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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA DO MARANHÃO

(UNIFACEMA)
CURSO DE GRADUAÇÃO EM FARMÁCIA
PROJETO INTEGRADOR
DISCIPLINA: CIÊNCIAS DOS ALIMENTOS

AMANDA BORGES ARARUNA GOUVEIA


ANA SORAIA COIMBRA SILVA
BARBARA EMANUELE DA SILVA DA SILVA
JESSICA RAVENNA PORTO DE OLIVEIRA
LUZILENE PACHECO
RAFAEL SANTANA LIMA
VICTOR MARTONIO FERREIRA ALMEIDA

AUXÍLIO TERAPÊUTICO PARA ENFERMIDADES ATRÁVES DA


ORIENTAÇÃO NUTRICIONAL

CAXIAS
2023
AMANDA BORGES ARARUNA GOUVEIA
ANA SORAIA COIMBRA SILVA
BARBARA EMANUELE DA SILVA DA SILVA
JESSICA RAVENNA PORTO DE OLIVEIRA
LUZILENE PACHECO
RAFAEL SANTANA LIMA
VICTOR MARTONIO FERREIRA ALMEIDA

Projeto Integrador apresentado ao Centro


Universitário de Ciências e Tecnologia do
Maranhão (UNIFACEMA) requisito parcial
para obtenção da nota do curso Bacharel em
Farmácia.
Orientador(a): Vanessa Aryelly

CAXIAS
2023
1 TEMA

AUXÍLIO TERAPÊUTICO PARA ENFERMIDADES ATRAVÉS DA


ORIENTAÇÃO NUTRICIONAL
2 INTRODUÇÃO

A alimentação saudável é essencial para a manutenção da saúde e


prevenção de diversas doenças. Em muitos casos, uma alimentação adequada
pode ser um complemento importante para o tratamento de enfermidades.
Porém, nem sempre é fácil saber quais alimentos devem ser consumidos para
auxiliar no tratamento de determinada enfermidade.

Com o avanço da tecnologia, é possível criar soluções que facilitem a vida


das pessoas e, nesse sentido, um aplicativo que oriente sobre os alimentos mais
adequados para o tratamento de diversas enfermidades pode ser uma ótima
alternativa (CAMPOS et al., 2018). Esse aplicativo poderá ser útil tanto para
pessoas que já possuem uma enfermidade diagnosticada quanto para aquelas
que desejam prevenir possíveis doenças.

Além disso, muitas pessoas não possuem acesso a um nutricionista ou


não possuem tempo ou recursos para buscar informações sobre a alimentação
adequada para o seu caso específico (GORGULHO et al., 2019). Com o
aplicativo, é possível ter acesso a essas informações de maneira rápida e fácil,
basta selecionar a enfermidade e obter as orientações sobre os alimentos mais
recomendados.

Dessa forma, o desenvolvimento desse aplicativo pode ser uma


ferramenta valiosa para auxiliar no tratamento de diversas enfermidades,
permitindo que as pessoas possam ter uma alimentação mais saudável e
adequada, contribuindo assim para uma melhora na qualidade de vida e
prevenção de doenças (OLIVEIRA et al., 2020).

O auxílio terapêutico para enfermidades através da orientação nutricional


é um método complementar no tratamento de diversas doenças. A alimentação
saudável é essencial para a prevenção e tratamento de enfermidades, sendo
uma opção acessível e natural para a manutenção da saúde. De acordo com
Trigueiro et al. (2019), a nutrição é uma ferramenta importante para reduzir a
morbidade e mortalidade de doenças crônicas, tais como doenças
cardiovasculares, obesidade, diabetes mellitus e câncer. Dessa forma, a
orientação nutricional é uma estratégia eficaz para ajudar no controle e
tratamento dessas enfermidades.

Segundo Alves (2016), a terapia nutricional é uma intervenção realizada


por profissionais da área de nutrição que visa a adequação do estado nutricional
do paciente, além de prevenir e tratar complicações decorrentes de
enfermidades. Nesse sentido, a orientação nutricional personalizada é uma
forma de garantir a ingestão adequada de nutrientes e alimentos específicos
para cada enfermidade.

De acordo com o Ministério da Saúde (2018), a alimentação balanceada


deve ser composta por alimentos variados, frescos, in natura ou minimamente
processados. Essa recomendação pode ajudar no controle e prevenção de
diversas doenças. Ainda segundo o Ministério da Saúde (2018), a alimentação
saudável deve ser orientada por um profissional capacitado na área de nutrição,
que irá adequar a alimentação para cada indivíduo e enfermidade.

Assim, o auxílio terapêutico para enfermidades através da orientação


nutricional é uma abordagem importante e eficaz no tratamento de diversas
doenças. A orientação nutricional personalizada é uma forma de garantir a
ingestão adequada de nutrientes e alimentos específicos para cada
enfermidade. É importante ressaltar que a alimentação saudável deve ser
orientada por um profissional capacitado na área de nutrição, para que se
obtenha uma melhor efetividade no tratamento.
3 OBJETIVOS GERAIS

• Disponibilizar informações e opções de orientações nutricionais;

3.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Produzir um aplicativo que contenha orientações e informações


nutricionais e farmacológicas sobre diversas enfermidades;
• Fazer com que o aplicativo seja prático e acessível a pessoas que não
possuam acesso ao nutricionista;
• Orientar sobre o consumo correto da relação alimento-medicação, de
acordo com a enfermidade, para que haja interações farmacológicas
benéficas.
4 JUSTIFICATIVA

O tema "auxílio terapêutico para enfermidades através da orientação


nutricional" é justificado pela necessidade de oferecer uma ferramenta que possa
auxiliar no tratamento de diversas enfermidades através da alimentação
adequada. Com o avanço da tecnologia e a popularização dos smartphones, um
aplicativo que forneça orientações nutricionais específicas para cada
enfermidade pode ser uma solução prática e acessível para as pessoas que
buscam um estilo de vida mais saudável e a prevenção de doenças. Além disso,
o app pode ser útil para pessoas que não possuem acesso a um nutricionista ou
não possuem tempo ou recursos para buscar informações sobre a alimentação
adequada para o seu caso específico.
5 METODOLOGIA

Serão feitas análises bibliográficas sobre enfermidades e seus respectivos


tratamentos, com foco em suas terapias nutricionais. A partir disto, será
desenvolvido um aplicativo voltado para o auxílio terapêutico e nutricional de
diversas enfermidades, onde ficará possível o acesso a informações sobre
alimentos que vão contribuir para uma autoajuda quando se tratar da ingestão
alimentícia de uma pessoa com determinada patologia. Além disso, serão
citadas noções medicamentosas para possíveis tratamentos e suas interações
com os alimentos, onde facilitará a disseminação da informação para a
população em geral.
6 REFERENCIAL TEÓRICO

A relação entre nutrição e saúde é uma questão cada vez mais relevante,
visto que a alimentação pode ser considerada uma ferramenta terapêutica na
prevenção e tratamento de diversas enfermidades. Nesse contexto, a orientação
nutricional se mostra como uma estratégia eficaz para promover a melhoria da
qualidade de vida dos pacientes. Além disso, a atuação conjunta do farmacêutico
e do nutricionista pode potencializar os resultados positivos no tratamento de
enfermidades. (SILVA, 2018)

Embora o papel do farmacêutico seja mais comumente associado à


prescrição e dispensação de medicamentos, sua atuação em conjunto com o
nutricionista pode trazer grandes benefícios aos pacientes. Essa parceria pode
ser fundamental no combate a enfermidades como obesidade, diabetes,
hipertensão e outras condições que podem ser tratadas ou controladas por meio
de mudanças na alimentação. (FONSECA et al., 2020)

A orientação nutricional pode ser realizada tanto de forma individual


quanto coletiva, permitindo que o nutricionista avalie o histórico do paciente e
seus hábitos alimentares, prescreva dietas personalizadas e ofereça suporte
durante o processo de mudança de hábitos. Dessa forma, a atuação conjunta do
farmacêutico e do nutricionista pode ser considerada um importante auxílio
terapêutico no tratamento de enfermidades crônicas e agudas. (ALVES et al.,
2019)

Baseado nisto, ira-se descrever a seguir sobre as enfermidades que serão


abordadas.
6.1 ANEMIA FALCIFORME

6.1.1 HISTÓRICO DA DOENÇA

A doença falciforme é reconhecida pela Organização Mundial da Saúde


(OMS) como um grave problema de saúde pública mundial, com grande impacto
na morbimortalidade da população afetada. No Brasil, a partir da década de
1990, surgiram as primeiras ações governamentais, no sentido de reconhecer a
importância da doença falciforme na população. Até então, diversos estudos
estimavam uma prevalência média de 2% de traço falciforme na população geral
e de 6% a 10% entre pretos e pardos, de modo que se confirmava a
predominância na população negra. (CAVALCANTI, Juliana Manzoni. 2017).

6.1.2 MECANISMO DE AÇÃO DA ANEMIA FALCIFORME

A hemoglobina S (HbS) é obtida através da mutação genética que ocorre


na cadeia beta (b), posição seis da globina onde há a substituição da base
adenina no aminoácido ácido glutâmico pela base timina, formando assim o
aminoácido valina. Essa mutação altera a estrutura molecular da membrana
celular da hemácia (que é bicôncava) em baixas concentrações de oxigênio
circulante no sangue, conferindo-lhe a forma de foice. (Holsbach DR, Salazar
EAVM, Ivo ML, Araújo OMR de, Sakamoto TM. 1976 ,2017.)
6.1.3 PRINCIPAIS ALIMENTOS QUE IRÃO PREVENIR OU COMBATER E O
MECANISMO DE AÇÃO NA ANEMIA FALCIFORME.

Tipos de alimentos que a pessoa deve ingerir são folhosos verdes


escuros, como couve, brócolis, espinafre e rúcula, pois são ricos em ácido fólico
e esse mineral é importante para a produção das células do sangue.

Também o feijão, grão de bico, ervilha, frango e peixe, pois são boas
fontes de proteína para esses pacientes

A cenoura, a batata doce, como são fontes de vitamina A por protegerem


esses pacientes contra infecções.

Suco de laranja, goiaba, acerola e caju, pois são fonte de vitamina C, mas
devem ser consumidos longe do almoço e do jantar desses pacientes. (Carvalho
MGF, Furtado ASS, Fernandes RC, Machado, 2007.)

6.1.4 PRINCIPIAS MEDICAMENTOS USADOS

Fármacos como a azicitidina utilizam-se de moléculas covalentes


(isocianatos e clofibrato), suplementação com arginina, medicamentos quelantes
de ferro, geralmente é indicada nos pacientes com SMD de melhor prognóstico
(baixo risco e risco intermediário-1) que têm sobrecarga transfusional de ferro
quando o valor da ferritina sérica for superior a 1.000 ng/ml. Sulfato ferroso,
vitamina b12, são essenciais para o processamento no metabolismo dos
carboidratos (para produzir energia) e dos aminoácidos os componentes básicos
das proteínas. (Wagner SC, Silvestri MC, Bittar CM, Friedrisch JR, Silla
LNR,2005.)
6.1.5 MECANISMO DE AÇÃO DOS MEDICAMENTOS

Azacitidina exerce os seus efeitos antineoplásicos através de


mecanismos múltiplos incluindo citotoxicidade a nível das células
hematopoiéticas anormais na medula óssea e por hipometilação do ADN.

Quelantes de ferro inibem a função dos linfócitos T supressores


aumentando a quantidade de adenosina monofosfato cíclico (AMP) dos
linfócitos, permitindo que sejam produzidos anticorpos contra um antígeno Rh
comum a quase todos os eritrócitos. (Oran B, de Lima M, Garcia-Manero
G,20015.)

A vitamina B12 estimula a hematopoiese. Transforma a medula óssea de


megaloblástica em normoblástica e elimina a macrocitose de anemia perniciosa
e outras anemias semelhantes. (Scientia Medica, Porto Alegre: PUCRS, 15(1):
74-78, 2005.)

6.2 ATEROSCLEROSE

6.2.1 HISTÓRICO DA DOENÇA

A aterosclerose é a doença responsável pelo maior índice de mortalidade


no Brasil. Em 1995, 23% das mortes, em todas as idades em nosso país,
ocorreram em consequência da aterosclerose. (MONTENEGRO MR, 1999).

O “sistema vascular” (sistema circulatório) é complexo, porém os vasos


sanguíneos individuais estão entre as estruturas teciduais mais simples do
organismo. Um vaso sanguíneo é formado por apenas dois tipos celulares:
células endoteliais que formam a túnica íntima e células musculares lisas que
compõem a túnica média. (MONTENEGRO MR, 1999). (Ross R, 1999).
6.2.2 MECANISMO DE AÇÃO DA DOENÇA

Nas artérias decorrente inicialmente de dois processos básicos: acúmulo


de colesterol e a proliferação de células musculares lisas na túnica íntima,
desenvolvendo-se, portanto, sobre um substrato formado dessas células,
leucócitos derivados do sangue e de uma quantidade variável de tecido
conectivo formando uma placa fibrosa que se projeta para dentro do lúmen
modificando a túnica média e levando a uma série de complicações circulatórias.
(MONTENEGRO MR 1999). (GIANNINI SD. 2000). (ROS J MED 1999).
(GIMBRONE MA JR. 1999).

A aterosclerose primariamente afeta artérias elásticas como a aorta, a


carótida e as ilíacas, mas também pode comprometer as grandes e médias como
a coronária e as poplíteas. A doença começa na infância, mas os sintomas não
são detectados até a idade adulta ou até a terceira idade, quando ocorrem lesões
e os órgãos são afetados (. STARY H, CHANDER A, DISMORE R, FUSTER V,
SEYMOUR G, WILLIAN J ET AL 1995).

Os sintomas da doença aterosclerótica são mais frequentes nas artérias


que irrigam o coração, o cérebro, os rins, as extremidades e o intestino delgado.
Infarto do miocárdio, infarto cerebral e aneurisma aórtico são as maiores
consequências dessa doença a diminuição na irrigação pode levar à gangrena
dos membros inferiores ou à oclusão mesentérica. (Strong JP 1992)

6.2.3 PRINCIPAIS ALIMENTOS QUE VÃO PREVINIR OU COMBATER E O


MECANISMO DE AÇÃO DELES

Atualmente muitos alimentos com propriedades funcionais/nutracêuticas


têm sido considerados como preventivos de lesões ateroscleróticas e de outras
doenças cardiovasculares, principalmente por conter em sua composição, por
exemplo, altas porcentagens de ácidos graxos ômega-3, fitoesteróis, Aveia
integral, chá preto, alho, soja e fibras vegetais (AMERICAN DIETETIC
ASSOCIATION REPORTS, 2004)

6.2.4 PRINCIPAIS MEDICAMENTOS UTILIZADOS;

Dentre os medicamentos que possuem diferentes mecanismos de ação,


são destacados aqueles em uso em nosso país.

As vastatinas são conhecidas também por estatinas, esses fármacos


inibem parcialmente a HMG-CoA redutase, levando à diminuição da síntese
intracelular do colesterol, ao aumento da formação dos LDL-receptores e à
diminuição das VLDL. Diminuem a produção e aumentam o catabolismo das LDL
e diminuem a formação de apo B e a concentração de CETP.

Apresentação e posologia máxima - No Brasil são comercializadas a


lovastatina, a sinvastatina, a pravastatina e a fluvastatina: 1) lovastatina:
comprimidos de 20mg (80mg); 2) sinvastatina: comprimidos de 5 e 10mg (40mg);
3) pravastatina: comprimidos de 10mg (40mg); 4) fluvastatina: cápsulas de 20 e
40mg (80mg).

Os comprimidos, nas doses habituais, devem ser administrados após o


jantar. Doses mais elevadas podem ser repartidas pela manhã e à noite. (Arch
Intern Med 1988)

6.2.5 MECANISMO DE AÇÃO DOS MEDICAMENTOS.

Ingeridas por via oral, distribuem-se seletivamente para o fígado e são


excretadas principalmente pelas fezes (83%) e urina (10%). Seu efeito começa
a ser verificado após duas semanas de uso, estabilizando-se a partir da 4º
semana. Dele resultam diminuições do CT (ao redor de 30%) e do LDL-c (20%
a 40%), dos TG e das VLDL (em torno de 20%), e possível elevação do HDL-c
(até 10%).

São bem toleradas, mas podem ocasionar efeitos colaterais em até 2%


dos pacientes: sintomas gastrointestinais, dores musculares e elevação da TGO.
TGP e CPK. Essas alterações são transitórias, desaparecendo
espontaneamente ou com a suspensão da droga. Elevações de até três vezes o
valor inicial da TGO e TGP e até 10 vezes da CPK não requerem interrupção do
tratamento. (Arch Intern Med 1988)

6.3 DIABETES

6.3.1 HISTÓRICO DA DOENÇA

A diabetes é uma doença crônica que acompanha a humanidade há milhares


de anos. O primeiro relato conhecido da doença data de 1552 a.C., no Egito
antigo, e descrevia uma doença que apresentava sintomas como urina excessiva
e doçura na mesma (CARMELIET, P., 2005). Somente no século XX foi possível
compreender a fisiopatologia da doença e desenvolver tratamentos eficazes
para o controle da glicemia.

6.3.2 MECANISMO DE AÇÃO DA DOENÇA

A diabetes é uma doença metabólica caracterizada pela elevação da


glicemia, resultado da produção insuficiente de insulina pelo pâncreas ou da
resistência dos tecidos à ação da insulina (AMERICAN DIABETES
ASSOCIATION, 2021). A insulina é o hormônio responsável pela entrada da
glicose nas células, onde é utilizada para gerar energia ou armazenada na forma
de glicogênio. A falta de insulina ou a resistência à sua ação resultam em altos
níveis de glicose no sangue, que podem causar danos aos órgãos e sistemas do
corpo.

6.3.3 PRINCIPAIS ALIMENTOS QUE VÃO PREVENIR OU COMBATER E O


MECANISMO DE AÇÃO DELES

Uma alimentação saudável é fundamental para o controle da diabetes,


pois ajuda a manter a glicemia em níveis adequados e reduz o risco de
complicações. Alguns alimentos que podem prevenir ou combater a diabetes
incluem:

Alimentos com baixo índice glicêmico: esses alimentos são digeridos e


absorvidos mais lentamente, o que ajuda a manter a glicemia estável. Exemplos
incluem grãos integrais, frutas, legumes e verduras (FERRARI, C. K. B. et al.,
2021).

Alimentos ricos em fibras: as fibras ajudam a reduzir a absorção de glicose


no intestino e melhoram a sensibilidade à insulina. Exemplos incluem aveia,
lentilha, feijão, frutas e verduras (LATTIMER, J. M.; HAUB, M. D., 2010).

Alimentos fontes de ácidos graxos ômega-3: esses ácidos graxos têm


propriedades anti-inflamatórias e podem ajudar a melhorar a sensibilidade à
insulina. Exemplos incluem peixes de água fria, como salmão, sardinha e atum.
(WU, J. H. Y. et al., 2012)

6.3.4 PRINCIPAIS MEDICAMENTOS UTILIZADOS

Os medicamentos utilizados no tratamento da diabetes visam controlar a


glicemia e prevenir ou tratar as complicações da doença. Alguns dos principais
medicamentos incluem:
Metformina: é a droga de primeira escolha no tratamento da diabetes tipo
2 e atua reduzindo a produção de glicose pelo fígado e aumentando a
sensibilidade à insulina (NATH, S.; CHAKRABORTY, M., 2021).

Insulina: é utilizada no tratamento da diabetes tipo 1 e em casos de


diabetes tipo 2 em que outros medicamentos não são eficazes. A insulina é
administrada por injeção e tem como objetivo substituir a insulina produzida pelo
pâncreas (AMERICAN DIABETES ASSOCIATION, 2021).

Inibidores da dipeptidil peptidase-4 (DPP-4): são medicamentos que agem


inibindo a degradação de um hormônio chamado GLP-1, que estimula a
produção de insulina e reduz a produção de glicose pelo fígado. Esses
medicamentos são utilizados no tratamento da diabetes tipo 2 e podem ser
administrados por via oral (BOSI, E. et al., 2018).

É importante ressaltar que o tratamento da diabetes deve ser


individualizado e orientado por um profissional de saúde, que irá avaliar as
necessidades e características de cada paciente. Além disso, é fundamental que
o tratamento seja acompanhado de medidas não farmacológicas, como a
adoção de uma alimentação saudável e a prática regular de atividades físicas.

6.3.5 MECANISMO DE AÇÃO DOS MEDICAMENTOS

A metformina atua reduzindo a produção de glicose pelo fígado e


aumentando a sensibilidade à insulina, o que ajuda a reduzir a glicemia (NATH,
S.; CHAKRABORTY, M., 2021). A insulina, por sua vez, tem como objetivo
substituir a insulina produzida pelo pâncreas e permitir a entrada da glicose nas
células, reduzindo assim a glicemia (AMERICAN DIABETES ASSOCIATION,
2021). Já os inibidores da DPP-4 atuam inibindo a degradação do GLP-1, que é
responsável por estimular a produção de insulina e reduzir a produção de glicose
pelo fígado, ajudando a controlar a glicemia (SCAVONE, C. et al., 2021).
6.4 GASTRITE

6.4.1 HISTÓRICO DA DOENÇA

A gastrite é uma inflamação do revestimento interno do estômago. Pode


ser aguda, quando aparece de repente e dura pouco, ou crônica, quando se
instala aos poucos e leva muito tempo para ser controlada. (DUARTE, Et al.,
2019)

6.4.2 MECANISMO DE AÇÃO

A gastrite é um processo inflamatório que afeta a camada mais interna,


chamada de mucosa, do estômago. Quando ela se instala, o suco gástrico passa
a causar agressões ao revestimento do estômago desencadeando desconfortos,
dores, estufamento, enjoo e vômitos. Dor na boca do estômago, é o principal
sintoma de gastrite. (SOUSA., 2012)

6.4.3 PRINCIPAIS ALIMENTOS QUE VÃO PREVENIR OU COMBATER E O


MECANISMO DE AÇÃO DELES

A principal mudança que uma pessoa que tem gastrite precisa fazer é
conhecer os alimentos que ajudam a controlar a gastrite. São eles:

Legumes e verduras cozidas. O mais importante para controlar a gastrite


é ter uma alimentação equilibrada e saudável. No entanto, os alimentos cozidos
são recomendados, pois facilitam a mastigação e a digestão, dando uma aliviada
nas funções do estômago.
Frutas vermelhas. Os flavonoides, compostos antioxidantes presentes em
morango, amora, mirtilo e framboesa, por exemplo, ajudam no poder anti-
inflamatório e na cicatrização.

Suco verde. O suco é rico em clorofila, uma substância recuperação do


estômago, além de vitamina C e magnésio. (GRUNWALD e JANICKE,
energizante e cheia de zinco e antioxidantes, itens necessários para a 2006).

6.4.4 MEDICAMENTOS PARA GASTRITE MAIS USADOS

Omeprazol, pantoprazol e esomeprazol são inibidores da bomba de


prótons, amplamente utilizados para o tratamento de doenças gastrointestinais,
como úlceras gástricas, esofagite de refluxo e síndrome de Zollinger-Ellison. Eles
agem inibindo a secreção ácida no estômago, reduzindo a acidez do suco
gástrico e, assim, aliviando os sintomas associados a essas condições. (FARIA,
L. V. M. et al. Omeprazol, pantoprazol e esomeprazol: diferenças farmacológicas
e clínicas. Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas, v. 44, n. 1, p. 133-142,
2008.)

Antiácidos costumam ser medicamentos eficazes para alívio rápido da dor


da gastrite pois eles atuam neutralizando o ácido já presente no estômago, como
Eno e Sonrisal.

Medicamentos para gastrite como a ranitidina, a nizatidina, a cimetidina e


a famotidina são conhecidos como redutores de ácido ou bloqueadores da
histamina 2. Eles diminuem a quantidade de ácido produzida pelo estômago.

A redução da quantidade de ácido que é liberado no trato digestivo


permite aliviar a dor e dar tempo para que o revestimento do estômago se cure
da inflamação.
6.4.5 MECANISMO DE AÇÃO DOS MEDICAMENTOS

O omeprazol é um inibidor da bomba de prótons que age de forma


irreversível na célula parietal gástrica, bloqueando a enzima H+/K+ ATPase e
reduzindo a secreção ácida no estômago. Ele é um pró-fármaco que precisa ser
ativado pelo ácido gástrico antes de sua ação farmacológica, o que pode limitar
sua eficácia em pacientes com hipocloridria. (YU, X. et al. Omeprazole:
chemistry, reactions, and uses in chemical synthesis. Chemical Reviews, v. 113,
n. 11, p. 7917-7957, 2013.)

O pantoprazol é um inibidor da bomba de prótons que também age na


célula parietal gástrica, bloqueando a enzima H+/K+ ATPase e reduzindo a
secreção ácida no estômago. Ele é um pró-fármaco que precisa ser ativado em
meio ácido, como o ambiente gástrico, para sua ação farmacológica. O
pantoprazol apresenta maior biodisponibilidade que o omeprazol e é utilizado em
doses menores. (BANDOLI, G. et al. Pantoprazole: an update. Expert Opinion on
Pharmacotherapy, v. 14, n. 9, p. 1207-1220, 2013.)

O esomeprazol é um inibidor da bomba de prótons que apresenta


atividade farmacológica mais potente e duração de ação mais prolongada que o
omeprazol e o pantoprazol. Ele também age na célula parietal gástrica,
bloqueando a enzima H+/K+ ATPase e reduzindo a secreção ácida no estômago.
O esomeprazol é o isômero S do omeprazol e é considerado mais eficaz no
tratamento de úlceras gástricas e esofagite de refluxo. (GALLO-TORRES, H. E.;
CASTRO-TRUJILLO, M. E.; GARCÍA-MONTOYA, I. A. Esomeprazol. Revista
Médica del Instituto Mexicano del Seguro Social, v. 53, n. 2, p. 236-242, 2015.)
6.5 GRIPE

6.5.1 HISTÓRICO DA DOENÇA

A gripe é uma doença causada por um vírus do tipo Influenza, que faz
com que o sistema respiratório fique infeccionado e cause uma série de sintomas
no paciente. (REDE D'OR, 2023).

6.5.2 MECANISMO DE AÇÃO DA DOENÇA

Este vírus é disseminado de indivíduo para indivíduo pelo ar, pelas


gotículas que se formam quando falamos, tossimos ou espirramos. Uma vez
inspiradas pelo nariz ou pela boca, estas partículas têm uma grande
probabilidade de atingir o tracto respiratório, desencadeando a infecção.
(INFLUENZA, 2023).

6.5.3 PRINCIPAIS ALIMENTOS QUE VÃO PREVENIR OU COMBATER E O


MECANISMO DE AÇÃO DELES

• Frutas e vegetais ricos em vitamina C

Ex.: Frutas cítricas como a laranja e o limão, acerola, morango, kiwi,


tomate, pimentão, batatas-doces, brócolis.

• Alho

Ele pode auxiliar a prevenir e a tratar as gripes e resfriados, já que possui


ação anti-inflamatória e tem a possibilidade de ser utilizado em preparos
diversos, de sopas a chás e gargarejos.
• Especiarias como gengibre e açafrão

O gengibre e o açafrão são exemplos de especiarias capazes de fortalecer


a imunidade, auxiliar a descontaminar o organismo e a recuperar processos
inflamatórios. Assim como o alho, são mais versáteis do que se imagina.

• Mel

O mel pode promover a eliminação de microrganismos alojados na


garganta, capazes de agravar quadros de gripe, além de servir para controlar a
inflamação e aliviar o incômodo causado pela infecção, podendo ser combinado
com demais ingredientes em chás e sucos. Suco natural de laranja, cenoura e
espinafre, caldo de legumes (ex.: batata, cenoura, brócolis, espinafre, couve-flor,
repolho, tomate, pimentão), canja de galinha (BENEGRIP, 2023)

6.5.4 PRINCIPAIS MEDICAMENTOS UTILIZADOS E SEUS MECANISMOS


DE AÇÃO

O paracetamol e a dipirona são analgésicos e antitérmicos, ajudando no


controle da febre, das dores de cabeça e da sensação de mal-estar e cansaço.

Em geral, deve-se fazer uso apenas de um desses medicamentos, a


menos que o médico prescreva algo diferente.

Com sua ação anti-inflamatória, o ibuprofeno, o diclofenaco e a nimesulida


conseguem reduzir o processo inflamatório em todo o corpo, aliviando o edema
e a irritação das mucosas, as dores musculares e o aumento de temperatura.
Mas, vale ressaltar que o uso desses medicamentos deve ser limitado ao
momento de desconforto mais intenso, já que há um maior risco de efeitos
colaterais do que com o uso de paracetamol e dipirona.

O soro fisiológico é o grande aliado quando se trata de descongestão


nasal e redução da coriza. A substância geralmente é usada na forma de jatos
diretamente dentro das narinas, forçando a retirada do muco mecanicamente e
hidratando a mucosa nasal. Mas, outra possibilidade é que uma nebulização seja
preparada com o soro fisiológico e o vapor quente ajude na diluição e remoção
da secreção. (HIPOLABOR, E. 2017)

6.6 HIPERCOLESTEROLEMIA

6.6.1 HISTÓRICO DA DOENÇA

Em meados de 1920, essa doença de “pele” foi associada à morte


prematura e alterações cutâneas (xantomas), identificadas como conglomerados
de células espumosas3. Na década seguinte, a hipercolesterolemia familiar foi
caracterizada como doença cardiovascular, hereditária, com xantomatose e
hipercolesterolemia. (. Yuan G. Wang J, Hegele RA, 2006.)

6.6.2 MECANISMO DE AÇÃO DA HIPERCOLESTEROLEMIA

O seu mecanismo de ação é inativar as PCSK9, evitando que elas se


liguem ao RLDL. Por sua vez, isto regula para cima o LDL na superfície dos
hepatócitos, promovendo um aumento da captação do colesterol LDL circulante
e, ultimamente, levando à redução dos níveis plasmáticos do colesterol LDL.
(Abifadel M, Varret M, Rabès JP, Allard D, Ouguerram K, Devillers M, 2003)
6.6.3 PRINCIPAIS ALIMENTOS QUE VÃO PREVENIR OU COMBATER O
MECANISMO DE AÇÃO DA DOENÇA

Os peixes, em sua maioria, contêm o ácido graxo ômega 3. Trata-se de


uma gordura insaturada que reduz a quantidade de colesterol ruim no organismo
e ajuda a regular a circulação de sangue.

A aveia, em suas várias formas — farinha, farelo e grãos — concentra


uma fibra solúvel chamada betaglucana que ajuda a reduzir a quantidade de
colesterol que o organismo absorve, tendo efeito inibitório.

A alcachofra é uma flor colhida quando ainda não desabrochou e pode


ser consumida cozida, inclusive com azeite. Os benefícios desse alimento estão
concentrados em suas fibras, que são resistentes às enzimas produzidas pelo
corpo. Sendo essas que causam o colesterol LDL quando são processadas.
(Mensink RP, Zock PL, Kester AD, Katan MB ,2003.)

6.6.4 PRINCIPAIS MEDICAMENTOS USADOS

A sinvastatina reduz os riscos à saúde decorrentes das doenças


cardiovasculares, a Sinvastatina diminui os níveis do mau colesterol (LDL) e de
triglicérides ao mesmo tempo em que aumenta o bom colesterol (HDL) no
sangue.

A rosuvastantina age na redução do colesterol total e LDL-C em pacientes


com hipercolesterolemia familiar homozigotica, tanto isoladamente quanto como
auxiliar à dieta e a outros tratamentos para redução de lipídios (por ex.: aférese
de LDL), se tais tratamentos não forem suficientes.

Atorvastatina é indicada para o tratamento de pacientes com doença


cardíaca (do coração) e coronariana (dos vasos do coração) para reduzir o risco
de complicações como: infarto do miocárdio não fatal, de acidente vascular
cerebral (derrame) fatal e não fatal. (Nick Heart, Protection Study Collaborators
Group, 2022.)

6.6.5 MECANISMO DE ACÃO DOS MEDICAMENTOS

As estatinas possuem como mecanismo de ação a inibição competitiva da


HMG-CoA redutase, enzima responsável pela formação de colesterol pelo fígado
e, consequentemente, pela formação das lipoproteínas plasmáticas.

A sinvastatina, após ingestão oral, a sinvastatina, que é uma lactona


inativa, é hidrolisada no fígado para a forma beta-hidroxiácido ativo
correspondente que possui uma atividade potente na inibição da HMG-CoA
redutase (3 hidroxi-3-metilglutaril coa redutase).

A rosuvastantina, exerce seus efeitos modificadores sobre os lipídios de


duas maneiras: ela aumenta o número de receptores LDL hepáticos na superfície
celular, aumentando a captação e o catabolismo do LDL, e inibe a síntese
hepática de VLDL, reduzindo, assim, o número total de partículas de VLDL e
LDL.

A atorvastatina cálcica inibe seletiva e competitivamente a HMG-CoA


redutase, uma enzima limitadora da taxa que converte 3-hidroxi-3-metilglutaril-
coenzima A em mevalonato, um esterol e precursor do colesterol. (Santos, L.
N., & Silva, F. V. da. 2010.)
6.7 HIPERTENSÃO

6.7.1 HISTÓRICO DA DOENÇA

A hipertensão arterial ou pressão alta é uma doença crônica caracterizada


pelos níveis elevados da pressão sanguínea nas artérias.No que concerne à
história da terapêutica da hipertensão arterial, salienta-se que, em 1876, Ambard
descobriu que os hipertensos excretavam menos cloreto pela urina, e, em 1922,
Allen padronizou o tratamento da hipertensão utilizando dietas pobres em sal.
Surgiram dúvidas se baixar a pressão seria benéfico ou maléfico para os
pacientes hipertensos. Van Slyke demonstrou que a baixa da pressão utilizando
tiocianeto de potássio não diminuía a depuração renal, uma vez que havia um
mecanismo de auto-regulação da circulação a esse órgão. (RAMOS;
Oswaldo,1998)

6.7.2 MECANISMO DE AÇÃO DA DOENÇA

A hipertensão arterial ou pressão alta, é uma doença que ataca os vasos


sanguíneos, coração, cérebro, olhos e pode causar paralisação dos rins. Ocorre
quando a medida da pressão se mantém frequentemente acima de 140 por 90
mmHg. (WELBINÀRIO;2.6, abril 2004)

6.7.3 PRINCIPAIS ALIMENTOS QUE VÃO PREVENIR OU COMBATER O


MECANISMO DE AÇÃO DELES

O Couve contém um antioxidante capaz de reduzir a pressão arterial e


diminuir a inflamação nas artérias, coração e rins;
O Iogurte com baixo teor de gordura, devido ao cálcio, o consumo desse
alimento pode reduzir o risco de desenvolver hipertensão;

O Chá-verde apresenta uma grande quantidade de polifenóis, sendo um


bom aliado contra a hipertensão. Mas é preciso tomar no máximo três xícaras
por dia para não sobrecarregar o fígado e evitar o seu consumo perto das
refeições, pois ele interfere na absorção do ferro; (OMRROM; rev.
artigo,14,2019)

6.7.4 PRINCIPAIS MEDICAMENTOS UTILIZADOS

Losartana é indicada para pacientes com hipertensão, também conhecida


como pressão alta, ou que enfrentam algum caso de insuficiência cardíaca. O
medicamento atua reduzindo os riscos de acidente vascular cerebral (AVC) e de
ataques cardíacos, oferecendo mais tranquilidade e qualidade de vida para os
pacientes. (Rev Saúde Pública 2016; 50:8s)

Captopril é indicado para tratar pacientes com: hipertensão; insuficiência


cardíaca congestiva (usado com outros medicamentos diuréticos e digitálicos);
(ART; cardiol.71, nov 1999)

Hidroclorotiazida é destinado ao tratamento da pressão alta, quer


isoladamente ou em associação com outros fármacos anti-
hipertensivos (medicamentos que tratam a pressão alta). (LEITE; rafae,
OIGMAN; willi,2012)

6.7.5 MECANISMO DE AÇÃO DOS MEDICAMENTOS

Por antagonizar os efeitos da angiotensina II, a losartana relaxa a


musculatura lisa e com isso promove vasodilatação, aumenta a excreção renal
de sódio e água, reduz o volume plasmático, e diminui a hipertrofia celular. (Rev
Saúde Pública 2016; 50:8s)

O captopril inibe a conversão de angiotensina I para II, reduz os efeitos da


angiotensina II, como, vasoconstrição, liberação de aldosterona, lesão endotelial
e síntese proteica vascular e miocárdica 5. (ART; cardiol.71, nov 1999)

A hidroclorotiazida inibe a reabsorção de sódio e cloreto no ramo


ascendente da alça de Henle e túbulos distais, aumentando a excreção urinária
de sódio e cloretos; (LEITE; rafae, OIGMAN; willi,2012)

6.8 OBESIDADE

6.8.1 HISTÓRICO DA DOENÇA

A obesidade surgiu como uma epidemia, em países desenvolvidos


durante as últimas décadas do século XX. No entanto, atualmente, atinge todos
os níveis socioeconômicos e vem aumentando sua incidência também nos
países em desenvolvimento. Estudos epidemiológicos demonstram que cerca de
60% dos americanos são obesos. (Bernadini, Cichelero, Vitolo, 2005);

No Brasil, o aumento da prevalência desse distúrbio foi da casa de 53%,


comparando-se o senso de 1974/75 ao de 1989 (Dantas, Fernandes, Ramires,
2003).

Um dos principais fatores da evolução da obesidade pode ser considerado


a necessidade cada vez maior de mudança do hábito alimentar, haja vista em
que nos tempos atuais, o ser humano não se preocupa com o que come se é
saudável ou não, mal tem tempo para saborear os alimentos. Com isso, é cada
vez maior o número de indivíduos adeptos às conhecidas “fast-foods”. A
obesidade é uma doença de difícil controle, com altos percentuais de insucesso
terapêuticos e de recidivas, podendo apresentar sérias repercussões orgânicas
e psicosociais (Mion, 2004).
6.8.2 MECANISMO DE AÇÃO DA DOENÇA

Os indivíduos obesos que apresentam um alto nível de leptina


desenvolveram de forma simultânea uma resistência à ação do hormônio,
possivelmente, devido a um mau funcionamento das cascatas de sinalização
intracelulares associadas ao receptor ativado (ObRb). Este erro não permite que
o hormônio exerça sua ação anorexígena. Assim, a leptina não teria utilidade
clínica, no tratamento de obesidade, como se pensava no início dos estudos.
Este propósito só teria validade em pacientes com obesidade devido à
deficiência do hormônio, o que é muito escasso (Sánches, 2005).

Segundo Araújo, Fraceto, Silva (2004), o papel da leptina como hormônio


antiobesidade é essencialmente derivado de suas ações como diminuidor de
apetite e estimulador de gasto de energia. A propriedade inibidora do apetite
deve-se ao mecanismo de sinalização desta no hipotálamo, estimulando a
síntese de neuropeptídeos anorexígenos.

6.8.3 PRINCIPAIS ALIMENTOS QUE VÃO PREVINIR OU COMBATER E O


MECANISMO DE AÇÃO DELES

Apoia-se na modificação do comportamento alimentar e no incremento da


atividade física. O tratamento envolve necessariamente a reeducação alimentar,
com o aumento da atividade física e, eventualmente, o uso de algumas
medicações auxiliares. A reeducação alimentar independe do tratamento
proposto. Ela é fundamental, uma vez que através dela, reduz-se a ingestão
calórica total e o ganho calórico decorrente. (EQUIPE ABC DE SAÚDE, 2001)

Dentre as diversas formas dietéticas, a dieta hipocalórica balanceada é a


mais aceita cientificamente. os alimentos devem ser distribuídos com
aproximadamente 50 a 60% de carboidratos, 25 a 30% de gorduras e 15 a 20%
de proteínas.
6.8.4 PRINCIPAIS MEDICAMENTOS UTILIZADOS

Os agentes farmacológicos estudados atualmente são anfetamina,


dietilpropiona, efedrina, femproporex, fluoxetina, manzidol, orlistat, sertralina,
sibutramina e rimonabanto. Conclusão: Os fármacos anti-obesidade devem ser
indicados apenas quando a orientação nutricional associada à atividade física e
à mudança de hábitos alimentares e comportamentais não obtiver êxito. Esses
medicamentos são agentes farmacológicos seguros quando em mãos
habilitadas e usados de forma criteriosa, respeitando suas indicações, interações
e contra-indicações, pois o mau uso pode ser nocivo a saúde. (Oliveira, R. C.,
Barão, F. M., Ferreira, E., & Oliveira, A. F. M. (2012).

6.8.5 MECANISMO DE AÇÃO DOS MEDICAMENTOS

A leptina é um hormônio secretado pelos adipócitos que parece funcionar


primeiramente como um sinalizador periférico do hipotálamo para saciedade.
Sua eficiência parece estar restrita a indivíduos com deficiência do gene para a
expressão deste hormônio. (McDuffie JR, Yanovski JÁ 2004)

Os antagonistas dos receptores canabinóides CB1 são atualmente objeto


de intensas investigações devido a suas propriedades terapêuticas, produção de
saciedade e diminuição da sensação de “prazer pela comida”. (Diaz M 2005)

Tilpropiona (anfepramona), femproporex e mazindol 22. Sibutramina é


uma droga derivado fenetilamínico, inibidor da recaptação da serotonina e da
norepinefrina, o que induz a diminuição do consumo alimentar e aumenta a
termogênese. Em vários ensaios clínicos, a sibutramina promoveu redução
estatisticamente significante do peso, da concentração de colesterol total,
triglicerídios. (Mancini MC, Halpern A 2022)
6.9 OSTEOPOROSE

6.9.1 HISTÓRICO DA DOENÇA

No final do século passado o conceito de osteoporose mudou


progressivamente da definição de uma doença bem específica, feita por Albright
em 1941, para o conceito atual de uma desordem esquelética, o que engloba
muitas patologias, nas quais a microarquitetura do tecido ósseo está deteriorada.
Tanto o osso cortical como o esponjoso são afetados. Também a
macroarquitetura dos ossos pode estar modificada. A densidade mineral óssea
(DMO) está diminuída. Isto leva a um comprometimento da resistência do osso
a traumas de baixa energia. O osso fica frágil, predisposto a um aumento da
ocorrência de fraturas. É a alta incidência destas fraturas, chamadas de fraturas
osteoporóticas. (Osteoporose; Rev, bras,2001)

6.9.2 MECANISMO DE AÇÃO DA DOENÇA

Geralmente a osteoporose é pouco sintomática, às vezes só se manifesta


por uma fratura. A dor dorso lombar é queixa comum; o espasmo muscular é a
principal causa dos sintomas, que também podem ser por microfraturas; em
muitos casos, é consequente a uma fratura por compressão. (Osteoporose; Rev,
bras,2001)
6.9.3 PRINCIPAIS ALIMENTOS QUE VÃO PREVENIR OU COMBATER O
MECANISMO DE AÇÃO DELES

Leite, queijos, manteiga e iogurte contêm, além do cálcio, também fósforo


e proteína, que são outros grandes aliados da saúde dos ossos. A
recomendação é de que pessoas abaixo de 50 anos consumam ao menos 1.000
mg de cálcio diariamente, e aqueles que já passaram dos 50, pelo menos 1.200
mg.

Outra importante fonte de cálcio são os vegetais verde-escuros. Só para


você ter uma ideia, em uma porção de 100 g, a acelga fornece 105 mg de cálcio;
a mostarda, 68 mg; a couve, 131 mg; e a rúcula, 117 mg. Apesar de serem
importantes para a dieta de qualquer pessoa, os vegetais são especialmente
indicados para garantir o consumo de cálcio aos vegetarianos, veganos e
intolerantes à lactose, que podem consumi-los em substituição ao leite e seus
derivados.

Os cogumelos são a única fonte de vitamina D de origem não animal,


sendo também uma excelente opção para os veganos e vegetarianos. Ricos em
antioxidantes, fibras, potássio, selênio, cobre e vitamina B, os cogumelos
também são excelentes fontes de vitamina D, importante para a absorção e
retenção do cálcio nos ossos. (Saúde dos ossos,2020)

6.9.4 PRINCIPAIS MEDICAMENTOS UTILIZADOS

Bifosfonatos: alendronato, risedronato, ibandronato e ácido zoledrônico,


são úteis na prevenção e tratamento de todos os tipos de osteoporose e
geralmente são os primeiros medicamentos utilizados. Já foi demonstrado que
bifosfonatos reduzem o turnover ósseo e, assim, reduzem a perda óssea e o
risco de fraturas. (Rev. Fac. Odontol,2010)
Calcitonina: Ele que inibe a decomposição óssea, foi estudada para o
tratamento da osteoporose. Não foi provado que a calcitonina diminua o risco de
fraturas, mas pode ajudar a aliviar a dor causada pelas fraturas vertebrais.
A calcitonina geralmente é administrada através de um spray nasal. Seu uso
pode diminuir os níveis sanguíneos de cálcio, assim, esses níveis devem ser
monitorados. (laboratórios; Rubens,2008)

Denosumabe: Semelhante aos bifosfonatos, pois ele previne a perda


óssea. O denosumabe é administrado como uma injeção sob a pele em um
consultório médico duas vezes ao ano. (Bolster; Marcy.B, MD,2022)

6.9.5 MECANISMO DE AÇÃO DOS MEDICAMENTOS

Os mecanismos de ação dos bifosfonatos incluem redução da


remodelação óssea e inibição de mediadores da reabsorção, os mesmos
mediadores do processo de inflamação. Os bifosfonatos demonstram,
analisando-se seus mecanismos de ação, potencial para influenciar no reparo
de periodontites. (Bifosfonatos; Influência,2011)

A calcitonina provoca diminuição na retirada de cálcio pela membrana


óssea osteoblástica-osteocítica, o que acontece rapidamente e num prazo maior,
além de abaixar a reabsorção óssea pela inibição da atividade dos osteoclastos.
(PANATO; Ana Cláudia, ARAÚJO; Ana Vitória,2021)

O Denosumabe envolve a inibição da formação de osteoclastos, o que


ocasiona a diminuição da reabsorção, o aumento da densidade mineral óssea
(DMO) e, consequentemente, a redução do risco de fraturas. (Nat.jus,2011)

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