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Thaísa Helena Bocatti – T15

Resumo Hematologia
Leucocitose que 4000/mm3 e teremos uma
variação do formato do linfócito e
É a elevação nos leucócitos acima isso é chamado de pleomorfismo,
dos valores de referência que estando presente na infecção por
variam conforme a idade e origem Epstein-Barr, CMV, influenza,
étnica do indivíduo. tuberculose e outras.

A neutrofilia é o tipo mais comum de E se pensarmos em leucocitose


leucocitose e é reflexo do aumento mieloide  teremos neutrofilia
de neutrófilos segmentados. reacional, que é definida pela
contagem de neutrófilos a cima de
Isso ocorre devido a estímulos tanto 7.700/mm3, isso é comum na PAC,
fisiológicos (exercício físico e queimaduras, pós operatório, IAM,
trabalho de parto), como na cetoacidose diabética, uremia,
patológicos (infecções, inflamações, abuso de drogas como lítio e
medicamentos e intoxicações) corticoide, entre outras.

Primeiro passo na avaliação Quando temos um aumento de


leucócitos muito alto é chamado de
Diferenciar se é uma deficiência reação leucemoide, quando Lt >
linfoide ou mieloide. 50.000/mm3 causado por outras
condições que não sejam leucemia,
A célula tronco multipotente é auto
apresentando predomínio de
renovável e dá origem a duas
neutrófilos maduros e desvio à
células progenitoras primitivas – a
esquerda. Isso ocorre, por exemplo
célula progenitora mieloide e a
nas infecções, medicações
célula progenitora linfoide. Por meio
asplenia, malignidade não
de estímulos, a linhagem mieloide
hematológica e outro exemplo é o
dará origem as plaquetas, eritrócitos
choque séptico.
monócitos, neutrófilos e basófilos;
enquanto a linhagem linfoide dará Devemos nos preocupa com a
origem as células T, NK e B. leucocitose quando ela é
inexplicada

Podemos pensar em um caso de


câncer hematológico, por exemplo.

E se encontrarmos no sangue
periférico do paciente bastonetes de
auer, isso é patognomônico de LA

Assim, para investigação da


leucocitose devemos pedir:
mielograma - biópsia de medula
óssea - imunofenotipagem por
Assim, se pensarmos em citometria de fluxo - citogenética -
leucocitose linfoide  linfocitose testes moleculares.
reacional que é os linfócitos maiores
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Leucocitoses primárias hiperplasia do setor granulocítico e
aumento da relação G:E
Podem acontecer por problemas
linfoide ou mieloide O cariótipo é o exame de escolha
para identificar o cromossomo Ph. É
A diferença entre leucemia aguda e realizado a partir do aspirado da
crônica  LMC: células maduras// medula óssea, auxilia no
LMA: células imaturas (blastos) estadiamento e o cromossomo
Philadelphia está presente em 85-
Leucemia mieloide crônica (LMC) 90% dos casos de LMC
É um tipo de leucocitose primária, e A pesquisa do rearranjo BCR/ABL
está dentro do grupo doenças com por FISH ou RT-PCR
mieloproliferação crônica

As doenças com mieloproliferação


crônica é subdividida em: LMC
(Ph+) e Doenças mieloproliferativas
crônicas Ph- (que á a PV, TE e MF
– serão discutidas mais a frente)

A LMC é responsável por 10 a 15%


das leucemias em adultos, tendo
predomínio discreto no sexo No FISH  realizado pelo sangue
masculino, acometendo a idade periférico e marcadas com
média dos 50 anos, a maioria dos fluoróforos. Sinal amarelo mostra
casos ocorre ao acaso (95%), mas que temos uma translocação e
possui como fator de risco a assim o rearranjo é positivo.
exposição à radiação ionizante (<
5% dos casos) Classificação da LMC

Fisiopatologia Dividida em 3 fases

Consiste na translocação t(9;22) 1. Fase Crônica: é a


(q34;q11) e isso causa um apresentação inicial em 85%
rearranjo chamado cromossomo de dos pacientes. Em geral
Philadelphia metade dos pacientes são
assintomáticos, por isso
A proteína de fusão p210BCR-ABL1 devemos identificar a
é uma tirosinoquinase desregulada neutrofilia no hemograma. A
que promove a expansão clonal e outra metade que apresenta
consequente hiperplasia mieloide e sintomas tente acontecer em
esplenomegalia fases mais avançadas da
doença (fraqueza,
No hemograma conseguimos ver emagrecimento, sudorese;
anemia e eritroblastos, leucocitose esplenomegalia, dor no
neutrofílica com desvio à esquerda, HCE). Em geral se tratado
eosinofilia, basofilia e as plaquetas pode ser controlado por
podem estar normais ou décadas.
aumentadas
2. Fase acelerada: temos
Na analise da medula óssea iremos prejuízo da diferenciação em
encontrar hipercelularidade,
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neutrófilos. É a fase que
apresenta sintomas (febre,
dor óssea, sangramento e
sudorese) e o exame do
cariótipo tem uma evolução
clonal com o Philadelphia.
Dura em média de 4 a 5
anos. Critérios para ser
classificado nessa fase: •
Blastos 10-19% (sp ou MO) •
Basófilos >20% (sp), •
Plaquetas < 100.000 ou >
1.000.000 • Evolução clonal Se falha do tratamento: mudar
(duplicação do Ph, trissomia terapia
8…).
Se não tem resposta ótima:
3. Crise blástica: é a leucemia considerar mudar terapia e/ou
mieloide crônica que evolui monitorar
para aguda ou LLC. Os
Blastos > 20% (sp ou MO) – Se tem resposta boa: continuar a
75% mieloide – 24% linfoide; terapia
4% bifenotípica. Pode levar a
óbito em poucos meses

Prognóstico

Vários SCORE desenvolvidos

Avaliar o baço

Tratamento

O controle da doença se dá com o


uso de inibidores da tirosina kinase,
se faz, também, o transplante
alogênico de medula óssea que é
potencialmente curativo e a terapia
paliativa é feita com o uso de
hidroxiuréia

Para avaliar se o paciente entrou


em remissão, o hemograma
normaliza, o baço diminui, cariótipo
normal.

Podemos avaliar de forma


molecular usando o número de
transcritos BCR/ABL por PCR
quantitativo
Leucemia Linfocítica Crônica
(LLC)
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Doença mais comum no ocidente, imunodeficiência como também
corresponde a 30% de todas as está associada a doenças imunes
leucemias, atinge mais idosos na como infecção e câncer secundário,
faixa etária média de 70 anos, e devido a uma resposta imune
predomínio no sexo masculino. celular e humoral anormal,
apresenta também anemia (AHAI,
Apresenta uma incidência de 2/6 hiperesplenismo, infiltração ou
casos em 100.000 no ano e varia supressão da MO pós-QT),
muito com a raça e a localização plaquetopenia (PTI,
geográfica; sendo mais comum nos hiperesplenismo, infiltração ou
EUA do que na Ásia e atingindo supressão da MO pós-QT) e
mais caucasianos. transformação de Richiter
(transformação, em doença mais
Fatores de risco agressiva, geralmente LDGCB)
Hereditário: Parentes de primeiro Hemograma
grau: risco 8,5 x maior
Identificamos linfocitose >
Ambientais: Exposição ao agente 5.000/mm , sustentada por 3 meses
3
laranja e inseticidas
Na imunofenotipagem é possível
Não há evidencias de que fatores diferenciar marcadores celulares
dietéticos ou estilo de vida normais e anormais  CD20, CD5
aumentem o rico para LLC
Presença de linfocitose monoclonal
Quadro clinico B com fenótipo de LLC:
Coexpressão de antígenos de céls
Maioria dos pacientes são
T e B; imunoglobulina de superfície,
assintomáticos e tem como principal
CD20 e CD79b são baixos em
manifestação a linfadenopatia de
comparação às céls B normais;
cadeias cervicais, axilares e
presença de cadeia kappa ou
supraclaviculares, de tamanho
lambda
variável, indolores, firmes e móveis
História natural

Variável. Aproximadamente 30%


doença indolente (10-20 anos) e a
eventual causa da morte pode não
ser relacionada à LLC. Alguns
pacientes morrem rapidamente (2-3
anos) devido complicações ou
diretamente pela LLC; outros tem
Em sua fase avançada os pacientes um quadro inicial (5-10 anos)
apresentam sintomas anêmicos e relativamente benigno seguido por
hemorrágicos como uma fase terminal (1-2 anos).
emagrecimento, febre, sudorese,
infecções bacterianas e virais. Prognóstico

Complicações Desfavorável na presença da


del(17p) e IGHV não mutada
Por ser uma doença associada a
problemas imunes ela leva não só a
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Favorável quando del(13q) (mais Terapias alvo: com Ibrutinib ou
comum), na trissomia 12; e IGHV Venetoclax + obinutuzumab
mutada.
Quimioimunoterapia - Fludarabina,
Tratamento ciclofosfamida e rituximab ou
Bendamustina + rituximab
Indicações: Falencia da MO
(anemia e/ou plaquetopenia); Quimioterapia – Clorambucil
esplenomegalia maciça (> 6 cm),
progressiva ou sintomática;
linfadenopatia maciça (> 10cm),
progressiva ou sintomática;
linfocitose progressiva com
aumento de >50% em 2 meses;
lymphocyte doubling time < 6
meses; AHAI ou PTI com resposta
pobre a corticoide; e
emagrecimento, febre, fadiga,
sudorese noturna.

Parâmetros a considerar na seleção


do tratamento: estilo de vida
Distúrbios Linfoproliferativos
saudável e risco genético
- Linfomas
Objetivo do tratamento aliviar
sintomas, reverter citopenias; Linfomas  crescimento de
melhorar qualidade de vida e tumores derivados de linfócitos
prolongar a sobrevida
Grupo heterogêneo de neoplasias
Medicamentos usados: hematológicas, que acontecem
devido a alterações em oncogenes
Alquilantes (ciclofosfamida, ou em genes supressores de tumor,
bendamustina, clorambucil)  com expansão clonal
Desorganizam a estrutura do DNA
*expansão clonal  crescimento de
Análogos de purina (fludarabina)  clones da mesma célula que tem
Inibem a síntese de DNA alterações genéticas/ moleculares

Anticorpo monoclonal (rituximab, Assim, devido a exposição a


obinutuzumab)  Atuam contra químicos, drogas ou mesmo ao
receptor expresso na célula tumoral acaso, podemos ter uma
oncogênese mais ativada e o
Inibidores da tirosina quinase de supressor de tumor afetado.
Bruton (BTK) (ibrutinib) 
Diminuem a proliferação de células Quando suspeitar de linfoma?
B malignas
Suspeita-se de linfoma como
Inibidor da BCL-2 (venetoclax)  diagnóstico diferencial em casos
atividade citotóxica em tumores por complexos, e em pacientes com
restaurar o processo apoptótico linfodenopatia de consistência
fibroelastica e indolor com a
Outras terapias: presença de sintomas
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constitucionais como febre baixa, Solventes orgânicos, substâncias
suor noturno e perda de peso (10% químicas (organofosforados,
do peso corporal) benzeno, pós-quimiotarapia ou
radioterapia e infecções virais (EBV,
Classificação WHO - 2016 HTLV, H. PYLORI, HIV)

Diz que o linfoma não Hodking é o Tipos


mais prevalente e afeta tanto
células B, T como NK; enquanto o Existe vários tipos de tumores e a
Linfoma de Hodgkin afeta apenas suas diferenças se dão de quando a
as células B célula adquiriu a característica
maligna. O linfócito B pode ser pré-
Linfoma Não Hodgkin centro germinativa, centro
germinativa (folicular), pós-centro
Em londrina, um estudo realizado germinativo.
no ICL (2018) viu que a incidência
foi de 6,44/100.000, 3x menor que
os dados americanos.

É um grupo heterogêneo de doença


com característica moleculares,
citogenéticas, morfológicas e
clinicas distintas

Subdividido em

LNH de célula B, que é o mais


comum, expressão CD20, pode ser
indolente, agressivo ou altamente
agressivo

E LNH de células T

O linfoma não Hodkin  não possui


células Reed-Sternberg, ele se Investigamos o motivo da célula ter
dissemina de maneira não contígua se tornado maligna, exemplo, se ele
envolvendo sítios extra nodais como ocorreu por translocação do 14,18
pele, cérebro e TGI. ou por expressão de BCL-6.

Quadro clínico

No geral é classificado com a


presença de linfodenopatia, febre
baixa, suor noturno e perda de
peso, mas existe outros sintomas
inespecíficos como fadiga, prurido,
mal-estar, e dependendo do local
acometido pode manifestar
sintomas mais específicos.

Presença de massas tumorais que


Fatores de risco comprometem estruturas linfoides
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como linfonodos aumentados e o quimioterapia) eletrólitos (lise
baço. Pode haver alterações em tumoral) LDH (alta taxa de
órgãos extranodais como MO, pele, proliferação) beta 2 microglobulina.
estômago, cavidade oral, intestino e Exame de imagem como
SNC. tomografias de tórax, abdome/PET-
scan, pois identificam doenças
Diagnóstico extranodais, biopsia de medula
óssea (sem PET-CT) e outros
Feito através da biópsia que pode exames dependem do quadro
ser excecional (preserva a clinico (EAD ou líquor).
arquitetura – importante para ver se
não tem alteração na arquitetura); Estadiamento Ann Arbor
na sequencia análise imuno-
histoquimica que utiliza anticorpos Estágio 1 – 1 cadeia linfonodal a
monoclonais direcionados a cima do diafragma
proteínas da célula tumoral.
Estágio 2- duas ou mais cadeias
Como interpretar o fenótipo de linfonodais do mesmo lado do
células linfoides? diafragma

Pacientes sem linfoma espera-se Estágio 3- acima e a baixo do


encontrar  Células B expressem diafragma
normalmente cadeia leve kappa e
lambda numa relação 2:1. A maioria Estágio 4- acima e a baixo do
das células T expressam apenas diafragma e se afeta ossos e
CD4 ou CD8. Virtualmente, o CD5 é órgãos.
um marcador de todas as células T.
Prognóstico
Pacientes com linfoma espera-se
encontrar  anormalidades na IPI – leva em conta uma pontuação
expressão de marcadores de acordo com os critérios, onde 0
fenotípicos e translocações pontos é baixo e 5 é alto risco. E
cromossômicas mostra a sobrevida global (SG) do
paciente.
Marcadores fenotípicos e
translocações cromossômicas
variam conforme o subtipo de LNH.
No linfoma folicular as células se
replicam devagar, mas possuem
características anti-apoptóticas

Estadiamento
Ex: Homem, 45 anos LDH normal,
Diante do diagnóstico de um linfoma ECOG 1 Estadio I, sem doença
a primeira coisa é estadiar o extranodal IPI: 0 - Baixo risco SG 3
paciente, pelo exame físico anos: 91%
detalhado, exames laboratoriais,
Ex: Homem, 65 anos LDH elevado,
como hemograma (se tem MO
ECOG 3 Estadio IV, 2 sítios
afetada – pancitopenia), função
extranodais IPI: 5 - Alto risco SG 3
renal e hepática (importante ter
anos: 59%
basal, pois a maioria dos casos de
linfoma paciente recebe
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Tratamento Na imunoistoquimica as células
malignas expressão CD15 e CD30
Variável, depende do subtipo,
estadiamento e de características Classificação
do paciente.
LH clássico (95%) – positivo para
Pode ser feito quimioterapia, CD15 e CD30, negativos para
imunoterapia, radioterapia ou marcadores de células B: Esclerose
observação nodular • Celularidade mista •
Depleção linfocitária • Rico em
Linfoma difuso de grandes células B linfócitos
 R-CHOP (Rituximabe;
Ciclofosfamida; Doxorrubicina;  Esclerose nodular: mais
Vincristina; prednisona) comum no LH clássico,
mediana de idade de 28
Linfoma folicular  Observação (I e anos, 80% massa
II), radioterapia, quimioterapia mediastinal. Geralmente de
bom prognóstico
Linfoma De Hodgkin
LH com predominância linfocitária
Neoplasia de tecido linfoide (células
nodular (5%) – negativo para CD15
B) com a presença de células Reed-
e CD30, mas positivo para CD20
Sternberg (formato de coruja) e
apresenta um ambiente celular Estadiamento Ann Arbor
inflamatório característico
Estágio 1 – 1 cadeia linfonodal a
É incomum acometer sítios cima do diafragma
extranodais
Estágio 2- duas ou mais cadeias
Tem um discreto predomínio em linfonodais do mesmo lado do
homens e acomete mais idosos e diafragma
tem como fator de risco pacientes
com infecções virais. Estágio 3- acima e a baixo do
diafragma
Quadro clínico
Estágio 4- acima e a baixo do
Linfadenopatia e a presença ou não diafragma e se afeta ossos e
de sintomas B órgãos.
A linfadenopatia está presente no Prognóstico
diagnóstico, sendo localizada em
80% dos casos acima do diafragma, LH precoce // LH avançada
ou na doença avançada com
comprometimento extranodal Escore 0 – sobrevida global em 5
anos = 98%
Diagnóstico
Escore 5 ou mais – sobrevida global
Biópsia excecional de linfonodo e em 5 anos = 67%
no exame anatomo-patológico +
imunohistoquímica, conseguimos Manejo
visualizar as células de Reed-
Sternberg A maioria dos pacientes conseguem
a cura, mas a toxicidade
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relacionada ao tratamento é uma
causa de morte tardia e morbidade,
por isso devemos adequar a
agressividade do tratamento.

O objetivo do tratamento é manter


alta as taxas de cura e minimizar
complicações do tratamento no
longo prazo

Tratamento

Depende do estadiamento
Leucemia Aguda
LH precoce – fazemos
quimioterapia +radioterapia (a Leucemia aguda é caracterizada
quantidade de QT e dose da pelo acúmulo de blastos, já a
radiação varia conforme doença crônica é caracterizada pelo
favorável ou desfavorável) acumulo de células maduras. Não
desrespeita ao tempo e sim ao grau
LH avançado – faz quimioterapia (A de maturidade celular.
radioterapia pode ser usada para
consolidação em casos Hematopoese normal
selecionados)
Inicia na célula tronco, além dela se
ABVD (Adriamicina, Bleomicina, dividir ela se diferencia em
Vinblastina e Dacarbazina) adms progenitores da linhagem mieloide e
IV, um ciclo é quando realiza a darão origem a hemácias,
administração dia 1, e dia 15 (15º leucócitos e plaquetas) e as que se
completa o ciclo). Brentuximab é um diferenciam em progenitores
anti CD30. linfoides elas dão origem aos
linfócitos maduros

No paciente com Leucemia Mieloide


Aguda  também temos as células
tronco, mas temos a formação de
clones, esses clones de
progenitores leucêmicos vai tomar
conta e produzir só blastos
leucêmicos. 1 clone da origem a
células de características
semelhantes. Assim, o progenitor
leucêmico ele não segue no
processo de amadurecimento,
permanecendo no estado imaturo e
Taxa de sobrevida em 5 anos acumulando. Consequentemente,
se esse processo vai se
amplificando ocorre prejuízo na
produção de células normais, por
isso que podemos ter pancitopenia.
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Em alguns casos esse acumulo de Exemplos de alterações no
blastos pode estar só na MO ou exame físico em leucemias
pode estar também no sangue agudas
periférico, por isso nem toda
leucemia aguda tem aumento de Hiperplasia gengival (+ comum em
leucócitos leucemias monocíticas) e lesões de
pele.
A leucemia aguda muitas vezes
ocorre devido a mutações durante a Suspeitas de leucemia, mesmo sem
hematopoese sinais e sintomas, quando o
paciente tiver no hemograma
Exemplo da foto é em gêmeos com bicitopenia ou pancitopenia,
t(12;21), que desenvolverem LLA; SEMPRE. Geralmente apresenta
um teve mais uma mutação e assim anemia e plaquetopenia e contagem
desenvolveu antes do irmão que só de leucócitos variável
foi desenvolver com 14 anos.
*atenção: bicitopenia ou
pancitopenia, EXPLICAVEL
acontece na cirrose

Sangue periférico

Se tiver blastos na análise pesar em


leucemia aguda  muda a conduta
pois cuida hospitalar

Fatores de risco A biópsia de medula óssea –


mielograma – vai identificar blastos
Qualquer pessoa faz leucemia – a e podemos diferenciar LMA de LLA.
maioria dos casos não tem fator de População monomórfica – todas do
risco. Importante reconhecer que mesmo tipo  leucemia.

Pacientes com idade acima de 65 Diagnóstico


anos é mais frequente, com doença
hematológica prévia, anemia > 20% de blastos no sangue
aplásica, HPN; doenças hereditárias periférico ou na medula óssea
como Síndrome de Down;
exposição ambiental (Radiação Cariótipo
ionizante, exposição a benzeno,
Paciente tiver a t(8;21), inv(16) e
tabagismo, pesticidas) e pacientes
t(15;17) também são definidoras de
que já fizeram quimioterapia
LMA independente do número de
Quadro clinico blastos.

Rápido início dos sintomas Além da avaliação morfológica


(semanas). As queixas são como diferenciar a LMA da LLA?
inespecíficas, devemos reconhecer Imunofenotipagem por citometria
quando olha para o hemograma, de fluxo
fadiga, anorexia, palidez,
Identifica o CD de cada célula,
sangramentos, infecções,
marcadores de superfície da célula.
hepatoesplenomegalia, lesões ou
tumores em pele ou cavidade oral
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Ela possui critérios para seu
diagnóstico, sendo por meio de
laboratório:

2 ou mais (3 d antes ou 7 d após


início da QT)

• Hiperuricemia, hipercalemia,
hiperfosfatemia

• Hipocalcemia

Ou por meio da clinica:

SLT laboratorial + aumento da


creatinina, arritmia ou convulsão

A SLT ocorre mais frequentemente


Diferencia os tipos de leucemia em tumores com alta taxa de
agudas proliferação – marcador KI-67 (ex:
linfoma Burkitt, LLA)
Molecular (FISH/PCR + sensível)
Tratamento
Para avaliar translocações e
alterações especificas. Ex: pesquisa Medidas de suporte: devido a
da translocação PML-RARA por citopenia devemos transfundir
FISH hemocomponentes filtrados e
irradiados para inativar os infócitos
Sensibilidade de detecção das
para prevenir doença do enxerto
células leucêmicas na medula
contra hospedeiro. Para prevenir a
óssea por diferentes técnicas 
lise tumoral realizar hidratação
variável
rigorosa EV e alopurinol (5/6l de
Complicações soro) e profilaxia anti-infecciosa.
Programar quimioterapia especifica
Pacientes com leucemia aguda são
mais suscetíveis a infecções Visão geral do tratamento
(infecção orbital, cândida, herpes,
infecção de pele por psudomonas)

Síndrome de lise tumoral também é


uma complicação e é uma
emergência oncológica, cujo ocorre
a lise maciça das delulas tumorais
com liberação de eletrólitos na
circulação sistêmica e, o acido úrico
ou cristais de fostafo de cálcio
podem se depositar nos túbulos
renais e resultar em insuficiência
renal aguda. Por isso na suspeita
de leucemia aguda é importante
Pacientes tratado com quimio uma
analisar eletrólitos e a função renal
vez só e não tiver mais tanto blastos
– se não fizer nada a doença volta.
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Por isso esses pacientes recebem unilateral e indolor), massa
outros ciclos de quimio mediastinal (Desconforto
respiratório e síndrome de veia cava
Pode acontecer diferentes cenários: superior) e hepatoesplenomegalia.
só quimio e o paciente vai bem;
outros precisa transplante de MO; e Prognóstico
outros casos há necessidade de
fazer quimioterapia de manutenção. Em crianças é excelente, 97 a 99%
Entretanto, independentemente do apresentam remissão completa e a
tipo de conduta a doença pode sobrevida global em 5 anos é de 90
voltar e causar falência da medula a 94%
óssea.
Em adultos e adolescentes a taxa
Terapia de consolidação – cai a de cura ainda são inferiores a
plaquetas (transfundir) crianças, possui sobrevida global
em 5 anos de 30-40% e o
Critérios de resposta prognóstico em paciente com idade
acima de 60 anos é ruim
Remissão completa: paciente em
estado morfológico livre de Anormalidades citogenéticas
leucemia (ter blastos < 5%), não
precisar de transfusão, ter Fornecem informações prognósticas
neutrófilos > 1.000/μL e plaquetas ≥ e ajuda a tratar os pacientes
100.000/μL.
Ex: LLA Ph+, se tiver além do
Resposta citogenética completa: tratamento quimioterápico irá
citogenética normal associar inibidores de tirosina
quinase o que melhora as taxas de
Resposta molecular completa: remissão e sobrevida livre de
estudos moleculares negativos. doença

LEUCEMIA LINFOBLÁSTICA Tratamento


AGUDA (LLA)
Envolve a quimioterapia de indução,
Câncer infantil mais comum, tem o consolidação, profilaxia de SNC e
pico de incidência dos 2 aos 5 anos manutenção. Depois que trata é
e é responsável por 76% das fundamental monitorizar doença
leucemias em pacientes < 15 anos. residual mínima (feita por citometria
de fluxo – identifica se tem ou não a
Em adultos é mais comum a LMA, presença de blastos)
só 20% apresentam LLA, e nos
adultos a incidência aumenta com a Se paciente tem doença residual
idade. mínima +  alto risco da doença
volta
Manifestações clinicas
Transplante alogênico em primeira
Sinais e sintomas precoces de ou segunda remissão em casos
leucemia são inespecíficos (febre, específicos.
sangramento, dor óssea e
linfonodomegalia), acometimento do Quanto pior o prognóstico mais
SNC (cefaleia, vômitos, letargia e agressivo deve ser o tratamento.
rigidez de nuca), envolvimento
testicular (aumento testicular
Thaísa Helena Bocatti – T15
LEUCEMIA MIELOIDE AGUDA Ele atua no material genético como
(LMA) uma oncoproteína que bloqueia a
transcrição de genes alvo e
Bastonete de Auer  mieloide, impedem a diferenciação/
pode ter ou não amadurecimento da célula e
aumentam a sua proliferação
Classificação de 2022  subdivido
em 2 grupos mostrando o avanço Tratamento
do conhecimento e leva em
consideração morfologia e o Emergência médica
imunofenótipo – não vai cobrar
E é feito com ATRA (ácido trans-
Friday leukemia: myth or reality? – retinoico) ou trióxido de arsênio
curiosidade leucemia mais associado a quimioterapia que leva
comumente diagnosticada na sexta- a uma remissão de 90% dos casos.
feira
O ATRA ou o trióxido de arsênio
Subtipo da LMA impedem a atuação do PML-RARO
e restaurar a função normal
Leucemia promielocítica aguda permitem a maturação do
(LPA) – caso do tuts promielócito em granulócito maduro,
reduzindo as células leucemias
Corresponde de 10 a 15% das
LMAs, com média de idade de 44 O fato de induzir a maturação do
anos. é definida pelo mielograma blasto em granulócito maduro pode
com encontro de blastos + levar a síndrome de diferenciação
promielócitos > 20%; tipicamente que é uma complicação
tem a translocação t(15,17) ou no potencialmente fatal, com
FISH fusão PML/RARA. resposta inflamatória sistêmica em
geral associada a maior expressão
Essa doença cursa com alto risco de citocinas, dano epitelial,
de distúrbios hemorrágicos e extravasamento capilar, oclusão da
coagulação intravascular microcirculação e infiltração
disseminada (CIVD), por isso é tecidual, ou seja uma resposta
importante analisar exames de inflamatória exagerada
coagulação em pacientes com
suspeita de leucemia promielocítica O diagnóstico dela é quando temos
aguda!!! LPA e usa uma droga que causa
diferenciação (ATRA ou ATO) e
Qual o problema desse rearranjo apresenta 3 ou mais dos seguintes
PLM-RARO? sintomas:

 Febre, ganho de peso,


hipotensão, dispneia,
opacidade no Rx tórax,
derrame pleural ou
pericárdico e insuficiência
renal

Essas alterações são inespecíficas,


assim é importante considerar o
diagnóstico diferencial (ex: sepse,
Thaísa Helena Bocatti – T15
ICC, TEP) antes de atribuir os
sintomas apenas a síndrome de
diferenciação

Tratamento da SD devemos tratar


esse processo inflamatório
exacerbado com corticoide
(Dexametasona 10 mg 12/12h)

Prognóstico

Dependem de fatores de risco


clinico: idade, performance status,
se exposição a agentes citotóxicos Quando paciente tem t(8;21) o
ou radioterapia, mielodisplasia ou transplante não é recomendado e o
doença hematológica prévia; e se racional para isso é que o risco de
tem anormalidades genéticas recorrência é de 40/50%. Chance
de complicação é mais alta se
Sobrevida X idade
transplantar.
Em pacientes jovens é por volta de
50 a 60% em 5 anos, mas pacientes Mielodisplasia – síndrome
na casa dos 60/70 anos é abaixo de mielodisplásica (SMD)
20%
São doenças clonais da célula
A citogenética também influencia na tronco hematopoiética, que resultam
sobrevida: se o paciente tiver um de alterações genéticas adquiridas
risco genético favorável t(8;21) a com formações de clones anômalos
mediana 7,6 anos; se risco e genéticamente instáveis ou com
intermediário com cariótipo normal a potencial de evoluir para leucemia
mediana 1,3 anos; e se cariótipo aguda
complexo a mediana de sobrevida é
de 6 meses  modo de tratar os Mielodisplasica  tem que ter
pacientes é diferente!! displasia

Paciente em primeira remissão Displasia é alteração no


completa após tratamento para morfológica/ no padrão de
LMA apresenta cariótipo normal, crescimento
NPM1- e FLT3+. Qual a melhor
opção de tratamento? Essas doenças por conta da
R: paciente classificado como displasia (que é detectada em
Intermediário 2, quimioterapia de sangue periférico e MO), cursam
indução com transplante com hematopoese ineficaz e então
alogênico de MO na remissão. podemos ter citopenia(s)
persistentes e inexplicadas, é
comum anemia macrocíticas; risco
de transformação para leucemia
aguda; mais comum em idosos. E é
uma doença de exclusão.

O que é necessário para


confirmar o diagnóstico de SMD?
Thaísa Helena Bocatti – T15
Anamnese e exame físicos são Citogenética: encontra alterações
inespecíficos, o sangue periférico em 50-60% dos casos e as mais
tem citopenia (hemograma) e comuns: – del(5q), monossomia ou
displasia (esfregaço de sangue deleção(7q), trissomia 8 e del(20q)
periférico)
FISH: alterações detectadas por
Na medula óssea: fish pode auxiliar caso seja difícil
obter material para cariótipo
O mielograma (método ideal para
avaliar displasia, pois consegue ver Classificação WHO
detalhes da morfologia celular) a
biópsia de medula óssea auxilia na A SMD não é uma coisa só é um
avaliação de displasia e exclusão conjunto de doenças diferentes.
de outras causas e a citogenética e
molecular vão identifica alterações Atualizada em 2022: divide em 2
sugestivas de SMD grupos a SMD com anormalidades
genéticas definidoras e a SMD
Diagnóstico morfológico da SMD definida morfologicamente.

Dispoese ou atipia celular em pelo Prognóstico


menos 10% de uma determinada
linhagem: O porcentual de blastos define
subtipo e prognóstico.
 Diseritropoese: linhagem
Quanto mais blastos  pior
vermelha
Tem mais chance de evoluir quando
 Dismielopoese: linhagem
tem mais blastos
mieloide
SCORE IPSS
 Dismegacariopoese:
linhagem megacariocítica

Nenhum achado morfológico


isolado é suficiente para o
diagnóstico

Tratamento Depende do
prognóstico
Azulzinhos  coloração por ferro,
ou também chamados de Baixo risco: só acompanhado
sideroblastos
Alto risco: pode ser que precise de
Seta aponta para  megacariócito transplante. Evolução para LMA é
com alteração nuclear muito rápida.

Exame citogenético e molecular Resuminho rápido:


Thaísa Helena Bocatti – T15
LLA  câncer pediátrico mais Diferenciar se essas alterações se
comum, pode ter linfodenopatia, referem a um distúrbio
febre, infecção, hemorragia e a hematológico primário ou se é
criança pode se queixar muito de apenas um distúrbio reacional
dor óssea por conta dos blastos
crescendo dentro do osso. Temos  A policitemia é o aumento da
teremos os linfoblastos na medula produção de células vermelhas
óssea e no sangue periférico estimulado por uma sinalização
genética que motivou o aumento da
LMA  mais comum conforme proliferação. Dessa forma, os
avança a idade, > 20% na medula precursores da linhagem vermelha,
óssea/ sangue periférico, possuem receptores em sua
bastonetes de QUE. Leucocitose, membrana que são chamados de
com intomas SNC, CIVD. receptores da eritropoietina e esse
está ligado a JAK2.
Doenças Mieloproliferativas
Mec fisiológico: Se o receptor não
Crônicas está ligado a eritropoietina, não há
sinalização intracelular mediada
Introdução:
pela JAK2. Mas, em um cenário
Grupo de doenças que surgem das que, por exemplo a pessoa sangra
células-tronco da medula óssea e  o rim percebe a hipóxia 
caracteriza-se por proliferação produz mais eritropoietina 
clonal de um ou mais componentes eritropoietina se liga no receptor 
hematopoéticos. leva a fosforilação da JAK2 e o
envio de uma sinalização para o
Classificadas em: núcleo para ele proliferar mais como
mecanismo compensatório.
1. Leucemia mieloide crônica
(Ph+) – classificada como  Pacientes com policitemia
DMPC a parte por ter a
presença do cromossomo  Policitemia pode ser primária
Philadelphia, mas tem ou secundária [mais comum
características individuais – consequência de DPOC
(hipóxia crônica), apneia do
2. Doença mieloproliferativas sono, tumor produtor de
crônicas (Ph-) sem crms eritropoietina ou altitude ou
Philadelphia mesmo medicamento].

 Policitemia Vera (PV)  Já a Policitemia Vera


(verdadeira ou 1ª) não tem
 Trombocitemia relação com a eritropoietina,
Essencial (TE) ela tipicamente é baixa.
Dessa forma, o principal
 Mielofibrose (MF) exame para diferenciar a
primaria da secundária é o
Devemos suspeitar de Doenças exame de eritropoietina (Vera
mieloproliferativas crônicas Ph- ou =Eritropoetina
DMPC quando o hemograma subnormal/baixa // 2ª =
apresenta policitemia (aumento da Eritropoetina normal/alta).
produção de células vermelhas), CG deve pedir.
plaquetose e pancitopenia.
Thaísa Helena Bocatti – T15
A plaquetose pode ser reacional ou Curso clinico:
de uma doença primaria como
trombocitemia essencial. Geralmente, é um paciente
assintomático com alteração no
 Plaquetose reacional: exame. Pacientes com PV podem
sempre lembrar da anemia evoluir para ou para mielofibrose
ferropriva, mas também primaria ou para LMA, já a
pode ser causada por trombocitopenia essencial evolui
sangramento agudo, CA para mielofibrose primária; e a
metastático, IAM, pancreatite, mielofibrose pode evoluir para LMA.
infecções, alergias e Devemos sempre acompanhar pois
medicações eles têm risco de evoluir para
doenças com maior mortalidade. A
Doença Mieloproliferativa crônica MP é uma doença grave cursa com
(crms Philadelphia negativo) falência da MO e precisa
transfundir*
O diagnóstico delas, além das
alterações no hemograma é Fisiopatologia
fundamental realizar a biópsia de
medula óssea não aspirada, para Mutações na JAK2 que fazem com
ver fibrose e celularidade, faz parte que a via de sinalização fique
do critério de diagnóstico. sempre ativada, independente se
está ou não ligada a eritropoietina
São doenças raras, ocorre na média ou a outro receptor. A JAK2 está
um caso a cada cem mil indivíduos intimamente associada a porções
(PV mais comum média 61 anos// citoplasmáticas de receptores chave
TE mesmo da PV e mediana de 50 para citocinas hematopoiéticas, por
anos// MP mais rara e a média é de isso as manifestações são
64 anos) variáveis.

Manifestações clinicas: JAK2 está relacionada a produção


de células vermelhas e plaquetas.
Os sintomas são inespecíficos,
variáveis, de intensidade leve/ Policitemia Vera
moderado (passa batido) e o mais
prevalente é a fadiga. Proliferação da linhagem mieloide,
geralmente afeta as 3 séries (↑
Outros são: saciedade precoce, hemácia, granulócitos e plaquetas)
geralmente associada ao aumento
do baço; desconforto abdominal, A grande marca é o auemnto da Hb
dificuldade na concentração, no hemograma definindo a
sudorese, prurido, dor óssea. policitemia.

As DMPC podem cursar com Tanto a PV quanto as outras terão


anormalidades no sangue periférico, como característica: alteração no
e a alteração que sugere hemograma e um marcador clonal
mielofibrose é a reação (alteração genética que confere a
leucoeritroblasto (leucócitos doença a proliferação da linhagem
imaturos e eritroblastos) e também mieloide)
pode demonstrar dacriócitos
(hemácias em lagrima) O marcador da PV é o JAK2V617F
(exon 14), presente em 96%, e
Thaísa Helena Bocatti – T15
pode ser pesquisado por exame de ponto) e trombose venosa (1 ponto).
sangue periférico ou PCR. Existe Alto risco (3 ou mais) //
outras mutações intermediário (1 ou 2 pontos) //
baixo risco (0 pontos). Paciente do
Alterações clinicas: caso 3 pontos.

Na PV podemos identifica o Em caso suspeito de PV:


paciente com pletora facial (rosto
vermelho), eritromelalgia Inicia dosando eritropoietina e
(extremidades quentes, vermelhas e realizar, se disponível, exame da
dolorosa), e outros sintomas JAK2. SE eritropoietina baixa e JAK
relacionados ao aumento da 2 positiva = PV confirmada. SE
viscosidade sanguínea como eritropoietina baixa e JAK 2
cefaleia, parestesias, distúrbios negativo = checar mutação da JAK
visuais transitórios, esplenomegalia 2 do exon 12. E SE EPO normal ou
(36%), prurido aquagênico (36%) alta investiga outras causas.

É uma doença rara e a Tratamento


eritropoietina pode estar normal,
mas o mais prevalente é ela estar Objetivo do tratamento é reduzir o
baixa. Hb >18,5, Plaquetas > risco de trombose, avaliar sintomas
450.000aumenta LDH. e minimizar o risco dela evoluir para
mielofibrose pós-PV, LMA/SMD.
Complicações da PV
Para TODOS
Trombose (pode ocorrer em sítios
não usuais, mas em sua maioria é 1.Controle do Ht por meio da
arterial) e sangramento sangria, mantendo Ht <45%,
sangria de 500 ml reduz em até 3%,
Critério Diagnóstico de PV deve fazer frequentes.

Hematócritos mais baixos menores


que 45, está associado a menor
incidência de trombose ou morte
celular.

2.Aspirina de dose baixa (40-


100mg/d) para todos para prevenir
trombose, avaliar sintomas
microvasculares. Estudo ECLAP
que visualizou isso.
Hb é o principal critério*. Para dar
3. Terapia citorredutora
diagnóstico tem que ter ou os 3
maiores, ou 2 maiores e 1 menor. PV baixo risco < 60 anos e sem
trombose  Controle do ht com
Paciente de 68 anos, com
sangria + AAS
diagnóstico de PV, hemoglobina de
19, leucócitos de 8.000, sem Já em PV alto risco > 60 anos e/ou
trombose. Qual o prognóstico? trombose, faz controle do ht com
SCORE de prognóstico: idade sangria + AAS e a terapia
pontua (acima de 67 anos = 5 citorredutora com hidroxiuréia (1ª
pontos), Leucócitos (> 15 mil = 1 escolha) ou ruxolitinib (inibidor do
Thaísa Helena Bocatti – T15
JAK) usa em quem não teve efeito
na hidroxiureia ou tiver prurido
grave, esplenomegalia sintomática

Esperamos que com o uso da


Hidroxiureia prolongada diminua o
tamanho do baço, e redução de Hb,
e reduza plaquetose e leucocitose

Hidroxiureia reduz a
mieloproliferação.
Critérios maiores:
Trombocitopenia Essencial
1. Plaquetas maior ou igual a 450
“Um montão de plaqueta” mil

Introdução: a marca é a hiperplasia 2. a biópsia da MO mostrando


megacariocítica (aumento dos proliferação da linhagem
megacariócitos) que leva a megagariócitica
plaquetose no hemograma e
também teremos mieloproliferação 3. Não preencher critério das outras
clonal. doenças (LMC, PV ou outra
neoplasia mieloide)
O que é diferente é que as
possíveis alteração da TE são 4. presença de um marcador clonal:
diferentes da PV. Na TE temos JAK2, CALR, MPL
JAK2V617F está presente em 60-
65% dos casos, CALR – 20-25% Critério menor:
MPL – 5%.
1. Não tem outra causa para
Suspeita clínica se dá pelo plaquetose reacional.
hemograma de rotina com
O diagnóstico precisa de todos os 4
plaquetose, ela geralmente
ou pelo menos 3 maiores e 1
encontra-se entre 454-3460 x 10 3. E
menor.
as complicações da doença são
trombose, sangramento devido a Tratamento
anormalidades qualitativas e
quantitativas das plaquetas e Objetivo é prevenir sangramento e
mulheres gravidas podem perder o trombose, além de aliviar sintomas.
feto de primeiro trimestre.
São opções de tratamento:
Plaquetose variável. observação, AAS, anticoagulação e
hidroxiureia
A idade dos pacientes varia muito, e
tem uma predominância no sexo Sendo a escolha do medicamento
feminino. baseada no prognóstico do
paciente, chamado de IPSET:
Critério diagnóstico:
• Idade > 60 anos: 1 ponto

• Risco cardiovascular (HAS, DM,


tabagismo): 1 ponto
Thaísa Helena Bocatti – T15
• História de trombose: 2 pontos Em casos que o paciente apresenta
palquetose extrema a cima de 1
• Presença de JAK2V617F: 2 milhão devemos rastrear von
pontos Willebrand adquirido com cofator de
ristocetina < 30%. O tratamento é
• Idade > 60 anos: 1 ponto terapia citorredutora e evitar o uso
de aspirina devido ao cofator baixo.
• Risco cardiovascular (HAS, DM,
tabagismo): 1 ponto Mielofibrose primária
• História de trombose: 2 pontos Tem como característica
predominante uma fibrose
• Presença de JAK2V617F: 2
generalizada e progressiva da
pontos
medula óssea, associada ao
Risco de ter trombose desenvolvimento de hematopoese
no baço e fígado.
• Baixo (0 ou 1 pontos)
É uma doença que também cursa
• Intermediário (2 pontos) com mieloproliferação clonal com
mutação JAK2V617F presente em
• Alto (> 2 pontos) 65% dos casos CALR – 25-35% ou
MPL – 8%. Essas mutações JAK2,
O tratamento para os riscos de CALR, MPL. Estão presente em
trombose são pelo menos 1 em 90%, mas em
10% dos casos os pacientes não
Alto risco e trombose venosa =
apresentam e isso é chamado de
agente citorredutor +
triplo negativo.
anticoagulação sistêmica
Quadro clínico:
Alto risco e trombose arterial =
agente citorredutor + aspirina dose O que chama muita atenção é o
baixa aumento do baço que pode
ultrapassar a crista ilíaca
Risco intermediário/ alto sem
ultrapassar a linha média; pode
trombose = agente citorredutor +
cursar com sintomas constitucionais
aspirina
como emagrecimento, prurido além
Baixo risco de trombose (<60 a e de trombose e sangramento.
sem trombose) = aspirina dose
Dados de mil pacientes mostram
baixa ou observação
que é mais comum em idosos (>60
JAK2+ e FRCV+ (fatores de risco anos) e 31% tem esplenomegalia
cardiovasculares)  Aspirina dose acima de 10 cm do rebordo costal.
baixa 2x/dia

JAK2+ e FRCV-  Aspirina dose


baixa 1x/dia

JAK2- e FRCV+  Aspirina dose


baixa 1x/dia

JAK2- e FRCV-  observação


Thaísa Helena Bocatti – T15
paciente jovens tentar um
transplante de MO, ou entrar em um
clinical trial para tentar alguma
droga nova. Se tiver Sintomas
constitucionais ou esplenomegalia
muito sintomática o Ruxolitinib é
uma opção.

Mieloma Múltiplo
É uma doença dos plasmócitos
Confirma diagnóstico de MP quando (Linfócito B que foi exposto a um
possui 3 critérios maiores e um dos antígeno e produz um único tipo de
critérios menores anticorpo - esse anticorpo é
composto de cadeias pesadas e
 Paciente de 68 anos, com
cadeias leves)
diagnóstico de mielofibrose hb 9,
leucócitos de 28.000, plaquetas de É a segunda neoplasia
62.000. Qual o prognóstico? hematológica mais comum, esta
Paciente de alto risco. associada a essa proliferação de
plasmócitos e possui incidência
Prognóstico é feito pelo SCORE
anual de 7 caso para 100 mil nos
DIPSS-plus
EUA, se mostrando mais frequente
1. Necessidade de transfusão que a DMPC. É mais comum em
sanguínea afro-americanos do que
2. Hb < 10g/dL caucasianos, mais homens do que
3. Contagem de plaqueta mulheres e idosos.
<100x10 /L 9
É a evolução de condições
4. Contagem de leucócitos
anteriores que progrediram para o
>25x10 /L 9
MM.
5. Blastos circulantes > 1%
6. Sintomas cinstitucionais Gamopatia monoclonal de
7. Cariótipo desfavorável significado indeterminado 
8. Idade > 65 anos Mieloma múltiplo indolente 
Baixo risco = 0 // intermediários 1 = Mieloma múltiplo sintomático.
1 ponto // intermediário 2 = 2 ou 3
pontos // alto risco = 4 a 8 pontos O que acontece para evoluir de um
para o outro? No início temos
Tratamento células clonais (em azul) que estão
associadas a eventos genéticos
Baixo risco/ intermediário 1 
primários como translocações IGH
sobrevida > 6 anos. Se paciente
ou hiperdiploidia, essa proliferação
assintomático observação; SE tem
clonal inicial é pequena, e nesse
anemia realizar transfusão CH,
estado podemos identificar
danazol; SE paciente com
Gamopatia monoclonal simplificado
esplenomegalia sintomática/
indeterminado. Ao longo do tempo
sintomas constitucionais prescrever
dodem surgir eventos genéticos
hidroxiuréia
simplificados como hipometilação
Risco intermediário 2/ alto risco  do DNA, anormalidade no número
sobrevida < 3 anos. Em caso de de cópias. Então vão se somando
Thaísa Helena Bocatti – T15
eventos genéticos secundários e matriz extracelular o que confere
assim teremos a progressão de resistência ao tratamento, e além
células com maior capacidade disso, eles também interagem com
maligna, e a doença evolui para células hematopoiéticas (linfócitos)
estágios que pode causar e não hematopoiéticas (estromais) e
problemas como MM e a leucemia isso faz com que haja um
de células plasmáticas (raro). crescimento e a sobrevivência das
células do mieloma que resistem a
Epidemiologia quimioterapia convencional, por isso
o entendesse que o MM não tem
Na gamopatia monoclonal de cura.
significado indeterminado os
indivíduos são assintomáticos, Características fisiopatológicas e
acomete 3% > 50 a • 5% > 70a, a clinicas:
relevância dessa condição é que
15% progridem para mieloma em 25 Se prolifera o clone de plasmócitos,
anos e o risco anual de eles podem suprimir a hematopoese
transformação é de 1%. e dar sintomas de citopenia
(sintomas anêmicos, sangramento
No Mieloma Multiplo indolente os infecções – e também devido a
pacientes também são redução da produção de
assintomáticos, mas a chance de anticorpos), outra é as lesões
progressão para mieloma é variável ósseas por conta do desequilíbrio
conforme o risco: se for um MMI de de osteoclastos e osteoblastos,
baixo risco a chance de progreção é causando hipercalcemia, dor óssea
de 8% em 5 anos, já se for de alto grave, fratura patológica,
risco a chance aumenta para 50% compressão de raiz nervosa.
em 2 anos.
O mieloma também da problema
Já no mieloma multipo os pacientes devido ao efeito tóxico direto de
são tipicamente sintomáticos e deposição de cadeia leve, isso leva
corresponde a 10% das a formação de cilindros de cadeia
malignidades hematológicas leve intratubulares e toxicidade
tubular direta pelas cadeias leves,
Etiologia causando doença renal, onde até
50% são dx com IRA ou IRC.
O porque que ocorre o MM é
incerto, idiopático, mas a exposição Sinais e sintomas no diagnóstico
à radiação, pesticidas e tintura de
cabelo, foram descritos como Um estudo retrospectivo 1027
fatores de risco; e do ponto de vista pacientes com MM mostrou que
genético existe um reconhecimento 73% dos pacientes possuíam
de que há maior risco de GMSI em anemia (normo/normo) e dor óssea
parentes de primeiro grau de um que acomete mais o dorso e tórax
paciente com mieloma. acomete 58% e 48% apresentaram
aumento da creatinina  esses são
Fisiopatogia os principais, mas podem ter
fadiga/fraqueza, hipercalcemia,
Os plasmócitos interagem e
emagrecimento.
influenciam o microambiente da
medula óssea, então os plasmócitos Abordagem diagnóstica
da medula óssea se aderem a
Thaísa Helena Bocatti – T15
Além da história e exame físico é albumina, só que inferior ao normal
importante pedir Hemograma com e terá na região gama um pico.
eletrólitos (*creatinina e cálcio que
fazem parte do critério do MM
sintomático), para identificar o
componente monoclonal iremos
pedir eletroforese de proteínas e
imunofixação (tanto sérico como na
urina). Ainda, podemos pedir um
mielograma por meio da biópsia de
medula óssea e inventário ósseo

Proteínas Monoclonais

A suspeita se da pela detecção


de componentes monoclonais,
assim o componente monoclonal
(proteína M) é produzida pelos
Região gama larga  normal
plasmócitos malignos. Esses
plasmócitos podem produzir Região gama estreita  pico de
cadeias pesadas e leves como só proteínas  MM
cadeia leve (15-20% dos MM).
Imunofixação
Dessa forma, a eletroforese de
proteínas identifica a presença e a Testa para ver se é IgG, IgA, IgM,
quantidade do componente kappa, lambda ou SPEP
monoclonal e a imunofixação
identifica o tipo de componente
monoclonal, e o tipo mais comum é
o IgG kappa.

Eletroforese de proteínas

É chamado de Gamopatia
Monoclona, pois os anticorpos
estão na região gama.

Esfregaço de sangue periférico

Na imagem, vemos em azul o Hemácias em rouleaux (aspecto


padrão normal e em roxo o MM, empilhado)
assim o paciente com mieloma
múltiplo ele vai ter um pico de
Thaísa Helena Bocatti – T15
Relação FLC kappa/lambda normal
0,26 a 1,65. Relação anormal em
90% dos casos de mieloma

Avaliação radiológica

O inventário ósseo, pode ser feito


por RX, tomografia, RNM ou PET-
CT

Lesões ósseas são encontradas e


70% dos casos
Biópsia de medula óssea
Sintomas
Vamos encontrar os plasmócitos
Lembrar do mnemônico CRAB:

 C- hiperCalcemia: cálcio > 11

 R- insuficiência Renal:
creatinina > 2, ClCr < 40

 A – anemia: Hb < 10 e queda


>2

 B – Bone lesions: leões


osseas, lesões osteolíticas >
5mm
Leucemia mieloide aguda alentam
blastos // MM aumenta plasmócitos O critério mais atual considera além
- questão de prova do CRAB, o evento definidor de
mieloma (EDM) que pode ser a
Outros exames
presença de CRAB, se > 60%
Imunofenotipagem  não é tão plasmócitos na MO, se Relação
comum FLC anormal (> 100), se 2 ou mais
lesões focais na RNM. Qualquer um
Auxilia na diferenciação entre desses é chamado de EDM, e isso
gamopatia monoclonal (plasmócito é fundamental para definir em que
clonal) e plasmocitose reacional, fase da doença o paciente está.
identifica a % de plasmócitos
envolvidos e define se é cadeia leve Gamopatia monoclonal de
kappa ou lambda (Relação normal significado indeterminado: tem
kappa/lambda 2:1) que ter um componente monoclonal
< 3g/dL, e MO < 10% plasmócitos
Citogenética ou FISH malignos e CRAB ausente.

Quando tem utiliza para avaliação Mieloma múltiplo indolente: tem


prognóstica Componente monoclonal ≥ 3g/dL ou
MO 10-60% plasmócitos malignos e
Free light chain assay (+ sensível) ausência de evento definidor de
mieloma.
Mede a cadeia leve livre no plasma,
coisa que a eletroforese não faz.
Thaísa Helena Bocatti – T15
Mieloma múltiplo: Componente
monoclonal variável (sangue/urina)
OU relação FLC anormal e MO >
10% plasmócitos malignos ou
plasmocitoma e presença de evento
definidor de mieloma.

Plasmocitoma solitário: tem uma


massa e quando biópsia (óssea ou
de tecido mole) evidência de
plasmócitos clonais

Abordagem

Avaliação de prognóstico Terapia de suporte

• Albumina Se paciente tiver Hipercalcemia


está indicado a hidratação,
• Β2 microglobulina corticoide, bisfosfonatos e em
alguns casos até hemodiálise
• Cariótipo/ FISH
Se Insuficiência Renal evitar
Avaliação pré-tratamento
medicações nefrotóxicas;
• Performance status hidratação e hemodiálise em alguns
casos
• Comorbidades
Em caso de infecções, paciente já
• Função cardíaca, renal, hepática e são mais suscetíveis então já usam
pulmonar antimicrobianos como profilaxia e
tomam vacina para influenza e
• Hepatite B, C e HIV penumococo. E durante o
tratamento quimioterápico se faz G-
Estadiamento CSF para diminuir a neutropenia.
ISS International Staging System Para as lesões ósseas se faz
analgesia com opioide
Bisfosfonatos – ácido zoledrônico,
pamidronato, uso inferior a 2 anos;
e a complicações tardias do uso
desses é a osteonecrose de
mandíbula

Fraturas  Avaliação do
ortopedista, radioterapia

Já em casos de Síndrome de
compressão medular usar
corticoide, radioterapia ou até
descompressão cirúrgica

35% dos pacientes apresentam


anemia com Hb menor que 9 e
Thaísa Helena Bocatti – T15
tratamos com transfusão de CH ou E além disso, no transplante
tentar fazer eritropoietina alogenico pode ter o efeito GVL
(enxerto versus leucemia) – as
Esses pacientes possuem risco de células de outra pessoa podem
eventos tromboembólicos, tendo contribuir em erradicar a doença
risco de 3-4% de trombose venosa, maligna.
usar aspirina na ausência de fatores
de risco e realizar anticoagulação Indicações mais comuns para o
se alto risco transplante de células-tronco
hematopoéticas
Tratamento – só medicamento ou
medicamento seguido de Transplante autólogo a indicação
transplante autólogo mais frequente é para MM, depois
para não-Hodking e por último
Transplante de Medula óssea Linfoma Hodking

Procedimento terapêutico para Já o transplante alogênico, a


tratamento de doenças principal indicação é a LMA seguida
hematológicas benignas e da LLA e depois síndrome
malignas. mielodisplasica

Coleta de células tronco-


hematopoéticas

As células tronco, ou vem da coleta


na medula óssea, ou por aférese ou
do cordão umbilical

FASES DO TRANSPLANTE
AUTÓLOGO

Autólogo  MO vem do próprio 1. Coleta de células-tronco


paciente autólogas – quando o paciente ta
em remissão
Alogenico  MO vem de outra
pessoa 2. Regime de condicionamento –
quimioterapia para erradicar a
Benefícios doença maligna

Permite uso de quimioterapia em 3. Transplante – célula tronca povoa


altas doses, associado ou não a medula óssea
radioterapia, que levaria a falência
da medula óssea – A consequência 4. Enxertia
dessa quimioterapia de alta dose é
Regime de condicionamento do
causar uma anemia aplasia no
transplante autólogo
paciente muito grave, levando a
uma falência da MO. • Quimioterapia em alta dose (1
semana)  Erradicar a doença
Com essa falência de medula óssea
maligna
– temos como objetivo repovoar
essa medula óssea com células Em comparação com o alogênico:
tronco hematopoiéticas.
Thaísa Helena Bocatti – T15
• Reconstituição imune mais rápida
• Menor permanência hospitalar
• Menor mortalidade

TRANSPLANTE ALOGÊNICO

Maquina de aferese do doador,


depois o paciente faz tratamento
com quimioterapia para destruir as
células malignas e após isso o
paciente recebe a células-tronco

Candidato ao transplante alogênico:


pacientes jovens, sem Transplante
comorbidades, com uma doença
hematológica em remissão... Por convenção se conta os dias
pré-transplante de forma regressiva
(: D -7, D -6, D -5), o dia do
transplante é o D0, e pós-
transplante conta progressivamente
(D+1, D+2, D+3…)

Transplante até enxertia

O paciente fica com proteção imune


reduzida, muito vulnerável a
infecção devido à quebra da barrira
mucosa com a quimioterapia, ele
estará com cateter central e
neutropenia precisa tomar
antifúngico e antiviral, tem que fica
Fases do transplante alogênico em quarto isolado com filtro HEPA e
sempre lavar as mãos. Por conta da
 Regime de condicionamento suscetibilidade do de pegar uma
infecção e não sobreviver.
 Transplante
Enxertia – a medula pegou –
 Enxertia paciente nasceu de novo

 Reconstituição imune A enxertia acontece quando o


paciente faz mais de 500/mm3 de
Regime de condicionamento do neutrófilos (diminuição do risco
transplante alogênico – infecioso), tem aumento de
quimioterapia em alta dose e as plaqueta, de hemácias e isso
vezes associada a radioterapia de geralmente acontece lá pelo 10º 20º
corpo inteiro para erradicar a dia do transplante.
doença maligna, suprimir a resposta
imune do receptor. Dura em média Reconstituição imune
1 semana, e está associada a
eventos hematológicos e não- Recuperação de células B e T
hematológicos severos, como a
mucosite
Thaísa Helena Bocatti – T15
Diminui o risco de infecções
oportunistas
HEMOTERAPIA
Mas se tem a reconstituição tem
risco de desenvolvimento de INDICAÇÃO DE TRANSFUSÃO
doença do enxerto contra
hospedeiro (GVHD) –as células Concentrado de hemácias:
podem atacar vc pacientes com sinais e sintomas de
síndrome anêmica,
A GVHD é aguda quando ocorre até independentemente do valor de Hb;
o D+100, e se apresenta com rash geralmente com Hb < 7 g/dL (em
cutâneo, disfunção hepática, adultos)
diarreia, a profilaxia é com o uso de
metrotrexato + ciclosporina e o tto Concentrado de plaquetas
com corticoide
 Terapêutica: plaquetas <
Já a GVHD crônica é quando 50.000 na presença de
persiste ou ocorre após o D+100, sangramento ativo;
quadro clínico semelhante a portadores de plaquetopatias
doenças autoimunes e o TTO é com congênitas na presença de
corticoide e ciclosporina sangramento ativo
(independentemente da
A permanência hospitalar no contagem plaquetária)
transplante alogênico é de 5
semanas na media e após a alta o  Profilática Se < 10.000:
paciente permanece indo no pacientes estáveis, com
hospital para avaliar toxicidade, plaquetopenia por deficiência
GVHD, suporte transfusional e de produção (aplasia, pós-
hidratação quimioterapia, radioterapia) //
Se < 20.000: passagem de
Toxicidade do TMO a longo prazo acesso venoso central
(eletiva); pacientes com
 Mielodisplasia/leucemia plaquetopenia por deficiência
secundária ao tratamento de produção, mas com febre,
outra coagulopatia ou
 Tumores sólidos secundários
medicamento que leve à
 Doença cardíaca plaquetopatia; RN a termo
clinicamente estável // Se <
 Toxicidade pulmonar 30.000: coleta de liquor // Se
< 50.000: cirurgias de médio
 Infecções e grande porte; RN
prematuro; RN a termo, com
 GVHD crônico instabilidade ou risco de
sangramento // Se < 100.000:
Doador deve assinar documento no cirurgia de SNC ou
cartório, pois se ele se negar a ir, oftalmológica //
isso é considerado assassinato. Independentemente da
contagem de plaquetas:
Não precisa ser do mesmo sexo!
plaquetopatia congênita ou
Mas isso muda o cariótipo, quimera
adquirida pré-cirúrgica ou
parcial ou quimera total. Não
procedimento invasivo
precisa ser do mesmo sexo.
Thaísa Helena Bocatti – T15
 Plasmaférese

INDICAÇÃO DE PLASMA FRESCO  Sangria terapêutica


CONGELADO
 Exsanguineotransfusão
 Sangramento ativo ou
necessidade de REAÇÕES TRANSFUSIONAIS
procedimentos invasivos a IMEDIATAS:
pacientes com deficiência de
fatores de coagulação (desde  Imunológicas: reação
que não haja o fator hemolítica aguda; TRALI,
deficiente liofilizado) reação alérgica

 Tratamento da coagulopatia  Não imunológicas: reação


dilucional da transfusão febril não hemolítica,
maciça sobrecarga volêmica,
hipotensão
 Reversão em caráter de
emergência (sangramento REAÇÕES TRANSFUSIONAIS
ativo, pré-operatório ou TARDIAS
procedimento invasivo) do
efeito de anticoagulantes  Infecção por HBC, HVC, HIV,
orais sífilis, Chagas ou outros

 Plasmaférese para púrpura  Hemossiderose


trombocitopênica trombótica
 Púrpura pós-transfusional
ou síndrome hemolítico-
urêmica  Doença enxerto contra
hospedeiro transfusional
COMPLICAÇÕES DA
TRANSFUSÃO MACIÇA:  Reação hemolítica tardia
 Coagulopatia dilucional
 Aloimunização
 CIVD

 Hipotermia

 Toxicidade provocada pelo


citrato: hipocalcemia,
alcalose

 Hipercalemia, acidose

PROCEDIMENTOS ESPECIAIS EM
HEMOTERAPIA

 Hemocomponentes filtrados

 Hemocomponentes
irradiados

 Lavagem de hemácias

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