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crônica (LMC)
(Leucemia granulocítica crônica; leucemia mielocítica
crônica; leucemia mieloide crônica)
A leucemia mieloide crônica (LMC) ocorre quando a célula-tronco
pluripotente sofre transformação maligna e mieloproliferação clonal,
causando superprodução de granulócitos maduros e imaturos. Inicialmente
assintomática, a progressão da leucemia mieloide crónica é insidiosa, com
estádio “benigno” não específico (fraqueza, anorexia, perda ponderal),
eventualmente abrindo caminho para uma fase acelerada ou blástica com
sinais mais perigosos, como esplenomegalia, palidez, hematomas fáceis e
sangramento, febre, linfadenopatia e alterações cutâneas. Esfregaço de
sangue periférico, punção de medula óssea e demonstração de cromossomo
Filadélfia são diagnósticos. O tratamento é com inibidores da tirosina
quinase (TKI) como imatinibe, nilotinibe, bosutinibe e ponatinibe que
melhoram de modo significativo a resposta e prolongam a sobrevida.
Fármacos mielossupressores (p. ex., hidroxiureia), transplante de células-
tronco e interferona-alfa também são às vezes utilizados.
A American Cancer Society estima que nos Estados Unidos em 2020 houve cerca
de 8.450 novos casos de LMC e cerca de 1.130 mortes. A idade média de um
paciente com Leucemia mieloide crônica (LMC) é 64 anos. O risco médio ao longo
da vida de desenvolver Leucemia mieloide crônica (LMC) nos Estados Unidos
entre ambos os sexos é cerca de 0,19% (1 em 526).
Cerca de 85% dos pacientes com leucemia mieloide crônica (LMC) estão na fase
crônica. A princípio, os pacientes costumam ser assintomáticos, com início
insidioso de sintomas inespecíficos (p. ex., fadiga, fraqueza, anorexia, perda
ponderal, febre, sudorese noturna, sensação de plenitude abdominal sobretudo no
quadrante superior esquerdo, artrite gotosa, sintomas de leucostase como
zumbido, estupor e urticária), que podem requerer avaliação.
O exame da medula óssea deve ser feito para avaliar o cariótipo, bem como a
celularidade e a extensão da mielofibrose.
A evolução posterior pode levar a uma fase blástica com mieloblastos (60% dos
pacientes), linfoblastos (30%) e megacariocitoblastos (10%) e, raramente,
eritroblastos. Em 80% desses pacientes, ocorrem anormalidades cromossômicas
adicionais.
Prognóstico da leucemia mieloide crônica (LMC)
Como uso de inibidores da tirosina quinase, a sobrevida é > 90% em 5 anos após
o diagnóstico para leucemia mieloide crônica (LMC) na fase crônica. Antes da
utilização de inibidores da tirosina quinase, 5 a 10% dos pacientes com tratamento
morriam em até 2 anos após o diagnóstico; 10 a 15% morriam a cada ano depois
disso. A sobrevida média era de 4 a 7 anos. A maioria (90%) das mortes ocorreu
após a fase blástica ou acelerada da doença. A sobrevida média após a crise
blástica foi cerca de 3 a 6 meses ou mais, se a remissão foi alcançada.
Pontos-chave
•
A leucemia mieloide crônica implica na translocação cromossômica
que cria o cromossomo Filadélfia, t(9;22).
•
O esfregaço de sangue periférico (tipicamente mostrando granulócitos
imaturos, basofilia e eosinofilia) ajuda a diferenciar a leucemia mieloide
crônica (LMC) da leucocitose de outras etiologias (p. ex., leucocitose
por infecção).
•
Os inibidores de tirosina quinase são extremamente eficazes,
prolongam a sobrevida e podem até mesmo ser curativos.
•
O transplante de células-tronco pode ser curativo e ajudar os pacientes
que não respondem à terapia medicamentosa ou que evoluem para a
fase acelerada ou blástica.
Leucemia linfocítica crônica (LLC)
A leucemia linfocítica crônica (LLC) é caracterizada pelo acúmulo
progressivo de linfócitos B malignos fenotipicamente maduros. Os locais
primários da doença incluem sangue periférico, medula óssea, baço e
linfonodos. Os sinais e sintomas podem estar ausentes ou podem incluir
linfadenopatia, esplenomegalia, hepatomegalia, febre sudorese noturna,
perda ponderal não intencional e saciedade precoce. O diagnóstico é por
citometria de fluxo e imunofenotipagem do sangue periférico. O tratamento é
adiado até que os sintomas se desenvolvam e geralmente envolve
quimioterapia e imunoterapia. Mas os tratamentos estão evoluindo e os
esquemas de primeira linha podem incluir agentes direcionados como
inibidores da tirosina quinase de Bruton (Btk) e Bcl-2, com ou sem
quimioterapia.
Anomalias citogenéticas de alto risco específicas incluem del (17p) e del (11q).
Outras características prognósticas adversas incluem um gene da região variável
da cadeia pesada de imunoglobulina não mutado, presença de CD38 na citometria
de fluxo e expressão de ZAP-70.
Tratamento de suporte:
•
A transfusão de papa de hemácias para anemia.
•
Transfusões de plaquetas para sangramento associado com trombocitopenia
•
Antimicrobianos para infecções bacterianas, fúngicas ou virais
Terapia inicial
A quimioimunoterapia visa
•
Aliviar os sintomas
•
Induzir remissões duráveis
•
Prolongar a sobrevida
Análogos da purina (p. ex., fludarabina), bem como agentes alquilantes (p. ex.,
bendamustina, clorambucil, ciclofosfamida) foram utilizados em combinação com
um anticorpo monoclonal anti-CD20, o rituximabe. Pacientes não tratados que são
capazes de tolerar a quimioterapia costumam receber a combinação de
fludarabina, ciclofosfamida e rituximabe. Como alternativa, os pacientes idosos não
tratados em geral recebem bendamustina e rituximabe, porque esse regime é mais
fácil de tolerar ( 1).
Radioterapia
Pontos-chave
•
A leucemia linfocítica crônica (LLC) é uma neoplasia linfoproliferativa
indolente que envolve linfócitos maduros e afeta predominantemente
indivíduos idosos.
•
A leucemia linfocítica crônica (LLC) é o tipo mais comum de leucemia
no mundo ocidental.
•
O histórico natural é altamente variável.
•
Em geral, o tratamento não é curativo e só é iniciado depois do
desenvolvimento dos sintomas.
•
A imunoquimioterapia diminui os sintomas e prolonga a sobrevida.
Leucemia linfoblástica
aguda (LLA)
Leucemia linfoblástica aguda (LLA) é o câncer pediátrico mais comum;
também afeta adultos de todas as idades. A transformação maligna e a
proliferação não controlada de uma célula progenitora hematopoiética de
longa vida anormalmente diferenciada, resultam em alto número de blastos
circulantes, substituição da medula normal por células malignas e potencial
para infiltração leucêmica no SNC e testículos. Os sintomas são fadiga,
palidez, infecção, dor óssea, sintomas do SNC (p. ex., cefaleia) hematoma
fácil e sangramento. O exame do esfregaço do sangue periférico e da medula
óssea fornece, geralmente, o diagnóstico. O tratamento tipicamente inclui
uma combinação quimioterápica para alcançar a remissão, quimioterapia
intratecal, quimioterapia e/ou corticoides para profilaxia do SNC e, às vezes,
irradiação cerebral para infiltração leucêmica intracerebral, quimioterapia de
consolidação com ou sem transplante das células-tronco e manutenção da
quimioterapia por até 3 anos para evitar recidiva.
A American Cancer Society estima que, nos Estados Unidos, em 2020, houve
cerca de 6.150 novos casos de leucemia linfoblástica aguda (LLA) e cerca de
1.520 mortes. Sessenta por cento de todos os casos de leucemia linfoblástica
aguda ocorrem em crianças, com um pico de incidência entre 2 e 5 anos de idade;
um segundo pico ocorre após os 50 anos. A leucemia linfoblástica aguda é o
câncer mais comum em crianças e representa cerca de 75% das leucemias em
crianças com < 15 anos e é a 2ª causa mais comum de morte em crianças < 15
anos. O risco diminui lentamente até os 20 e poucos anos de idade e então
começa a aumentar lentamente mais uma vez após os 50 anos. A leucemia
linfoblástica aguda representa cerca de 20% de todas as leucemias em adultos. O
risco médio de leucemia linfoblástica aguda ao longo de vida em ambos os sexos é
cerca de 0,1% (1 em 1.000 americanos). As populações hispânicas têm incidência
mais alta de leucemia linfoblástica aguda do que outros grupos raciais/étnicos
devido, em parte, a polimorfismos no gene ARID5B.
Quimioterapia
Cerca de um terço dos pacientes com leucemia linfoblástica aguda são idosos (>
65 anos). A probabilidade de pacientes idosos com leucemia linfoblástica aguda é
maior se houver leucemia linfoblástica aguda de precursores de linfócitos B e
apresentam maior risco e citogenética mais complexa, incluindo doença positiva
para cromossomo Filadélfia (Ph +) ou com t (v;11q23) MLL (KMT2A) rearranjado.
Alguns, mas não todos, pacientes idosos são capazes de tolerar a terapia de
indução padrão. Os regimes de tratamento subsequentes (profilaxia do SNC,
consolidação ou intensificação pós-remissão e manutenção) dependem das
comorbidades e do status de desempenho de cada paciente. Por exemplo, pode-
se submeter pacientes idosos com várias comorbidades e baixo status de
desempenho à terapia de indução mais suave sem consolidação ou manutenção.
Em pacientes idosos com leucemia linfoblástica aguda Ph+, inibidores de tirosina
quinase (p. ex., imatinibe, dasatinibe) mais corticoides administrados com
quimioterapia de baixa intensidade ou sem quimioterapia resultaram em 95 a 100%
de taxa de remissão completa, com 45 a 50% de sobrevida livre de recidiva em 2
anos e cerca de 70% de sobrevida geral em 2 anos. Para pacientes idosos com
leucemia linfoblástica aguda que estão na primeira remissão completa, transplante
de células-tronco hematopoiéticas, do tipo não mieloablativo ou alogênico em
intensidade reduzida, é uma opção.
A recidiva testicular pode ser clinicamente evidenciada por edema firme e indolor
em um testículo ou identificada na biópsia. Se houver envolvimento testicular
unilateral clinicamente evidente, o testículo aparentemente não envolvido deve ser
submetido à biópsia. O tratamento consiste em radioterapia do testículo envolvido
e administração de terapia de reindução sistêmica.
Cuidados de suporte
Pontos-chave
•
Leucemia linfoblástica é o câncer mais comum em crianças, mas
também ocorre em adultos.
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O comprometimento do sistema nervoso central é comum; a maioria
dos pacientes recebe quimioterapia e corticoides por via intratecal e,
algumas vezes, radioterapia do sistema nervoso central.
•
A resposta terapêutica é boa em crianças, com cura possível em > 80%
em crianças, mas < 50% em adultos.
•
Repetir a quimioterapia de indução, imunoterapia e transplante de
células-tronco pode ser útil para prevenir recidivas.