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LEUCEMIA LINFOIDE AGUDA-LLA

Professora: Vera Cavalli


A leucemia linfoide aguda (LLA) origina-se na
proliferação clonal de um único precursor
hematopoiético da linhagem B ou T anormal da MO.

Início abrupto;
sinais e sintomas aparecem já nas primeiras
semanas da instalação da doença;
Cerca de 80% dos casos de LLA são atribuídos à
proliferação de células precursoras B;
A LLA é a mais comum na infância (90% dos casos);
 pico de incidência entre 2-10 anos;
Discreta predominância masculina;
 A LLA infantil responde muito bem a quimioterapia – chance
de cura 70 a 85%;
A LLA em adulto apresenta pior prognóstico – taxa de cura 30
a 40%;
No adulto tende a ter “recaída da doença”;
Evolução da LLA

Os blastos leucêmicos infiltram-se na medula óssea, ocupando de 20%


a 30% do total de células nucleadas e chegando a 80-100% de
ocupação. Como consequência há a supressão da hematopoiese normal
devida a expansão dos blastos neoplásicos ocuparem o espaço
necessário para a produção fisiológica das células hematológicas na
medula, prococando uma pancitopenia (anemia, neutropenia e
plaquetopenia).
Os blastos neoplásicos são lançados na corrente
sanguínea (leucocitose). Na corrente sanguínea, os
blastos podem então infiltrar os órgãos como os
linfonodos, baço, fígado, gengiva, órbita, sistema
nervoso central, testículos e pele.

O paciente geralmente morre pela infiltração orgânica


ou pela pancitopenia grave.
Características clínicas
SINAIS E SINTOMAS DA LLA

Fadiga e fraqueza d Sangramentos Palidez e letargia


ecorrentes da e equimoses derivadas da
anemia causadas por insuficiência da
trombocitopenia medula óssea

Dores ósseas e
Perda de peso articulares (80%
Febre (70%
e/ou perda de dos casos)
dos casos)
apetite

Linfonodomegalias
75% dos casos
CLASSIFICAÇÃO DA LLA

A leucemia Linfoide Aguda é classificada pela FAB


morfologicamente em três categorias:

Na criança aproximadamente 85% dos casos de LLA é do


subtipo LLA-L1 (apresenta o melhor prognóstico e resposta a
terapêutica), cerca de 14% do subtipo LLA-L2, e 1% do subtipo LLA-
L3.

Os casos de LLA em adultos apresentam uma estatística


diferente: o subtipo LLA-L2 é visto em 70% dos casos , o subtipo LLA-L1
em 30 à 40%, e a LLA-L3 em 5%.
CLASSIFICAÇAO DA LLA

LLA-L1:

Os blastos apresentam-
se com tamanho pequeno
(células pequenas), a
cromatina tem um padrão
homogêneo, e o núcleo é
bastante regular com nucléolo
de difícil delimitação ou
ausente. O citoplasma é
escasso, apresenta uma fraca
basofilia e raras vacuolizações.
CLASSIFICAÇAO DA LLA

LLA-L2:

Presença predominante
de linfoblastos de tamanho
médio a grande com núcleo
irregular e cromatina
heterogênea. O citoplasma é
mais abundante.
CLASSIFICAÇAO DA LLA

LLA-L3:

Há predominância de blastos
grandes com padrão de cromatina
variável, o formato do núcleo também é
variável, mas geralmente apresenta-se
ovalado, e o nucléolo normalmente é
múltiplo e proeminente. A relação
núcleo/citoplasma é baixa, a basofilia
citoplasmática é intensa, e a presença
de vacuolizações citoplasmáticas é
frequente.
L1 L2 L3
ALTERAÇÕES CROMOSSÔMICAS DAS LLAS

As alterações cromossômicas ligadas as LLA são de extrema


importância para a sua classificação, para determinar o
prognóstico, e implicam diretamente na resposta do paciente ao
tratamento.

Existem diversas alterações ligadas as LLA's como translocação e


anormalidades numéricas.
As alterações cromossômicas da LLA:

-LLA de célula B: t(1;19), LLA de célula T: t(10;14) de bom prognóstico,


t(7;10), t(11;14), t(1;14)

As chances de cura da LLA se aproximam de 80% quando o diagnóstico é


precoce, correto e ocorre a correta classificação do paciente dentro do
grupo de risco
ALTERÇÕES CROMOSSÔMICAS DAS LLAS

47 ou mais cromossomos,
que ocorre em 20% das
crianças e 5 a 12% em
Hiperdiploidia adultos, e tem melhor
prognóstico.
Anormalidades
numéricas
Hipodiploidia
45 ou menos cromossomos
e estão associados a um
pior diagnóstico.
DIAGNÓSTICO DA LLA

A confirmação do diagnóstico é feita pela realização do


mielograma, com a análise morfológica complementada
pelos exames de imunofenotipagem, citogenética e biologia
molecular, estes últimos fundamentais para a escolha do
esquema terapêutico

 CD10, CD5, CD19 E CD20 - MARCADOR DE BLASTO LINFOIDE

 O critério diagnóstico para LLA é a presença de linfoblastos na


MO em proporção > 25% do total de células nucleadas.
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL DA LLA
Alterações hematológicas

CONTAGEM
contagem PRESENÇA DE Níveis de Hb inferiores a
leucocitária é
LEUCOCITÁRIA BLASTOS NO 10g/dL estão presentes
SANGUE em 80% dos pacientes
PERIFÉRICO
Elevada em
59% dos
pacientes. 92% dos casos com PLAQUETOPENIA
contagem acima
de 100.000

A MO está preenchido NEUTROPENIA


com mais de 50% de
blastos
DIAGNÓSTICO DA LLA

Indica o
comprometimento
Presença de do sistema nervoso Determina o
blastos central. envolvimento do sistema
leucêmicos nervoso central (SNC), já
no líquido Pesquisa de blasto que o comprometimento
cerebrospinal no liquor deve ser inicial do SNC pode
realizada em todos ocorrer mesmo na
os casos. ausência de sintomas
específicos
DIAGNÓSTICO DA LLA

A anormalidade metabólica mais frequente é a


hiperuricemia, identificada em aproximadamente em
metade dos pacientes, mas também observa-se um
aumento nos níveis de lactato desidrogenase (LDH), em
pacientes com grandes massas tumorais.
A quimioterapia
divide-se em 04 fases: Tratamento
Indução da
O principal objetivo do tratamento é
remissão
induzir a remissão completa, ou seja,
atingir < 5% de blastos na medula óssea,
e restaurar a hematopoiese normal. Logo
Consolidação após, inicia-se a fase de consolidação,
cujo objetivo é reduzir a doença residual
mínima (presença de células leucêmicas
na medula óssea indetectáveis à
Manutenção microscopia) e ajustar a intensidade do
tratamento conforme a estratificação do
risco de recidiva.

Profilaxia do sistema nervoso


central (SNC).
Tratamento
Indução da
remissão 3 medicamentos por 4 semanas

Consolidação Drogas diferentes- 2 a 8 meses

Manutenção Drogas diferentes- semanalmente


por 2 a 3 anos

Profilaxia do sistema nervoso Metotrexato intratecal por 3-6


central (SNC) meses
Recidiva da LLA

É observado em 15-30% dos casos de LLA


em crianças e em 60-70% dos adultos.
Transplante de células hematopoiéticas

 Transplante alogênico – o doador é outro ser humano, considerado


o melhor tipo de transplante para se obter a cura. O ideal é que seja
um parente de 1º grau.

 Transplante singênico – o doador é um irmão gêmeo univitelino.

 Transplante autólogo – o doador é o próprio paciente.

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