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LEUCEMIA

LEUCEMIAS

1. Proliferação neoplásica generalizada de células hematopoiéticas oriundas


de um mesmo clone.
2. Células passam a ocupar toda MO impedindo a proliferação de seus
elementos normais.
3. Saem da MO e invadem o sangue periférico atingindo outros órgãos.
 Baço
 Fígado
 SNC
 CFu-GEMM (unidade  Célula pós-tímica;
formadora de colônias
granulocítica/eritróide/megacari  Cél. pró-B;
ocítica/monocítica);
 Cél. pré-pré-B;
 BFu-E (unidade formadora de
explosão (burst) eritróide);  Cél. pré-B; célula Mature

 CFu-E (CFu eritróide);  B. SCF (fator da stem cell);

 CFu-GM (Cfu  Il (interleucina); GM-CSF (fator


granulocíticas/monocíticas); estimulador de colônias
granulomonocíticas);
 CFu-G (CFu granulocítica);
 G-CSF (fator estimulador de
 CFu-M (CFu monocítica); colônias granulocíticas);

 CFu-Eo (CFu eosinofílica);  M-CSF (fator estimulador de


colônias monocíticas);
 CFu-baso (CFu basofílica);
 Epo (eritropoietina);
 BFu-Meg (BFu de
megacariócitos);  tpo (trombopoietina);

 CFu-Meg (CFu  tnF (fator de necrose tumoral).


megacariocítica);

 BFu-E/Meg (unidade formadora


de colônias
eritróide/megacariocítica);*

 CFu-GMEo (unidade formadora


de colônias
grânulo/mono/eosinofílicas).

 Célula pró-t (pró-timo);

 Cél. pré-t (pré-timo);

 Célula intratímica;
aul: leucemia agudas; llC: leucemias
indiferenciada aguda; linfóides crônicas
Bal: leucemia primárias (llC típica,
bifenotípica aguda; llC atípica, l. células
lMC: leucemia cabeludas, l. pró-
mielóide linfocítica etc.); lnHs:
crônica; pV: linfomas não-Hodgkin
policitemia vera; MF: leucemizados
mielofi brose; tE: (folicular, células
trombocitemia manto,
essencial; Hpn: linfoplasmocítico,
hemoglobinúria Sézary etc.); MM:
paroxística noturna; mieloma múltiplo.
aa: anemia aplástica;
SMd: síndromes
mielodisplásicas; lMa:
leucemia mielóide
aguda; apSV: aplasia
pura de série
vermelha; l.Eos
(leucemia
eosinofílica); l.baso
(leucemia de
basófi los); lla:
leucemias linfóides
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LEUCEMIAS AGUDAS

 Curso rápido
 Predomínio de células blásticas da série mieloide, linfoide e monocítica pela deficiência
na maturação celular.
 Medula hiperplásica com aumento do número de blastos
 Manifestações clínicas:
– Anemia normocítica e normocrômica;
– Granulocitopenia com febre e infecção;
– Plaquetopenia com púrpuras e hemorragias;
– Esplenomegalia e linfadenopatia ;
– Dores ósseas;
– Leucostase.
HEMOGRAMA NAS LEUCEMIAS
AGUDAS
 Pensar em leucemia aguda quando forem notados:
 Anemia de rápida instalação: não havendo perda sanguínea que a justifique e havendo sinais sistêmicos de doença.
 Púrpura recente: se equimoses, petéquias e sangramento das mucosas forem súbitos (de um dia para outro) e notados em paciente
com bom estado geral, sem aspecto doentio, o diagnóstico de púpura trombocitopênica aguda é mais provável; caso contrário, com
empalidecimento, anorexia, febrícula e duração de algumas semanas, pensar em LA.
 Febre ou outros sinais de infecção com anemia e/ou púrpura recentes: é a apresentação clássica de LA; são sinais de
pancitopenia (anemia, trombocitopenia e neutropenia).
 Dor óssea (40% dos casos): pesquisá-la pela pressão digital no esterno. Não é apanágio da LA: está presente em qualquer
disseminação tumoral metastática na medula.
 Linfonodomegalias: presentes em 60% dos casos de LLA; raras na LMA.
 Esplenomegalia: o baço é palpável em 70% dos casos de LLA e 30% de LMA.
 Dores reumáticas em criança: são associadas a qualquer desses itens.
 Gengivite hipertrófica: caracteriza os tipos monocíticos de LMA.
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Diagnóstico laboratorial geral

Hemograma
– Anemia, neutropenia e trombocitopenia
– Presença de mais de 20% de blastos dentre os leucócitos
Mielograma
– Infiltração de blastos superior a 30% - FAB
– Infiltração de blastos superior a 20% - OMS
Tipo citológico
– Identificação através de coloração citoquímica para diferenciação de
mieloblastos e linfoblastos
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Diagnóstico geral

 Imunofenotipagem:
– Demonstra que a origem das células leucêmicas podem estar direcionadas
para células mais indiferenciadas, explicando desta forma o
comprometimento de eritroblastos e megacarioblastos.
– Podemos encontrar marcadores como CD7 (Linf.) e CD 13 (mieloide).
– Complementa o mielograma.
– Identifica a linhagem celular.
– Identifica o estágio de maturação.
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CLASSIFICADAS DE ACORDO COM O TIPO DE
LEUCÓCITOS

 As leucemias são classificadas de acordo com o tipo de leucócitos que afetam.


Baseando-se neste critério, temos dois grandes grupos de leucemias, separados segundo
a linhagem de células brancas acometida. Uma leucemia é chamada linfocítica,
linfoblástica ou linfoide quando atinge as células linfoides, isto é, aquelas derivadas do
precursor linfoide (células NK, linfócitos T, linfócitos B e plasmócitos). Quando uma
leucemia é classificada como mieloide ou mioloblástica, significbb a que as células
alteradas são as mieloides, derivadas do precursor mieloide (mastócitos, basófilos,
neutrófilos, eosinófilos e monócitos).
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LEUCEMIAS AGUDAS

 Curso rápido
 Predomínio de células blásticas da série mieloide, linfoide e monocítica pela deficiência
na maturação celular.
 Medula hiperplásica com aumento do número de blastos
 Manifestações clínicas:
– Anemia normocítica e normocrômica;
– Granulocitopenia com febre e infecção;
– Plaquetopenia com púrpuras e hemorragias;
– Esplenomegalia e linfadenopatia ;
– Dores ósseas;
– Leucostase.
TIPOS DE LEUCEMIAS

M0; M1; M2; M3; M4; M5;


AGUDA
M6 e M7
MIELOIDE

CRÔNICA

LEUCEMIA

AGUDA L1; L2 e L3

LINFOCITICA

CRÔNICA
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CRITÉRIO DE CLASSIFICAÇÃO

– Grupo Franco – Americano- Britânico (FAB)


– MIC
– OMS
– Grupo European Group for the Immunological Classification of Leukemias
(EGIL)
CLASSIFICAÇÃO MEDULAR

GRUPO CLASSIFICAÇÃO

Primeira classificação mundialmente aceita Critérios: morfológicos e citoquímicos Blastos na LA > 30%
na medula óssea LMA (M1 a M6)
FAB*
Em 1985, essa classificação foi revisada e adotaram-se critérios imunofenotípicos, incluindo o subtipo
(1976)
LMA M7, através da confirmação de blastos plaquetários, e o subtipo M0, através de marcadores
monoclonais
MIC** Critérios: morfológicos, imunológicos e citogenéticos

Critérios: imunológicos (expressão de antígenos na superfície celular a partir de painéis de


EGIL*** anticorpos monoclonais)
(1995) Definição de leucemias bifenotípicas agudas (BAL)
Foi proposta a classificação que separa e define os subtipos de leucemias agudas (mielóide,
linfóide ou bifenotípica)
WHO**** Blastos na LA > 20% na medula óssea
(1997) LMA passa a ser valorizada através de seus dados de recorrência citogenética e da história
clínica e/ou aspectos displásicos na medula óssea
*French-American-British.
**Morphological-Immunological-Cytogenetic. ****World Health Organization.
***European Group for the Immunological Characterization of Leukemias. Adaptado de Szczepanski et al., 2
CONFORME CLASSIFICAÇÃO FAB LMA
TESTES CONFIRMATÓRIO
SUDAM
BLACK B (SBB)
O SBB é uma substância lipossolúvel muito usada
para demonstração de lípides em células
sanguíneas que, apesar de os conterem em seu
citoplasma, membrana plasmática e algumas
organelas, não são exibidos pelas colorações
Romanowsky. Em contato com os lípides celulares
o SBB difunde-se e é fragmentado por entre essas
moléculas e à solução corante, de modo a
conferir às moléculas lipídicas uma coloração
escura (OLIVEIRA; NETO, 2004).

Cora as linhagens granulocítica (positivo forte),


monocítica (reações em graus variados de
positividade)- tornando-se mais intensa em células
com maior grau de maturaçãoe eosinófilos
(fracamente). Porém, é negativo nos mieloblastos
normais; nas séries megacariocítica e eritroide; e
também nas células linfoides, inclusive nos
linfócitos presentes na LLC. É muito usado para
distinguir as LLAs das LMAs e é interpretado
similarmente com as reações da POX (OLIVEIRA;
NETO, 2004).
ÁCIDO PERIÓDICO DE SCHIFF
(PERIODIC ACID- SCHIFF, PAS)
O PAS é um agente oxidante que converte em
aldeído os grupos hidróxidos de carbono,
formando um complexo de cor vermelha no
citoplasma das células, resultante da presença do
reativo de Schiff (pararosanilina e metabissulfito de
sódio). A leitura do PAS. pode ser feita através do
padrão granular, difuso ou em blocos. Esta reação
é positiva na presença de polissacarídeos,
mucopolissacarídeos e glicoproteínas (OLIVEIRA,
2008).
Células PAS positivas terão grãos com uma
coloração entre o róseo e o vermelho , que podem
ser caracterizados como score de zero (negativo)
a quatro cruzes (4+).
Estas células incluem neutrófilos, mielócitos
neutrófilos, monócitos, megacariócitos, plaquetas,
eritroblastos patológicos, linfócitos normais, maioria
dos blastos leucêmicos etambém linfócitos
patológicos (reação mais intensa que nos normais)
(OLIVEIRA; NETO, 2004), incluindo os presentes na
LLC que são, portanto, PAS positivos (OLIVEIRA,
2008).
FOSFATASE ÁCIDA

A fosfatase ácida é uma enzima


lisossomal contida nos grânulos primários
dos granulócitos, de modo que sua
atividade é mais evidente nos
promielócitos e mielócitos, que contém
grande número desses grânulos
(OLIVEIRA; NETO, 2004), porém também é
encontrada em células pilosas, histiócitos,
linfócitos e macrófagos
ativados(ANDERSON; POULSEN, 2005). A
detecção da sua atividade pode ser
muito útil na distinção entre os vários
subtipos de linfoblastos (OLIVEIRA; NETO,
2004).
Cerca de 95% dos casos de LLC são da
linhagem B, com fosfatase ácida positiva
nos elementos linfoides da linhagem T,
porém negativo para os da linhagem B
(OLIVEIRA; NETO, 2004).
MIELOPEROXIDASE
(POX)

A POX é uma enzima lisossomal localizada


nos grânulos dos neutrófilos, monócitos e
eosinófilos, podendo estar presente
também em megacariócitos e plaquetas. É
capaz de catalisar a oxidação de
substâncias pelo peróxido de hidrogênio,
de acordo com a equação: XH2 + H2O2 X
+ 2H2O, em que X é a substância oxidada
ou indicador. A presença de atividade da
POX nas células é indicada pela oxidação
(com revelação de cor) da substância ou
indicador (OLIVEIRA; NETO, 2004).
A POX está ausente em linfócitos normais e
esta condição não muda nos linfócitos
neoplásicos, de forma que a reação de
POX na LLC é negativa (OLIVEIRA; NETO,
2004).
Alfa-naftil-
acetato esterase

A técnica é trabalhosa. Cora em


pardo-escuro o citoplasma das
células de origem monocítica,
diferenciando-as dos precursores
mieloides e das células
leucêmicas sem essa orientação.
Está em desuso.
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CITOQUÍMICA E IMUNOCITOQUÍMICA

 Fosfatase ácida tartarato-resistente


(TRAP): a técnica é trabalhosa. A
positividade TRAP é característica das
células cabeludas da hairy cell leukemia
(HCL). Ainda é usada em laboratórios de
patologia para identificá-las na medula
óssea. As células da HCL variante são
negativas.
IMUNOFENOTIPA
GEM DAS
LEUCEMIAS
AGUDAS
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CITOMETRIA EM FLUXO E IMUNOFENOTIPAGEM

 A principal aplicação da citometria em fluxo é a imunofenotipagem de células


sanguíneas e da medula óssea, e de células tumorais, isto é, a identificação e
quantificação de antígenos celulares através de anticorpos monoclonais
marcados com fluorocromo. Até o presente, mais de 200 classes de anticorpos
(cluster designations = CD) foram produzidas e comercializadas, identificando
antígenos da membrana, do citoplasma e até do núcleo.
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IMUNOFENOTIPAGEM DAS LEUCEMIAS AGUDAS
APLICAÇÕES DA CITOMETRIA EM FLUXO
LEUCEMIAS AGUDAS
LEUCEMIA AGUDAS

1. Curso rápido 3. Medula hiperplásica com aumento do número


de blastos
2. Predomínio de células blásticas da série
mieloide, linfoide e monocítica pela deficiência na Manifestações clínicas:
maturação celular.
• Anemia normocítica e normocrômica;
• Granulocitopenia com febre e infecção;
• Plaquetopenia com púrpuras e hemorragias;
• Esplenomegalia e linfadenopatia ;
• Dores ósseas;
• Leucostase.
LEUCEMIAS AGUDAS DIAGNÓSTICO
CLÍNICO GERAL

 1. Fraqueza
 2. Palidez progressiva
 3. Hemorragias
 4. Infecções
 5. Adenomegalia, esplenomegalia e hepatomegalia
 6. Estados compressivos do mediastino pela proliferação e crescimento
do tecido linfoide
 7. Possibilidade de infiltração testicular e SNC
LEUCEMIAS AGUDAS DIAGNÓSTICO
CLÍNICO GERAL

Infiltração das células leucêmicas no SNC (neuroleucemia) podem causar


sintomas semelhantes aos da meningite:
1. Cefaléia
2. Tontura
3. Náusea
4. Perturbação visual
5. Paralisia dos nervos cranianos
LEUCEMIAS AGUDAS DIAGNÓSTICO
CLÍNICO GERAL

Hemograma
• Anemia, neutropenia e trombocitopenia
• Presença de mais de 20% de blastos dentre os leucócitos
Mielograma
• Infiltração de blastos superior a 30% - FAB
• Infiltração de blastos superior a 20% - OMS
Tipo citológico
• Identificação através de coloração citoquímica para diferenciação de
mieloblastos e linfoblastos
LEUCEMIAS AGUDAS DIAGNÓSTICO
CLÍNICO GERAL

Imunofenotipagem:
• Demonstra que a origem das células leucêmicas podem estar
direcionadas para células mais indiferenciadas, explicando desta forma o
comprometimento de eritroblastos e megacarioblastos.
• Podemos encontrar marcadores como CD7 (Linf.) e CD 13 (mieloide).
• Complementa o mielograma.
• Identifica a linhagem celular.
• Identifica o estágio de maturação.
LEUCEMIA LINFOIDE
AGUDA
LEUCEMIA LINFOIDE AGUDA

 1. Doença primariamente da infância.


 2. Pico de incidência entre 3 a 7 anos.
 3. Caracterizada por crescimento de tecido linfoide, infiltração no SNC e
testículos.
 4. Podem ser geradas por translocações entre o cromossomo 8 e 14, por
infecções virais (HTLV-1) e alterações como Anemia de Fanconi, Síndrome
de Down e Bloom.
LEUCEMIA LINFOIDE AGUDA

• As principais características clínicas dos pacientes com LLA são febre,


anemia, fadiga, anorexia e sangramento. Além disso, a dor óssea devido ao
comprometimento da medula óssea também é muito freqüente, e crianças
pequenas podem mancar ou recusar-se a andar.
• Os pacientes com leucemia apresentam um maior número de células
imaturas no sangue, podendo ser identificadas no hemograma e o
diagnóstico final é feito através de punção aspirativa da medula óssea. O
tratamento preconizado para a LLA é a quimioterapia e em alguns casos o
transplante de medula óssea, visando substituir a medula “doente” por uma
sadia.
• No Brasil, as crianças e jovens com LLA curam-se em 70% a 80% dos casos.
SUBTIPOS DE LLA - FAB

TIPO CARACTERÍSTICAS Classificação da OMS


Blastos pequenos e homogêneos, difícil observar
LLA tipo L1 LLA de células B precursoras
nucléolos
Blastos de tamanho variável, heterogêneo,
LLA tipo L2 nucléolos grandes LLA de células T precursoras
visíveis. Diagnóstico diferencial com LMA-M7.
Blastos grandes, citoplasma basófilo e
LLA tipo L3 vacuolizado. Forma de LLA de células B maduras
pior prognóstico.
LEUCEMIA LINFOIDE AGUDA ASPECTO
CITOLÓGICO

 1. Presença de blastos tipo T ou B


 2. Maior frequência do tipo B
 3. Cromatina fina e uniforme
 4. Citoplasma escasso, azul pálido sem grânulos
 5. Ausência de Bastões de Auer
LEUCEMIA LINFOIDE AGUDA
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL

Mielograma : substituição das células normais pelas células leucêmicas –


superior a 30%
Provas citoquímicas
1. Negativos para peroxidase e Sudan Black
2. Apresentam PAS e marcador nuclear TdT positivo
3. Fosfatase alcalina dos Neutrófilos (NAP)é normal
PROVAS CITOQUÍMICAS

PAS: ácido periódico de Schiff


 1. Reação positiva para presença de polissacarídeos e
mucopolissacarídeos.
 2. Identificação do glicogênio
 3. Ácido periódico oxida os resíduos de glicose .
 4. Aldeído produzido reage com reagente de shiff produzindo coloração
púrpura – magenta
Linfócitos e seus precursores são ricos em glicogênio citoplasmático
positivando a reação com produção de coloração vermelha
PAS - POSITIVO
LEUCEMIA LINFOIDE AGUDA
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL

Marcador nuclear TdT:


 1. Terminal deoxinucleotidil transferase
 2. Enzima nuclear característica de precursores linfoides.
 3. Observada em células pré-B e linfoblastos T. Ausente em Linfoblastos B
maduros
 4. Utilização de anticorpo monoclonal marcado com fluoresceína
 5. Realizada em esfregaço e examinada à fluorescência
LEUCEMIA LINFOIDE AGUDA

LEUCEMIAS DE BOM PROGNÓSTICO LEUCEMIAS DE MAL PROGNÓSTICO


 1. Hiperploidia (maior 50 cromossomos)  1. Translocações: T(8;14), t(2;8), T(8;22)
e T(4;11), T(8;14) estão associadas a
 2. Idade entre 2 a 10 anos LLA do tipo L3
 2. Idade inferior a 12 meses e adultos
 3. Sexo masculino
LLA - L1

 Blastos pequenos e
homogêneos, difícil
observar nucléolos.
LLA – L2

Blastos de tamanho
variável,
heterogêneo,
nucléolos grandes
visíveis. Diagnóstico
diferencial com
LMA-M7.
LLA – L3

Blastos grandes,
citoplasma
basófilo
e vacuolizado.
Forma de pior
prognóstico.
TRICOLEUCEMIA
CRITÉRIO PARA DIAGNÓSTICO
TRICOLEUCEMIA
LEUCEMIA MIELÓIDE
AGUDA
INTRODUÇÃO
SINTOMAS
DIAGNÓSTICO DA
LEUCEMIA MIELOIDE AGUDA
 A leucemia mieloide aguda (LMA) é diagnosticada por biópsia da medula óssea usando análise morfológica,
citoquímica, imunofenotípica e citogenética / molecular.

 De forma simplificada, o diagnóstico de LMA é dado quando é encontra do mais de 20% de mieloblastos
leucêmicos no sangue periférico ou no mielograma. ou, menos que esta porcentagem de blastos, em casos
em que há alterações genéticas definidas (por ex: translocação 8;21 ou rearranjo gênico AML1/ETO).
Portanto, para se fazer o diagnóstico de LMA deve-se examinar morfologicamente as células blásticas da
medula óssea, proceder à imunofenotipagem, à análise citogenética e genético-molecular.

 Deve haver diminuição de células das outras linhagens (menor número de hemácias, plaquetas e leucócitos
normais sendo produzidos). Em alguns casos, há atipias e displasias das células.

 Um achado patognomônico da LMA é a visualização de Bastones de Auer, vistos como pequenas linhas
dentro do citoplasma celular.
DIAGNÓSTICO
DIAGNÓSTICO
HEMOGRAMA

 Em 90% dos casos de LMA há anemia em graus variáveis que é devida à falha
na produção. Os reticulócitos habitualmente estão entre 0,5 e 2%. A
leucometria pode estar aumentada, normal ou diminuída e em todas estas
situações pode haver neutropenia e a presença de mieloblastos, exceto em
alguns pacientes leucopênicos, situação em que os blastos podem não ser
encontrados. Entretanto, há casos em que a pesquisa dirigida utilizando a
concentração de leucócitos por centrifugação pode evidenciá-los. A
plaquetopenia está presente na grande maioria dos casos.
MIELOGRAMA

 A medula na LMA, via de regra, é hipercelular às custas de blastos cuja


morfologia deve ser analisada para distinguir os diferentes tipos de células
como os mieloblastos (tipo I: mieloblastos com cromatina frouxa, nucléolos
proeminentes, citoplasma sem grânulos; blastos tipo II: semelhantes ao tipo I,
exceto por conterem de 1 a 15 grânulos azurófilos; blastos tipo III que contêm
uma área correspondente ao complexo de Golgi e numerosos grânulos
azurófilos), promielócitos displásicos na leucemia promielocítica aguda (LPA),
monoblastos e promonócitos na leucemia monocítica e megacarioblastos na
leucemia megacariocítica.

 Os mieloblastos podem apresentar bastão de Auer e positividade para as


reações enzimático-citoquímicas como peroxidase, negro de Sudam ou naftil-
cloro-acetato esterase.
PROVA CITOQUIMICA
LEUCEMIA MIELOIDE AGUDA PROVAS
CITOQUÍMICAS

Peroxidase:
 1. Enzima presente nas granulações primárias (azurófilas) das células da
série mieloide
 2. Em presença de H2O2 ,a peroxidase oxida a benzidina presente no
reagente (que é incolor) tonando-a azul ou castanha .
 3. Realizada em esfregaço e analisada em objetiva de imersão.
MPO - MIELOPEROXODADE
PEROXIDASE
LEUCEMIA MIELOIDE AGUDA PROVAS
CITOQUÍMICAS

Sudan Black:
 1. Cora lipídeos e fosfolipídeos.
 2. Positivo para granulações azurófilas e específicas.
 3. Diferencia LLA e LMA
 4. Prova mais sensível do que a peroxidase
 5. Grânulos coram-se fracamente nos blastos e fortemente nos NE
maduros
SUDAN BLACK
BASTÃO DE AUER

São encontrados principalmente na Leucemia Promielocítica, também chamada de LMA-M3


pela classificação FAB. Mas, também são encontrados em outros subtipos de LMA, como a LMA-
M1, -M2, e M4.
Classificação de LMA da Organização
Mundial da Saúde
Classificação FAB de LMA, Imunofenotipagem,
Cariótipo e Rearranjo Gênico.
Categorias de risco citogenético para LMA
A LMA apresenta 8 grupos distintos pela Classificação FAB, a saber, mas os métodos
diagnósticos para identificação da LMA e classificação dos subtipos são baseados
em critérios morfológicos, citoquímicos e de imunofenotipagem, acrescidos da
análise genética

 M0 - LMA sem diferenciação morfológica;


 M1 - LMA com mínima diferenciação morfológica;
 M2 - LMA com diferenciação (componente monocítico < 20%);
 M3 - LMA promielocítica hipergranular
 M3 variante hipogranular;
 M4 - LMA mielomonocítica (células monocíticas maior ou igual 20%)
 M5 - LMA monocítica (com células monocíticas maior ou igual 20% dascélulas leucêmicas)
 M5a - LMA monoblástica (sem diferenciação, blastos maior ou igual 80%)
 M5b - LMA monocítica (com diferenciação, blastos < 80%);
 M6 - eritroleucemia e variante;
 M7 - LMA megacarioblástica (26, 38, 55).
LEUCEMIA MIELÓIDE AGUDA - LMA

CLASSIFICAÇÃO CITOGENÉTICA PROGNÓSTICO


LMA – M0 - sem diferenciação morfológica;
LMA – M1 - com mínima diferenciação
morfológica
LMA – M2 - com diferenciação
(componente monocítico < 20%);
LMA M2 - com diferenciação (componente
monocítico < 20%);
LMA M2 (EOSINOFILICA)
LMA – M3
LMA M3 - promielocítica hipergranular
Em casos de Leucemia Promielocítica hipergranular é
possível encontrar promielócitos com inúmeros bastões
de Auer, sendo chamados de Faggot cells (seta).
LMA – M3 VARIANTE - Hipogranular;
LMA – M4
LMA – M4 - mielomonocítica (células
monocíticas maior ou igual 20%)
LMA – M5
LMA - M5 - monocítica (com células monocíticas
maior ou igual 20% dascélulas leucêmicas)
LMA- M5A - monoblástica (sem diferenciação,
blastos maior ou igual 80%)
LMA- M5B - monocítica (com
diferenciação, blastos < 80%);
LMA – M6
LMA - M6 - eritroleucemia e variante
LMA – M7
LMA – M7 - Megacarioblástica

Pela classificação FAB, corresponde à LMA-M7, e


contém marcadores da linhagem
megacariocítica, como CD41, CD42, e CD61.
CITOMETRIA DE FLUXO

 Este teste é realizado em aparelhos automatizados capazes de qualificarem e


quantificarem as células positivas, previamente tratadas com anticorpos monoclonais
específicos. O resultado é emitido por meio de gráfico que identifica áreas compostas
por diferentes células. O resultado positivo para determinado CD é identificado por
uma área de cor vermelha onde se localizam as células que reagiram com os
anticorpos monoclonais.
LEUCEMIA MIELOIDE AGUDA
MARCADORES

1. Precursores hematopoéticos: CD 34, HLA-DR, Tdt e CD 45

2. Linhagem B: CD10, CD 19, CD 20, CD 22 e CD 79a

3. Linhagem T: CD 2, CD 3, CD4, CD 5 e CD 7

4. Linhagem mieloide: CD 13, CD33, CD 15, MPO e CD 117

5. Linhagem monocítica: CD14, CD11c e CD64

6. Linhagem eritroide; CD71 e glicoforina A

7. Linhagem megacarioblástica: CD 41 e CD42.


LEUCEMIA MIELÓIDE AGUDA
CLASSIFICAÇÃO

1. LMA tipo mielomonocítica: anti-MPO, CD13, CD33, CDw65 e/ou


CD117.

2. LMA tipo eritróide: glicoforina A+.

3. LMA tipo megacariocitária: CD41 e/ou CD61.


LEUCEMIA MIELOIDE AGUDA
HEMOGRAMA

 Em 90% dos casos de LMA há anemia em graus variáveis que é devida à falha na
produção.
 Os reticulócitos habitualmente estão entre 0,5 e 2%.
 A leucometria pode estar aumentada, normal ou diminuída e em todas estas situações
pode haver neutropenia e a presença de mieloblastos, exceto em alguns pacientes
leucopênicos, situação em que os blastos podem não ser encontrados.
 Entretanto, há casos em que a pesquisa dirigida utilizando a concentração de
leucócitos por centrifugação pode evidenciá-los.
 A plaquetopenia está presente na grande maioria dos casos.
MIELOGRAMA

• A avaliação de esfregaço de aspirado de medula óssea corado por Leishman, May-Grünwald-


Giemsa ou Wright-Giemsa, deve ser feita de imediato como forma de análise preliminar da
morfologia e direcionamento dos demais exames.
• A primeira avaliação diz respeito ao aspecto da amostra, isto é, se ela é adequada para o
diagnóstico, pois aspirados hemodiluídos ou secos podem não refletir a verdadeira situação da
medula óssea.
• A medula na LMA, via de regra, é hipercelular às custas de blastos cuja morfologia deve ser
analisada para distinguir os diferentes tipos de células como os mieloblastos (tipo I: mieloblastos
com cromatina frouxa, nucléolos proeminentes, citoplasma sem grânulos; blastos tipo II:
semelhantes ao tipo I, exceto por conterem de 1 a 15 grânulos azurófilos; blastos tipo III que
contêm uma área correspondente ao complexo de Golgi e numerosos grânulos azurófilos),
promielócitos displásicos na leucemia promielocítica aguda (LPA), monoblastos e promonócitos
na leucemia monocítica e megacarioblastos na leucemia megacariocítica.
• Os mieloblastos podem apresentar bastão de Auer e positividade para as reações
enzimáticocitoquímicas como peroxidase, negro de Sudam ou naftil-cloro-acetato esterase.
BIOPSIA DE MEDULA

 A biópsia de medula óssea (BMO) oferece melhor quantificação da celularidade e


pode demonstrar ilhotas residuais de eritropoese e megacariocitopoese além de
aspectos não evidenciáveis pelo aspirado como o grau de fibrose, que via de regra é
intensa nas leucemias megacarioblásticas. Adicionalmente, nos casos em que a
hipocelularidade é intensa, há a obrigatoriedade de se fazer a BMO para diagnóstico
diferencial entre anemia aplástica ou síndrome mielodisplásica hipocelular, ainda que
tal diferenciação possa ser difícil.
LEUCEMIA MIELOIDE AGUDA - FISH

• A hibridação in situ por fluorescência (FISH) é técnica que utiliza uma sonda (seqüência
de DNA)complementar à seqüência alvo que se pretende pesquisar. Existem sondas para
diversos loci gênicos ebastante úteis na prática diária.
• A vantagem desta técnica reside fundamentalmente em três aspectos: rapidez,
sensibilidade eespecificidade. Rapidez, porque em poucas horas obtém-se um resultado,
pois não há a necessidadede cultura de células para obtenção de metáfases e a análise
pode ser feita nas intérfases.Sensibilidade, porque em um único experimento podem ser
analisadas 500, 1000 ou mais célulasenquanto pelo estudo citogenético convencional são
avaliadas cerca de 20 a 50 células que entraramem divisão. E, por fim, especificidade,
porque só será detectado aquilo está sendo investigado.
• A par destas vantagens, a utilização de sondas de FISH tem sido bastante útil na
detecção de clonesmenores eventualmente invisíveis pela citogenética convencional, na
confirmação de alterações complexas ou na determinação de quimera pós transplante.
LEUCEMIAS AGUDAS

COLORAÇÃO LMA LLA

-
Ácido periódico de Schiff (PAS) +
(exceto M6)

Enzima nuclear (TdT) - +

+
Mieloperoxidase/peroxidase -
(EXCETO M5, M7)

Sudan Black + -

Fosfatase alcalina dos neutrófilos (NAP) Baixa Normal


LEUCEMIA CRÔNICA
LEUCEMIAS CRÔNICAS

1. Proliferação de células maduras. 5. Sinais comuns:


2. Série linfoide ou mieloide  Esplenomegalia na mieloide
3. Rara antes dos 40 anos.  Adenopatia na linfóide (cervical ,
suclavicular e axilar)
4. Mais comum no sexo masculino.
 Anemia em ambas.
 Desenvolvimento de quadros
infecciosos por agentes oportunistas
LEUCEMIA LINFOCITICA
CRÔNICA
LEUCEMIA LINFOCÍTICA CRÔNICA
(LLC)

• Este tipo de leucemia atinge quase que exclusivamente pacientes adultos,


sendo considerada o tipo mais comum nesta faixa etária nos países
Ocidentais. A média de idade dos pacientes acometidos é de 60 anos com
uma discreta predominância no gênero masculino. Freqüentemente este
tipo de leucemia é assintomático, sendo detectada em exames de sangue
de rotina. Em alguns casos os pacientes podem apresentar anorexia, perda
de peso, linfadenopatia, hepatomegalia e esplenomegalia.
• A sobrevida média dos pacientes com LLC é de 4 a 6 anos. Em cerca de
30% dos pacientes com LLC ocorre uma transformação da leucemia em
outras neoplasias linfóides mais agressivas, nestes casos a maioria dos
pacientes sobrevivem menos de 1 ano.
LEUCEMIA LINFOIDE CRÔNICA

1. Proliferação das células linfoides maduras , mas imunoincompetentes.


2. Quadro clínico mais benigno
3. Pode ser assintomática
4. Evolução lenta
5. Raras formas blásticas
6. Células mais resistentes a morte celular
LEUCEMIA LINFOIDE CRÔNICA

 1. 50% está relacionada a trissomia do 12 com produção do oncogene K-


Ras
 2. Translocações e inversões envolvendo cromossomo 11 e 14
 3. Deleções do cromossomo 3
 4. Tipo T relacionada com HTLV-I (Leucemia de célula T do adulto - flower
cells)
LEUCEMIA LINFOIDE CRÔNICA

1. Podem causar alteração nas células NK que passam a reconhecer


antígenos próprios.
2. Aumento da incidência de ac antieritocitários, antileucocitário e
antiplaquetário.
3. 90% do tipo B.
4. Diminuição da produção de anticorpos pelo aumento da produção da
cadeia leve com diminuição na produção das cadeias completas.
LEUCEMIA LINFOIDE CRÔNICA

Estadiamento segundo Rai (1975)


1. Estádio O: Linfocitose absoluta (≥ 15.000/mm3) sangue periférico. MO:
>40% linfócitos maduros
2. Estádio I: linfocitose e aumento linfonodos
3. Estádio II: linfocitose e aumento fígado. Linfonodos podem ou não estar
aumentados
4. Estádio III: Linfocitose e anemia (Hb < 11 mg/dL e Ht 33%). Linfonodos, baço
e fígado podem ou não estar aumentados
5. Estádio IV: Linfocitose e plaquetopenia.Anemia e organomegalia podem
estar presentes.
LEUCEMIA LINFOIDE CRÔNICA

Estadiamento segundo Binet e Cols – 1981


1. Baseado nos níveis de hemoglobina, contagem de plaquetas e número
de áreas ganglionares aumentadas de tamanho.
2. Estádio A :Hb ≥ 10mg/dL; Plaq. ≥100.000 e crescimento de 0 a 2 áreas
linfóides
3. Estádio B :Hb ≥ 10mg/dL; Plaq. ≥100.000 e crescimento de 3 a 5 áreas
linfóides
4. Estádio C: Hb < 10mg/dL, Plaq. < 100.000 e crescimento de qualquer
número de áreas linfóides
LEUCEMIA LINFOIDE CRÔNICA
DIAGNÓSTICO

Hemograma:
1. Leucócitos aumentados: 30 a 200.000/mm3
2. Raros pró-linfóctos ou linfoblastos
3. Anemia
4. Trombocitopenia e granulocitopenia
Mielograma:
1. Infiltração medular de linfócitos – 40% das células
2. Pode apresentar edema intersticial, necrose e hemorragias.
LEUCEMIA LINFÓIDE CRÔNICA
DIAGNÓSTICO

Dosagem de imunoglobulinas
1. Imunoglobulinemia
2. Produção exagerada de cadeia leve pode ser visualizada no interior das
células.
Marcadores imunológicos (diferenciação de T e B)
1. Pesquisa de antígenos de superfície para diferenciação entre as linhagens T e B
2. Marcadores da linhagem B: SIg (imunoglobulina de superfície), CD19, CD 24
3. Marcadores da linhagem T: CD2 e CD5
LLC
OUTRAS LEUCEMIAS LINFÓIDE
CRÔNICA

Diferenciam-se da LLC através de marcadores encontrados na


imunofenotipagem ou histologia de biópsia linfonodal.
1. Leucemia de linfoma de células T do adulto

2. Leucemia das células cabeludas, Hairy cell ou leucemia de células pilosas – LB

3. Síndrome de Sézary – LT (núcleo cerebelar)

4. Leucemia de linfócitos granulares - LT


LEUCEMIA MIELOIDE
CRÔNICA
CARACATERIZADA INICIALMENTE POR PROLIFERAÇÃO MIELÓIDE SEM
PERDA DA CAPACIDADE DE DIFERENCIAÇÃO DOENÇA CLONAL
INTRODUÇÃO
EPIDEMIOLOGIA
Hemograma

 As alterações que se observam no sangue periférico são bastante características e, na maioria das vezes, levam ao
diagnóstico de certeza. São os seguintes os valores hematimétricos médios que se verificam nos casos de LMC ao
diagnóstico:
 • Hemoglobina: 9,7g/dL (variação de 5,4 a 14,4 g/dL) notando-se pequena correlação entre a concentração de
hemoglobina e o número total de glóbulos brancos circulantes;
 • Plaquetas: 485.000/mm3 (variação de 25.000 a 1.400.000/mm3);
 • Leucócitos: 225.000/mm3 (variação de 20.000 a 600.000/mm3).
 A fórmula leucocitária é, em geral, característica, notando-se intenso aumento de granulócitos em circulação, com a
presença de todos os elementos representativos deste setor, desde o mieloblasto até o neutrófilo segmentado,
predominando formas intermediárias (mielócitos e metamielócitos) e maduras (bastonetes e segmentados). Há,
freqüentemente, aumento do número de basófilos e de eosinófilos, atingindo os primeiros valores de até 15 a 20%.
DIAGNÓSTICO
Mielograma

 O aspirado de medula óssea é hipercelular às custas de aumento marcante de


neutrófilos e precursores o que leva a relação leuco:eritroblástica para 20:1. A
seqüência de diferenciação é mantida, mas com predomínio de células mais jovens
como promielócitos e mielócitos. O número de megacariócitos também é aumentado.
Observam-se ainda macrófagos contendo pigmentos azulados ou por vezes
assemelhando-se a células de Gaucher.
Biópsia de medula óssea

 Também mostra a hipercelularidade intensa com aumento de


granulócitos e de megacariócitos. Pode demonstrar fibrose reticulínica
detectada já na coloração de Hematoxilina & Eosina habitual, mas com
evidente aumento de fibras de reticulina nos cortes corados
especificamente para tal.
Cariótipo

 De grande importância para o diagnóstico, sobretudo nos casos incaracterísticos, é a


presença do cromossomo Philadelphia (Ph), uma anormalidade citogenética
adquirida, representada pela t(9;22)(q34;q11), formando o rearranjo gênico BCR-ABL.
O cromossomo Ph está presente em cerca de 85-90% dos indivíduos portadores de
LMC.

 A citogenética clássica por banda G é o exame de escolha para identificar o


cromossomo Ph, seja pela possibilidade de detectar alterações adicionais que
poderiam indicar evolução clonal ou Ph variante, seja pelo seu menor custo
(Chauffaille et al 1999).
CITOGENÉTICA

• A LMC distingui-se de outras leucemias por apresentar uma anormalidade molecular


singular, uma translocação entre um gene do cromossomo 9 e outro no cromossomo 22.
• Este tipo de leucemia também atinge com maior freqüência pacientes adultos, com
pico entre a 3a e 4a décadas de vida. Os sintomas iniciais da doença são perda de peso,
fadiga, anorexia. A esplenomegalia é uma característica clínica bastante comum em
pacientes com LMC.
• A evolução da LMC é de progressão lenta, no entanto, depois de um período variável,
em média de 3 anos, cerca de 50% dos pacientes entram numa fase de crise, difícil de ser
tratada, que termina num quadro que se assemelha à leucemia aguda.
• O tratamento para a LMC é feito através de quimioterapia e transplante de medula
óssea, principalmente nos casos que entraram na fase de crise
CITOGENÉTICA
TRANSLOCAÇÃO BCR-ABL -
QUALITATIVO

 A LMC caracteriza-se pela presença do cromossomo Philadelphia (Ph), que resulta da fusão
de parte do oncogêne ABL no cromossomo 9 com o gene BCR no cromossomo 22. Esta
fusão é denominada translocação BCR/ ABL (p210) ou translocação t(9;22) e apresenta
dois tipos característicos: b2a2 e b3a2.
 Embora o diagnóstico da LMC possa ser feito por análise citogenética, tendo uma
sensibilidade de 90%, a detecção da translocação BCR/ABL através de Reação em Cadeia
da Polimerase Reversa (RT-PCR) é considerada a técnica mais sensível para diagnóstico
desta Leucemia (aproximadamente 98% de sensibilidade), podendo identificar uma célula
maligna em até 106 células normais.
 Devido a sua alta sensibilidade, a RT-PCR é a técnica mais indicada não só para o
diagnóstico inicial da LMC, mas também para identificação de células malignas resistentes
após tratamento com quimioterápicos (Doença Residual Mínima) e na monitorização de
pacientes submetidos a transplante de medula. Por fim, o controle e a cura da LMC
necessitam de um diagnóstico exato, preciso e com alta sensibilidade que só a técnica da
Reação em Cadeia da Polimerase Reversa (RT-PCR) pode oferecer.
MÉTODOS MOLECULARES

 Os métodos moleculares para detecção do rearranjo BCR/ABL mais freqüentemente


usados são a hibridação in situ por fluorescência (FISH) e a reação em cadeia da
polimerase (PCR) após a conversão do mRNA extraído das células leucêmicas em
DNA complementar ou cDNA. Para essa etapa inicial utiliza-se uma enzima
conhecida como transcriptase reversa (RT), daí o nome do método: RT-PCR.
 O FISH e o RT-PCR, ao diagnóstico, têm sido reservados para casos em que o cariótipo
não apresenta alterações, mas a suspeita de LMC persiste, ou em situações de fibrose
medular, onde não há material disponível para análise citogenética
 PCR em tempo-real ou real-time PCR. Como conseqüência da utlilização de
detecção com química fluorescente, o método é mais sensível, mais rápido. O real-
time PCR permite o acompanhamento dos pacientes portadores de LMC ao longo de
intervenções que promovam remissão duradoura da doença.
HEMOGRAMA NA LEUCEMIA MIELOIDE
CRÔNICA

A história natural de LMC pode ser dividida em fases distintas: fase crônica e a crise blástica,
antecedida ou não por fase acelerada. A fase crônica coincide com condições clínicas e
hematológicas, em geral, muito boas.
Esta fase é seguida de maneira gradual pela fase blástica, a qual, quando instalada, torna-
se rapidamente progressiva e coincide com o período terminal da doença.
Durante a fase intermediária (acelerada) desenvolvem-se diversas anormalidades clínicas e
hematológicas, tidas como sinais de aceleração, tais como aumento de basofilia e
aparecimento de plaquetose, como evento novo, em paciente que previamente
apresentava contagem normal de plaquetas. Surge também esplenomegalia e leucocitose.
O sangue periférico mostra aumento do número de células imaturas e aparece anemia
progressiva com aumento de eritroblastos em circulação.
LEUCEMIA MIELOIDE CRÔNICA

Ao lado dessas alterações hematológicas, desenvolve-se queda do estado geral,


emagrecimento e febre de etiologia inexplicável. A transição abrupta para leucemia
aguda, que merece a denominação crise blástica, ocorre em cerca de 25% dos casos.
Embora o critério para o diagnóstico de fase blástica varie de acordo com as diversas
instituições, critérios diagnósticos foram definidos como:
1. Febre de etiologia inexplicável, durante pelo menos cinco dias,
2. Mieloblastos e promielócitos no sangue periférico acima de 30%,
3. Hemoglobina menor do que 10,5 g/dL,
4. Plaquetas abaixo de 100.000/mm3,
5. Leucócitos acima de 30.000/mm3.
A tabela abaixo auxilia na definição da fase
em que o paciente se encontra, bastando a
presença de um dos critérios

FASE CRÔNICA FASE ACELERADA CRISE BLÁSTICA


BLASTOS <10% 10-19%(SP ou MO) >20% (SP ou MO) ou
proliferação extramedular
BAÇO Aumento de tamanho sem
resposta a terapia
BASÓFILOS SP >20%
PLAQUETAS <100.000/mm3 ou
> 1.000.000/mm3
CARIÓTIPO t(9;22) Evolução clonal i(17q),
+8,+21,+19,+Ph, etc
BIÓPSIA DE MEDULA Focos ou agrupamentos de blastos
ÓSSEA
INFILTRAÇÃO Infiltração extra-medular
LEUCEMIA MIELOIDE CRÔNICA – FASE
CRÔNICA

 Fase crônica
1. Leucócitos (10-100x) de células maduras
2. Fosfatase alcalina
3. Cromossomo Philadelfia
4. Bcr-Abl – tirosina quinase
5. LDH, ácido úrico e vit B12.
6. Hiperplasia granulocítica e megacariocítica 50.000 a 300.000 leucócitos / mm3
7. Responsividade a terapia
FASE ACELERADA

1. Perda da capacidade de
diferenciação

2. Presença de blastos na circulação

3. Hepato-esplenomegalia

4. Sintomas acentuados

5. Resistência à terapêutica
FASE BLASTICA
FASE CRÔNICA
FASE CRÔNICA
FASE BLÁSTICA
LMC
SÍNDROME MIELODISPLÁSICA

 A síndrome mielodisplásica (SMD) é proliferação clonal das células da medula óssea


caracterizada por pancitopenia devida a defeitos de maturação. Pode haver,
inicialmente, citopenia isolada e, por vezes, evolui da fase pré-leucêmica para a franca
leucemia (40%), ao passo que outros pacientes evoluem a óbito por falência medular
(30%) ou por outras causas (30%). Os cinco subtipos inicialmente descritos pela
classificação FAB: anemia refratária (AR), anemia refratária com sideroblastos em anel
(ARSA), anemia refratária com excesso de blastos (AREB), anemia refratária com excesso
de blastos em transformação (AREBt) e leucemia mielomonocítica crônica (LMMC),
distinguem grupos com evolução, prognóstico e sobrevida diferentes.
Classificação FAB das SMD (Bennett et al, 1982).
Classificação da OMS (Jaffe et al, 2001)
De acordo com a classificação das SMDs
pela OMS, a doença pode ser
caracterizada como primária ou
secundária (idacionada a tratamento).
Os subtipos são assim caracterizados:
SUBTIPOS SÃO ASSIM CARACTERIZADOS:

 AR (Anemia Refratária- necessários pelo menos 6 meses de anemia não idacionada a outras
causas);

 Síndrome do 5q- (mais comum em mulheres acima de 60 anos, importante displasia do setor
megacariocítico, bom prognóstico);

 ARSA (Anemia Refratária com Sideroblastos em Anel - >20% de Sideroblastos em Anel no


estudo do ferro medular);

 CRDM (Citopenia Refratária com Displasia de Multilinhagens);

 AREB-I (Anemia Refratária com Excesso de Blastos I – Blastos entre 5 e 10%);

 AREB-II (Anemia Refratária com Excesso de Blastos II – Blastos entre 10 e 20%);


Na tentativa de estabelecer quais pacientes têm maior ou menor
probabilidade de evolução e sobrevida, foi desenvolvido o International
Prognostic Scoring System (IPSS) por Greenberg et al (1997), que se baseia
na alteração citogenética, citopenias periféricas e porcentagem de
blastos na medula óssea (MO) (Tabela 3). Assim, pacientes com escore
baixo têm maior sobrevida e podem merecer tratamentos específicos.

SUBTIPOS INCLASSIFICÁVEIS.
CÁLCULO DO IPSS

Legenda: Bom = cariótipo de bom prognóstico, isto é, del (20q) isolado, del (5q) isolado, -Y, normal;
Intermediário = Cariótipo Intermediário, isto é, outras alterações cromossômicas; Ruim = cariótipo
desfavorável, isto é, complexo ( >3 anormalidades) ou alteração no cromossomo 7.
Para o cálculo do IPSS, faz-se a somatória dos valores
correspondentes a cada critério e será considerado como :

RISCO SOBREVIDA MÉDIA


Risco Baixo = Soma total = 0 Baixo risco é 5.7 anos
Risco Intermediário 1 = Soma Total = 0.5-1.0 Intermediário 1, 3.5 anos
Risco Intermediário 2 = Soma Total = 1.5- 2.0 Intermediário 2, 1.2 anos
Alto Risco = Soma Total > ou = 2.5 Alto Risco, 0.4 ano

No tocante à evolução para LMA;


Tempo médio para o Baixo risco é 9.4 anos;
para o Intermediário 1, 3.3 anos;
para o Intermediário 2, 1.1 anos;
para o Alto Risco, 0.2 ano.
Hemograma

 O hemograma pode mostrar anemia macrocítica em cerca de 80% dos


pacientes, granulocitopenia em 50% e plaquetopenia variável.
Mielograma

 A medula óssea apresenta como característica principal a hipercelularidade,


podendo ser normocelular com dispoese de um ou todos os setores. A série eritrocítica
pode apresentar hiperplasia com diseritropoese, hemoglobinização anômala,
dissociação de maturação núcleo-citoplasma ou ninhos de eritroblastos. O ferro
medular deve sempre ser avaliado e a presença de sideroblastos em anel (>5
grânulos de ferro em torno de 1/3 do núcleo do eritroblasto) em > 15% dos
sideroblastos caracteriza anemia refratária com sideroblastos em anel (ARSA)
 O setor granulocítico pode estar hiperplásico com metamielócitos gigantes, neutrófilos
hipo ou hipergranulares e alterações pseudo Pelger-Hüet. Os megacariócitos podem
ser displásicos, micromegacariócitos ou no caso da Síndrome 5q-, monolobulados . O
número de blastos pode estar aumentado. Alterações de megacariopoese também
são comuns podendo haver megacariócitos uni ou bilobulados e
micromegacariócitos.
ACABOU!!!
Até a
próxima
aula!!!!!

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