Você está na página 1de 24

SINDROMES

MIELOPROLIFERATIVAS

• Leucemia Mielóide Crônica (LMC)


• Policitemia Vera (PV)
• Mielofibrose Primária (MF)
• Trombocitemia Essencial (TE)

Todas tem caráter proliferativo (neoplásico)


e evoluem de modo crônico.
Prof. Amilton Marques
LEUCEMIA MIELÓIDE CRÔNICA (LMC)

Caracteriza-se pela proliferação de células


mielóides granulocíticas, mantendo a capacidade
de diferenciação. Proliferação de células maduras
diferenciadas.
Tem caráter clonal, clone anômalo (stem-cell).
Hiperproliferação de leucócitos de evolução lenta,
resultando em funções fagocíticas
Pico de incidência situa-se na faixa etária de 30-60
anos, mais raro em jovens-adolescentes.

Prof. Amilton Marques


Prof. Amilton Marques
Prof. Amilton Marques
Etiologia:

Considera-se como causa primária da LMC o


aumento de células indiferenciadas
comprometidas com granulocitopoese.
Falha na resposta das células aos fatores
estimuladores e inibidores da granulocitopoese
Anomalia cromossômica denominada translocação
t(9;22), presente em 90% dos casos de LMC
típica. – Troca entre a cabeça-cauda do
cromossoma 9 com o 22 – cromossoma Filadélfia
(cromossoma 22 encurtado)
Prof. Amilton Marques
Prof. Amilton Marques
Consequencias de rearranjo genético

As células indiferenciadas não apresentam grande


proliferação a maioria permanece em G0.
As células granulocíticas maduras tem sobrevida
mais longa, isto associado ao aumento de
precursores diferenciados promove acúmulo de
granulócitos no sangue e MO
Através de um mecanismo complexo a proteína
(bcr-abl , devido a translocação cromossômica)
interfere com apoptose (inibindo-a).
A p210 proteína originária do híbrido abl/bcr
interfere no aninhamento celular na MO o que
propicia o aparecimento de linhagem anômala de
células. Prof. Amilton Marques
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL DA LMC

• Hemograma:
Leucocitose variável, células granulocíticas do
tipo maduro (bastonetes e segmentados)
Há desvio à esquerda até mieloblastos – não
escalonado
Anemia depende da evolução da doença
Plaquetas normais ou plaquetocitose
Presença de basofilia e eosinofilia (mal
prognóstico)
Formas atípicas LMC com células bem
diferenciadas (neutrofilicas)
Prof. Amilton Marques
LMC. BAS. EOS.
Prof. Amilton Marques
LMC. HIPER. MED.
Prof. Amilton Marques
Reação citoquimica da fosfatase alcalina
nos neutrófilos:
Reação importante para diagnóstico
diferencial entre LMC e reação leucemóide
granulocítica. Na reação leucemóide há
aumento acentuado de fosfatase alcalina.

Acido úrico no sangue


Ocorre hiperuricemia devido a aumento do
metabolismo protéico

Prof. Amilton Marques


Dosagem de DHL, Transcobalamina I e
Vitamina B12
Mostra níveis elevados.

Citogenética:
Presença do cromossoma Ph1 presente em
quase todos os casos na fase crônica, é
detectado através da proteína p210, por
amplificação (PCR) do RNAm – útil na
pesquisa de doença residual.

Prof. Amilton Marques


Diagnóstico diferencial LMC e Reação leucemóide

LMC R. Leucemoide
Leucocitose Leucocitose
Eosinofilia basofilia + Eosinofilia basofilia –
Desvio (neutrofilia) Não Desvio (neutrofilia)
escalonado
escalonado
Eritroblastos +
Eritroblastos –
Gran. Tóxicas –
Blastos (MB) ++ Gran. Tóxicas +
Fosfatase alcalina Blastos (MB) raros
Ph1 + Fosfatase alcalina N ou

Prof. Amilton Marques


POLICITEMIA VERA (PV)

Doença mieloproliferativa que incide em


pessoas acima dos 50 anos, geralmente do
sexo masculino. Caracteriza-se pela
proliferação exagerada de precursores
eritroblásticos.

Prof. Amilton Marques


ETIOLOGIA:
A proliferação dos precursores eritroblásticos se
faz por anomalias na stem-cell (clone anômalo) –
coexistem células normais e anômalas.
Há células que proliferam devido há uma resposta
exagerada à ação da eritropoetina e outras não –
daí a dosagem de eritropoetina indicar valores
normais ou baixos em alguns casos de PV.
Alterações citogenéticas levam a anomalia clonal
como t(9,22) e deleções 20q, 13q e trissomias 8 e
9 – ocorre ainda mutação no gene do receptor da
EPO (EPO-R).

Prof. Amilton Marques


SINTOMATOLOGIA:
Está associada a aumento da viscosidade
sanguínea, hipervolemia e massa de
eritrócitos
É comum vertigens, alterações, cefaléia,
alterações psíquicas e AVC
Pode ocorrer fenômenos tromboembólicos,
hepatoesplenomegalia e fenômenos
hemorrágicos (consumo de plaquetas e
fatores da coagulação)

Prof. Amilton Marques


DIAGNÓSTICO LABORATORIAL:

Hemograma:
Diferencia-se da LMC, ocorre poliglobulia,
hematócrito elevado e hiperviscosidade,
morfologia eritrocitária normal, que se altera com
a evolução da doença.
A poliglobulia deve ser diferenciada de outros
casos em ela ocorre e não se trata de PV
(metahemoglobinemia)
Os pacientes com PV costumam apresentar níveis
baixos ou normais a baixos de EPO sérica. Níveis
elevados sugerem eritrocitose secundária.

Prof. Amilton Marques


Testes de Coagulação: Podem ocorrer
resultados normais ou alterados, depende
das complicações trombóticas e estado
funcional das plaquetas.
Teste para verificar mutações JAK2

TRATAMENTO: Flebotomia,
Quimioterapia e tratamento sintomático.

Prof. Amilton Marques


MIELOFIBROSE PRIMÁRIA (MF)
Também conhecida como: mataplasia
mielóide agnogênica, mielofibrose essencial
ou idiopática, anemia leucoeritroblástica,
osteomielofibrose.
Proliferação de fibras reticulares e colágenas
ocorrendo diminuição do material medular.

Prof. Amilton Marques


Megacariocito > Fator cresc. fibroblastos
Prof. Amilton Marques
Diagnóstico Laboratorial: Hemograma:
mostra anemia acentuada, séria branca
pouco alterada, macroplaquetas.
Mielograma: (medula seca), geralmente se
faz a biopsia de medula, que mostra
infiltração de fibras reticulares no tecido
medular.

Prof. Amilton Marques


TROMBOCITEMIA ESSENCIAL (TE)

Doença mieloproliferativa em que ocorre


plaquetose (plaquetocitose) exagerada:
1.000.000/mm3 acomete idosos acima de 60
anos.
SINTOMATOLOGIA: ocorre devido a
fenômenos tromboenbólicos, fraqueza,
hemorragias (função e agregação
plaquetárias), perturbações neurológicas.
Prof. Amilton Marques
Diagnóstico Laboratorial:

Hemograma: anemia, leucocitose discreta


com desvios, porém sem blastos;
plaquetocitose acentuada
Exclusão das causas da trombocitemia
secundária
Estudos citogenéticos: Mutação JAK2 por
PCR
Possível exame da medula óssea

Prof. Amilton Marques


Mielograma: aumento acentuado de células
em especial megariócitos com formas
alteradas. TE pode evoluir para MF ou
LMA.

Prof. Amilton Marques

Você também pode gostar