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Leucemias

 Conceito 2. Linhagem Linfocítica (tec. Linfoide)


o Tumor de origem na medula
Quem é produzido na MO fica armazenado (3x o valor livre
provocando acúmulo de células na circulação) até que haja necessidade de serem liberados
brancas; para a circulação. Os linfócitos ficam armazenados nos
 Principais leucemias tecidos linfoides, com exceção de uma pequena parte
o Leucemia Mieloide Aguda (+F adulto) transportada no sangue.
o Leucemia Linfocítica Aguda (+F
criança)
o Leucemia Mieloide Crônica
o Leucemia Linfocítica Crônica( +F
idosos)

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Revisão de Hematopoese Medular


Local de produção dos leucócitos: Medula óssea
(granulócitos, monócitos e alguns linfócitos) e tecido
linfático (linfócitos e plasmócitos) – especialmente nos
linfonodos, baço, timo, tonsilas e em vários bolsões de
tecido linfoide em outras partes do corpo, como na MO e
nas placas de Peyer, no intestino.

Tipos de Glóbulos brancos: Neutrófilos, eosinófilos,


basófilos, monócitos, linfócitos e plasmócitos.

No sangue também são encontradas plaquetas, que são


fragmentos de megacariócitos. Fisiopatologia das leucemias

Protegem por fagocitose: Granulócitos e monócitos.  Mutação (deleção, translocação, ganho


cromossomial...)
Atuam em conexão com o sistema imune: Linfócitos e  Expressão de proto-ocogenes (+multiplicação
plasmócitos.
celular)
 Leucemia (Aguda ou crônica?)

A partir das células-tronco hematopoéticas pluripotentes


são formados 4 tipos de células-tronco. Além das
responsáveis pela formação das hemácias, são formadas Célula jovem = blasto = leucemia aguda
duas grandes linhagens:
Célula madura = leucemia crônica
1. Linhagem mielocítica (MO)

LEUCEMIA AGUDA

 O que as leucemias tem em comum?


Mutação com bloqueio PRECOCE na maturação e
estímulo à proliferação: BLASTOS EM EXCESSO

 Consequências clínicas e laboratoriais Aguda


o Febre (apenas a simples proliferação
de blastos – clone leucêmico, pode já
gerar);
o Pancitopenia e dor óssea (em
decorrência ocupação da medula);
o Leucocitose por blastos (devido à
leucemização, quando os blastos
ganham a corrente sanguínea)

Nessa fase, há risco de o doente desenvolver


síndrome de leucostase (cefaleia, dispneia...) porque o
sangue fica mais viscoso.

o Hepatoespleno, pele, SNC, gengiva,


órbita, linfonodo, testículo... (devido à
infiltração tecidual)

*Diagnóstico segundo OMS, segundo FAB > 30% LEUCEMIA MIELOIDE AGUDA (LMA)
Exceção à regra: diagnóstico de LMA com < 20% de blastos na
 Idade: adultos (M de mieloide vem depois de L de
MO acontece quando há sarcoma mieloide, ou quando são
identificadas certas alterações citogenéticas, como t(8,21), linfoide, assim como criança vem antes de adulto);
inv(16) e t(15,17).  Clínica clássica de uma leucemia aguda:
astenia (ANEMIA)/ Febre (LEUCOPENIA) /
 Como enxergar a MO?
Petéquias e equimose (PLAQUETOPENIA) e
1. Biópsia (celularidade)
complicações decorrentes de leucostase (mais
2. Aspirado/mielograma (morfologia, ajuda a
comum nos subtipos M4 e M5)/ infiltração
diferenciar se é um blasto mieloide ou
(hepatoespleno, pele...);
linfoide)
 Fatores de risco Tríade clássica: astenia + hemorragia + febre (mesma tríade da
anemia aplásica, sendo o diagnóstico diferencial mais importante
quando não houver leucocitose no hemograma).

A metástase da leucemia é infiltração.

 Clínica mais específica:


o Cloroma (M2: mais comum);
o CIVD (M3 – TTO: ATRA) – Há
tendência a hemorragia, devido ao
consumo dos fatores de coagulação;
o Hiperplasia gengival (M4 e M5);
destruir completamente o clone
mieloblástico.
1. Indução de remissão

Tem como objetivo “exterminar” o clone neoplásico


(população de blastos). A Remissão completa é
caraterizada por: a) DESAPARECIMENTO DOS BLASTOS
DO SANGUE PERIFÉRICO B) MEDULA ÓSSEA COM
MENOS DE 5% DE BLASTOS C) AUSÊNCIA DE CÉLULAS
COM BASTONETES DE AUER D) RECUPERAÇÃO
HEMATOPOIÉTICA (neutrófilos > 1.000/mm³ e
plaquetas > 100.000mm³- a contagem de hemácia não
 Como identificar um blasto mieloide? entra)

Esquema: arabinosídeo-C (citarabina ou ara-C) +


daunorrubicina (antraciclina)/idarrubicina, para
paciente jovem (esquema 7+3). Se não houver
remissão completa, repete-se o ciclo com o mesmo
esquema, sendo ara-C administrado em 5 dias e a
daunorrubicina/idarrubicina em 2 dias (esquema
5+2).

2. Terapia pós-remissão (ou “consolidação”)

Feita quando o paciente entrou em RC. Previne a


Morfologia: Bastonete de Auer +F M3 (Trata-se de agregados de
recaída da doença.
grânulos azurofílicos, que adquiriram o peculiar formato "em
agulha". São compostos por lisossomos fundidos, cujo interior
2.1. Quimioterapia de consolidação: Melhor
contém mieloperoxidase e outras enzimas da linhagem
granulocítica.) esquema usa ara-C em altas doses;
2.2. Transplante de células hematopoiéticas;
Citoquímica: Mieloperoxidase

Imunofenotipagem: CD34, CD33, CD14, CD13 (número de


telefone: 3334-1314

 Tratamento específico (quimioterapia e para


M3: ácido transretinoico – ATRA) o
Transplante alogênico de células
hematopoiéticas pode ser a única
chance de cura em alguns pacientes;
 Tratamento de suporte (pancitopenia)
o ANEMIA: Manter Hb >/= 6-7 (>/= 8-9
no cardiopata)
o PLAQUETOPENIA: avaliar transfusão
(1u/10kg) <10.000/mm³: SEMPRE
 < 20.000/mm³: se febre ou
infecção (porque esses
fatores tornam as plaquetas
disfuncionais)
 < 50.000/mm³: se
sangramento ativo
o LEUCOPENIA
RISCO: neutropenia febril!!!

Neutrófilos < 500/mm³ (segmentado e bastão) + 1 pico >/=38,3°C


o Quimioterapia: Alto poder OU >/= 38°C por mais de 1h.
mielotóxico com o objetivo de
1. Culturas + ATB (anti-pseudomonas): Cefepime (apesar
de ser antibiótico de amplo espectro, as bactérias gram
negativas que comumente causam)
2. Gram (+) (pele, cateter, pulmão, queda de PA)?
Acrescentar vancomicina
3. Sem melhora em 4-7 dias: Acrescenta antifúngico

Obs. Todos esses esquemas são para quando o paciente está


internado, quando o tratamento é ambulatorial a conduta é: Mais comum são os de linfócito B:

L1 = variante infantil (EXCELENTE PROGNÓSTICO, + CURA)

L2 = adulto

L3 = Burkitt-like

 Síndrome da lise tumoral


Se a quimioterapia funcionar, haverá um excesso de células, que
eram acumuladas na medula, indo para a corrente sanguínea,
como consequência:

1. Liberação de K+ (presente no meio intracelular) 


paciente pode evoluir para hipercalemia (ALTERAÇÃO
MAIS GRAVE)  Clínica mais específica
2. Liberação de fosfato  hiperfosfatemia, queda da o Dor óssea
calcemia (consumo devido ao tropismo do fosfato),
podendo calcificar em fosfato de cálcio, risco de o Linfonodomegalia/ infiltração para SNC e
nefropatia testículo
 Diagnóstico: >/= 20% blastos na MO
Prevenção: HIPERIDRATAR

3. Liberação de ác. Nucleico  hiperuricemia, risco de


nefropatia

Prevenção: alopurinol (evita fabricação de á. Úrico), rasburicase


(degrada á. Úrico), hidratação
Morfologia: nada de específico
 Fatores de prognóstico desfavorável na LMA
Citoquímica: PAS (Ácido Periódico de Schiff)

Imunofenotipagem: CD10, CD19, CD20 (linhagem B), CD3, CD7


(linhagem T)

Para decorar linhagem T: idade dos filhos da Tia: 3 e 7 anos

Citogenética (FISH ou Cariótipo): t(12,21)/ Hiperploidia (Bons...),


t(9,22): Cr. Philadelfia (Ruim...)

Bom: responde melhor à quimioterapia.

 Tratamento igual à LMA


 Fatores de prognóstico desfavorável
LEUCEMIA LINFOCÍTICA AGUDA (LLA)

 Idade: criança ... (mais comum na infância)


 Subtipos de LLA

LEUCEMIA CRÔNICA
 Conceito o Neutrofilia acentuada com desvio
o Bloqueio TARDIO na maturação + para esquerda*
proliferação: FORMAS ADULTAS EM o Fosfatase leucocitária BAIXA
EXCESSO (diferente de reação leucemoide, que
é alta – leucocitose elevadíssima que
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lembra leucemia, mas não é)
o Síndrome de Leucostase

Apesar da contagem total de leucócitos ser maior na


LMC do que na LMA, a síndrome da leucostase é mais
frequente nesta última. Os blastos aumentam mais a
viscosidade sanguínea do que os neutrófilos maduros,
considerando a mesma contagem na periferia (os
blastos são "grandes" e "pouco deformáveis")... Na
LMC, como as células leucêmicas são relativamente
maduras, a hiperleucocitose por si só não costuma
causar sintomas! Sendo assim, a leucostase começa a
Os números entre parêntese significam a porcentagem de cada ocorrer nessa doença apenas com leucometrias acima
leucócito, na ordem: de 200.000/mm³, enquanto que na LMA a leucostase
já pode ocorrer com leucometrias entre 50.000-
100.000/mm3.

o Esplenomegalia de grande monta

*infecção não é frequente


Leucocitose com desvio à esquerda/ desvio à direita
 Diagnóstico
Tem a ver com os neutrófilos, desvio à esquerda é a liberação para
a medula de neutrófilos mais jovens.

 Consequências clínicas e laboratoriais


o Leucocitose por céls adultas e risco de
leucostase (acúmulo de células
maduras não se faz na medula, então
vão rapidamente para a corrente
sanguínea)
 Evolução
Obs. Não há pancitopenia evidente, tratamos aqui de células o Fase crônica  Fase acelerada
maduras que não costumam se acumular na MO. (critérios da OMS)  crise blástica
o Infiltração tecidual (baço, fígado e (leucemia aguda, >/=20% de blasto
linfonodo) MO...)

LEUCEMIA MIELOIDE CRÔNICA (LMC)

 Causa: Cromossomo Philadelfia t(9,22)

 Tratamento
 Doença neoplásica com proliferação clonal do o Inibir tirosina quinase (imatinibe –
precursor mieloide: Gleevec)
o Mantém a capacidade de o Transplante de MO
diferenciação;  Critérios de resposta
 Clínica e laboratório:
o Basofilia e eosinofilia
Os casos em azul: mais graves! Trata-se com
clorambucil ou fludarabina.

LEUCEMIA LINFOIDE CRÔNICA (LLC)

Acúmulo da linhagem linfoide adulta (LINF B – CD5)

Na LLC, há acúmulo de linfócito B, mas que não


progride (alguns deveriam ser transformados em
plasmócitos fabricadores de anticorpos), assim, o
paciente faz infecção frequente, diferente da LMC.

 Manifestações
o Linfocitose
o Hipogamaglobulinemia (pouco
anticorpo): infecção frequente
o Linfonodomegalia
o Casos graves: anemia e plaquetopenia

"Manchas de Gumprecht" ➡ São artefatos


produzidos por danos aos linfócitos durante
preparo da lâmina para hematoscopia.

 Diagnóstico
o Linfocitose (> 5000) + linfócitos B CD5
(Citometria de fluxo) (+)
 Estadiamento e tratamento

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