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Exercício físico e Hipertensão

arterial
Introdução

Na população Portuguesa 34,1% da mortalidade é


devida a doenças cardiovasculares (DCV)(1). A hipertensão
é reconhecidamente um dos factores de risco major das
DCV. A Organização Mundial de Saúde reportou que o
número estimado de pessoas hipertensas em todo o
mundo é de 1 bilião, atribuindo-se à hipertensão 7,1 mil-
hões de mortes por ano(2). Dados de um estudo recente
realizado em Portugal(3) revelam que a prevalência esti-
mada de hipertensão (após ajustamento para idade, sexo
e dimensões das regiões geográficas) é de 42,6% (ho-
mens 43,0%; mulheres 42,1%).
Diversos estudos têm evidenciado que, entre outros
factores, estilos de vida sedentários e níveis baixos de
aptidão física estão associados de forma significativa com
José Oliveira1 o desenvolvimento de hipertensão(4, 8). Adicionalmente, in-
Prof. Associado com Agregação divíduos hipertensos têm um risco aumentado para a
Centro de Investigação em Actividade Física, Saúde e Lazer (CIAFEL) manifestação clínica de doenças das artérias coronárias,
Faculdade de Desporto, Universidade do Porto acidentes cerebrovasculares e doenças renais crónicas(9, 10)
Joana Carvalho1 sendo por isso a hipertensão considerada um problema
Profª. Associada sério, em termos de saúde pública. Assim sendo, o pre-
Centro de Investigação em Actividade Física, Saúde e Lazer (CIAFEL) sente artigo pretende abordar, de forma sucinta, as evi-
Faculdade de Desporto, Universidade do Porto dências resultantes da investigação sobre as repercussões
Nórton L. Oliveira1 do exercício como meio de prevenção e tratamento da
Mestre em Ciências do Desporto, pela Faculdade de Desporto da hipertensão e das recomendações e procedimentos de
Universidade do Porto prescrição. Para além disso, este artigo abordará, também,
Bolseiro de Doutoramento (FCT) no programa Doutoral em as recomendações e procedimentos para a prescrição do
Actividade Física e Saúde do Centro de Investigação em exercício dirigido a indivíduos em risco de desenvolverem
Actividade Física, Saúde e Lazer (CIAFEL)
ou com diagnóstico de hipertensão.
Faculdade de Desporto, Universidade do Porto
Alberto J. Alves1 O papel do exercício físico na prevenção
Mestre em Reabilitação Cardíaca, pela Universidade de Essex e tratamento da hipertensão
(Reino Unido)
A realização de actividade física e a prática regular de
Bolseiro de Doutoramento (FCT) no programa Doutoral em Acti-
vidade Física e Saúde do Centro de Investigação em Actividade exercício físico têm-se revelado opções não farma-
Física, Saúde e Lazer (CIAFEL) cológicas efectivas na redução do risco cardiovascular e da
Faculdade de Desporto, Universidade do Porto pressão arterial (PA) em indivíduos hipertensos, border-
lines e normotensos(9, 11, 12). Dados do estudo prospectivo
Fernando Ribeiro1,2
Prof. Coordenador Convidado sem Agregação Women’s Health Study envolvendo uma amostra de
Departamento de Fisioterapia, Instituto Politécnico de Saúde do 22,055 mulheres saudáveis, as quais foram seguidas du-
Norte, CESPU, crl Centro de Investigação em Actividade Física rante um período de 11 anos, mostraram que a activida-
Saúde e Lazer (CIAFEL) de física estava associada à redução da pressão arterial e
Faculdade de Desporto, Universidade do Porto de eventos cardiovasculares (30%-40%). Adicionalmente,
1
os autores desse estudo estimaram que as alterações da
Centro de Investigação em Actividade Física, Saúde e Lazer pressão arterial associadas à actividade física contribuíram
(CIAFEL), Faculdade de Desporto da Universidade do Porto
em 27% para a redução do risco de ocorrência de eventos
2
Departamento de Fisioterapia, Instituto Politécnico de Saúde do cardiovasculares(12).
Norte, CESPU De facto, uma única sessão de exercício tem um efei-
to hipotensivo que se manifesta pela diminuição da pres-
são arterial sistólica em 5-8 mmHg durante 11-12 horas e
de 6-8 mmHg durante 6-8 horas na pressão arterial dias-
tólica(13, 14).
Adicionalmente, resultados de diversos estudos evi-
denciam que sujeitos hipertensos submetidos a trata-

Recebido para publicação: Novembro de 2010


18 Aceite para publicação: Novembro de 2010
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mento pelo exercício regular aeróbio mobilizando grandes mente descrito e atendendo a que o exercício regular, em
grupos musculares (marcha rápida, corrida, ciclismo, dan- particular o de natureza aeróbia, parece ter impacto favo-
ça, natação) têm, em média, reduções de 6 mmHg na rável em grande parte dos factores de risco para as DCV,
pressão sistólica e de 3 mmHg na pressão diastólica(15). O nomeadamente no tratamento da hipertensão(9, 11, 12), a sua
exercício resistido, i.e., exercícios vencendo a resistência prática deve ser aconselhada e incentivada, quer na pre-
do próprio corpo ou resistências externas (pequenos ma- venção, quer no tratamento das DCV.
núbrios ou máquinas de musculação), tem igualmente um
efeito crónico de redução da pressão arterial em in- Avaliação diagnóstica e prova de esforço
divíduos hipertensos, pese embora, com magnitudes mais A referenciação para programas de exercício deve ser
reduzidas quando comparadas com as alcançadas pelo precedida de avaliação clínica diagnóstica dos sujeitos, na
exercício aeróbio mobilizando simultaneamente grandes medida em que esta condicionará as decisões terapêu-
grupos musculares (-2.1/-3.5 mmHg, para as pressões sis- ticas, incluindo a prescrição do exercício(9, 20). A avaliação
tólica e diastólica, respectivamente). Com base nos dados diagnóstica e o exame físico têm como objectivos definir
anteriormente referidos, o Colégio Americano de Medicina os níveis de pressão arterial (Tabela I), identificar pos-
Desportiva (ACSM), a Sociedade Europeia de Hipertensão síveis causas de hipertensão secundária, avaliar a presen-
(ESH) e a Sociedade Europeia de Cardiologia (ESC) elegem ça de outros factores de risco cardiovasculares, identificar
o exercício aeróbio como a modalidade primária de pro- lesões subclínicas de órgãos e possíveis comorbilidades
gramas de intervenção para o controlo da pressão arterial associadas(19).
e, complementarmente, a inclusão de exercícios dinâmi- Adicionalmente, a avaliação clínica permite a determi-
cos resistidos. Um aspecto digno de nota, é o facto de nação do risco cardiovascular global, uma vez que os sujei-
diversos estudos terem evidenciado que a redução dos tos hipertensos frequentemente apresentam outros facto-
valores da pressão arterial de repouso se associa de forma res de risco cardiovasculares que se relacionam com a
mais elevada com a frequência e duração do exercício do severidade da hipertensão (Tabela II) (19).
que com a intensidade(15). Além disso, tem sido sugerido Importa fazer notar que a prática de exercício não é
que o exercício de intensidade elevada não apresenta isenta de complicações(21, 22), sendo o risco mais elevado
benefícios adicionais ao exercício de intensidade modera- quanto mais avançada for a idade, maior o número de fac-
da no tratamento da hipertensão (15, 16). tores de risco presentes, houver presença de lesão de
Embora os mecanismos subjacentes ao efeito anti-hiper- órgãos ou manifestação de doença cardiovascular con-
tensivo induzido pelo exercício não estejam completamen- firmada(23-25). A morte súbita ou a ocorrência de síndrome
te esclarecidos, dados de diversos estudos em animais e coronária aguda, durante ou em período subsequente à
humanos [para ref.s ver(16-18)]sugerem que as melhorias no realização de exercício (mais frequentemente no período
controlo barroreflexo e da função endotelial, a diminuição de uma hora após cessação do exercício), estão suficien-
da actividade nervosa simpática, dos níveis plasmáticos temente documentadas(21, 26). Em 75% das vítimas de
de noradrenalina e da resistência total periférica, são razõ- morte súbita relacionada com o exercício, com idades
es plausíveis que explicam a diminuição da pressão arte- acima dos 35 anos, foi identificada doença coronária(27).
rial em resposta ao tratamento da hipertensão pelo exer- Apesar de não ser possível estabelecer relações causais
cício. entre a ocorrência de morte súbita e a pressão arterial ele-
Neste sentido, face ao quadro de referências anterior- vada, a hipertensão é um factor de risco cardiovascular e

Tabela I
Definição e classificação dos níveis de pressão arterial (em mmHg)(19)

Categoria Pressão sistólica Pressão diastólica


Óptima <120 e 72,2%
Normal 120 – 129 e/ou 80 - 84
Normal alta 130 - 139 e/ou 85 - 89
Hipertensão de grau 1 140 - 159 e/ou 90 - 99
Hipertensão de grau 2 160 - 179 e/ou 100 - 109
Hipertensão de grau 3 ≥ 179 e ≥ 100
Hipertensão sistólica isolada ≥ 179 e ≥ 100

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Exercício físico e Hipertensão arterial

Tabela II
Estratificação do risco cardiovascular global, em categorias de risco acrescido(19)

HT – hipertensão; PAS – ppressão arterial sistólica; PAD – pressão arterial diastólica; LO – lesão subclínica de órgãos;
SM – síndrome metabólica; DCV – doença cardiovascular

está relacionada com a hipertrofia ventricular, a ocorrência cação(23, 25). Sendo a FC uma variável fisiológica frequen-
de arritmias ventriculares e isquemia(22, 24). Assim sendo, temente usada para a prescrição da intensidade do exer-
em alguns indivíduos, será prudente a realização de eco- cício, como veremos mais adiante, a prescrição com maior
cardiograma e electrocardiograma (ECG) de 12 derivações nível de segurança passará pela realização prévia de prova
em repouso e de prova de esforço máximo ou limitado por de esforço, registando a resposta da FC submáxima e
sintomas, também com ECG (22, 24, 26). Por outro lado, diver- máxima obtida pelos sujeitos, sob a acção dos fármacos.
sos estudos evidenciaram o valor preditivo da resposta da
pressão arterial ao exercício na possibilidade de desenvol- Objectivos do exercício físico regular
vimento futuro de hipertensão(28-30). No entanto, apesar do e dispêndio energético alvo
que foi anteriormente dito sobre as vantagens da realiza- A prática de exercício físico regular com benefícios
ção de prova de esforço previamente à realização de exer- para a saúde tem como objectivos a maximização do dis-
cício regular, o ACSM(25, 31) e a American Heart Association pêndio energético, o desenvolvimento da aptidão cardio-
(AHA)(22) não recomendam a sua inclusão de forma gene- respiratória, da aptidão muscular (força, resistência mus-
ralizada no quadro da avaliação clínica (ver Tabela III). cular e flexibilidade), e prevenção/eliminação de factores
Porém, em sujeitos com diagnóstico de hipertensão e de risco das DCV (25, 32, 33).
tratados com fármacos (antagonistas do cálcio, diuréticos, É importante ter em consideração a existência de uma
β-bloqueadores, inibidores da enzima conversora da an- relação dose-resposta entre o dispêndio energético asso-
giotensina ou dos seus receptores) as respostas da pres- ciado à actividade física e exercício e os benefícios para a
são arterial e da frequência cardíaca (FC) ao exercício de saúde e a aptidão física (25). Existem evidências que valo-
intensidades submáxima e máxima poderão estar alte- res de dispêndio energético pela actividade física inferio-
radas(23). De facto, em sujeitos medicados com este tipo de res a 700 Kcal por semana, representam um risco acresci-
drogas, a pressão arterial e a FC durante o exercício é mais do alto para as doenças cardiovasculares (Tabela IV)(32, 33).
baixa comparativamente aos valores obtidos sem medi- Por outro lado, em indivíduos adultos aparentemente sau-

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“... uma única sessão de exercício tem um efeito hipotensivo


que se manifesta pela diminuição da pressão arterial sistólica
em 5-8 mmHg durante 11-12 horas e de 6-8 mmHg
durante 6-8 horas na pressão arterial diastólica.

Tabela III
Recomendações para a realização de prova de esforço prévia à participação em programas de exercício regular(22)

ACC/AHA ACSM
Indivíduos assintomáticos com diabetes mellitus Indivíduos assintomáticos com diabetes mellitus
que pretendam participar em programas de exercício vigoroso (ou outra doença metabólica) que pretendam
participar em programas de exercício de intensidade
moderada (40% a 59% do VO2
de reserva) a vigorosa (≥ 60% do VO2 de reserva)

Indivíduos assintomáticos do sexo masculino com idade >45 anos Indivíduos assintomáticos do sexo masculino com
e do sexo feminino com idade >55 anos que pretendam participar idade >45 anos e do sexo feminino com idade >55
em programas de exercício vigoroso anos ou aqueles que apresentam > de 2 factores de risco

ACC/AHA – American College of Cardiology/American Heart Association; ACSM – American College of Sports Medicine; VO2 – volume (consumo) de oxigénio

dáveis, o limiar de dose de dispêndio energético relacio- relativa às recomendações e procedimentos da prescrição
nado com as actividades físicas com benefícios para a destes dois modos de exercício, a sua abordagem será fei-
saúde parece situar-se nas 1000 Kcal/semana(34). No ta em separado.
entanto, para indivíduos com sobrepeso/obesidade ou
estratificados em risco alto ou muito alto para as DCV, Exercício aeróbio
como é o caso de alguns indivíduos hipertensos (ver A designação de exercício aeróbio refere-se à realiza-
Tabela II), a dose semanal recomendada de energia dis- ção de actividade física estruturada, mobilizando grandes
pendida em actividade física para a prevenção das DCV, grupos musculares, com notória activação da função car-
deverá ser igual ou superior a 2000 Kcal/semana(25, 32). diorrespiratória e com um nível de intensidade correspon-
dente à sua sustentação metabólica predominantemente
Prescrição do exercício para a prevenção por metabolismo de tipo oxidativo(25).
e tratamento da hipertensão Os objectivos do exercício aeróbio são i) o aumento da
Com base na evidência anteriormente reportada (9, 11, 12) e aptidão cardiorrespiratória, traduzida pelo aumento da
nas recomendações(25), o exercício generalizado aeróbio e o capacidade de tolerância ao exercício submáximo e máxi-
exercício resistido constituem-se em meios fundamentais da mo e dos esforços relacionados com as actividades ocupa-
estratégia de prevenção e terapêutica da hipertensão. cionais da vida diária e de lazer, ii) a preservação ou redu-
Por razões de melhor sistematização da informação ção dos valores da pressão arterial sistólica e/ou diastóli-

Tabela IV
Estratificação do risco para as DCV em função do dispêndio energético semanal (Kcal/semana) relacionado com a actividade física.

Estratificação do risco
Risco baixo Risco moderado Risco alto/muito alto
≥ 1500 Kcal/semana 700-1499 Kcal/semana < 700 Kcal/semana

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Exercício físico e Hipertensão arterial

ca e iii) a prevenção ou regressão/eliminação de factores uma frequência mínima de três vezes por semana, para que
de risco cardiovasculares(25, 32, 33). verificadas certas condições relativamente à intensidade e
As actividades mais simples que se revelam efectivas duração do exercício, se possa alcançar o dispêndio energéti-
para realizar este modo de exercício, são aquelas que co alvo com benefícios para a saúde.
envolvem movimentos naturais com sustentação da No que respeita à intensidade, são recomendadas
massa corporal, tais como a marcha rápida ou a corrida em duas zonas de treino: as zonas de intensidade moderada
meio terrestre ou em tapete rolante(20, 25). Outras acti- e de intensidade elevada/vigorosa (ver classificações da
vidades podem ser incluídas, tais como a dança, jogos ou intensidade na Tabela VI).
natação. Contudo, estas últimas podem ser de mais difícil Importa salientar, no entanto, que a zona de inten-
controlo da sua intensidade ou, por outro lado, a sua exi- sidade elevada/vigorosa se constitui apenas como alvo
gência técnica pode comprometer a possibilidade de se para indivíduos aparentemente saudáveis, normotensos e
alcançar a intensidade alvo. após terem realizado período prévio de treino a intensida-
Porém, em função da avaliação diagnóstica e do de moderada. Para indivíduos com hipertensão essencial
exame físico dos sujeitos, aqueles que apresentem condi- estabelecida, a prescrição do exercício deve ser efectuada
ções de natureza articular ou musculares que possam ser na zona de intensidade moderada(20, 25, 31). Os indicadores
agravadas pelo impacto repetido resultante da realização para a prescrição e controlo da intensidade são essencial-
de actividades com sustentação do peso corporal, com são mente dois: a FC e o esforço subjectivamente percebido
a marcha ou a corrida, ou, ainda, indivíduos obesos em avaliado pela escala de Borg(25), podendo ser usados isola-
que para além do possível efeito deletério das forças reac- damente ou, idealmente, de forma combinada.
tivas do solo nas estruturas músculo-articulares, possam Os métodos de prescrição da intensidade usando a fre-
vir a revelar fatigabilidade precoce por limitação periféri- quência cardíaca, são os mais usuais. Uma possibilidade é
ca, o exercício deverá ser feito, por exemplo, em ciclo- o cálculo da intensidade em fracção da frequência cardía-
-ergómetro, remo-ergómetro ou em meio aquático(20, 25, 35). ca máxima (ver Tabelas V e VI). Conforme foi já an-
Para que o dispêndio energético alvo seja alcançado, teriormente salientado, nem todos os sujeitos acon-
para além do modo de exercício, a prescrição deve ter em selhados ou referenciados para programas de exercício
consideração a manipulação de três outras variáveis: a fre- realizam previamente uma prova de esforço. Assim sendo,
quência (número de vezes por semana que o exercício é habitualmente, a FC é estimada, subtraindo ao valor da FC
realizado), a intensidade e a duração (tempo). máxima teórica (220 bpm) a idade do sujeito, assumindo-
As recomendações para a prescrição do exercício aeró- se que a frequência cardíaca máxima declina 1 bpm por
bio para a prevenção e tratamento da hipertensão são cada ano de aumento na idade cronológica. Porém, em
apresentadas na Tabela V. estudo realizado por Tanaka e colaboradores(36) concluiu-se
A frequência ideal, segundo as recomendações, é a práti- que em indivíduos com idades acima dos 40 anos, a utili-
ca de exercício aeróbio em todos os dias da semana. Porém, zação da fórmula 220-idade subestima a FC máxima real.
dada a possibilidade de combinação com sessões de exercício Por isso, para sujeitos acima dos 40 anos de idade reco-
resistido, ou ainda, a indisponibilidade para a realização do menda-se a seguinte fórmula para estimar a FC máxima:
exercício com essa frequência, as recomendações consideram 208 bpm - (idade x 0.7)(36).

Tabela V
Recomendações do Colégio Americano de Medicina Desportiva (ACSM) para a prescriçãõ do exercício aeróbio(31, 35)

Modo Frequência Intensidade Duração

Aeróbio • 3-5 x semana Moderada • 30-60 min/dia


• preferencialmente 50-69% FC máxima • 150 min/semana intensidade moderada
todos os dias 40-60% FC reserva
11-13 PSE (Borg 6-29) progredindo para 300 min/sem
Elevada/Vigorosa • 150 min/semana intensidade elevada
70-90% FC máxima em combinação com actividade moderada
60-80% FC reserva
14-16 PSE (Borg 6-20) • 10 min de duração mínima de cada fracção

FC –frequência cardíaca; PSE – percepção subjectiva de esforço; min - minutos

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Tabela VI
Classificação das zonas de intensidade do exercício, através de indicadores de intensidade relativa e absoluta (METs*) e em
função de grupos etários (adaptado de Fletcher et al.(23) e ACSM(25)).

Pressão arterial (mmHg) Intensidade absoluta em adultos (idade), METs


Outros factores de risco,
Intensidade FC FC reserva Jovens Meia idade Idosos Muitos idosos
/Categoria
máx (%) (20-39) (40.64) (65-79) (+80)
Ligeira < 50 < 39 < 4.7 < 3.9 < 3.1 < 1.9

Moderada 50-69 40-60 4.8-7.1 4.0-5.9 3.2-4.7 2.0 - 2.9

Elevada/Vigorosa 70-90 61-80 7.2-10.1 6.0-8.4 4.8-6.7 3.0-4.25

Muito vigorosa >90 >80 ≥ 10.2 ≥ 8.5 ≥ 6.8 ≥ 4.26

FC Max – frequência cardíaca máxima; FC reserva - frequência cardíaca de reserva; METs – equivalentes metabólicos; * 1 MET = 3,5 mL O2. Kg-1.min-1

Assim sendo, tendo por base as recomendações do tuais diferenças da reserva da FC e que podem estar rela-
ACSM para a prescrição do exercício aeróbio(25, 35), na Tabela cionadas com o nível de aptidão cardiorrespiratória inicial
VII apresentam-se casos hipotéticos de cálculo dos limites dos sujeitos. De facto, indivíduos da mesma idade com
da intensidade moderada que deveriam ser prescritos a valores idênticos de FC máxima estimada, mas com valo-
dois indivíduos com hipertensão de grau 1, um com 35 res de FC em repouso diferentes, têm por isso mesmo,
anos de idade e outro com 55 anos e que em ambos os valores de reserva da FC (FC reserva = FC máxima – FC de
casos não se realizou prova de esforço. Para estes sujeitos, repouso) distintos. Assim sendo, para atingirem a mesma
os limites inferior e superior de intensidade a cumprir FC em exercício, o sujeito A deveria realizar actividade
durante o exercício foram calculados multiplicando o valor externa mais exigente do que o sujeito B.
da frequência cardíaca máxima estimada, pelos valores li- Tendo em conta a limitação acima exposta, a forma
mite da fracção da FC máxima considerados para a inten- mais correcta de determinação e prescrição da intensida-
sidade moderada (50% e 69% da frequência cardíaca de alvo, baseada na FC, é aquela que decorre da utilização
máxima, respectivamente). da fórmula de Karvonen(23, 25):
Contudo, apesar de esta forma de cálculo da inten-
sidade do exercício aeróbio estar incluída na generalidade FC alvo em treino = [(FC máxima – FC repouso) x %
das recomendações(18-20, 23, 25, 31-33, 35), ela apresenta algumas intensidade] + FC repouso
limitações, pois não entra em consideração com as even-

Tabela VII
Determinação dos valores inferior e superior da FC a prescrever e a cumprir durante a realização de exercício aeróbio de
intensidade moderada(25)
Sujeito A Sujeito B
Idade: 35 anos Idade: 55 anos
FC máxima estimada FC máxima estimada
(220 bpm – idade) = 185 bpm [208 bpm - (idade x 0.7)] = 170 bpm
Limite inferior intensidade moderada Limite inferior intensidade moderada
(FC máxima x 0,50) (FC máxima x 0,50)
185 bpm x 0,50 ≈ 93 bpm 170 bpm x 0,50 = 85 bpm
Limite inferior intensidade moderada Limite inferior intensidade moderada
(FC máxima x 0,50) (FC máxima x 0,50)
185 bpm x 0,50 ≈ 128 bpm 170 bpm x 0,50 ≈ 117 bpm
FC - frequência cardíaca; bpm - batimentos por minuto

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Exercício físico e Hipertensão arterial

Tabela VIII
Exemplo da forma de cálculo dos limites inferior e superior da FC alvo em treino, utilizando a fórmula de Karvonen, para o
exercício aeróbio de intensidade moderada (40-60% da FC reserva).

Limite inferior Limite superior


FC máxima (bpm) 185 185
FC de repouso (bpm) -80 -80
FC reserva (batimentos) 105 105
% intensidade x 0,4 x 0,6
Batimentos 42 63
FC repouso (bpm) + 80 + 80
FC alvo em treino (bpm) 122 143
bpm - batimento por minuto

Na Tabela VIII apresenta-se um exemplo de cálculo dos li- minutos por dia ou 300 minutos por semana). Adi-
mites inferior e superior da FC alvo de treino para o exercício cionalmente, tal como foi anteriormente referido, não é
aeróbio de intensidade moderada (40-60% da FC reserva). incomum que em indivíduos hipertensos coexistam outros
De todos os potenciais candidatos à realização de factores de risco cardiovasculares, como por exemplo, obe-
exercício, alguns poderão ter iniciado terapêutica farma- sidade, dislipidemia, diabetes mellitus e/ou lesão de
cológica (antagonistas do cálcio, diuréticos, β-bloquea- órgãos. Nestes casos, as durações alvo de exercício a
dores, inibidores da enzima conversora da angiotensina ou intensidades moderadas devem igualmente ser mais ele-
dos seus receptores) com efeito na diminuição da respos- vadas (60 minutos/dia), ainda que a ser atingidas de
ta da FC em repouso e durante o exercício. Deste modo, forma progressiva, porque os benefícios na redução do
para estes sujeitos e independentemente do método de risco cardiovascular serão maiores com um dispêndio
cálculo da intensidade (% da FC máxima ou fórmula de energético associado ao exercício mais elevado (≥ 2000
Karvonen), não será aconselhável que a prescrição seja Kcal/semana)(25, 32, 35). Em qualquer dos casos, poderá e fre-
feita com base na FC máxima estimada, pois desse modo, quentemente ocorre, que aqueles que iniciam o exercício
estaríamos a induzir a realização do exercício a inten- de forma regular, não tenham um nível de aptidão sufi-
sidades superiores às recomendadas. Assim sendo, nos cientemente elevado que lhes permita sustentar de forma
sujeitos medicados, por razões de segurança, a prescrição contínua a duração alvo diária de exercício. Porém, a rea-
deve ser feita tomando como referência os valores reais lização de exercício de forma fraccionada ao longo do dia,
da FC obtidos em prova de esforço (32) ou em alternativa os é uma alternativa eficaz, desde que a duração de cada
scores da escala de percepção subjectiva do esforço (11-13 fracção seja de pelo menos 10 minutos(34, 38).
na escala de Borg 6-20)(25, 31, 33). Para indivíduos com risco cardiovascular baixo, e rela-
A duração, conjuntamente com a frequência e intensi- tivamente bem condicionados, a duração alvo do exercício
dade, é a outra variável da carga imposta pelo exercício a intensidades elevada/vigorosa, combinada com inten-
que determina o dispêndio energético que lhe está asso- sidade moderada, é de 150 minutos semana.
ciado. Para indivíduos aparentemente saudáveis, as reco- Apesar do que descrevemos relativamente à duração
mendações (Tabela V) referem a realização de um míni- do exercício, é possível fazer o cálculo da duração diária
mo de 30 minutos de exercício de intensidade moderada necessária em função do dispêndio energético alvo se-
por dia, ou de um total de 150 minutos semana, o que manal e da frequência a que os sujeitos estão dispostos a
equivalerá a um dispêndio energético de aproximada- realizar e cumprir. Na verdade, com base no conhecimen-
mente 1000 Kcal/semana(37). Esta duração de exercício é to do peso do sujeito a quem se pretende prescrever o
igualmente recomendada para indivíduos hipertensos, exercício, da intensidade absoluta a que será realizado(em
mas as reduções dos valores da pressão arterial de repou- METs) e, ainda, do dispêndio energético alvo e frequência
so poderão ser maiores(31) se o dispêndio energético sema- semanal, podemos calcular o dispêndio energético por
nal relacionado com o exercício de intensidade moderada minuto (Kcal.min-1) associado à intensidade para, poste-
for maior, o que implica aumentar a duração diária e/ou riormente, calcular a duração diária de exercício neces-
semanal do exercício a intensidades moderadas (até 60 sária(25). Vejamos, então, um exemplo:

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Um indivíduo do sexo masculino com hipertensão de


grau 2, de 42 anos de idade, pesando 90Kg e com 1,75 m
altura, IMC= 32 (obeso), é referenciado para programa de “... a realização de exercício
exercício regular de intensidade moderada, com um dis-
pêndio energético semanal alvo 2000 Kcal. A intensidade de forma fraccionada ao longo
a que realizará o exercício (Tabela VI) será de 4 METs (4 x
3.5 ml•kg-1•min-1 = 14 mL O2•kg-1•min-1). A frequência será
do dia, é uma alternativa eficaz,
de cinco vezes por semana; desde que a duração de cada
O cálculo do dispêndio energético (DE) associado ao fracção seja de pelo menos
exercício com intensidade de 4 METs, é obtido pela
aplicação da seguinte equação (25): 10 minutos.”
DE (Kcal.min-1) = (intensidade em METS x 3,5
mLO2.Kg-1.min-1 x Peso em Kg) / 200
Kcal.min-1 = (4 x 3,5 x 90) / 200
Kcal.min-1 = 1260 / 200 Exercício resistido
Kcal.min-1 = 6,3 Por exercício resistido referimo-nos aqui, à realização
de movimentos resultantes de contracções musculares
Depois de calculado o dispêndio energético por minu- voluntárias dinâmicas vencendo a resistência da massa
to associado à intensidade de 4 METs, procede-se à deter- corporal e da força da gravidade ou de resistências ex-
minação do volume semanal a realizar (min) para cumprir ternas. O modo de exercício resistido tem por objectivos:
o alvo de 2000 Kcal, utilizando como divisor 6,3 Kcal.min-1 i) desenvolver a resistência e força muscular, ii) aumentar
a massa isenta de gordura, iii) aumentar a tolerância ao
2000 Kcal / 6,3 ≈ 317 min: 30 s por semana esforço imposto pelas actividades ocupacionais e de vida
diária e iv) reduzir/eliminar factores de risco cardio-
Obtido o volume semanal alvo a realizar, a sua divisão vasculares (8, 11, 17, 19, 25, 31-34). Na Tabela IX, apresentam-se as
pela frequência (5 x semana) permite obter a duração recomendações para a prescrição do exercício resistido,
diária necessária relacionadas com este modo de exercício.
A introdução de sessões de exercício resistido deve
317min / 5d = 63 min / dia ocorrer, preferencialmente, após 8-10 semanas de prática
de exercício aeróbio(32). Numa primeira fase, as sessões de
O volume diário de exercício depende da condição de exercício resistido devem orientar-se para a aprendizagem
saúde, do nível inicial de aptidão física e/ou de tolerância ao dos movimentos e a melhoria da coordenação. As resistên-
esforço e dos objectivos a atingir. Porém, qualquer que seja cias a vencer devem ser ligeiras. Após esta fase, idealmen-
a duração diária inicial, recomenda-se o seu incremento a te, dever-se-á proceder em cada movimento, à avaliação da
cada 1-2 semanas, em cerca de 5-10 minutos, até se atingir resistência máxima que pode ser vencida num único movi-
a duração diária necessária e o volume alvo semanal. mento completo ou aquela que pode ser vencida 15 vezes

Tabela IX
Recomendações para a prescrição do exercício resistido(31, 35)

Fase Intensidade/rps Frequência


Pré-treino <30% 1RM 2-3 x sem
PSE ≤112 1-3 circuitos
5-10 repetições
Resistência muscular 40%-80% IRM 2-3 x sem

Força PSE 12-15 1-3 circuitos


6-15 repetições

RM - repetição máxima; PSE - percepção subjectiva do esforço; rps - repetições

25
Exercício físico e Hipertensão arterial

Figura 1
Relação entre a grandeza da resistência (% 1-RM), o número possível de repetições e as categorias de intensidade (25)

<6 rps 6-8 rps


Intensidade
>15 rps
baixa
Intensidade Intensidade
moderada moderada

1 2 3
séries

consecutivas. Na verdade existe uma relação entre o trabalho 1. Os sujeitos hipertensos com pressão arterial sistóli-
expresso pelo número de repetições e as diferentes fracções ca em repouso >160 mmHg e/ou diastólica >100 mmHg,
da carga máxima (1 RM; ver Figura 1). Em alternativa só devem iniciar a prática de exercício após o inicio de
o cálculo da resistência far-se-á através do esforço percebi- terapia farmacológica;
do subjectivamente. 2. Todos aqueles a quem for recomendada a prática
A forma de organização do treino resistido deve ser o regular de exercício e aqueles que têm a responsabilidade
circuito [20, 25, 35], significando isto, que a ordem dos exercí- de o supervisionar devem estar informados que a ocorrên-
cios de estação para estação deve reger-se pela variação cia de pressão arterial sistólica em repouso ≥200 mmHg
das zonas corporais e grupos musculares exercitados, e/ou diastólica ≥100 mmHg, é contra-indicação para a
seguindo a regra do maior distanciamento possível. Esta realização de exercício;
forma de organização garante que o trabalho muscular 3. Quem faz a avaliação e referencia indivíduos hiper-
num exercício não seja muito afectado pelo efeito do tensos medicados para controlo do perfil lipoproteico deve
exercício precedente. O treino resistido deve ser realizado estar particularmente atento e informar o paciente e
com um intervalo de 48 horas entre sessões de treino e quem supervisiona a prática do exercício para a pos-
deve, ainda, seguir as seguintes orientações(25, 31, 32, 35): sibilidade de ocorrência de desconforto muscular retar-
1. Deve ser realizado com aquecimento (warm-up) dado persistente;
prévio através de exercícios mobilizando grandes grupos 4. Para além das repercussões na resposta da frequên-
musculares e através de exercícios de mobilidade e estira- cia cardíaca em repouso e em exercício, os diuréticos e os
mento; β-bloqueadores diminuem substancialmente a capacidade
2. Não realizar manobra de Valsalva e controlar a res- termorreguladora sobretudo quando o exercício ocorre em
piração; ambientes quentes e húmidos. Assim sendo, não é reco-
3. Treinar primeiro grupos musculares de maior mendável que indivíduos hipertensos medicados com
dimensão; estes tipos de drogas se exercitem quando a temperatura
4. Realizar movimentos de forma lenta e controlada e ambiente for superior a 29-30ºC;
na amplitude máxima; 5. De uma forma geral, mas em especial os indivíduos
5. Relaxar entre cada repetição (ciclo concêntrico- medicados com bloqueadores dos receptores α-1 e α-2,
excêntrico; 1 : 1 : 2; ou períodos de 1.5s–1.5s–3s); bloqueadores dos canais de cálcio e vasodilatadores,
6. Perceber e controlar o esforço percebido. devem cessar o exercício de forma progressiva, pois têm
probabilidade aumentada de ocorrência de hipotensão
Considerações especiais pós exercício;
A preocupação com a segurança deve estar em primei- 6. Os sujeitos que além de hipertensos tenham diabe-
ro lugar, em todos os que referenciam, prescrevem ou tes e sejam medicados com insulinas ou anti-diabéticos
supervisionam a prática de exercício, quer em indivíduos orais, podem incorrer em hipoglicemia durante ou após o
de baixo risco quer de sujeitos hipertensos, independente- exercício. Neste sentido devem ser instruídos para realiza-
mente do grau de risco cardiovascular acrescido. Deste rem a medição capilar da glicemia antes, durante e até
modo, segundo as recomendações de diversas organiza- várias horas após o exercício. Se antes da realização do
ções, alguns casos devem merecer especial e redobrada exercício a glicemia for inferior a 100 mg/dL devem inge-
atenção [19, 25, 31, 39] : rir 20 a 30 gramas de hidratos de carbono ou, se forem

26
Revista Factores de Risco, Nº20 JAN-MAR 2011 Pág. 18-27

realizar esforços de duração prolongada, 40 a 60 gramas 15. Wallace JP. Exercise in hypertension. A clinical review. Sports Med 2003;33:585-98.
por hora de hidratos de carbono de absorção rápida. 16. Negrao CR, M. . Exercício, hipertensão e controlo barorreflexo da pressão arterial. Rev Bras
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Adicionalmente, é preciso informar os sujeitos com diabe-
tes que o risco de desidratação é elevado, e instruí-los a 17. Kelley GA, Kelley KA, Tran ZV. Aerobic exercise and resting blood pressure: a meta-analy-
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hidratarem-se frequente e abundantemente, antes e du-
18. Kokkinos PF, Giannelou A, Manolis A, Pittaras A. Physical activity in the prevention and
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7. Nos sujeitos hipertensos com pé diabético devem
19. Mancia G, De Backer G, Dominiczak A, et al. 2007 ESH-ESC Practice Guidelines for the
evitar-se exercícios repetidos com forças reactivas do solo Management of Arterial Hypertension: ESH-ESC Task Force on the Management of Arterial
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Quando deve cessar o exercício
Conforme anteriormente referido, a prática de exer- 21. Culic V, Eterovic D, Miric D. Meta-analysis of possible external triggers of acute myocardial
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cício não está isenta de complicações. Assim sendo, aque-
22. Thompson PD, Franklin BA, Balady GJ, et al. Exercise and acute cardiovascular events pla-
les que forem referenciados e quem supervisiona devem cing the risks into perspective: a scientific statement from the American Heart Association
saber que o exercício deve cessar quando a pressão arte- Council on Nutrition, Physical Activity, and Metabolism and the Council on Clinical Cardiology.
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rial sistólica em exercício for ≥220 mmHg e/ou a diatólica
23. Fletcher GF, Balady GJ, Amsterdam EA, et al. Exercise standards for testing and training: a
≥105 mmHg ou ainda se a pressão tiver uma queda de 10 statement for healthcare professionals from the American Heart Association. Circulation
mmHg em relação aos valores de repouso(25, 32, 33). São 2001;104:1694-740.

ainda razões para a cessação do exercício a ocorrência de 24. Fagard RH, Bjornstad HH, Borjesson M, Carre F, Deligiannis A, Vanhees L. ESC Study Group
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