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Revisão Hematologia

SÍNDROMES MIELOPROLIFERATIVAS

POLICITEMIA VERA 30% dos pacientes são assintomáticos


Aumento da massa de eritrócitos de origem clonal • PV descoberta ao acaso
(hemoglobina e hematócrito) independente da • causados pela hiperviscosidade do sangue
eritropoetina por anormalidade de medula óssea como cefaleia, tontura, vermelhidão da pele,
adquirida pelo gene JAK2 problemas visuais, zumbidos, sensação de
queimação em extremidades, prurido
• Hemoglobina normal aquagênico e tromboses de veia porta,
Homens: 14 a 18 g/dL esplênica ou mesentérica
Mulheres: 12 a 16 g/dL 30% evoluem com trombose – veias suprahepáticas
• Hematócrito normal 40% sintomas de esplenomegalia
Mulheres até 48%
Homens até 49% Achados laboratoriais:
• Poliglobulina no hemograma – neutrofilia e
plaquetose
• Linhagens aumentadas na medula óssea
• EPO reduzida na PV

Tratamento:
• Flebotomia com alvo de hematócrito < 45%
em homens e < 42% em mulheres
• AAS 100mg/dia
• Pacientes de alto risco: Hidroxiurenia
> 60 anos ou episódio trombótico anterior
#Causas secundárias
#Unica doença que não precisa de exame de DPOC, Tabagismo, Apneia = devido a estados de
medula entre as síndromes mieloproliferativa hipóxia
#Risco para transformação de Mielofibrose e Carcinoma renal, hepatocarcinoma = devido a
Leucemia Mieloide Aguda secreção inapropriada de eritropoetina
Diagnóstico: 4 critérios maiores ou 3 critérios
TROMBOCITOPENIA ESSENCIAL maiores e 1 menor

Neoplasia que cursa com aumento de Critérios maiores


megacariócitos e plaquetas 1. Plaquetas > 450 mil
• Embora curse com plaquetas aumentadas 2. Exame de medula com aumento de
elas tem sua funcionalidade prejudicada megacariócitos
• Valores normais de plaquetas: 140.000 – 3. Não possuir alteração de ALT-BCR
400.000 4. Possuir mutação para alteração de JAK2, CALR
ou MPL
Pacientes podem ser assintomáticos, cursar com
esplenomegalia, trombose e sangramento Critérios menores
5. Exclusão de outras causas de trombocitose
Esses pacientes tem alto risco de sangramento! essencial – plaquetose reacional (doenças
inflamatórias ou infecciosas)

Tratamento:
• AAS 100mg/dia
• Pacientes de alto risco: Hidroxiurenia
> 60 anos ou episódio trombótico anterior
Alvo – plaq < 400.000
MIELOFIBROSE

Paciente na fase hipercelular com poliglobulia,


leucocitose e plaquetose e evolui para fase
fibrótica com anemia, sintomas B, reação
leucoeritroblásica e dacriócitos

Ocorre uma fibrose progressiva da medula óssea,


com hematopoiese ineficiente

Uma das principais causas de esplenomegalia em


adultos idosos #Necessário a biopsia de medula para confirmação

Quadro clínico: Alto risco de transformação para leucemia aguda


• Hematopoiese extramedular no baço
ineficiente gerando pancitopenia Tratamento
(diminuição de plaquetas, hemoglobinas e • Antagonista de JAK2 – Ruxolitinib
leucócitos) Melhora de sintomas
• Sintomas de anemia, febre, sudorese • Curativo: transplante de medula
norturna e perda ponderal
• Hemácias em formato de lágrimas –
dacriócitos

LEUCEMIA MIELOIDE CRÔNICA Diagnóstico: aspirado de medula e biopsia com


hiperplasia granulocítica com padrão de maturação
Distúrbio mieloproliferativo com produção
descontrolada de granulócitos maduros: neutrófilos Tratamento
Também há aumento de todas as linhagens • Inibidor da tirosina quinase: Imatinib
Há uma leucocitose com desvio escalonado
• Translocação do cromossomo filadelfia

Quadro clínico:
• 50% assintomáticos
• Hemograma com leucocitose > 100.000
• Esplenomegalia
• Plaquetas normais
MIELOMA MÚLTIPLO
Diagnóstico
Neoplasia que há um clone de plasmócito Suspeita: clínica sugestiva + componente
produzindo um único tipo de imunoglobulina monoclonal na eletroforese de proteínas M ≥ 3g/dl
defeituosa *Pode ser pedido eletroforese de proteínas sericas
ou uma com imunofixação sérica ou urinária para
Imunoglobulinas mais comuns: saber qual imunoglobulinas está elevada
IgG → IgA → Cadeias leves kappa e lamba
Confirmação
Epidemiologia: homem, negro, 50-60 anos Critério 1: Biopsia de medula óssea com ≥ 10%
plasmócito e/ou plasmocitoma
Causa de óbito: infecção +
• Por anticorpos/imunoglobulinas Critério 2: Lesão de órgão alvo (CARO) ou
defeitusosas Biomarcador (plasmocitose medular ≥ 60% //elação
cadeiras leves envolvidas/não envolvidas ≥100%
Clínica kappa/lambda // presença de > 1 lesão focal na RM)
Calcio > 10,5-11 = hipercalcemia
Anemia 1+2 = mieloma múltiplo ativo
Renal (insuficiência – aumento da creatinina) Apenas o critério 1 = Mieloma indolente
Osso – lesões líticas “Smoldering mieloma”

A liberação de citocinas promove a estimulação


dos osteoclastos levando a muita reabsorção óssea Tratamento
(hipercalcemia) e inibição do osteoblasto com • Imunomodulador + Glicocorticoide em atlas
pouca formação óssea (lesões líticas) doses
• Transplante autólogo de medula óssea – se o
Invasão plasmocitária na medula e presença de paciente tolerar
citocinas e interleucinas – problemas na
eritropoiese – anemia
Há um empilhamento de hemácias: Fenômeno de
Rouleax

Hipercalcemia é a principal causa de lesão renal


aguda; Lesão por cadeia leve – rim do mieloma
HIPERFERRITINEMIA
Metabolismo do ferro: HEMOCROMATOSE HEREDITÁRIA
- 10% do ferro é absorvido no TGI superior pelos
enterócitos duodenais Distúrbio recessivo caracterizado pelo aumento da
- regulação do balanço de ferro se dá pela absorção de ferro intestinal
hepcidina, hormônio sintetizado pelos hepatócitos. • mutações no gene HFE, tipicamente C282y
Esse hormônio inibe a absorção de ferro pelo
intestino e reduz a liberação de ferro pelos Níveis baixos de Hepcidina resultam em maior
macrófragos intestinais absorção intestinal de ferro (>= 10mg/dia).
Isso leva a um acumulo progressivo de ferro,
Ferritina – armazenamento de ferro principalmente no fígado, coração, pituitária,
• homem - 15 a 300mg/mL pâncreas e outros tecidos
• mulher - 12 a 200mg/mL
Pacientes tornam-se sintomáticos quando há
Índice de Saturação Transferrina (IST) - deposição de ferro há décadas; geralmente após 40
porcentagem dos sítios de transferrina que estão anos, em homens primeiro do que mulheres
ligados ao ferro
Tríade clássica (minoria dos casos) → Diabetes
• Normal: 16-45% está saturada com Ferro mellitus - Hiperpigmentação cutânea - Cirrose
hepática
Hiperferritinemia primária
Ligada a sobrecarga de ferro → IST > 45% Diagnóstico
• HEMOCROMATOSE HEREDITÁRIA Ferritina > 200ng/mL em mulheres e > 300ng/mL
• Outras anemias congênitas em homens
Hiperferritinemia secundária IST > 45%, para ambos os gêneros, em duas
Sem sobrecarga de ferro → IST < 45% dosagens consecutivas
• Síndrome metabólica Mutações do gene HFE (C282Y, H63D, S65C)
• Hepatopatias Homozigose mutação C282Y (em alguns casos
• Neoplasias C282Y/H63D)
Necessário screening de investigação: perfil de RNM com dosagem de ferro → permite a
ferro, sorologias hepatites virais, perfil glicêmico e quantificação indireta do conteúdo de ferro em
lipídico, prova de função renal, provas de função diferentes órgãos. Método não invasivo. Exame
hepática, provas auto-imunes, provas inflamatórias, preferencial para o diagnóstico e acompanhamento
screening neoplasias, USG abdome total Biópsia hepática → análise quantitativa do
conteúdo hepático de ferro (> 3mg/g de tecido
hepático seco)

Tratamento
• Flebotomia – 400-500ml de sangue por
semana – mantida até depleção de ferro
DISTÚRBIOS PLAQUETÁRIOS
Problemas na hemostasia primária
Plaquetas tem como objetivo formar o tampão plaquetário em sangramentos superficiais
(pele e mucosas)
PROBLEMAS NA QUANTIDADE PROBLEMAS NA QUALIDADE
plaquetopenia (< 150.000) Aumento do tempo de sangramento (normal 3-7
minutos) – só deve ser considerada em contagem
Em vistas de plaquetopenia no hemograma solicitar de plaquetas normais
contagem de plaqueta com citrato + contagem de
plaqueta manual + contagem de plaqueta EDTA
para confirmar a plaquetopenia

TROMBOCITOPENIA IMUNE SECUNDÁRIA DOENÇA DE VON WILLEBRAND

Causas: infecção (HIV, dengue, hepatite, IST), Distúrbio hereditário de hemostasia mais comum;
doenças autoimunes, gestação, doenças hepáticas 80% são do tipo I – Redução leve do fator de Von
crônicas, doenças reumatológicas, deficiência de Willebrand
B12 e ácido fólico 15% são do tipo II – Distúrbio qualitativo do fator
de Von Willebrand
<5% são tipo III – Redução grave do fator de von
PÚRPURA TROMBOCITOPÊNICA willebrand
IDIOPÁTICA – PTI
Suspeita? Hemorragias espontâneas leves cutâneas
É diagnóstico de exclusão, após excluir causas ou em mucosas (epistaxe, hemorragia tgi,
secundárias; Causa mais comum de plaquetopenia menorragia, equimoses, hematomas) + História
de causa hematológica familiar positiva

Presença de anticorpos que opsonizam as plaquetas Profilaxia para sangramentos leves: desmopressina
que posteriormente são destruídas no baço ou ácido trexamico

Clínica: plaquetopenia e mais nada; Sangramentos Sangramento grava: Fator VIII + Fator de von
de pele e mucosas (superficial) willebrand ou realizar um criopcipitado

Tratamento: corticoide em altas doses


• Transfusão apenas em choque hipovolêmico
e sangramento de SNC
• Esplenectomia em pacientes refratários
Lembrar da vacinação

PÚRPURA TROMBOCITOPÊNICA
TROMBÓTICA

Ativação e consumo plaquetário formando


microtrombos (principalmente em SNC e rins) e
levando a lesão do endotélio

Clínica: febre, plaquetopenia, anemia hemolítica


angiopática – deformação das hemácias por lesão
endotelial levando a destruição no baço e formação
dos esquizócitos no sangue periférico -, diminuição
de nível de consciência (por trombo snc), azotemia
leve (aumento de escórias nitrogenadas)
Tratamento:
• Plasmaférese
• Anticorpo monoclonal contra FvWb
• Não transfundir plaquetas!

DISTÚRBIOS DE COAGULAÇÃO
Problemas na hemostasia secundária – formação da rede de fibrina

VIA INTRÍNSECA VIA EXTRÍNSECA


Fatores de coagulação envolvidos: VIII, IX, XI Fatores de coagulação envolvidos: VII
Alargamento de PTT/KTTP Alargamento de INR/TAP
Normal 21-35s (0,8-1,2) Normal INR 0,8-1,0
HEMOFILIAS DROGAS

PTT alargado e TAP normal Principal droga que interfere na via extrínseca —
Cumarínico - antagonista da vitamina K
Deficiência de fator VIII - Hemofilia A
Mais comum - 1/10.000 • Fatores vitamina K dependentes: II, VII, IX
eX
Deficiência de fator IV - Hemofilia B • Alargamento de TAP/INR
• Exame de controle de medicação: INR
Deficiência de fator XI - Hemofilia C Manter entre 2-3 em pacientes com risco
tromboemólico
Clínica: Hemartrose ou hematoma pós vacinal
Antídoto: Vitamina K1
Sangramento grave/reversão imediada: suspender +
vitamina K EV + complexo protrombinico
DROGAS Hepatopatias - Problema na produção dos fatores
de coagulação
Droga que inibe os fatores da via intrínseca —
Heparina não fracionada – principal fator VIII • Alargamento de TAP/INR

• Acompanhar o PTT Colestase - reduz a absorção de vitamina K


• Antagonista da heparina: protamina -
reversão imediata Reposição de vitamina K - se responder é problema
do fígado

VIA COMUM
Fatores de coagulação V, II, X e I
Defeitos de via comum cursam com alargamento de INR e PTT

COAGULAÇÃO INTRAVASCULAR DISSEMINADA (CIVID)


TAP/INR e PTT Alargados
Dosar fibrinogênio — se normal: dosar tempo de trombina (avaliação qualitativa)Causas: sepse, trauma,
pós operatório de grandes cirurgias, catastrofes obstétricas

Liberação de fator tecidual (colágeno) — ativação plaquetária — consumo plaquetário (plaquetopenia) —


aumento do tempo de sangramento — consumo de fatores de coagulação (diminuição de fibrinogênio) —
alargamento do tempo de trombina (PTT)
Formação de microtrombos = isquemia isquêmica

• Microangiopatia — anemia hemolítica — formação de esquizócitos — destruição no baço


• Fibrinólise - produtos de degradação de fibrina Formação de d-dímero

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