervoso a imersão libera neurotransmissores de forma alternada,
com a liberação de catecolaminas, gerando uma redução dos níveis de epinefrina e
norepinefrina.

Sistema musculoesquelético
Aumento do fluxo sanguíneo, permite maior nutrição do tecido diminuindo
espasmos musculares, melhor distribuição de O2, além de acelerar processos de
cicatrização tecidual;
Permite diminuição de edemas e compressões articulares → Fisioterapia;

Em momentos pós exercício a imersão em água fria reduz a inflamação


musculoesquelética;

💡 Durante a reabilitação física no meio líquido, alguns efeitos da água


devem ser considerados, como o térmico, o mecânico, o óptico e o
químico, visto que eles podem interferir nas alterações fisiológicas
associadas à imersão.

Alterações fisiológicas durante a imersão em


exercício
Os efeitos fisiológicos referentes ao repouso permanecem, mas são intensificados
no momento do exercício, devido ao alto gasto energético.

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Os exercícios realizados em ambiente aquático podem exigir maior ou menor gasto
energético em comparação com os feitos em solo.

Ciclismo, natação e calistenia associados a imersão apresentam maior gasto


energético.
Caminhada, trote, corrida e subida e descida de degraus associados a imersão
apresentam menor gasto energético.

Lembrando que é comparado ao solo!

Sistema cardiovascular Sistema respiratório


🫀Aumento da FC; 🫁 A partir do momento que se inicia o
🫀Aumento do débito cardíaco; exercício, ocorre o aumento do esforço

🫀Aumento do volume de ejeção; e frequência respiratória;

🫁Redução da capacidade vital e do


🫀Aumento da pressão sistólica e volume de reserva expiratório;
manutenção da diastólica;

🫀O músculo do miocárdio precisa 🫁Essas alterações não sofrem


interferência da temperatura da água;
realizar contrações mais fortes, assim,
aumenta o gasto energético;
🫀Sofre interferências conforme
temperatura da água;

Sistema renal Sistema nervoso


Com o objetivo de manter a Efeito analgésico;
homeostase no momento do
Estimula o sistema vestibular;
exercício a diurese se mantém e
pode até se intensificar; A instabilidade e o desequilíbrio da
água permitem melhorar/ tratar os
Devido as alterações de pressão no
distúrbios proprioceptivos e de
sistema cardiovascular;
equilíbrio;

Melhora coordenação motora e


consciência corporal;

Sistema endócrino Sistema musculoesquelético


Semelhante ao em repouso; Contrações musculares
sincronizadas devido a viscosidade

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Ao ser exposto a altas da água que gera uma uma
intensidades, as respostas resistência tridimensional;
fisiológicas do sistema vão
Auxilia na não descarga de peso e
aumentar;
compressão articular;

Os efeitos da imersão somados com os efeitos da prática de


exercícios tornam a fisioterapia aquática uma importante
estratégia da reabilitação física. Para maximizar esses efeitos e
devolver a qualidade de vida e a função física do paciente, é
fundamental que o fisioterapeuta entenda as alterações que
podem ocorrer enquanto o paciente está realizando exercícios
no meio líquido e após o término da atividade (RUOTI; MORRIS;
COLE, 2000).

Efeitos fisiológicos após a imersão


1. Depois da imersão, a tendência é que esses efeitos fisiológicos nos sistemas
corporais retornem ao nível basal após algumas horas;

2. Com uma frequência na hidroterapia é possível que alguns efeitos sejam


duradouros/permanentes → Melhora no retorno venoso, irrigação sanguínea, e
controle da pressão;

3. Melhora na capacidade aeróbica, melhora nas trocas gasosas e reeducação


respiratória;

4. O aumento dos fluidos corporais, levando ao aumento da diurese;

5. Redução da sensibilidade das terminações sensitivas, promovendo analgesia e


diminuição do tônus muscular, devido ao relaxamento muscular e ao aumento
do suprimento sanguíneo → dura até o corpo retornar a temperatura basal
(água quente);

6. Manutenção de alguns efeitos, como a redução do espasmo muscular, da dor e


da fadiga muscular, a melhora do desempenho muscular e do condicionamento
físico, a melhora da extensibilidade muscular e da amplitude de movimento;

7. melhora da autoconfiança e da autoestima, relaxamento e organização de


tensões emocionais, equilíbrio emocional e autocontrole;

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💡 O fisioterapeuta deve monitorar a pressão arterial e a saturação de
oxigênio, para que a imersão em repouso ou em exercício não piore o
quadro clínico ou cause algum tipo de fobia no paciente, tornando a
experiência desagradável.

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