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Artigo de Revisão

Rev Port Nefro Hipert 2003; 17(1): 73-80

A resposta do rim ao esforço físico

Luís Gusmão, José Galvão, Marília Possante

Serviço de Nefrologia e Hemodiálise


Departamento de Medicina do Hospital Militar Principal. Lisboa.

co, que é uma causa conhecida de modifica-


ção da fisiologia renal.
Recebido em 04/10/2002 Os autores revêm as principais alterações
Aceite em 13/12/2002
fisiopatológicas da actividade física regular e
os benefícios do treino na hemodinâmica renal.
RESUMO
Palavras-chave: Actividade física; Rim.
A actividade física regular é uma compo-
nente importante do estilo de vida actual. São SUMMARY
conhecidos os benefícios reais de uma activi-
dade física regular, planeada e estruturada, a RENAL HEMODYNAMIC RESPONSES
nível cardiovascular, musculoesquelético, na TO EXERCISE
melhoria das capacidades intelectuais, no me-
tabolismo da glicose e na densidade óssea. Regular physical activity is an important
Encontra-se documentada uma forte asso- component of a healthy lifestyle. Medical lit-
ciação dos hábitos sedentários com o aumen- erature clearly demonstrates the beneficial ef-
to da morbilidade e da mortalidade, secundá- fects of physical activity on a number of pa-
rias a doença coronária, neoplasia do colon e rameters that affect health and longevity.
aparecimento de diabetes mellitus tipo II. A The most direct benefits of physical activity
actividade física também comporta riscos are cardiovascular and musculoskeletal adap-
imediatos, tais como morte súbita, arritmias tation, which increase functional capacity in
cardíacas, rabdomiólise, advindo daí que o these organ systems and are also associated
treino assuma particular importância ao pro- with mental health and well-being, increased
porcionar uma adaptação fisiológica e optimi- muscle glucose uptake, insulin sensitivity and
zação da resposta ao exercício. play an important role in maintaning bone
O rim, ao receber 20% do débito cardíaco mineral density. Sedentary habits account for
em repouso, é muito sensível ao esforço físi- a substantial portion of deaths due to coronary

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heart disease, type II diabetes and colon can- a saúde, em contraponto ao sedentarismo
cer. However, there are risks associated with que reconhecidamente é um claro contributo
physical activity that isn't planned or struc- para o aumento da mortalidade e morbilidade
tured, such as sudden death, rhabdomiolysis das doenças crónicas(1).
or musculoskeletal injury. Estima-se que o estilo de vida sedentária é
Exercise induces profound changes in re- responsável por cerca de um terço de mortes
nal hemodynamics. Strenuous exercise pro- devido a doença coronária, neoplasia do có-
moves a major fall of the renal plasma flow lon e diabetes mellitus, três entidades nas
and a reduction of the glomerular filtration quais a inactividade física é um factor causal
rate. A higher production of noradrenaline, estabelecido(2).
vasopressine and aldosterone enhances the Os benefícios directos mais evidentes da
tubular process of water and electrolyte reab- actividade física regular são a nível cardio-
sorption, stabilizing therefore the homeostasis vascular e musculoesquelético, onde se veri-
during exercise. fica um aumento da capacidade funcional
Exercise induced acute renal failure is un- destes órgãos assim como a melhoria das
common, but some conditions, such as hyper- capacidades intelectuais, do metabolismo da
tension, diuretic use, advanced age, chronic re- glicose e da densidade óssea(2).
nal insufficiency and nonsteroidal anti- Porém, o exercício intenso e prolongado re-
-inflammatory drugs, that decrease renal blood ferente a uma actividade física não planeada
flow predispose to acute renal failure. Hematury, ou mal estruturada tem complicações imedia-
secondary to glomerular and tubular disfunction, tas tais como: morte súbita; arritmias cardía-
are the most frequent alteration we can observe cas; enfarte do miocárdio; golpe de calor; desi-
after exercise, and could persist for a week. dratação; hematúria; insuficiência renal aguda;
Cardiovascular hemodynamics, and renal rabdomiólise; hemólise; hipoglicémia(3) e dimi-
blood flow measured during various intensities nuição da resposta do sistema imunitário(4).
of treadmill exercise revealed that vasocon- A capacidade e a adaptação fisiológica
striction was done to activation of adrenergic para o exercício resulta da coordenação entre
receptors and other renal vasoconstrictor a actividade muscular e as respostas respira-
mechanisms. Human and animal studies have tória, metabólica e hemodinâmica(5). No adulto
shown that renal blood flow are reduced less saudável o maior substrato energético para a
from resting levels during acute exercise after produção de energia durante o exercício são
a period of endurance exercise training. Inves- os lípidos e os hidratos de carbono. Os lípidos
tigations of mechanisms involved in these ad- para serem utilizados como energia muscular
aptations suggest that reductions in sympa- necessitam da lipólise com libertação de gli-
thetic nervous system outflow, and plasma cerol e ácidos gordos livres. O glicogéneo
angiotensin II and vasopressin concentrations muscular é a maior fonte dos hidratos de car-
are involved. bono e a exaustão muscular após exercício
prolongado relaciona-se com o esgotamento
Key-words: Physical activity; Kidney. desta reserva(6). São também conhecidos o
papel desempenhado por alguns neuropépti-
deos [péptideo auricular natriurético (ANP)(7,8)
INTRODUÇÃO e péptideo natriurético cerebral (BNP)(9), se-
gregados pela aurícula e ventrículo, respecti-
A actividade física regular é uma compo- vamente] na modulação da resposta ao es-
nente importante do estilo de vida actual. O forço físico(10).
conjunto de evidências epidemiológicas e clí- As consequências e os benefícios devem
nicas que se têm acumulado ao longo das ser assim entendidos como o resultado de um
duas últimas décadas permite reconhecer que conjunto de variáveis como o tipo, intensidade
a actividade física regular tem benefícios para e duração do exercício e a aptidão física, o

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meio ambiente e o stress do praticante. Só exercício físico intenso e agudo é a redistribui-
assim se podem entender as manifestações ção do débito cardíaco, caracterizado por au-
da resposta fisiológica aguda ao exercício mento do fluxo sanguíneo no coração e
como a desidratação, o golpe de calor, o es- músculos esqueléticos e uma redução nos
gotamento ou as lesões musculares. O treino, músculos inactivos, pele, rins e órgãos vascu-
ao promover a adaptação ao exercício, tem larizados pela circulação esplénica, que provo-
como finalidade que o praticante desenvolva ca alguma isquémia renal. A autoregulação do
respostas qualitativas melhores a nível cardí- filtrado glomerular renal e as alterações tubula-
aco, respiratório e anatómico, aumentando a res são apontados como mecanismos com-
reserva funcional, ou seja a resposta anató- plementares na fisiopatologia(15). Existem ou-
mica condiciona uma resposta fisiológica com tras explicações marginais que estabelecem
mecanismos reguladores adaptados. uma relação de nexo-causalidade, como a
A persistência no exercício não adaptado hemólise mecânica, libertação de um factor
promove fadiga crónica, fracturas de fadiga, dis- hemolítico, desidratação, libertação de mioglo-
função ventricular e alteração da homeostasia. bina e peroxidação dos glóbulos vermelhos(16).

Alterações urinárias induzidas Fisiopatologia


pelo esforço físico
A magnitude da redução na circulação es-
O rim ao receber cerca de 20% do débito plénica e do fluxo sanguíneo renal está direc-
cardíaco, torna-se muito sensível ao esforço tamente relacionado com a intensidade do
físico, que é uma causa conhecida de modifi- exercício. O sangue desviado da árvore vascu-
cação da fisiologia renal(11). A grande maioria lar renal – isquémia renal – é redireccionado
dos autores descrevem os efeitos de exercí- para os músculos activos. Por exemplo no ho-
cio extenuante praticado sob temperaturas mem em repouso é estimado que a combina-
e/ou condições de humidade atmosférica limi- ção do fluxo sanguíneo esplénico e renal re-
tes, em geral em atletas de elite, porém exis- presenta cerca de 3L/min (cerca de 50% do
tem trabalhos que referem o aparecimento de débito cardíaco) e que este é reduzido para va-
alterações urinárias induzidas pelo esforço fí- lores inferiores a <1L/min no pico máximo de
sico moderado em provas desportivas popula- intensidade do exercício (menos de 5% do dé-
res(11) e natação(12). bito cardíaco). Ou seja cerca de 2 L/min de
Em alguns casos, como o futebol, boxe ou sangue fica disponível para redistribuição pe-
desportos que impliquem contacto físico, o los músculos activos suportando as necessi-
traumatismo directo pode ser o responsável, dades metabólicas aumentadas. Esta redistri-
ou o coadjuvante, como no caso das micro- buição é significativa, já que 2L/min de fluxo
hematúrias vesicais nos corredores de mara- sanguíneo adicional libertam 400ml/min de
tona(13,14). No entanto o traumatismo não é a oxigénio extra (assumindo uma capacidade de
única justificação das alterações urinárias in- transporte de 20ml O2/dl de sangue) e outros
duzidas pelo esforço, já que estas se associ- nutrientes para o esforço muscular. Este fluxo
am à prática de exercícios como a natação. de sangue adicional também remove metaboli-
As alterações urinárias mais frequentemen- tos (i.e. lactato) dos músculos activos(17).
te encontradas são os glóbulos vermelhos dis- É sugerido pela maioria dos autores que o
mórficos, em cerca de 30% dos casos, os factor primário responsável pela redução do
cilindros pigmentados e a proteinúria. Estes fluxo sanguíneo renal durante o exercício in-
dados sugerem uma etiologia glomerular. A tenso e prolongado é a activação do sistema
forma como o exercício origina hematúria glo- nervoso simpático (SNS)(18,19). O território vas-
merular, não está ainda completamente escla- cular renal é ricamente inervado com os
recida, mas sabe-se que a resposta renal ao neurónios adrenérgicos simpáticos que termi-

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nam na adventícia da parede vascular. A no- diurética (ADH)(27). O aumento da concentra-
radrenalina (NE) é o principal neurotransmis- ção sérica destas hormonas (AGE II e ADH)
sor libertado por estes neurónios, que provo- complementam o aumento da actividade do
ca contracção das células musculares lisas da SNS ampliando a vasoconstrição da circula-
parede vascular, resultando em vasoconstri- ção renal durante a fase aguda da actividade
ção. É presumido que a subida da concentra- física e promovendo a passagem de glóbulos
ção sérica de NE reflicta a estimulação au- vermelhos e proteínas através da membrana
mentada do SNS apesar deste índice não ser basal glomerular. A intensidade do exercício,
aceite uniformemente em todos os traba- mais que a sua duração, desencadeiam alte-
lhos(20). Porém estudos animais(21) possibilita- rações na estrutura celular com disrupção das
ram a medição directa da actividade do SNS, zonas de junção e do citoesqueleto, com au-
e revelaram que, durante o exercício este mento da permeabilidade da membrana basal
aumenta até quatro vezes os valores do re- glomerular. Outros neurotransmissores sim-
pouso. Outros trabalhos demonstraram(22) que páticos como a dopamina(28) e os neuropépti-
o exercício induz aumento na actividade do deos ou o “endothelium-derived constricting
SNS dependente da sua intensidade. factor endothelin-1”, o óxido nítrico e a inibi-
Quando a perfusão renal diminui, o rim é ção das prostaglandinas(29) participam em
inicialmente capaz de manter o filtrado glome- graus diferentes na regulação do tónus vascu-
rular e o fluxo plasmático renal através do lar renal.
mecanismo da autoregulação(23). São conhe- Por outro lado a diminuição da pressão hi-
cidas as propriedades da angiotensina II dráulica nos capilares peritubulares pós-
(AGE II) a nível renal, essencialmente com a glomerulares que transportam sangue com
estimulação de libertação de óxido nítrico na uma pressão oncótica elevada, respondem
arteríola aferente minimizando a sua vaso- reabsorvendo com avidez sódio e água, que
constrição(24) e provocando vasoconstrição da têm como consequência a oligoanúria, com
arteriola eferente(25). Assim a primeira parte urina muito concentrada e com pequena
desta resposta autoreguladora consiste na quantidade de sódio. O mecanismo de con-
diminuição do tónus da arteríola aferente, tracorrente permanece intacto, pelo que a
permitindo que alguma da pressão sistémica concentração sérica de ureia é desproposita-
seja transmitida ao glomérulo(26). A dilatação damente alta (é filtrada e reabsorvida) em re-
aferente também é mediada pelo “feedback lação à creatinina que é filtrada e não reab-
tubuloglomerular” – a diminuição da concen- sorvida.
tração de sódio na mácula densa induz vaso- A fisiopatologia das alterações tubulares
dilatação aferente e uma resposta miogénica como mecanismo reconhecido nas alterações
directa. Quando a redução da perfusão renal urinárias induzidas pelo esforço físico é menos
persiste, verifica-se libertação de renina (es- conhecido. Se os primeiros trabalhos(30) utili-
timulação aumentada do SNS), com produção zavam a β2–microglobulina como marcador do
de mais AGE II, com vasoconstrição da arte- tubo proximal renal, mais recentemente mar-
ríola eferente o que provoca um novo equilí- cadores mais específicos (fosfatase alcalina
brio do filtrado glomerular renal conseguido não especifica tecidual [TNAP]; N-acetyl-B-D
através do aumento da pressão intraglomeru- glucosaminidase [NAG]; fosfatase alcalina in-
lar. O objectivo imediato é alcançado com testinal [IAP]) revelaram as alterações bioquí-
manutenção do filtrado glomerular renal atra- micas que ocorrem nos tubos proximais mais
vés da maximização destas respostas autore- concretamente a nível dos segmentos S1 e S2
guladoras da resistência arteriolar. e em menor intensidade no S3(31,32).
O exercício físico intenso induz alterações Se com o aumento da carga do exercício o
na temperatura corporal, volume e osmolari- glomérulo reage aumentando a sua permeabi-
dade plasmática que no seu conjunto são um lidade para as macromoléculas, a reabsorção
estímulo para a libertação da hormona anti- a nível dos tubos proximais ficará saturada

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por um processo selectivo, admitindo-se alte- Assim o treino, ao proporcionar uma menor
rações nas células do epitélio tubular. Estas vasoconstrição da arvore vascular renal e es-
alterações são transitórias e estão mais direc- plénica, contribui para uma melhor homeosta-
tamente relacionadas com a intensidade do sia, neoglucogénese e para o aumento da ab-
exercício do que com a sua duração, o pode sorção de glicose durante actividade física.
ser explicado por um aumento da permeabili- No praticante de desporto, o melhor rendi-
dade da membrana basal glomerular e uma mento nas provas de resistência é alcançado
inibição parcial da reabsorção tubular decli- quando se planeia e estrutura o treino, e se
nando rapidamente após a cessação do es- optimizam as qualidades individuais com a
forço físico(33). suplementação nutricional para evitar a hipo-
As hormonas hipertensivas (NE, adrenalina glicémia e se atenua a desidratação e a hiper-
e AGE II) que estão elevadas durante o exer- termia. Estudos humanos e animais(37) reco-
cício não terão qualquer efeito na modificação nhecem que a vasoconstrição renal é menos
de resposta da célula do epitélio tubular(31,32) acentuada durante o exercício intenso, após
A hematúria, alteração urinária mais fre- um período de treino. Os mecanismos envol-
quentemente induzida pelo esforço e indepen- vidos nestas adaptações, que surgem logo
dentemente do mecanismo que a provoca, nas primeiras fases do exercício, sugerem
aparenta ser de evolução benigna. Trata-se de que a redução da estimulação do SNS e da
um diagnóstico de exclusão, que além de ter concentração sérica de NE, AGE II, ADH e
obrigatoriamente uma relação temporal com o vasopressina estão envolvidas numa menor
a actividade física, deve desaparecer esponta- vasoconstrição renal. Os responsáveis por
neamente até uma semana. Estudos comple- esta menor estimulação do SNS no indivíduo
mentares serão necessários se a história clíni- treinado são os baroreceptores cardíacos(38).
ca e o exame físico fornecerem causas de O indivíduo treinado desenvolve adaptações
suspeita de outras causas de hematúria. cardiovasculares (aumento do volume san-
guíneo circulante, hipertrofia cardíaca, au-
mento inotropismo) que estimulam estes re-
O treino ceptores cardíacos e não permitem uma tão
grande estimulação do SNS, que se manifes-
O rim ao receber 20% do débito cardíaco ta por uma menor diminuição das resistências
assume um papel nobre na circulação sistémi- periféricas e por conseguinte uma menor va-
ca. A diminuição desta percentagem de fluxo soconstrição da árvore vascular renal. A ca-
sanguíneo devido ao exercício implica altera- pacidade de ultrafiltração é determinada pelo
ções na função do órgão e na homeostasia(34). equilíbrio entre os gradientes de pressão hi-
Durante o exercício prolongado as reser- dráulica transcapilar e da pressão oncótica.
vas de glicogéneo são esgotadas e a neoglu- Apesar da redução do fluxo plasmático renal
cogénese hepática assume papel essencial de 20% para 1%, a fracção de filtração pode
na manutenção dos níveis de glicose. O for- duplicar, preservando a transferência de me-
necimento de substratos ao fígado para a ne- tabolitos ou substâncias através do glomérulo.
oglucogénese (i.e. lactato, glicerol e alanina), Outro mecanismo que contribui para a re-
através da circulação esplénica (artéria hepá- dução da vasoconstrição após o treino é a me-
tica e veia porta) é necessária e fundamental nor sensibilidade dos vasos para a mesma
no metabolismo durante o exercício(35). concentração de NE. O mecanismo subjacente
Está documentado(36) que a absorção de não se encontra completamente elucidado e
soluções de glicose durante as provas de re- futuras investigações são necessárias para es-
sistência física (maratona) aumenta os níveis clarecer as modificações nos receptores alfa-
de glicose plasmática e a resistência física. A adrenérgicos vasculares e alterações intracelu-
absorção desta fonte externa de glicose ne- lares que condicionam uma menor resposta à
cessita de um fluxo gastrointestinal mantido. NE. A actividade física planeada e estruturada

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