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Thaisa Bocatti (T15) e Gabriela Rizzi (T17) – Monitoria de farmacologia

Farmacoterapia na Trombose e no Infarto I


INTRODUÇÃO Um exemplo disso é na punção venosa que
dá errado, nunca tentar de novo no mesmo
Hemostasia  Processo fisiológico que tem vaso ou ficar mexendo a agulha, pois,
por objetivo manter o sangue fluido, livre de mesmo que mínima a lesão acontece
coágulos e trombos nos vasos normais. Ao vasoconstrição reflexa e mais difícil fica a
mesmo tempo ela funciona para garantia de coleta.
que, em qualquer situação onde ocorra
ruptura do vaso, haja interrupção da perda de 2º Estágio: hemostasia primária (fase
sangue levando a formação de um tampão plaquetária)
chamado de tampão hemostático nos locais Essa fase envolve basicamente as plaquetas.
de lesão vascular, para interromper o Primeiro deve ter lesão endotelial que expõe
extravasamento de sangue. a matriz colagenosa. Assim, o colágeno
Tampão Hemostático: é formado em vasos serve de aderência para o fator de von
lesados por uma massa organizada Willebrand (FvW), que irá reter plaquetas. O
(camadas) de plaquetas (resquícios dos colágeno que está presente na matriz
megacariócitos que liberam esses subendotelial, serve de superfície para a
fragmentos citoplasmáticos na circulação) e ligação do FvW, como se ele fosse um
fibrina (fator de coagulação, funciona como intermediário na interação com a plaqueta. A
cola, é insolúvel no sangue e é o que dá plaqueta possui um receptor para fator de
estabilidade), com aderência de leucócitos e von Willebrand que é chamado de
hemácias em quantidades variáveis. glicoproteína 1b (GPIb), ela se liga ao fator
de von Willebrand e a plaqueta fica aderida
Esse tampão ele apresenta uma consistência ao vaso.
firme, friável e fica aderido/ preso a parede
vascular Ao mesmo tempo a plaqueta que foi ativada
por conta da GP-Ib também expressa outra
ESTAGIOS DA HEMOSTASIA glicoproteína (GPIIb-IIIa) e é ela a
responsável por se fixar ao fibrinogênio, que
1º Estágio: Vasoconstrição é convertido em fibrina. Dessa forma, uma
plaqueta se liga a outra, formando um
Sempre que existe qualquer tipo de estimulo
agregado de plaquetas.
de dano no vaso, ocorre uma ativação do
sistema nervoso simpático, resultando na Plaquetas ativadas na superfície do vaso
ativação dos receptores que provocam começam a secretar alguns grânulos, ADP e
vasoconstrição reflexa. Essa vasoconstrição TxA2. Eles são capazes de aumentar a
acontece por liberação de norepinefrina que ativação plaquetária:
atua em receptores alfa adrenérgicos tipo 1.
Entretanto, essa vasoconstrição é rápida,  ADP funciona como um ligante, pois
imediata a lesão do vaso, pois a as plaquetas têm receptor para ADP
norepinefrina se degradada rapidamente, o (P2Y e P2Y1) que são receptores de
objetivo dela é tentar evitar uma possível proteína G. após a ligação diminuem
perda de sague. os níveis de PKA, aumentando a
ativação plaquetária
Thaisa Bocatti (T15) e Gabriela Rizzi (T17) – Monitoria de farmacologia
 A plaqueta também tem um receptor
de proteína G para TxA2, que passa
por diversos segundos mensageiros,
que resultam no aumento de GPIIb-
IIIa, promovendo agregação
plaquetária

3º Estágio: hemostasia secundária (fase de


coagulação)
O fator tecidual que está exposto na matriz e
pelo endotélio lesado ativa um componente da
cascata de coagulação, que irá provocar
reações sucessivas (cascata de coagulação),
isso até que ocorra a conversão do fator II
(protrombina) em IIa (trombina), para que A trombina IIa (trombina) é um fator
esse transforme I (fibrinogênio) em Ia (fibrina multifatorial na coagulação, ela pode
*insolúvel) desempenhar diversos papeis na
coagulação. Ela ativa plaqueta, endotélio e
CASCATA DE COAGULAÇÃO
cascata de coagulação (*depois de ativada
Via extrínseca é ativada pela exposição do consegue ativar fator VII, VIII e V)
fator tecidual (proteína presente em tecidos
*até no endotélio superficial do vaso), que Estágio 4: resolução
ativa o fator VII da coagulação, que para isso
está próximo a membrana, pois ele precisa de Quando o tampão pode ser eliminado após a
cálcio e vitamina K para ser ativado. Ele então renovação do endotélio, assim o agregado
irá converter os fatores IX e X. O fator X irá pode ser removido. O endotélio então passa
ativar o fator V, que irá ativar o II, que ativa o a liberar t-PA (fibrinólise), que irá converter o
fator I (fibrinogênio) que passa a ser fibrina
plasminogênio em plasmina, que irá degradar
A via intrínseca depende do fator XII na a fibrina. Também há a secreção de
presença de calicreína (ativada pelo fator IX), prostaciclina (PGI2), que reduz a agregação
que ativa o fator XI, que ativa o VIII, que ativa de plaquetas e liberação de grânulos
a X V  II I. Assim, a via intrínseca é
plaquetários. As moléculas semelhantes à
dependente da via extrínseca
heparina e a trombomodulina impedem a
Lembrar que diversos fatores da coagulação ativação da cascata de coagulação.
(VII, VIII, IX e V) dependem de cálcio e de
vitamina K (*fatores mais dependentes da
REGULAÇÃO DA HEMOSTASIA:
vitamina K: IX, VII, X e II).
Já a via comum, se inicia a partir do fator X V O efeito anticoagulante da heparina se dá
 II  I. pela ligação com a antitrombina III, que
consegue interagir com os fatores de
coagulação ativados e os inativam. As
proteínas C e S também atuam como
anticoagulantes, que complexam entre si,
atuando sobre os fatores VIIa e Va. Também
a o inibidor da via do fator tecidual, contudo,
não há fármacos que atuem sobre essa
substância
Thaisa Bocatti (T15) e Gabriela Rizzi (T17) – Monitoria de farmacologia
TROMBOSE

É um processo hemodinâmico, vascular,


onde o sangue está impedido de circular por
conta de uma obstrução, que é produzida por
um trombo.

O trombo se forma quando ocorre lesão


endotelial, diferentemente do tampão que
ocorre quando lesa todas as camadas.

Portanto o primeiro evento para que o trombo


se forme é a lesão endotelial, ele afeta
somente a túnica intima. Além disso, outra
diferença é que o trombo é estável, e
consegue se soltar, pois não fica aderido,
tornando-se um embolo ou trombo-embolo

Pode acometer tanto veias quanto artéria,


sendo mais comum trombose venosa devido
ao retorno venoso deficiente, além disso é
mais comum acometer membros inferiores
pulmões
Essa dificuldade de perfusão inicialmente
provoca dor e edema, que pode resultar em
isquemia (infarto de coagulação) e necrose
Em casos de trombose sobreposta, uma placa
de ateroma pode ocorrer uma ativação, com
capitação do LDL oxidado. Isso diminui a luz
do vaso, e pode ocorrer turbulência do sangue
nesse vaso, que pode ocorrer lesão, expondo
a matriz e sofrendo trombo
Infarto renal pode ocorrer por obstrução de
veia ou artéria, contudo é mais comum em
veias. Já nas artérias cerebrais por isquemia
(com algum comprometimento) ou
hemorrágico (rompe-se o vaso  AVE)
Fatores causais do trombo – “Tríade de
Virchow”
 Estase sanguínea
 Lesão vascular
 Estado hipercoagulável

Vídeo hemostasia:
https://youtu.be/e4cQw70owYA assistam e 2X

Vídeo trombose:
https://youtu.be/SRv7Ws7geFI

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