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aguda?
11.1 DEFINIÇÃO E EPIDEMIOLOGIA
As leucemias agudas formam um grupo heterogêneo de doenças que apresentam a
proliferação de um clone maligno originado da stem cell hematopoética, com a
produção de células imaturas que perderam a capacidade de diferenciação,
chamadas blastos. Esses blastos infiltram a medula óssea e, progressivamente, o
sangue periférico, ocasionando redução na produção de células sanguíneas normais.
A perda da função normal da medula óssea leva às complicações das leucemias
agudas: infecções, sangramento e anemia. Se a proliferação clonal for de precursor
mieloide, que origina granulócitos, eosinófilos, basófilos, monócitos, hemácias e
plaquetas, a doença será chamada Leucemia Mieloide Aguda (LMA); caso os blastos
tenham origem em precursor linfoide, que resultam em linfócitos B, T, células NK e
plasmócitos, é denominada Leucemia Linfoide Aguda (LLA). Ambas são fatais e
rapidamente progressivas, se não instituída terapêutica imediata, portanto, em caso
de suspeita, o hematologista deve ser consultado imediatamente.
A LMA, por sua vez, representa somente cerca de 10% das leucemias em crianças
menores de 10 anos e 80% em adultos, aumentando gradativamente a incidência de
acordo com a idade – metade dos casos acontece em pacientes com menos de 50
anos –.
11.2 PATOGÊNESE
A maioria das leucemias agudas acontece “de novo”, ou seja, em consequência da
mutação genética de um precursor hematopoético sem motivo aparente, resultando
em proliferação maligna – sem controle – da célula anômala. Entre as alterações
genéticas envolvidas nesse processo, podem-se citar mutação em oncogene e
perda de gene supressor tumoral, com alteração de processos regulatórios do
controle e da diferenciação celular (Figura 11.1). Essas células perdem a capacidade
de diferenciação celular, produzindo um número elevado de células imaturas –
blastos – na medula óssea, que vão para o sangue periférico e podem infiltrar outros
órgãos – sistema reticuloendotelial, Sistema Nervoso Central (SNC) e outros tecidos
–.
Figura 11.1 - Genética das leucemias
11.4.2 Citoquímica
11.4.3 Imunofenotipagem
11.4.4 Citogenética
#importante
A pesquisa genética molecular é feita por meio de
Polymerase Chain Reaction (PCR) e tem sua
importância no diagnóstico e no prognóstico do
paciente, uma vez que pode ser utilizada para
acompanhamento da resposta terapêutica.
#importante
Na classificação FAB, as LMAs ditas “do meio” são de
bom prognóstico – M2, M3 e M4 –; as demais são de
mau prognóstico. E deve-se dar atenção especial à
LMA M3, de características e tratamento diferentes
das demais.
Quadro 11.3 - Classificação das leucemias agudas – Organização Mundial da Saúde (2008) e
classificação Franco-Americana-Britânica
• Leucemia aguda com fenótipo misto ou ambíguo com t(9;22) (q34.1;q11.2), BCR/
ABL1+;
• Leucemia aguda com fenótipo misto Bmieloide não caracterizada por outros
critérios;
• Leucemia aguda com fenótipo misto Tmieloide não caracterizada por outros
critérios.
11.5.2 Citoquímica
11.5.4 Citogenética
• Leucemia/linfoma linfoblástico T.
11.5.7.1 Diagnóstico
O diagnóstico das leucemias agudas é feito por meio da detecção de mais de 20%
de blastos na medula óssea, pelos novos critérios da OMS (em detrimento da já
antiquada classificação FAB, que considerava como ponto de corte 30% de blastos).
O exame que possibilita esse diagnóstico é o mielograma. Para “medulas secas”, em
que a aspiração de sangue medular durante o mielograma não é produtiva (dry tap), a
infiltração deve ser confirmada pela análise histológica do tecido (biópsia de medula
óssea). Esses casos têm como diagnóstico diferencial as aplasias medulares e a
mielofibrose. O diagnóstico também pode ser feito pela avaliação do hemograma,
com número de blastos maior do que 20% da contagem diferencial de leucócitos.
• Hemograma:
• Bioquímica:
• t(9;22); t(4;11).
11.7.1 Específico
11.7.2 Inespecífico
Pacientes com leucemia aguda podem apresentar o quadro inicial com contagens
muito elevadas de leucócitos no sangue periférico, o que caracteriza a chamada
hiperleucocitose – Mais de 100.000 leucócitos/mm 3 –. No adulto, a hiperleucocitose
pode ocorrer em 10 a 30% das LLAs e em 5 a 20% das LMAs. É mais comum entre
crianças e em certas variantes das leucemias agudas – por exemplo: M3, M4, M5 e
LLA T –. Também é muito frequente hiperleucocitose em leucemias crônicas
indolentes, como a Leucemia Mieloide Crônica (LMC) e a Leucemia Linfoide Crônica
(LLC).
O exame de fundo de olho pode ser muito útil, assim como em todas as síndromes
de hiperviscosidade, demonstrando dilatação e tortuosidade de veias retinianas,
hemorragias retinianas, papiledema etc.
A leucostase é uma emergência médica e deve ser tratada como tal. A mortalidade
pode ser muito alta, chegando a 34 a 40% em 1 semana em algumas séries de casos,
devendo a terapêutica ser iniciada prontamente em caso de suspeita clínica.