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MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
Mais comumente, o paciente é oligossintomático ou assintomático.
INVESTIGAÇÃO ETIOLÓGICA
Sintomas associados:
Muitas vezes não relacionados ao quadro anêmico, podem denunciar a existência de
uma doença de base.
Exame físico:
Glossite e queilite -> anemias carenciais.
Icterícia -> anemias megaloblásticas e hemolíticas.
Esplenomegalia significativa -> anemia hemolítica, hiperesplenismo, neoplaias
hematológicas.
Petéquias -> possível plaquetopenia (anemia aplásica e leucemias agudas).
Deformidades ósseas -> talassemia.
Hemograma completo:
Reticulócitos:
Células precursoras das hemácias (0,5-2% do total de células
vermelhas circulantes).
Com reticulocitose -> anemias hemolíticas e anemia por hemorragia
aguda -> hiperproliferativas.
Sem reticulocitose -> anemias carenciais, distúrbios medulares ->
hipoproliferativas,
Estado anêmico moderado que se desenvolve em pacientes que apresentam condições inflamatórias (infecções e doenças
reumatológicas) ou neoplásicas., sempre quando estas se fazem presentes por um período superior a 20-60 dias.
Achado paradoxal de ferro sérico baixo associado à ferritina sérica normal ou alta.
Doenças inflamatórias/infecciosas agudas, com repercussão sistêmica, também podem causar anemia leve em apenas 1-2 dias.
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
LABORATÓRIO
ANEMIA DA IRC
Principais causas -> nefropatia diabética, nefropatia hipertensiva, glomerulopatias primárias ou secundárias.
É progressiva.
Hematócrito entre 15-30%.
Normocítica e normocrômica, com gravidade proporcional ao grau de disfunção renal.
Reticulócitos normais; se ureia muito elevada (>500) pode haver aumento dos reticulócitos.
O esfregaço do sangue periférico pode revelar múltiplos equinócitos e poucos esquizócitos em capacete.
Ferritina em geral >100.
ANEMIA DA HEPATOPATIA CRÔNICA
A anemia da hepatopatia crônica pode até ser resultante diretamente de uma doença hepática, mas, frequentemente, tem
como causa principal um distúrbio associado (etilismo, ferropenia pelo sangramento, megaloblastose pela carência de folato).
Síndrome de Zieve: episódios autolimitados de anemia hemolítica aguda podem se desenvolver em etilistas crônicos que
apresentam hepatopatia leve ou incipiente, geralmente com predomínio de esteatose hepática. Esses pacientes podem
desenvolver esplenomegalia, icterícia e hiperlipidemia, quadro que conhecemos como síndrome de Zieve
Anemia hemolítica com acantócitos: cerca de 5% dos pacientes com degeneração hepatocelular avançada desenvolvem uma
anemia hemolítica grave, marcada pela presença de múltiplos acantócitos na periferia. O mecanismo parece ser o aumento do
teor de colesterol na membrana eritrocítica, sem um aumento correspondente da lecitina. A esplenectomia pode corrigir apenas
parcialmente esta anemia.
HIPOTIREOISDISMO
Anemia leve, hematócrito quase sempre superior a 30%. Valores inferiores indicam outras causas de anemia, em especial a
ferropriva.
Tireoidite de Hashimoto -> pode estar associada à anemia perniciosa (ambas autoimunes).
HIPERTIREOIDISMO
OUTRAS ENDOCRINOPATIAS
Uma anemia leve pode aparecer no hipoadrenalismo (ex.: doença de Addison), hipogonadismo masculino, hipopituitarismo e
hiperparatireoidismo. Geralmente, trata-se de uma forma normocíticanormocrômica que reverte após a correção hormonal.
No caso do hipogonadismo masculino, a falta de androgênio reduz a produção renal de eritropoetina, trazendo o hematócrito
para os níveis normais do sexo feminino.
ANEMIAS HEMOLÍTICAS
Hemólise -> destruição prematura das hemácias na periferia (espaço intravascular ou no interior dos órgãos do sistema
reticuloendotelial), provocando queda da sua meia-vida.
A medula tem grande capacidade em aumentar a produção das hemácias. Se a meia0vida eritrocitária chega a valor inferior a 20
dias, instala-se a anemia.
Hemólise extravascular -> hemácias são destruídas no tecido reticuloendotelial, especialmente o baço.
Alterações hereditárias ou adquiridas que afetam o citoesqueleto, a membrana ou a forma dos eritrócitos dificultam sua
passagem pelas fendas sinusoidais e, portanto, aumentam o contato das hemácias com os macrófagos.
A destruição de hemácias estimula a liberação de eritropoetina -> a medula óssea passa a jogar novas células vermelhas no
sangue -> aumento dos reticulócitos -> anemias hiperproliferativas.
Reticulócitos ainda mais imaturos -> shift cells -> grandes hemácias azuladas -> policromasia ou policromatofilia.
A destruição da hemácia promove a liberação de seu conteúdo -> forma-se a bilirrubina indireta, lançada ao plasma e
transportada ao fígado, ligada à albumina.
O ferro é transportado pela transferrina de volta à medula óssea.
A hemólise crônica também predispõe à formação de cálculos biliares (principalmente nas anemias hemolíticas hereditárias).
Com maior concentração de bilirrubina na bile, podem se formar na vesícula biliar os cálculos de bilirrubinato de cálcio. A litíase
biliar pode acarretar complicações, como colecistite aguda e colangite, manifestando-se com icterícia acentuada à custa de
bilirrubina direta.
ETIOLOGIA
LABORATÓRIO DA HEMÓLISE
Icterícia -> costuma ser leve, pois a hiperbilirrubinemia indireta nunca ultrapassa a faixa dos 5 mg/dl.
Esplenomegalia -> indica uma neoplasia hematológica ou uma anemia hemolítica crônica. Talassemias são as que mais
aumentam o baço.
História familiar positiva de anemia -> sugere anemia hereditária (esferocitose hereditária, anemia falciforme, talassemia).
Uso prévio de medicamentos -> pode mostrar algum fármaco capaz de causar hemólise autoimune (ex.: alfametildopa) ou não
imune (ex.: dapsona).
Urina avermelhada ou marrom (hemoglobinúria) -> hemoglobina ++++, com ausência de hemácias (hemólise intravascular).
Desidrogenase láctica -> quase sempre elevada na hemólise devido a liberação dessa enzima do interior das hemácias -> valor
médio de 580 U/ml -> na anemia megaloblástica encontra-se com valor médio de 3800 U/ml (normal até 240 U/ml).