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HAS ambulatorial

● Eventualmente os pacientes podem se


DEFINIÇÃO queixar de sintomas que atribuem a
● HA é a condição clínica multifatorial medidas elevadas, como sangramento
caracterizada por elevação sustentada dos nasal, cefaléia, zumbidos, mas as
níveis pressóricos >/= 140 e/ou 90mmHg; correlações são fracas;
● Pressão arterial é a força exercida pelo ● A única forma de detectar HAS é pod
sangue circulante sobre as paredes dos medida de pressão arterial feita por
vasos; profissional de
● A pressão sistólica representa a pressão saúde;
nos vasos quando o coração contrai, já a Aparelhos aneroides (custo
baixo, parecido com os digitais,
pressão diastólica representa a pressão no exige maior técnica, exigem
descanso entre as batidas; manutenção e calibração
PA= débito cardíaco x RVP constantes) e digitais (também
Receptores Beta e Alfa (estimulam a vasoconstrição de baixo custo, prático no uso e
periférica, gera aumento da pressão) fácil para auto medidas);
FATORES DE RISCO Esfigmomanômetro adequado →
● Não modificáveis: história familiar de HAS,
idade > 65, comorbidades como diabetes e MEDIDA DA PRESSÃO
doença renal; ARTERIAL
Há uma diminuição na “elasticidade” dos vasos. ● Evitar “estado adrenérgico”
● Modificáveis: hábitos dietários inadequados - Descansado (sem ter feito atividade
(consumo excessivo de sal, alto consumo física nos últimos 30-60 min);
de gorduras saturadas e trans, baixo - Repouso de 15 minutos antes de
consumo de frutas e vegetais), medir;
sedentarismo, uso de cigarros e álcool, - Não estar com desconfortos (dor,
excesso de peso; tensão psíquica, sintomas como
Excesso de álcool: > 30g/dia de etanol (2 taças de vinho ou tonturas, fome, bexiga cheia);
latinhas de cerveja).
- Não ter fumado nos últimos 30 min;
OBS. o efeito cardioprotetor do vinho se deve aos carotenoides
(substâncias presentes em outros alimentos/vegetais), - Não ter ingerido café, chá ou
previnem a oxidação do LDL (participa da gênese das refrigerantes;
síndromes coronarianas agudas), que causam instabilidade da - Não ter ingerido bebidas alcoólicas;
placa ateroscerótica. Paciente que fez alguma refeição minutos antes terá < PA: Com a
Obesidade central: marcador de resistência à insulina. alimentação em grande quantidade, temos uma ativação parassimpática
Sal: age diretamente no SISTEMA RENINA-ANGIOTENSINA- mais acentuada, diminuindo os valores de PA.
ALDOSTERONA, gerando uma vasoconstrição, facilitando ● Posição do paciente
aumento da pressão arterial. - Sentado;
PAUSA PARA FISIOLOGIA!!!!!!! - Pés apoiados no chão;
- Joelhos em torno de 90°;
- Costas apoiadas;
- Braço apoiado, à altura do coração;
● Posição do profissional
- Se estiver usando aparelho aneroide
com método auscultatório, estar
sentado com os olhos na mesma
altura do aparelho para evitar erros;
- Aparelhos digitais não necessitam de
tantos cuidados do profissional;
SINTOMAS
● Realizar medição
● HAS não causa sintomas, por isso é
chamada de “assassina silenciosa”;
- Com o paciente em posição
adequada, colocar o aparelho no
braço a ser medido (indiferente qual
usar, mas depois da aferição inicial,
nos dois braços, usar o “pior” braço);

O QUE EU PRECISO SABER PARA TOMAR DECISÃO ACERCA DO TTO DO PACIENTE???


1. SABER O NÍVEL PRESSÓRICO DO PACIENTE
2. AVALIAR A EXISTÊNCIA DE FATORES DE RISCO
3. AVALIAR A EXISTÊNCIA DE LESÕES DE ÓRGÃOS ALVO
AVALIAÇÃO DO PACIENTE HIPERTENSO Outros fatores de risco são estresse, raça negra, LOA e:
● Na anamnese, devemos pesquisar
antecedentes pessoais(doença
cardiovascular, doença cerebrovascular,
doenças arteriais periféricas, doenças
renais, alterações visuais);
● Outras comorbidades (principalmente
diabetes e dislipidemia);
● Avaliar presença de fator de risco
cardiovascular (1 ou + aumenta chance de
doença coronariana, cerebrovascular, renal
e arterial periférica nos pacientes ● No exame clínico, deve-se avaliar:
hipertensos); - Sopro carotídeo;
Uma estimativa confiável do risco CV pode ser feita de forma - Exame cardíaco cuidadoso,
prática por meio da identificação de FR, como idade > 65 anos, procurando cardiomegalia e sopros;
sexo (homens > mulheres), frequência cardíaca ( > 80 bpm), - Exame abdominal à procura de
aumento do peso corporal, diabetes melito, elevação do sopros e palpação da aorta;
LDL-c, HF e DCV, HF de HAS, tabagismo e fatores
psicossociais e/ou socioeconômicos;
- Exame dos vasos periféricos;
- Pesquisa de edemas;
● Presença LOA (lesão de órgão-alvo):
presença de HVE (hipertrofia ventricular
esquerda), DRC moderada a grave (RFG-e
< 60 ml/min/1,73m²) ou de outra avaliação
que confirme presença de LOA e doenças
prévias: DAC, IC, AVE, DAOP, FA e DRC
estágio 3 ou maior;
● Classificação do paciente:

RISCO CV ADICIONAL
- Velocidade de onda de pulso:
hipertensos de médio e alto risco;
- RNM de cérebro: pacientes com
distúrbios cognitivos ou demência;
MAPA
É necessário avaliar a presença de condições ● MAPA: Monitorização Ambulatorial de
clínicas associadas: Pressão Arterial;
● Doença cerebrovascular (AVE, AIT, ● Aparelho de pressão fica no braço do
disfunção cognitiva); paciente por 24h e ligado a um gravador das
● Doença cardíaca (IC, infarto, angina, medidas;
revascularização miocárdica); ● Insufla a cada 20 min durante o período
● Doença renal crônica estágio 4 (depuração diurno e a cada 30 min à noite;
menor que 30ml/min) ou albuminúria > ● Valores obtidos → referências:
300mg em 24h; - Média das pressões diurnas → 135x85
● Retinopatia avançada (III ou IV); mmHg
● Doença arterial periférica sintomática; - Média das pressões noturnas → 120 x
EXAMES SUBSIDIÁRIOS 70mmHg
● Avaliação laboratorial é importante para: - Média diária → 130x80 mmHg
- Determinar comorbidades e - Carga pressórica (% de medidas acima
condições clínicas associadas; da média no período) → 50%
- Ajudar a escolha de tratamento; - Descenso noturno → entre 10-20%
- Determinar causas secundárias; O fenômeno do descenso noturno é o fato de que a PA do
● Exames a serem pedidos: paciente, durante o sono, diminui de 10 a 20% quando
comparada a PA em vigília.
1. Fundo de olho
MRPA
2. ECG
● Paciente faz as medidas em casa;
3. Eletrólitos (potássio principalmente)
● 3 medidas separadas por 2 minutos;
4. Creatinina e estimativa do RFG
● Mesmo horário, manhã e noite;
5. Urina tipo I
● Preferencialmente durante a semana, 5 dias
6. Glicemia de jejum e HbA1c
seguidos;
7. Colesterol total, HDL-c e triglicérides
● Total de 30 medidas;
8. Ácido úrico
● Média de 135 x 85;
● Outros exames com indicações específicas: Obs. O diagnóstico de HAS pode ser feito em 3 situações: emergência
- Radiografia torácica: eventual hipertensiva (180x110), situações PA> 140x90, com RCV alto. Se
avaliação da aorta e do coração 140x90 com RCV baixo ou médio, considerar mais outra medida
(segunda consulta – não há tempo mínimo entre as duas aferições,
- Ecocardiograma: mais sensível para mas considere 15min -, MAPA ou MRPA).
detecção de SVE (sobrecarga Se em uma segunda consulta PA < 140x90, sem HAS (mas ainda
pode-se considerar MAPA ou MRPA), se > 140x90, com HAS.
ventricular esquerda), indicado para
DECISÃO TERAPÊUTICA
pacientes com clínica de IC;
METAS PRESSÓRICAS
- Microalbuminúria: diabéticos,
síndrome metabólica, dois ou mais
fatores de risco;
- US doppler de carótidas: presença
de sopro carotídeo, doença
aterosclerótica em outros locais;
- US renal com doppler: sopro ou
massas abdominais;
- Teste ergométrico: suspeita de
Doença Arterial Coronariana,
pacientes diabéticos, história familiar
de DAC;
● Considerar o seu uso combinado (mais de
um medicamento) em pacientes com
hipertensão estágio II e III;
● Respeitar o período mínimo de 4 semanas,
salvo em situações especiais para aumento
de dose, substituição da monoterapia ou
mudança da associação de fármacos;
● LEVAR EM CONTA CONDIÇÕES
OBS. observe que a pressão diastólica não pode ser muito baixa (2ª
recomendação):
SOCIOECONÔMICAS DO PACIENTE;
As coronárias só conseguem fazer a irrigação do músculo cardíaco
durante a diástole. Se a PAD cair muito, pode haver curva em J,
diminuindo a irrigação do próprio músculo cardíaco.

TRATAMENTO NÃO MEDICAMENTOSO

PRINCIPAIS CLASSES DE FÁRMACOS


● Diuréticos
- Sua finalidade é aumentar a
excreção de sódio e água, reduzindo
assim o volume plasmático e
provocando a queda dos níveis de
pressão arterial;
- Dentre os diuréticos utilizados na
terapêutica, estão:

Diuréticos de alça e tiazídico podem gerar


TRATAMENTO MEDICAMENTOSO hipocalemia, como uma “expoliação”.
● Deve ser eficaz por VO; Os diuréticos tiazídicos promovem depleção do volume
plasmático (reduz o volume extracelular em cerca de 10%),
● Se bem tolerado;
eliminação do edema da parede do vaso, redução da atividade
● Permitir a administração em menor número vascular, além de atuarem como vasodilatadores diretos. Em
possível de tomadas diárias, com associação terapêutica, o segundo fármaco a ser
preferência para aqueles com posologia em adicionado pode ser um tiazídico (exceto em caso de contra
dose única diária; indicação).

● Iniciar com as menores doses efetivas


preconizadas para cada situação clínica,
podendo ser aumentadas gradativamente.
Deve-se levar em conta que quanto maior a
DIURÉTICOS TIAZÍDICOS X HIPERPARATIREOIDISMO X
dose, maiores serão as probabilidades de
OSTEOPOROSE
efeitos adversos; O bloqueio à reabsorção de sódio no túbulo contorcido
O MEDICAMENTO ANTI-HIPERTENSIVO DEVE: distal faz com que o cálcio seja reabsorvido em seu lugar =
aumentam o cálcio no sangue, mas diminuem a calciúria.
diidropiridínicos, e este efeito promove certo
aumento no tônus simpático (efeito da
adrenalina), que se contrapõe ao efeito
inotrópico negativo (diminui força de contração
do coração).
● Fármacos deste subgrupo não causam
Os diuréticos de alça alterações na condução atrioventricular, e os
de curta ação podem, inclusive, elevar a
frequência cardíaca pela estimulação
simpática, como consequência de sua ação
vasodilatadora periférica.
● Os diidropiridínicos de curta ação, por este
motivo, não estão indicados para o tratamento
dos hipertensos.
● Inibidores da enzima conversora de
angiotensinogênio (IECA)
- Agem inibindo a enzima que
Diuréticos poupadores de potássio
converte a angiotensina para sua
forma ativa (angiotensina II, potente
vasoconstritor orgânico);
- O resultado final é uma
vasodilatação arterial periférica
(queda na RVP)

● Bloqueadores dos canais de cálcio (BCC)


- Bloqueiam canais de cálcio
presentes na membrana de certos
tipos celulares, reduzindo o influxo
de cálcio para o citoplasma;
- São tidos como vasodilatadores de
primeira escolha; Da família dos “pril”: captopril, enalapril…
- Demonstram eficácia notável no TTO
em idosos e negros (resistência
vascular periférica elevada);
- Todos os fármacos dessa classe
apresentam efetividade hipotensora
semelhante.
São excelentes anti-hipertensivos, e são particularmente
úteis na presença de:

Curiosidade: O anlodipino (di-hidropiridínico) pode gerar


edema maleolar e evoluir com dermatite ocre no terço distal da
perna:
Alguns indivíduos apresentam resposta vasodilatadora
exagerada nos membros inferiores, gerando hiperfluxo nessa
região e edema, pela maior transudação de líquido ao nível dos
capilares.

● Os diidropiridínicos têm maior potência


vasodilatadora periférica que os não
→ Redução no cronotropismo (FC), inotropismo
(contratilidade) e dromotropismo (condução
AV);
→ Redução do débito cardíaco (15-20%);
- A inibição beta-1 reduz também a liberação
de renina (rins):
→ Menor ativação do SRRA

OBS. Os inibidores da enzima conversora de angiotensina


(IECA) são contraindicados na gravidez, uma vez que são
teratogênicos e podem levar a formação de oligoidrâmnio,
prejudicando o feto!
● Bloqueadores do receptor AT1, de Obs. Estudos recentes mostraram que os benefícios dos BB
angiotensina II (BRA) são inferiores aos das demais classes, exceto em certos
subgrupos de pacientes (ex coronariopatías, portadores de
ICFER). Logo, os BB devem ser considerados com anti-
hipertensivos de 1ª linha somente nessas circunstâncias
específicas.

IECA + BRA = Essas duas medicações são pilares do


tratamento da HAS, no entanto, não devem ser utilizadas
conjuntamente, uma vez que os mecanismos de ação são
semelhantes, potencializando os efeitos colaterais! Doc, se liga
nesse diagrama esquematizando as associações de
medicamentos utilizadas para o tratamento da HAS👇

● Betabloqueadores (BB)
- Bloqueio do receptor beta-1 cardíaco:

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