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ASPECTOS GERAIS
A incidência estimada é de 0,5 a 1,33 casos por 100.000 habitantes/ano. A idade média ao
diagnóstico é de 60 anos (50-69 anos) e a sobrevida é de 54% em 3 anos. Homens são
ligeiramente mais afetados do que mulheres. Na forma infantil esta relação se inverte. No
Japão esta doença era considerada rara. No entanto, a sua incidência foi 18 vezes maior
na região da explosão atômica em Hiroshima, mostrando relação com radiação ionizante.
Exposição crônica a derivados de benzeno também é associada ao desenvolvimento de
mielofibrose
As fibras de reticulina estão aumentadas na medula óssea. A fibrose pode progredir para
faixas grossas de colágeno. A extensão da fibrose relaciona-se com o número de
megacariocitos displásicos e liberação de fatores de crescimento de fibroblastos e de
plaquetas (PDGF). A hematopoiese extramedular está sempre presente no fígado e baço,
contribuindo para a hepatoesplenomegalia descrita nestes pacientes. No entanto, a
hematopoiese estramedular é raramente efetiva. Focos de produção podem ser
encontrados na suprarenal, rins, gânglios, bexiga, mamas, pulmões e outros locais.
Quando existe presença de hematopoiese extramedular em sistema nervoso, pode-se
observar hemorragia subdural, delírios, aumento da pressão liquórica, coma, alterações
motoras e sensoriais diversas. Derrames pleural e pericardico podem ocorrer por
produção extramedular em serosas. Após esplenectomia, a hematopoiese hepática pode
piorar levando à insuficiência deste órgão.
Critério morfológico
Proliferação megacariocítica e atipia sem fibrose reticulínica > grau 1, acompanhada por
aumento de celularidade da medula óssea ajustada para idade, proliferaçãoo granulocítica
e gerealmente eritropoiese diminuída
Critério Clínico
Não preencher critério clínico para Leucemia Mieloide Crônica bcr-abl positiva, PV, TE,
MDS ou qualquer outra neoplasia mieloide
Critério Genético
Mutações do Jak 2, CALR ou MPL ou marcador clonal com ausência de fibrose reticulínica
reativa
Critérios minor: anemia, leucócitos > ou= a 11000/mm , ba’co palpável ou
aumento de DHL
B. Critérios para Mielofibrose Clássica
(o diagnóstico requer todos os 3 crit´rios major e pelo menos 1 critério minor)
Critérios Major
• Critério morfológico:
presença de proliferaçãoo megacariotcitica e atipia acompanhada por fibrose
reticulinica ou de colágeno grau 2 ou 3. Não preencher critério para Leucemia Mieloide
Crônica bcr-abl positiva, PV, TE, MDS ou qualquer outra neoplasia mieloide
• Critério genético:
Mutações do Jak 2, CALR ou MPL ou marcador clonal com ausência de fibrose
reticulínica reativa
• Critérios minor:
anemia, leucócitos > ou= a 11000/mm , baçoo palpável , aumento de DHL e presença
de leucoeritroblastose.
10% dos pacientes podem apresentar pancitopenia por hematopoiese ineficaz associada a
hiperesplenismo.
O estudo da medula óssea é geralmente possível através da biopsia da medula, uma vez
que a fibrose dificulta a coleta de material para mielograma. A biopsia é geralmente
hipercelular com hiperplasia nas séries eritroide, granulocítica e megacariocítica. Colágeno
e fibrose são geralmente demonstrados e fibras de reticulina são abundantes. Os
megacariócitos são proeminentes apresentando alterações estruturais importantes. Os
granulócitos podem se apresentar hiper ou hipo lobulados com presença de anormalidade
de Pelger-Hüet, assincronia núcleo-citoplasmática e outras alterações dismórficas. Os
sinusoides medulares encontram-se dilatados podendo mostrar células hematopoieticas
imaturas em seu interior. Anormalidades citogenéticas estão presentes em mais de 50%
dos casos. Aneuploidias ou pseudodiploidias são comuns. Raramente encontra-se o
cromossoma Philadelfia e quando isso ocorre suspeita-se de Leucemia Mieloide Cronica
evolutiva para mielofibrose. Importante notar que as anormalidades citogenéticas não
ocorrem em fibroblastos, contribuindo mais uma vez para demonstrar a natureza
secundária da fibrose medular.
As mutações JAK-2 V617F , MPL e CALR podem ser encontradas. Este fato tem hoje
implicações nos critérios diagnósticos, prognósticos e terapêuticos uma vez que pequenas
moléculas anti Jak 2 são usadas na terapêutica em pacientes com esplenomegalia
volumosa e sintomas exuberantes
TRATAMENTO
A anemia pode ser manipulada com o uso de eritropoetina ou andrógenos. Neste último, é
fundamental o acompanhamento da função hepática e de imagem do fígado para se
monitorar alterações importantes ou mesmo o aparecimento de tumores hepáticos. Nos
casos com anemia hemolítica, os corticoesteroides são úteis. Em crianças, altas doses de
cortisona auxiliam também no controle da mielofibrose.
Tratamento clínico:
3) Dupriez B, Morel P, Demory JL, Laí JL, Simon M, Plantier I. prognostic factors in
agnogenic myeloid metaplasia. A report on 195 cases with a new scoring system.
Blood 88: 1013- ,
6) Mesa RA, Li CY, Steensma DP, Pardanani A, Elliot MA, Kauffman SH, Gray L,
Schroeder GS, Tefferi A . A combination of low dose thalidomide with prednisone in
Myelofibrosis with Myeloid Metaplasia. Blood Supl 100: 71a, 2002.