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Plaquetas

As plaquetas são produzidas na medula óssea por fragmentação do citoplasma dos


megacariócitos. O precursor do megacariócito – o megacarioblasto – surge por um processo
de diferenciação da célula-tronco hematopoiética. O megacariócito amadurece por
replicação endomitótica sincrônica. Elas são liberadas através do endotélio dos nichos
vasculares da medula onde os megacariócitos residem.
A trombopoetina (TPO) é o principal regulador da produção de plaquetas
O valor de referência para a contagem de plaquetas é de 250 × 103/mL (limites 150-400 ×
103/mL)
As plaquetas são muito pequenas e discoides, com diâmetros. As glicoproteínas do
revestimento da superfície são particularmente importantes nas reações de adesão e
agregação de plaquetas, que são os eventos iniciais que levam à formação do tampão
plaquetário durante a hemostasia.
As plaquetas contêm três tipos de grânulos: de armazenamento: densos, α e lisossomos
As plaquetas também expressam antígenos ABO e antígenos leucocitários humanos (HLA)
classe I, mas não classe II.

Função das plaquetas:

A principal função das plaquetas é a formação do tampão plaquetário durante a resposta


hemostática normal à lesão vascular, impedindo a ocorrência de hemorragias
Na ausência de plaquetas, costuma ocorrer vazamento espontâneo de sangue de pequenos
vasos. A função plaquetária pode dividir-se em reações de adesão, agregação, liberação e
amplificação.

Adesão plaquetária:
A adesão plaquetária é mediada primariamente pela ligação do complexo receptor de
superfície de plaqueta/glicoproteína (GP) Ib à proteína de adesão chamada fator de von
Willebrand (FVW), na matriz subendotelial. O VWF é uma glicoproteína que está
envolvido na adesão dependente das condições de fluxo das plaquetas à parede vascular e
na adesão a outras plaquetas (agregação). Ele também transporta o fator VIII da coagulação.

Agregação plaquetária:
Caracteriza-se por ligação cruzada das plaquetas por meio de receptores ativos de
GPIIb/IIIa com pontes de fibrinogênio.

Reação de liberação e amplificação das plaquetas:


Desempenha um papel importante na formação e na estabilização de agregados plaquetários
e, além disso, o ADP liberado dos grânulos densos desenvolve significativa
retroalimentação (feedback) do estímulo à ativação plaquetária.
Depois da agregação e da liberação das plaquetas, o fosfolipídio da membrana exposto
(fator plaquetário 3) fica disponível para duas reações na cascata da coagulação.

Cascata de coagulação
Hemostasia 1: formação do tampão plaquetário
Hemostasia 2: reforço do tampão – rede de fibrina

Fatores da coagulação: XII – XIIa – XI – XIa – IX – IXa – X – Xa – Protrombina –


Trombina – Fibrinogênio – Fibrina – Rede de fibrina

A coagulação do sangue envolve um sistema de amplificação biológica, no qual


relativamente poucas substâncias de iniciação ativam em sequência, por proteólise, uma
cascata de proteínas precursoras circulantes (os fatores enzimáticos da coagulação),
culminando na geração de trombina. Esta, por sua vez, converte o fibrinogênio solúvel do
plasma em fibrina.

HEMOSTASIA PRIMÁRIA:
- Objetivo principal: formação do tampão plaquetário (formação de agregado plaquetário);
- As plaquetas possuem glicoproteínas que são capazes de se ancorar ao entrarem em
contato com componentes que o endotélio íntegro protegia ("aviso" para a lesão.: exposição
de colágeno);
- UM DOS PRINCIPAIS MEIOS: o colágeno faz o fator FVW se colar ao colágeno, se
tornando um gancho na plaqueta;
- Com as glicoproteínas, as plaquetas podem se ancorar, ativando uma a outra e as mais
próximas para bloquear a lesão;
- Ao ser ativada, a plaqueta expõe seus grânulos denso e alfa, ativando outras e se
ancorando em mais;
* grânulos alfas: FVW, fibrinogênio, fator V (pra cascata)
* grânulos densos: serotonina (papel de vasoconstricção), ADP (ativa outras plaquetas pelos
receptores de ADP) e Cálcio (pra cascata)
- Plaqueta libera tromboxano AII: vasoconstritor, favorece a agregação plaquetária;
- Glicoproteína IIb/IIIa ligam uma plaqueta a outra com o fibrinogênio (ponte de união)
- Junção das plaquetas impedindo a saída do sangue: TAMPÃO PLAQUETÁRIO

HEMOSTASIA SECUNDÁRIA:
- Objetivo principal: reforçar o tampão plaquetário (reforço do agregado de plaquetas);
- Ativação pelas vias extrínseca e intrínseca (cascata de coagulação)
- Fibrina vem do fibrinogênio, liberado pelas plaquetas na H. Primária;

VIA INTRINSECA:
- Relacionado ao contato;
- Ativação do fator XII -> fator XII ativa o fator XI -> o fator XI ativa o fator IX -> o
fator IX ativa o fator X (fator IX + fator VIII + cálcio + fosfolipídio de superfície
plaquetária = ativação do fator X);
- Fator X quebra a protrombina em trombina, que quebra fibrinogênio em fibrina
(trombina + fator V + cálcio + fosfolipídio de superfície plaquetária = fibrinogênio vira
fibrina);
- A trombina também ativa o fator XIII, dando estabilidade à rede de fibrina;
- Análise pelo TTPA (melhor análise de fatores VIII, XI, XII, IX)

VIA EXTRINSECA:
- Necessário fator de lesão tecidual (fator III ou tromboplastina);
- Fator III -> fator VII -> fator X ... segue o mesmo caminho da via intrínseca
- Analisada por TAP (melhor análise de fator III e VII;
ANTICOAGULAÇÃO:
- Molécula semelhante a heparina + antitrombina III = impedem a ativação do fator X e
trombina;
- trombomodulina + trombina + proteína C = agregado ativo que impede os fatores V e VIII

Para que inibir a coagulação?


A coagulação descontrolada do sangue causaria oclusão perigosa de vasos sanguíneos
(trombose) se mecanismos protetores, inibição dos fatores de coagulação, diluição pelo
fluxo sanguínea e fibrinólise não estivessem opera

VASODILATAÇÃO: estimulada mais no vaso íntegro (dando mais permeabilidade)


- óxido nítrico
- prostaciclina

O óxido nítrico (NO) é liberado constitutivamente das células endoteliais, dos macrófagos e
das plaquetas. Ele inibe a ativação plaquetária e promove vasodilatação. A prostaciclina,
sintetizada pelas células endoteliais, também inibe a função plaquetária.

VASOCONSTRIÇÃO: estimulada no vaso lesionado (diminui a quantidade de sangue


passando no vaso para diminuir a perda de sangue)
- Endotelina: produzida/liberada pelo epitélio integro
- Serotonina: produzida/liberada por grânulos densos de plaquetas

Fibrinólise
A fibrinólise é uma resposta hemostática normal à lesão vascular.
- Objetivo de desfazer o tampão plaquetário (quebra a rede de fibrina);
- Ativação de fatores trombolíticos: fator de ativação de plasminogênio tecidual -> vira
plasmina -> quebra fibrina = gera PDF (produto da degradação de fibrina);
- Um exemplo de PDF -> D-Dímero
*D-Dímero aumentado significa possibilidade de doença obstrutiva: derrame, infarto...
(D-Dímero = biomarcador)

Descrição: Após a formação do trombo, os mecanismos antitrombóticos (que visam lisar o


tampão e evitar a trombose) são ativados. Um dos principais agentes dessa fase é o ativador
de plasminogênio tecidual (t-PA) que irá converter o plasminogênio em plasmina (enzima
fibrinolítica que irá lisar a rede de fibrina), resultando os PDF’s.

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