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COMPACTA NUTRIÇÃO

Obesidade na Infância
e na Adolescência
Dirce Maria Sigulem*
José Augusto de Aguiar Carrazedo Taddei**
Maria Arlete Meil Schimith Escrivão***
Macarena Urrestarazu Devincenzi****

* Professora Doutora, Coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Nutrição da UNIFESP/EPM


** Professor Adjunto Livre-Docente e Chefe da Disciplina de Nutrição e Metabolismo do Departamento de Pediatria da
UNIFESP-EPM
*** Mestre em Pediatria e Chefe do Ambulatório de Obesidade da Disciplina de Nutrição e Metabolismo do Departamento de
Pediatria da UNIFESP-EPM
**** Nutricionista, Mestre em Nutrição pela UNIFESP/EPM
Obesidade na infância e na adolescência

Índice
Editorial .................................................................................................................... 5
Obesidade na Infância e na Adolescência ................................ 7
Conceito .................................................................................................................... 7
Epidemiologia ........................................................................................................ 7
Fatores Etiológicos ............................................................................................. 8
Fisiopatologia.......................................................................................................10
Critérios Diagnósticos ...................................................................................11
Repercussões ...................................................................................................... 12
Aspectos da Prevenção e do Tratamento ........................................ 13
Referências Bibliográficas..................................................................... 16

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Obesidade na infância e na adolescência

EDITORIAL

A obesidade constitui-se em importante desvio nutricional que


deve merecer a atenção dos profissionais de saúde. Na infância e
na adolescência, o excesso de peso pode determinar dificuldades
de socialização, além de problemas ortopédicos e dermatológicos.
O adulto jovem obeso tem maiores dificuldades que os não obesos
para conseguir emprego e constituir família. Na maturidade, são
expressivamente maiores os riscos de incapacitação e morte entre
os obesos, quando comparados com não obesos.
Este número da Compacta apresenta, de forma condensada, os
conceitos atuais relacionados à epidemiologia, fisiopatologia,
diagnóstico, prevenção e tratamento da obesidade entre crianças
e adolescentes. Pretende-se, com a edição deste fascículo,
contribuir para o controle da obesidade a partir da ação cotidiana
de nossos leitores em sua prática assistencial.

Planejamento Editorial: EPM - Editora de Projetos Médicos


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Obesidade na infância e na adolescência

Obesidade na Infância
e na Adolescência
Dirce Maria Sigulem
José Augusto de Aguiar Carrazedo Taddei
Maria Arlete Meil Schimith Escrivão
Macarena Urrestarazu Devincenzi

CONCEITO atividade física, a estrutura familiar e os fato-


res emocionais são cada vez mais permissivos
A obesidade pode ser conceituada, de maneira à expressão das tendências genéticas da obesi-
simplificada, como uma condição de acúmulo dade (COUTINHO, 1998).
anormal ou excessivo de gordura no organismo, Nos Estados Unidos da América (EUA),
levando a um comprometimento da saúde. O comparando-se inquéritos nacionais de 1985 e
grau de excesso de gordura, sua distribuição e 1990, constata-se que a obesidade em crianças
associação com conseqüências para a saúde de 6 a 11 anos aumentou em 67% nos meninos
varia, consideravelmente, entre os indivíduos e em 42% nas meninas (DIETZ, 1994).
obesos. É importante identificá-la, uma vez que No Brasil, em 1989, a prevalência de obesi-
os portadores dessa condição apresentam ris- dade entre as crianças menores de 10 anos era
co aumentado de morbidade e mortalidade. Na de 2,5% e 8% nas famílias de menor e maior
atualidade, a obesidade se coloca de maneira renda respectivamente (INAN,1991).
prioritária para intervenção, em nível individu- Entre os adolescentes, dados da Pesquisa
al e na comunidade, como um problema de nu- Nacional sobre Saúde e Nutrição de 1989, uti-
trição em saúde pública (WHO, 1998). lizando parâmetros antropométricos, mostram
uma prevalência de sobrepeso de 7,6%, com
EPIDEMIOLOGIA maior índice (10,5%) no sexo feminino
(NEUTZLING, TADDEI & SIGULEM, 2000).
A obesidade de causa nutricional, também de- Taddei, a partir da definição da obesida-
nominada simples ou exógena, representa o de, como o excesso de peso para a estatura
tipo mais freqüente de obesidade (mais de 95%). superior a dois desvios-padrão acima da
A forma generalizada, sem distribuição regio- mediana da distribuição de referência para
nal preferente é a mais comum na criança e no idade e sexo, verificou que as prevalências
adolescente. O meio ambiente, os fatores cul- nacionais nos menores de 5 anos, nos inqué-
turais, econômicos e sociais, a ingestão de ali- ritos de 1989 e 1996 foram similares (5,5 e
mentos de alto valor calórico, a diminuição da 4,1% respectivamente), porém com diferen-

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ças entre as regiões do país. Na região Nor- FATORES ETIOLÓGICOS


deste houve um aumento na prevalência de
obesidade, principalmente entre os lactentes, Atualmente sabe-se que a obesidade é de
de 3,9 para 7,3%. Em relação ao Sudeste, em etiologia multicausal, ou seja, pode ser deter-
1989, residir nessa região representava um minada por diversos fatores: genéticos, fisioló-
risco de obesidade para os menores de 5 anos gicos (fatores endócrino-metabólicos), ambien-
de 2,59, caindo para 1,16 em 1996 (TADDEI, tais (prática alimentar e atividade física) e psi-
2000). cológicos, proporcionando acúmulo excessivo
As mudanças observadas demonstram que as de energia sob a forma de gordura no organis-
regiões do país se encontram em diferentes es- mo (BROOK & ABERNETHY, 1985; DIETZ,
tágios de desenvolvimento. As regiões Norte e 1994; FISBERG, 1995;BRAY, 1992; STORY,
Nordeste estão em estágio inicial de transição 1990).
nutricional com diminuição da desnutrição em A história familiar é muito importante para
menores de 2 anos e aumento da obesidade em determinar a ocorrência da obesidade e de
lactentes. O primeiro fator se explica pelo mai- outros distúrbios de comportamento alimentar.
or acesso a informação, melhora nos serviços Uma criança com pais obesos tem 80% de
de saúde e diminuição da taxa de fertilidade. chance de apresentar o mesmo perfil, e esse
No entanto, o aumento da obesidade em risco cai pela metade se só um dos pais é obe-
lactentes é resultado de um desmame precoce e so. Se nenhum dos pais apresentar obesidade,
incorreto e de erros alimentares no primeiro ano a criança tem risco de 7% de vir a ser obesa
de vida, presentes nas subpopulações urbanas, (GARN e cols., 1981, HALPERN et al., 1995).
as quais abandonam de forma precoce o aleita- Apesar de todas as pesquisas realizadas nes-
mento materno, substituindo-o por alimentação te aspecto, fica difícil definir o quanto a influ-
com excesso de carboidratos, em quantidades ência da família decorre da herança genética e
maiores do que as necessárias para seu desen- o quanto é devido ao ambiente familiar onde a
volvimento e crescimento. Em estágio mais avan- criança está inserida (VALVERDE, 1995,
çado de transição nutricional estão as regiões BROOKE & ABERNETHY, 1985).
Sul e Sudeste, onde ocorre a diminuição da obe- Em relação aos fatores emocionais envolvi-
sidade em crianças urbanas cujas mães têm dos na etiologia da obesidade, HAMMER
maior escolaridade. Assim, isto provavelmente (1992) descreve que o comportamento alimen-
se deve a técnicas de desmame adequado e cor- tar é um fenômeno muito complexo que en-
reta alimentação no primeiro ano de vida, as volve aspectos cognitivos, desenvolvimento
quais são incorporadas da melhor forma pela social e emocional.
população com maior nível de escolaridade O obeso parece responder mais aos estímu-
(TADDEI, 2000). los externos (tipo e qualidade do alimento) do
Do ponto de vista epidemiológico então, que aos internos (fome e saciedade) no que diz
tudo conduz às explicações ambientais, já que respeito ao apetite. Também existe a hipótese
não houve alterações substanciais nas caracte- de que algumas crianças poderiam herdar uma
rísticas genéticas da população. estrutura psíquica que levaria a maior gratifi-

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Obesidade na infância e na adolescência

cação oral do que outras satisfações, ocasio- ocorre o aleitamento artificial ou mesmo o
nando maior consumo alimentar (CAMPOS et desmame, a quantidade de alimentos adminis-
al., 1985). trada é geralmente maior, pois depende de
quem está administrando a dieta, que geralmen-
Papel da dieta te acredita que todo o conteúdo preparado
A dieta, obviamente, tem um papel determinan- deva ser oferecido (CAMPOS et al., 1985).
te na regulação energética e, de fato, constitui O leite de vaca apresenta uma carga muito
o principal fator desencadeante no dese- mais alta de solutos do que o leite materno, o
quilíbrio entre a entrada e o gasto energético que faz a criança sentir mais sede. Esta sede,
(AMADOR, HERMELO & PEÑA, 1988). É cada porém quase sempre é interpretada pela mãe
vez mais freqüente o uso de alimentos indus- como fome, o que a leva a administrar nova-
trializados, geralmente de alto conteúdo mente mais fórmula, o que gera um círculo vi-
energético, às custas de gordura saturada e cioso e contribui para o surgimento da obesi-
colesterol (ESCRIVÃO et al., 2000). dade. Outro problema é a ingestão de sacarose,
Não somente o volume da ingestão alimen- engrossantes e outros alimentos ricos em açú-
tar tem sido relacionado à obesidade, como car; as mães adicionam estes produtos às for-
também a composição da dieta pode exercer mulas para que haja maior aceitação por parte
influência no desenvolvimento da patologia das crianças (AMADOR, HERMELO & PEÑA,
(VALVERDE, 1995, CAMPOS et al., 1985). A 1988, CAMPOS et al., 1985).
forma de preparar os alimentos e a quantidade AQUINO (1999), analisando o consumo de
ingerida faz com que algumas crianças consu- alimentos industrializados na dieta em uma
mam mais comida do que precisam e por isso amostra de 718 crianças, de 0 a 60 meses, por
ganhem peso. A associação entre o excesso de meio de recordatório 24 horas, demonstrou que
peso e a ingestão alimentar é descrita desde o o leite foi o alimento mais consumido (87,2 %),
primeiro ano de vida (CAMPOS et al., 1985; seguido pelo açúcar. A introdução do açúcar
AGRAS et al., 1990). na dieta da criança também foi precoce, por
ESCRIVÃO & LOPEZ, 1998, apontam que volta de 0 a 5 meses de idade; além disso, a
o desmame precoce e a introdução inadequa- quantidade de sacarose adicionada foi alta
da de alimentos após o desmame podem de- (30,7 ± 45,3 g/dia), sendo observada uma rela-
sencadear o início da obesidade já no primei- ção entre seu maior consumo com o menor
ro ano de vida. nível sócio-econômico. Isto pode ser explica-
A prática alimentar do lactente tem sido do pelo baixo custo do açúcar e por sua gran-
freqüentemente relacionada com o desenvol- de aceitação; no entanto, ele tem alto valor
vimento da obesidade. O aleitamento mater- energético, o que contribui para o desenvolvi-
no exclusivo, pelo menos até o quarto mês de mento da obesidade (SILVA, 1997). FRAIZ
vida, assegura um aporte adequado de nutri- (1993), observou a exposição precoce de cri-
entes e de energia ao lactente, assim como li- anças de 0 a 36 meses à sacarose e constatou
mita a quantidade de alimento ingerido (AMA- que 61,7 % delas já haviam entrado em contato
DOR, HERMELO & PEÑA, 1988). Quando com o açúcar com menos de 1 ano de idade,

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sendo o chá e o leite com açúcar os primeiros observou que a ingestão energética média es-
contatos. tava dentro das recomendações da RDA e que
Os cereais infantis, em especial o amido de apesar da alta ingestão protéica, as ingestões
milho, são freqüentemente consumidos (44,7%) de cálcio apresentavam-se muito baixas e as
principalmente entre os 6 e 11 meses. O consu- de ferro nos valores limítrofes.
mo de achocolatados, chocolates, iogurtes e
leites modificados foi menor em crianças de FISIOPATOLOGIA
menor nível sócio – econômico e em filhos de
mães com menor escolaridade. Já as crianças, A fisiopatologia da obesidade ainda não está
cujas mães trabalhavam fora de seus domicí- totalmente esclarecida e os últimos avanços
lios, consumiam maiores quantidades de ce- vêm ocorrendo no campo da biologia molecu-
reais matinais, chocolates, doces e salgadinhos lar, que muito tem auxiliado na elucidação des-
(AQUINO, 1999). ta doença (ESCRIVÃO et al., 2000).
SILVA (1997), estudando a prevalência de As pesquisas neste sentido geralmente se-
cáries em amostra de 106 crianças eutróficas, guem duas linhas de abordagem que são com-
desnutridas e obesas entre 3 e 5 anos, fez um plementares: uma linha mais fisiológica-bioquí-
levantamento de alimentos cariogênicos (que mica, onde são estudadas as variações no ba-
provocam maior incidência de cáries) e con- lanço energético e outra mais recente, de bio-
cluiu que as crianças obesas consumiram maior logia molecular, onde são isolados genes espe-
porcentagem de leite com chocolate e açúcar cíficos que controlam os diferentes fatores
(81 %). O consumo de balas e chicletes tam- determinantes deste balanço energético
bém foi muito elevado em todos os grupos (em (WARDEN & WANDER, 1997).
média 43 %). Em estudo realizado por A obesidade é um distúrbio do metabolis-
DARWISH e cols. (1985), encontrou-se que mo energético, onde ocorre um armazena-
crianças obesas tinham preferência por doces mento excessivo de energia, sob a forma de
e alimentos ricos em carboidratos e gorduras, triglicérides, no tecido adiposo.
enquanto que os eutróficos preferiam frutas e Os estoques de energia no organismo são
vegetais. regulados pela ingestão e pelo gasto energético.
Neste ponto vale ressaltar que o aumento Quando há equilíbrio entre a ingestão e o gas-
do consumo energético, através de sacarose e to energético, o peso corporal é mantido. Um
de gorduras não está associado necessariamen- pequeno balanço positivo acarreta baixo incre-
te a uma melhora qualitativa da dieta em rela- mento de peso, mas o desequilíbrio crônico
ção a micronutrientes, que muitas vezes podem entre a ingestão e o gasto, levará à obesidade
estar deficitários, mesmo numa dieta hiper- ao longo do tempo.
calórica. Nutrientes essenciais como ferro, zin- Resumidamente, pode-se dizer que os fatores
co e cálcio muitas vezes estão abaixo das re- causais da obesidade estão ligados à excessiva
comendações para crianças e adolescentes. ingestão de energia, ao reduzido gasto ou à alte-
CINTRA, 1999, analisando as características rações na regulação deste balanço energético
da dieta de 32 crianças pré-púberes obesas, (RAVUSSIN, 1995; PRENTICE et al, 1996).

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Obesidade na infância e na adolescência

Os avanços no campo da biologia molecular dos de leptina e esses aumentos estão positi-
começaram a ocorrer a partir da observação vamente relacionados com a massa de tecido
de mutações em genes de camundongos obe- adiposo (CONSIDINE et al, 1996). A hipótese
sos e, com isso, novas vias de regulação do peso para explicar estas respostas é a de que os
corporal foram descobertas (SÁNCHEZ, 1997). obesos poderiam ter sensibilidade diminuída
Existem numerosos componentes já identifica- à leptina.
dos que participam da regulação do peso1 cor- O neuropeptídeo Y é um neurotransmissor
poral, mas os papéis precisos de cada um ain- importante no controle do peso corporal, libe-
da não foram determinados. Desta forma, se- rado pelos neurônios hipotalâmicos. Os seus
rão aqui abordados dois deles, que são a leptina efeitos, antagônicos aos da leptina, estudados
e o neuropeptídeo Y, cujos mecanismos já es- em camundongos são: aumento da ingestão
tão bem estabelecidos. alimentar, aumento da concentração sérica de
A leptina é uma proteína codificada pelo gene insulina, diminuição da atividade simpática,
ob (em camundongos), produzida e secretada reduzindo desta forma a energia liberada, au-
por adipócitos maduros. Atua como sinal de mentando os estoques de triglicérides nos
saciedade aferente em um circuito de feed-back adipócitos e conseqüentemente ocorrendo
(MEINDERS, TOORNVLIET, PIJL, 1996). ganho de peso corporal. Sua secreção é inibi-
Camundongos obesos mutantes (ob/ob) pro- da pela leptina, por um mecanismo de feed-
duzem leptina não ativa biologicamente e, por- back (WHITE & ARTIN, 1997).
tanto, não recebem este sinal de saciedade e Muitas pesquisas sobre obesidade estão
continuam ingerindo quantidades excessivas direcionadas para a avaliação dos mecanismos
de alimentos e ganhando peso exageradamente. envolvidos na sua fisiopatologia. Outros com-
Quando a leptina ativa é administrada exogena- ponentes que participam do controle do peso
mente a estes animais, há redução drástica da corporal, tais como peptídeos (colecistoquini-
ingestão alimentar e do peso corporal. na-CCK, urocortina, CART); receptores (recep-
Outros camundongos mutantes obesos (db/ tor (-3 adrenérgico, receptor de glicocorticóides,
db) produzem leptina normal, mas o defeito receptor de serotonina); proteína desacopladora
está no receptor da leptina e, portanto, são re- (UCP) estão também sendo objetos de estudos
sistentes aos efeitos desta e, da mesma forma, (WARDEN & WANDER, 1997).
não recebem o sinal de saciedade, continuam
com ingestão alta de alimentos e ganhando CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS
muito peso (CHEN et al, 1996).
Houve grande expectativa em relação ao O diagnóstico da obesidade pode ser feito por
tratamento da obesidade após a descoberta da diversos métodos, porém os antropométricos
leptina e muitas pesquisas foram desenvolvi- são os de mais fácil manuseio, inócuos, de bai-
das a partir desta. Entretanto, os estudos em xo custo e os mais indicados para a prática di-
humanos verificaram que quando são compa- ária (ESCRIVÃO e cols., 2000).
rados obesos e não obesos (adultos e crianças), A partir dos valores de peso e estatura ob-
os obesos apresentam níveis séricos aumenta- têm-se o índice P/E, que é a relação entre o

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COMPACTA NUTRIÇÃO

peso observado e o peso esperado para a esta- A avaliação da composição corporal torna-
tura no percentil 50, tendo como padrão de se difícil na criança em função de sua constan-
referência o NCHS . O critério para diagnósti- te alteração durante o crescimento, além de não
co da obesidade na infância é a relação peso/ ser conhecido qual o percentual de gordura
estatura igual ou maior que 120%. A Organiza- corporal que aumenta os riscos em relação a
ção Mundial de Saúde (OMS), recomenda a sua saúde. Ela está indicada principalmente
apresentação dos índices sob a forma de esco- para verificar modificações apresentadas por
res “Z”, que representam o número de desvios crianças em tratamento da obesidade
padrão abaixo ou acima da mediana. A OMS (CINTRA, 1999).
utiliza como ponto de corte para diagnóstico
da obesidade excessos superiores a dois esco- REPERCUSSÕES
res “Z” para a relação peso/estatura
(WATERLOW, 1994; WHO, 1995). A obesidade está associada as alterações me-
Além da classificação por escores Z, pode- tabólicas importantes, que são dependentes de
se utilizar também o índice de massa corporal sua duração e de sua gravidade e cujas conse-
(IMC) ou índice de Quetelet, o qual é definido qüências ocorrem mais no adulto (MUST, 1996;
como o peso (em kg) dividido pela estatura (em QUESENBERRY, CA AN & JACOBSON ,
metros) elevada ao quadrado (KEYS et al, 1972). 1998). Entretanto, a criança obesa já apresenta
Para os adolescentes, o uso do índice de maior risco para algumas doenças e distúrbios
massa corporal (IMC) tem sido validado em psicossociais, provocados pelo estigma da obe-
muitos estudos, apresentando alta especifi- sidade, que são de grande relevância nesta fase
cidade para diagnóstico da obesidade, com de estruturação da personalidade (ESCRIVÃO
ponto de corte no percentil 95 (MARSHALL, et al., 2000).
1991; MUST, 1991). A hiperinsulinemia é uma das alterações
Ainda para o diagnóstico da obesidade, po- metabólicas encontradas na obesidade,
dem ser utilizadas técnicas como a avaliação correlacionando-se significantemente com a
da composição corporal, detectando-se a pro- porcentagem de gordura corporal. Os níveis
porção de massa gorda e de massa magra (li- séricos de insulina, no jejum, caem em associ-
vre de gordura). Vários métodos e equipamen- ação com a perda de peso e a restrição calórica.
tos têm sido utilizados para este fim: o ultra- O encontro de hiperinsulinemia basal e pós-
som, tomografia computadorizada, ressonân- sobrecarga de glicose, com glicemia normal ou
cia magnética, infravermelho, impedância aumentada, sugere resistência à insulina. A re-
bioelétrica, densitometria óssea, pregas sistência à insulina parece ser devida à altera-
cutâneas; estes métodos, exceto as pregas ções em nível de seus receptores, nos tecidos
cutâneas, são de maior custo que a antro- periféricos (Mc CANCE et al, 1994).
pometria e alguns envolvem o uso de radiação Outra repercussão metabólica importante
ionizante tornando-se pouco utilizados em saú- encontrada na obesidade está relacionada aos
de pública (LUK ASKI, 1987; BRAY, 1992; níveis adversos de lipídios. Vários estudos já
SIGULEM, DEVINCENZI & LESSA, 2000). demonstraram a associação entre obesidade e

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Obesidade na infância e na adolescência

aumento dos níveis de colesterol total e de LDL hipertensão arterial em crianças e adolescen-
colesterol, com maior risco para o desenvolvi- tes, favorecendo complicações cérebro-
mento de doença aterosclerótica, e baixos ní- vasculares e cardiovasculares futuras
veis de HDL colesterol, aumentando ainda (MACEDO, TRIGUEIROS & FREITAS, 1997).
mais este risco, por trat ar-se da fração As complicações ortopédicas são bastan-
antiaterogênica. A aterosclerose pode iniciar- te frequentes na obesidade, devido ao trau-
se na infância e os níveis elevados de colesterol ma provocado nas articulações pelo excesso
nesta fase têm papel importante no estabeleci- de peso. As articulações dos joelhos são as
mento da aterosclerose do adulto mais envolvidas e o deslizamento da epífise
(FREEDMAN et al, 1999). da cabeça do fêmur também é comum em
A distribuição corporal do tecido adiposo obesos.
implica em diferentes riscos para o desenvol- Na obesidade podem ocorrer alterações da
vimento de alterações metabólicas. A gordura função pulmonar, com diminuição do volume
centralizada, mais em tronco, está claramente residual e do volume expiratório máximo e ten-
associada ao maior risco para diabetes, doen- dência para redução geral do volume pulmo-
ças cardio-vasculares e hipertensão arterial. nar. Nas formas graves de obesidade pode ocor-
Existe também associação entre obesidade rer a síndrome de Pickwik, caracterizada por
e hipertensão arterial (FERRANNINI et al, hipoventilação, sonolência diurna e apnéia do
1997) e os mecanismos que promovem o apa- sono (GRUNSTEIN, 1999).
recimento da hipertensão arterial não são bem O diabetes mellitus tipo II é uma importante
conhecidos. Tanto a pressão sistólica como a doença crônica associada com a obesidade.
diastólica aumentam com o aumento do índi- Este tipo de diabetes é raro em crianças e ado-
ce de massa corporal. Os estudos hemodi- lescentes, mas muito comum em adultos obe-
nâmicos têm mostrado que na obesidade há sos.
elevação do débito cardíaco e apontam a ex- As alterações dermatológicas mais encontra-
pansão do volume sanguíneo como causa do das na obesidade são as estrias, a fragilidade
aumento da pressão arterial. Há relação estrei- da pele nas regiões das dobras, com tendência
ta entre pressão arterial e peso corporal, ocor- às infecções fúngicas, e a acantose nigricans,
rendo redução da pressão arterial com a perda com escurecimento da pele nas axilas e no
de peso. Outro mecanismo aventado como res- pescoço.
ponsável pelo aumento da pressão arterial, na
obesidade, é a diminuição da excreção de Na, ASPECTOS DA PREVENÇÃO
causada pelo hiperinsulinismo. Observou-se
que o sistema renina – angiotensina – aldoste-
E DO TRATAMENTO
rona está estimulado no obeso, especialmente A obesidade é uma doença de difícil controle,
nos indivíduos com obesidade abdominal, po- com altos percentuais de insucessos terapêu-
dendo também explicar o aumento da pressão ticos e de recidivas, podendo apresentar, na
arterial (WIRTH, 1999). sua evolução, sérias repercussões orgânicas e
A obesidade é uma das principais causas de psicossociais (ESCRIVÃO e cols., 2000).

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COMPACTA NUTRIÇÃO

A associação entre a obesidade e maior ris- gurar qualidade nutricional e quantidade ade-
co para as doenças cardiovasculares e outras quada, através de uma refeição satisfatória
doenças crônicas como hiperlipidemia, (BROOKE & ABERNETHY, 1985).
hiperinsulinemia, hipertensão, aterosclerose É importante ressaltar que ainda não existe
precoce e problemas ortopédicos, tem sido tratamento 100% eficaz para a obesidade. A
relatada por vários autores, justificando a ne- reeducação alimentar é a melhor forma de tra-
cessidade de intervenção (BRAY, 1992; COLE tamento, que deve ser mantido a longo prazo.
et al., 2000; FISBERG, 1995; TADDEI, 1995; Os efeitos adversos da obesidade no adulto,
WHO, 1998). a relação direta entre criança obesa-adulto obe-
Os pilares fundamentais no tratamento da so e os resultados desfavoráveis e frustrantes
obesidade são as modificações de comporta- do tratamento da obesidade na criança fazem
mento e de hábitos de vida que incluem mu- cada vez mais importante a sua prevenção.
danças no plano alimentar e na atividade físi- Buscando alcançar a prevenção como meta,
ca. O objetivo do tratamento da obesidade na o projeto RRAMM (Redução dos Riscos de
criança e no adolescente é conseguir manter o Adoecer e Morrer na Maturidade), desenvol-
peso adequado para a altura e, ao mesmo tem- vido na Disciplina de Nutrição e Metabolis-
po, mantendo-se o crescimento e o desenvol- mo do Depart amento de Pediatria da
vimento normais. É importante eliminar hábi- UNIFESP-EPM, é um estudo interdisciplinar
tos alimentares incorretos, os falsos conceitos (Nutrição, Atividade Física e Psicologia) que
que relacionam crianças obesas com expoen- tem como objetivo desenvolver um modelo de
te de cuidado materno, beleza e saúde, desma- educação em saúde, com ações de prevenção
me precoce, aleitamento artificial e super- à obesidade infantil, propondo um programa
proteção familiar que limita a atividade física dirigido à realidade de escolares da rede pú-
da criança (COUTINHO, 1998). blica. A escola representa ambiente favorável
No tratamento da criança obesa não há es- para a ação preventiva, através do estímulo à
paço para dietas restritivas, pois este evento é formação de hábitos alimentares e de ativida-
extremamente danoso para a criança, já que de física adequados . De acordo com os
os níveis de vitaminas e micronutrientes ficam parâmetros curriculares nacionais para o en-
demasiadamente reduzidos, levando a prejuí- sino fundamental, é papel da escola formar
zos para o crescimento e desenvolvimento da alunos com conhecimentos e capacidades que
criança (EPSTEIN e cols., 1998; GRANT e cols., os tornem aptos a discriminar informações,
1993). identificar valores agregados a essas informa-
O aconselhamento de dieta equilibrada, sem ções e realizar escolhas. Entretanto, no Brasil
grandes restrições alimentares, parece ser a não existe um programa oficial de educação
melhor maneira de se tratar o problema, pois nutricional para escolas. A população alvo são
na prática é difícil persuadir as crianças a faze- os alunos do primeiro ciclo, ensino fundamen-
rem muitas mudanças na qualidade de suas tal, de escolas públicas da região de Vila
dietas. É melhor organizar a ingestão dentro Mariana (SP). Na avaliação do estado nutri-
do padrão dietético habitual da criança e asse- cional dos 2436 escolares de 7 a 10 anos, rea-

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Obesidade na infância e na adolescência

lizada na primeira etapa, encontraram-se dos professores da rede pública, esperando-


prevalências de 12,6 e 10,4% de sobrepeso e se os resultados a médio e a longo prazos.
obesidade, respectivamente. Atualmente, está Numa segunda etapa de avaliação, com a me-
em andamento a intervenção para desenvol- dida da eficácia do projeto, poder-se-á, no fu-
vimento de hábitos adequados de alimenta- turo, estabelecer um programa com maior
ção e de atividade física, com a participação abrangência.

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REFERÊNCIAS overweight and obesity worldwide:international


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