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Revista Portuguesa de
Cardiologia
Portuguese Journal of Cardiology
www.revportcardiol.org
ARTIGO DE REVISÃO
0870-2551/$ – see front matter © 2011 Sociedade Portuguesa de Cardiologia. Publicado por Elsevier España, S.L. Todos os direitos reservados.
doi:10.1016/j.repc.2011.12.012
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diagnostic and prognostic usefulness, as well as the latest guidelines on prescribing and monito-
ring exercise regimes and drug therapy in the clinical follow-up of active hypertensive patients.
© 2011 Sociedade Portuguesa de Cardiologia Published by Elsevier España, S.L. All rights reser-
ved.
etária, etnia e condição física. A comprová-lo, estudos elevação da PA é súbita, acentuada e ampla imediatamente
que realizaram comparações diretas entre diferentes inten- após o início, ou mesmo antes do exercício21 .
sidades de exercício indicam que a descida da PA pode Da mesma forma, provavelmente no mesmo contexto
ocorrer independentemente desta tanto em normotensos de hipersensibilidade adrenérgica, os indivíduos com
como hipertensos17 . Já a duração do exercício parece poten- efeito de bata branca atingem, geralmente, PA em esforço
cializar tanto a magnitude quanto a duração da descida17 . No mais elevadas20 , têm mais HVE e menor biodisponibilidade
entanto, o volume de treino parece ser mais determinante de óxido nítrico quando comparados com a população em
do que a ação isolada das referidas variáveis. Ou seja, uma geral22 . A PA em esforço apresenta uma boa correlação com
sessão de exercício com menor intensidade e longa duração a MAPA, refletindo em parte as variações circadianas da PA
poderá ocasionar os mesmos resultados do que uma sessão nestes indivíduos. A evidência sustenta ainda que a elevação
de alta intensidade e curta duração17 . Esse facto pode pos- tensional intermitente aquando de stress físico nestes casos
sibilitar a aplicação do exercício apesar do estado clínico do possa ser suficiente para induzir disfunção de órgão alvo em
sujeito, uma vez que hipertensos devem treinar com inten- indivíduos suscetíveis e não condicionados23 .
sidade controlada. Contudo, a resposta pós-exercício da PA Também o perfil de resposta pós-esforço apresenta
parece ser diferente consoante a raça, uma vez que os níveis implicação prognóstica. Um declínio da PAS pós-exercício
de PA das mulheres negras com HTA podem não descer após mais demorado, representado pela razão PAS 3 min/PAS
o exercício17 . Também a idade pode modular a resposta ao 1 min > 1, sabe-se hoje estar associada a pior prognóstico23 .
exercício. Com o envelhecimento há tendência natural para
o aumento da RVP, logo, menor intensidade da descida da
PA. Em relação ao tipo de exercício existem indicativos de Resposta crónica ao esforço, benefícios
que os protocolos intermitentes e que utilizam maior massa e riscos da participação física
muscular podem incrementar a amplitude da descida da PA.
No que respeita à HTA, os regimes de exercício físico aeró-
bico demonstraram ser eficazes na redução da incidência
de HTA, ou na redução da pressão arterial nos doentes já
Resposta hipertensiva ao esforço hipertensos, verificando-se diminuições de 5 a 15 mmHg na
sistólica, com descidas menos pronunciadas no idoso24---27 .
A PA medida em repouso no consultório, apesar de ser o A variação negativa da PAD com o mesmo tipo de exercí-
método gold-standard para guiar o tratamento da HTA, já cio, apesar de benéfica, é menos acentuada. Esta redução
não é considerada a melhor ferramenta na aferição da PA. global é diretamente proporcional à duração e frequência
Existem métodos alternativos mais informativos no que se de treino28 . A magnitude da redução parece ser indepen-
refere ao risco associado à elevação da PA, como a medição dente do índice de massa corporal (IMC)29 e é maior em
ambulatória nas 24 h (MAPA), registada em casa, ou mesmo indivíduos hipertensos de meia idade27 , com pior controlo,
em esforço. Todos estes métodos de registo de PA têm, por e não-dippers28 .
exemplo, melhor correlação com a hipertrofia ventricular Recentemente, Whelton et al.30 publicaram a maior
esquerda (HVE) do que a PA medida no consultório18 . meta-análise realizada até à data no que se refere aos efei-
Em particular, a resposta tensional ao esforço tem muito tos do exercício aeróbico na pressão arterial (53 ensaios
interesse na estratificação prognóstica destes doentes, mas randomizados controlados com duração superior a 2 sema-
também no diagnóstico de DCV silenciosa. Uma resposta nas em indivíduos > 18 anos), que estima a redução da
anormal em que a PAS não sobe durante o esforço, ou desce PAS apenas até 5 mmHg. Comparativamente a meta-análises
mesmo, é universalmente aceite como um sinal de isquémia anteriores em que se obteve efeito mais dramático na
grave. No entanto, o contrário, uma resposta hipertensiva redução da PA, este valor será mais fidedigno e aproxi-
desproporcional ao esforço, poderá constituir um fator a ter mado da realidade, o que pode ser atribuível à inclusão de
em consideração na história natural da doença. ensaios com intenção de tratar de maior duração, alguns
Objetivamente, define-se como resposta hipertensiva sem supervisão do treino, retratando uma adesão efetiva
ao esforço a elevação de PAS superior a 7-10 mmHg mais verosímel.
(sedentários) por cada incremento de 1 MET (equivalente Em relação aos regimes de treino de força, também eles
metabólico), ou a não redução de PAD maior do que 15 mmHg demonstraram ser úteis isoladamente na redução tanto da
(ou mesmo a sua subida). PA sistólica como da diastólica. É possível obter redução de
Este tipo de resposta hemodinâmica ao exercício pre- 3 a 5 mmHg em ambos os valores31 , à custa do aumento do
diz com eficácia o risco futuro de vir a desenvolver HTA tónus parassimpático e consequente diminuição da resistên-
sustida19 . Está também demonstrada uma maior taxa de cia vascular periférica32 , se o treino preferir a componente
eventos cardiovasculares fatais em indivíduos com este tipo de resistência muscular.
de resposta20 . Um estudo prospetivo verificou que a taxa de Tendo em conta a curta redução da PA com o treino
mortalidade cardiovascular até 16 anos após protocolo de endurance e de força33 , é facilmente percetível que
de esforço em 2000 indivíduos aparentemente saudáveis, o exercício não «cura»’ a HTA, mas ainda assim é um ótimo
com idades entre os 40 e 59 anos, pode ser até 2 vezes maior complemento terapêutico, tendo mesmo impacto na história
em indivíduos que alcançaram PAS máxima > 200 mmHg. O natural da doença. Em indivíduos de meia-idade, a redução
risco é tanto maior quanto maior o declive de elevação da PA de apenas 2 mmHg na PAS condiciona a diminuição da
durante o exercício. A PA do indivíduo em boa forma física ou mortalidade CV em 4%34 . Se nos lembrarmos de que o exercí-
treinado sobe relativamente devagar em comparação com cio apresenta mecanismos protetores pleotrópicos, como a
indivíduo com fraca condição cardiorrespiratória em que a redução do peso corporal, adiposidade visceral, inflamação,
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e melhoria da função endotelial, percebemos melhor o seu A complicação mais temida é a morte súbita. Acima dos
efeito global, independente da redução da PA, na melhoria 35 anos geralmente é devida a cardiopatia isquémica silen-
do perfil CV. O aumento da atividade física e da capacidade ciosa, contudo a sua prevalência é pouco expressiva na
cardiorrespiratória chega mesmo a ter um efeito semelhante população seguida medicamente. A complexidade do ras-
ao da farmacoterapia no que concerne à redução da HVE em treio pré-participação depende da intensidade antecipada
8-15%35 , ou ao de outras intervenções não farmacológicas, de exercício e do risco cardiovascular global do hipertenso.
todos elas com o potencial de reduzir a PA em 1 a 4 mmHg36 . No indivíduo assintomático na categoria de risco A ou B39
Os mecanismos propostos para explicar o efeito hipoten- com PA < 180/110 mmHg que vá participar em exercício de
sor e protetor cardiovascular do exercício regular assentam intensidade ligeira a moderada (< 60% VO2 Reserva), geral-
em adaptações neurohormonais e estruturais a nível do vaso, mente não há necessidade de exames diagnósticos adicionais
músculo e adipócito. Os fatores neuro-endocrinológicos à avaliação de rotina14 (Tabela 2). Indivíduos na categoria C
implicados incluem a redução dos níveis de noradrenalina de risco39 , sem DCV ou PA > 180/110 mmHg, podem benefi-
circulante e seus recetores, angiotensina II; aumento ciar da realização de prova de esforço antes de iniciarem
da biodisponibilidade de óxido nítrico37 , da capacidade atividade física de intensidade moderada (40-60% VO2
anti-oxidante, e da insulinosensibilidade; e expressão Reserva), mas não para atividade ligeira (< 40% VO2
de fatores cardioprotetores, como a apelina38 . As Reserva)15 . Em doentes com DCV documentada, a prova de
adaptações estruturais incluem remodelagem vascular esforço é necessária independentemente do nível de inten-
(aumento do comprimento, lúmen vascular, número de sidade, e o início de atividade vigorosa (> 60% VO2 Reserva)
esfíncteres precapilares), e neoangiogénese. deve ser realizado em centros dedicados de reabilitação
Apesar de todos os benefícios que se reconhecem ao exer- cardíaca14 .
cício físico no tratamento complementar da HTA, o mesmo
não é desprovido de risco em situações particulares, pelo
que um correto rastreio médico-desportivo é obrigatório. Prescrição de exercício e monitorização
Em geral, as principais preocupações pré-participação da resposta ao esforço
desportiva são:
O regime ótimo de treino para hipertensos, em termos de
a) identificar contraindicações absolutas para a prática de tipo, frequência, intensidade, duração de exercício, tem
determinado exercício ou modalidade; sido alvo de bastante investigação. Senão vejamos:
b) estratificar o risco CV impondo determinadas limitações
de exercício ou modalidade (contraindicações relativas);
c) individualizar o treino no sentido de se promoverem Tipo
para cada patologia exercícios com ação preventiva em
relação a complicações, ou com intuito reabilitativo A maioria dos estudos de intervenção utilizou modelos de
(Medicina do exercício). treino de endurance. Como demonstrado anteriormente,
exercícios rítmicos, aeróbicos envolvendo os principais gru-
pos musculares (andar, correr, ciclismo, natação) são uma
No hipertenso em particular, tais preocupações estratégia de sucesso na redução da PA (5-15 mmHg).
concretizam-se na necessidade de: Comparativamente, o treino de força determina resposta
hipotensora menos exuberante (5 mmHg), no entanto a sua
a) diagnóstico de DCV silenciosa eficácia pode ser potenciada, se aplicado na forma de cir-
b) identificação do indivíduo com risco CV acrescido, como cuito, com recurso a maior número de repetições com cargas
seja a HTA grau 2 não controlada, angina instável ou dia- mais leves40 . Isto porque a variação da PAD com o programa
betes mellitus descompensada - não deverão treinar até de força depende da quantidade de trabalho estático envol-
terem a sua situação clínica estabilizada; vido, a qual deve então ser mínima. Este tipo de programa
c) personalização do plano de treino no sentido de se evita- deverá estabelecer pontos de terminação baseados na PAD
rem exercícios ou modalidades conducentes a elevação (> 20 mmHg PAD basal ou PAD > 120 mmHg), devendo rever-se
da PA. o plano de treino e/ou medicação. Os gostos e preferência
Tabela 2 Algoritmo para aplicação de prova de esforço pré-participação desportiva [adaptado de 14]
Pressão arterial (mm Hg) Grupo A (Sem FR, Grupo B (Pelo menos Grupo C (LOA/DCV e/ou
Sem LOA/DCV) 1 FR não incluindo DM; DM com ou sem outros
sem LOA/DCV) FR)
130---139/ 85---89 Intensidade vigorosa Intensidade vigorosa Intensidade
moderada ou vigorosa
140---159/ 90---99 Intensidade vigorosa Intensidade vigorosa Intensidade
moderada ou vigorosa
≥ 160 / ≥ 100 Primeiro controlo Primeiro controlo Primeiro controlo
tensional tensional tensional
DCV: doença cardiovascular; DM: diabetes mellitus; FR:fator de risco; LOA: lesão de órgão alvo; PA: pressão arterial.
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individuais devem ser tidos em consideração, uma vez que Moduladores da resposta ao esforço
maximizam a adesão de longo termo.
Apesar de estar estabelecido que o exercício moderado
Frequência regular faz baixar a PA da maioria dos indivíduos hipertensos,
nem todos os pacientes hipertensos respondem da mesma
A frequência de 3 a 5 dias de treino por semana é eficaz forma à terapia com exercício32 .
na redução da PA41 . Apesar de existir alguma evidência a Diferenças genéticas, na fisiopatologia da hipertensão,
sugerir que 7 sessões poderão ter maior eficácia na redução na farmacodinâmica e/ou farmacocinética podem justificar
da PA42 , também é verdade que 3 dias/semana permitem a incapacidade de alguns doentes responderem ao treino
a obtenção de 75% do efeito anti-hipertensor conseguido com redução dos valores tensionais crónicos.
com o treino 7 dias/semana43 . O espírito deverá ser o Rankinen e colaboradores47 examinaram a associação
da simplificação; logo, não é essencial treinar todos os entre variantes do gene NOS3-Glu298Asp (gene responsá-
dias para obter efeito anti-hipertensor, tanto mais que a vel pela óxido nítrico sintetase) e a resposta tensional
resposta hipotensora do exercício pode durar muitas horas. durante exercício submáximo em 471 indivíduos normoten-
sos submetidos a programa de treino de endurance regular.
Intensidade Os indivíduos com o alelo NOS3-Asp reduziram menos PAD
durante o exercício submáximo do que os homozigóticos
Intensidades inferiores a 70% da capacidade aeróbica de para o alelo NOS3-Glu.
reserva (VO2 Reserva) parecem conduzir a efeito hipotensor Da mesma forma, Hagberg et al.também reportaram
mais marcado27 , não dependente da melhoria da capacidade diferente redução da PA basal induzida pelo treino em indi-
aeróbica máxima (VO2 max). Desta forma, o benefício crí- víduos hipertensos com heterogeneidade alélica para o gene
tico de saúde deriva de retirar as pessoas de um estado de da Apo E48 . A expressão endotelial de endotelina 1 promove
sedentarismo para a atividade, sendo o treino conduzido em a vasoconstrição, sendo que determinadas variações génicas
intensidade moderada o mais eficaz e seguro para o efeito, no seu locus estão associadas a hipertensão49 . O interessante
e com maiores taxa de aderência. A magnitude da redução é que a associação entre o genótipo da endotelina e o fenó-
da PA obtida com intensidades entre 40 a 70% VO2 Reserva tipo da pressão arterial é modulado por diferentes graus de
parece uniforme43 . Esta intensidade corresponde a aproxi- atividade física e capacidade funcional.
madamente 12-13 na escala de Borg (6-20). A fiabilidade na No estudo HERITAGE Family50 , a PA sistólica e a pressão
escala de Borg para monitorizar a intensidade de exercício de pulso registada em condições de esforço submáximo em
ganha especial relevo nos doentes betabloqueados, uma vez indivíduos sedentários submetidos a 20 semanas de treino de
que nestes a resposta hemodinâmica ao exercício pode estar endurance, reduziu menos nos portadores do alelo rs5370,
atordoada. comparativamente à resposta dos homozigóticos.
Em indivíduos, rastreados, com menor risco cardiovas- O exercício regular previne ou melhora a rigidez arte-
cular, pode preconizar-se igualmente o treino intervalado rial associada ao envelhecimento. A endotelina 1, além do
(alternância de intensidades variáveis de treino na mesma efeito vasomotor descrito, está implicada também na remo-
sessão), uma vez que, além de proporcionar maior redução delagem vascular. Lemitsu et al.51 examinaram diferentes
de PA44 comparativamente a regimes contínuos, protege polimorfismos genéticos nos recetores ET-A, ET-B e nas 2 iso-
contra a sarcopénia e descondicionamento associados à enzimas de conversão da endotelina (ECE1 e ECE2), e a sua
idade. relação com o efeito induzido pelo exercício na rigidez arte-
rial associada à idade. Indivíduos com genótipo AA no codão
958A/G e com genótipo AG GG no codão 831A/G, submeti-
Duração dos a atividade física extra apresentaram redução da rigidez
arterial, enquanto que indivíduos com o genótipo inverso
A maioria de ensaios randomizados controlados existentes não apresentaram melhoria com o treino, evidenciando que
à data com hipertensos usou geralmente exercício con- a atividade física isoladamente pode não ser suficiente para
tínuo com duração entre 30 e 60 minutos por sessão. A melhorar a rigidez arterial associada à idade destes últimos
redução de PA resultante é semelhante para o intervalo de indivíduos.
tempo referido, no entanto, o benefício extra alcançado
com programas de exercício superiores a 2,5 horas/semana
é muito reduzido32 . A alternativa a períodos intermitentes Monitorização da resposta tensional ao esforço
mais curtos de atividade parece ser válida, uma vez que
eliciam o mesmo tipo de resposta tensional45 , desde que o As técnicas de medição ambulatória contínua da PA cons-
volume de treino seja idêntico. tituem um avanço na estratificação do risco CV e na
Em resumo, atualmente, recomenda-se a prescrição de individualização da resposta ao exercício, complemen-
exercício no tratamento da hipertensão, sobretudo na forma tando a tradicional prova de esforço. A MAPA pode ser
de treino cardiovascular46 , 20-60 minutos, 3-5 dias por útil na quantificação da dose-resposta do treino; análise
semana, numa intensidade correspondente a 40-70% VO2 da variação circadiana da PA consoante altura do dia da
máx. O treino de força, na forma de treino de endurance aplicação do treino; comparação de diferentes protocolos
muscular, apesar de não ser o mais eficaz na redução da de exercício; e/ou análise do fracionamento do treino em
pressão arterial, pode ser integrado no regime de treino períodos de menor duração.
desde que a resposta tensional diastólica ao exercício esteja Como já foi referido, nem todos os hipertensos respon-
dentro de limites de segurança. dem da mesma forma ao exercício, inclusive, cerca de 25%
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dos doentes hipertensos não chega a exibir redução da PA competição. Os não seletivos podem ainda comprometer a
associada ao treino físico27 , não deixando contudo de colher normal broncomotricidade durante o esforço. O seu efeito
os demais benefícios do exercício. Neste particular, algu- na claudicação intermitente em doentes com arteriopatia
mas séries discriminam os não-dippers como os ditos não periférica55 , logo, na distância percorrível, é controverso,
respondedores ao exercício52 . pelo que deverão ser utilizados com cautela quando clini-
Como é sabido, a hipertensão nos não-dippers está asso- camente indicados. No hipertenso ativo, a sua utilização
ciada a maior grau de complicações cardiovasculares e deverá cingir-se a hipertensão adrenérgica ou hipertensos
lesão de órgão mais grave, logo, nesta lógica, exige-se um com doença coronária isquémica concomitante, no entanto,
plano de treino mais eficaz e individualizado para o indi- nestes últimos, a ivabradina poderá ser, nos casos em que as
víduo não-dipper. Contradizendo séries anteriores, Park e recomendações a preconizem, uma alternativa com melho-
colaboradores53 , com recurso à MAPA chegaram à conclusão res resultados em termos de performance56 .
que, afinal, os não-dippers respondem ao exercício, simples- No que respeita ao treino estático, não há evidência de
mente fazem-no diferentemente em relação aos dippers, efeito prejudicial de nenhuma das classes farmacológicas.
consoante o horário de aplicação do exercício:
a) Frequência: na maioria, preferencialmente em todos os 10. Kokkinos P, Narayan P, Papademetriou V. Exercise as hyperten-
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