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Doenças proliferativas da

linhagem mielóide
Hematologia Clínica
Profª Drª Rita de Cássia Fabris Stabile
Quais as células da linhagem mielóide?
Granulócitos;
Monócitos;
Eritrócitos;
Plaquetas;

Nas doenças de medula, o processo neoplásico pode


envolver qualquer uma dessas células acima!!
Leucemia Mielóide Aguda (LMA)
Doença de natureza maligna, genética, caracterizada
pela proliferação anômala dos precursores
granulocíticos da M.O.
No processo de diferenciação da stem-cells da M.O.
ocorre parada ou dificuldade de maturação,
acumulando células jovens, que nunca chegam ao
amadurecimento completo.
LMA
Os blastos encontrados na LMA, são células incapazes
de evoluir até o estado de maturação completa.
Tanto o crescimento desordenado das células malignas
do câncer como das leucemias, traduzem desequilíbrio
entre a proliferação e a diferenciação.
LMA
Pode ocorrer devido a:
Mutação dos genes encarregados da síntese dos fatores
de crescimento na medula.
Mutação em genes supressores do crescimento celular.
LMA
Alguns casos de LMA aparecem depois de tratamento
quimioterápico para vários tipos de câncer ou linfomas
(LMA secundárias).
A frequência com que aparece a leucemia secundária,
varia de acordo com a tendência familial para o
aparecimento de neoplasias, condições imunológicas
dos pacientes, etc...
LMA
A origem da leucemia parece estar relacionada à
alterações genéticas associadas à fatores ambientais.
LMA
Acomete indivíduos de todas as idades e etnias, sexo
masculino e feminino.
Aumenta progressivamente com a idade (80% em
adultos e atinge pico por volta dos 64 anos).
Predomínio na etnia branca e gênero masculino.
LMA tem incidência bem menor em crianças.
LMA - Classificação
Em 1976, um grupo franco-americano-britânico (FAB)
de morfologistas, formularam um critério de
classificação das várias formas de LMA, de acordo com
o aspecto morfológico das células predominantes no
esfregaço.
Em 1985, a Classificação FAB foi revisada pelo mesmo
grupo, aprimorando a análise do sangue periférico e da
M.O.
LMA - Classificação
Essa revisão dá importância à % de eritroblastos na
M.O. (nº elevado de eritroblastos + 30% blastos
mielóides leva ao diagnóstico de LMA).
A Classificação vai de M0 a M7.
Classificação FAB - LMA
M0: LMA com diferenciação mínima
> 30% de mieloblastos
Blastos com citoquímica negativa
Confirmação por imunofenotipagem
Classificação FAB - LMA
M1: altas % mieloblastos indiferenciados. Bastonetes
de Auer presentes ou não. Peroxidase e Sudan black +
em > 3% dos blastos.
M2: Blastos indiferenciados e diferenciação até
promielócito com granulações abundantes. Bastonetes
de Auer frequentes. Peroxidase e Sudan black + em >
3% dos blastos.
Bastonete de Auer
Classificação FAB - LMA
M3: Grande % de promielócitos, com ou sem
bastonetes de Auer. Peroxidase e Sudan black
fortemente +.
M4: 20 a 80% de células monocíticas na M.O. e/ou
sangue. Peroxidase e Sudan black fortemente +. Pode
aparecer com eosinofilia.
M5: Blastos grandes, citoplasma abundante,
levemente basófilo e projeções citoplasmáticas.
Peroxidase e Sudan black -. > 80% das células são
monoblastos.
Classificação FAB - LMA
M6: > 30% blastos mielóides e > 50% de blastos da
série vermelha (eritroblastos). PAS fortemente + nas
células eritroblásticas e megaloblásticas.
M7: > 30% células indiferenciadas, pequenas,
semelhantes a linfoblastos no sangue. Sudan e
peroxidase -. Megacariócitos pequenos em nº
aumentado. Diagnóstico: imunofenotipagem.
Megacariócito
Nova classificação FAB
Em 1988, nova revisão da FAB e formou-se a
classificação MIC (aspectos morfológicos,
imunológicos e citogenéticos) das LMA.
OMS reduziu o limite inferior da % de mieloblastos
para 20%, estabelecendo o diagnóstico de LMA.
CITOGENÉTICA
LMA-M2: translocação entre o cromossomo 8 e 21;
LMA-M3: translocação entre o cromossomo 15 e 17;
LMA-M4: inversão do cromossomo 16
LMA-M4/5: rearranjo genético 11 com 23.
LMA
Imunofenotipagem é feita em material: sg periférico
e/ou M.O., gânglio linfático, LCR ou qualquer outro
crescimento tumoral. É o exame confirmatório para
LMA.
Quadro clínico - LMA
Sintomas de palidez cutaneomucosa, febre com
quadro infeccioso, hemorragias;
Adeno/hepato/esplenomegalia;
Sintomas neurológicos;
Dores ósseas;
Derrame pleural;
Sinais de insuficiência respiratória;
Infiltrados do tipo tumoral (órgão/tecido);
Quadro clínico - LMA
As células leucêmicas estão presentes na corrente
sanguínea e podem ser carregadas para órgãos e
tecidos, onde podem fixar-se e dar origem a células
filhas leucêmicas.
Quadro clínico - LMA
Na presença de células leucêmicas no SNC
(neuroleucemia),
 aparecem sintomas parecidos aos da meningite
(cefaléia, tonturas, naúseas, perturbações visuais,
paralisia de nervos cranianos).
A presença de células leucêmicas nos tecidos, como a
pele denomina-se sarcoma granulocítico,
Tumor no globo ocular, o paciente pode perder a visão
(cloroma).
Quadro clínico - LMA
O diagnóstico diferencial da LMA: esfregaço de
sangue/M.O. (anemia, plaquetopenia, leucocitose com
grande % blastos).
Raras exceções: paciente não apresenta o quadro
clínico acima.
Diagnóstico laboratorial
Hemograma e mielograma; em casos de difícil
diagnóstico – biópsia da medula.
Outros exames:
radiografias, USS, ressonância magnética;
LCR;
Exames de urina, fezes;
Exames bioquímicos (função hepática e renal);
Diagnóstico laboratorial
Coagulograma;
Exames citoquímicos (sangue/medula);
Culturas de sangue, urina, fezes, secreções;
Eletrocardiograma;
Sorologia (hepatite, HIV);
Imunofenotipagem;
Citogenética;
• A caracterização do tipo de blastos, auxilia no
diagnóstico, na terapêutica e também no prognóstico.
Prognóstico e evolução - LMA
Fatores de bom prognóstico para remissão prolongada
ou até cura:
Baixa idade;
Gênero feminino;
Menor quantidade de blastos no sg e M.O.;
Número normal de plaquetas;
Presença de corpúsculos de Auer;
Tipos de LMA: M1, M2 ou M3;
Ausência de infiltração meníngea;
Prognóstico e evolução - LMA
Resposta rápida ao tratamento;
Ausência de hepato e esplenomegalia;
Ausência de infecções;

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