Leucemia Linfoblástica Aguda: • Paralisia de pares cranianos, confusão
Proliferação maligna da série linfocítica com mental. acúmulo de formas imaturas de linfócitos Exames complementares →É a neoplasia mais comum na infância e • Hemograma: anemia, trombocitopenia, representa cerca de 30% das doenças malignas leucocitose blástica nesta faixa etária, predominando entre 2 e 5 • Desidrogenase láctica: aumentada anos, tendo uma incidência de 1,5/100.000 • Ácido úrico: aumentado habitantes/ano. • Ureia e creatinina: podem estar aumentadas Causas e fatores de risco • Imunofenotipagem dos linfoblastos • Etiologia desconhecida medulares/sanguíneos: linhagem B (CD19, • Infecção por vírus Epstein-Barr está CD20, CD24); linhagem T (CD2, CD5, CD7); implicada na leucemia/linfoma de Burkitt CALLA ([antígeno comum da LLA], CD10) • Síndrome de Down • Antígeno leucocitário humano (HLA)-DR • Exposição a agentes químicos (benzeno) ou a • Desoxinucleotidiltransferase terminal (TdT) radiação ionizante • Antígenos mieloides aberrantes • Anemia aplásica. • Estudo citoquímico: mieloperoxidase Manifestações clínicas negativa; Sudan Black B geralmente negativo; • Palidez, fadiga, dispneia, cefaleia, lipotimia TdT positiva; esterase inespecífica +/–; ácido • Petéquias, equimoses, epistaxe, hemorragia periódico de Schiff (PAS) +/– retiniana • Estudo citogenético: anormalidades • Febre, infecções cromossômicas recorrentes específicas têm • Linfadenomegalia, hepatomegalia, importância diagnóstica e prognóstica esplenomegalia independente (a hiperdiploidia > 50 • Dor óssea cromossomos é favorável; o cromossomo • Imunossupressão Philadelphia t[9;22], o t[4;11] e o t[8;14] são desfavoráveis) • Tipagem dos antígenos leucocitários • É importante ter acesso aos recursos de humanos (HLA) do paciente e irmãos para centro de oncologia-hematologia preparados transplante de medula óssea com esse objetivo. • Exame da medula óssea: imunofenotipagem, Tratamento medicamentoso estudo citoquímico e citogenético Esquemas de quimioterapia combinados em • Biopsia de linfonodo: raramente necessária fases sucessivas com o objetivo de erradicar o (mas pode ter valor diagnóstico) clone de células neoplásicas: • Punção lombar: repetir a punção lombar após • Indução da remissão: vincristina, prednisona, obtenção de remissão da medula óssea, a fim ciclofosfamida, daunorrubicina e de avaliar o acometimento oculto do SNC L-asparaginase • Radiografia do tórax: pesquisar massa • Consolidação: vincristina, citarabina, mediastínica, adenomegalia hilar ou infiltrados L-asparaginase e ciclofosfamida pulmonares • Profilaxia de invasão do SNC: metotrexato, • Ultrassonografia abdominal: avaliar citarabina esplenomegalia e rins. • Manutenção: 6-mercaptopurina, metotrexato. Diagnóstico diferencial Tratamento cirúrgico • Leucemia pró-linfocítica • Transplante de medula óssea: indicado para • Linfomas malignos pacientes com subtipos citogenéticos • Mieloma múltiplo desfavoráveis necessitam de transplante de • Metástases medulares de tumores sólidos medula óssea alogênica, durante a primeira (mama, próstata, pulmão, rim) remissão, se houver um doador • Síndrome mielodisplásica HLA-compatível. • Anemia aplásica, mielofibrose Evolução e prognóstico • Doenças autoimunes (síndrome de Felty, • Cerca de 80 a 95% com menos de 60 anos de lúpus eritematoso sistêmico) idade obtêm remissão completa; 35 a 60% • Mononucleose infecciosa permanecem livres da doença por 5 anos • Púrpura trombocitopênica autoimune • Potencialmente curável em 70% das crianças. • Reação leucemoide à infecção. Comprovação diagnóstica Leucemia Linfoide Crônica • Dados clínicos + exames hematológicos + Afecção crônica caracterizada pelo acúmulo imunofenotipagem. de linfócitos maduros no sangue periférico, Complicações medula óssea, linfonodos, baço, fígado e • Infecções (pneumonia ou sepse bacteriana, outros órgão pneumonia fúngica (principalmente aspergilus →Em geral, é diagnosticada após os 65 anos, e Pneumocystis jiroveci – anteriormente sendo rara em pessoas com menos de 40 anos. denominado P. carinii) Causas e fatores de risco • Hemorragia • Etiologia desconhecida • Esterilidade • História familiar de leucemia linfoide crônica • Recidiva da LLA na medula óssea ou em • Exposição prolongada a agentes químicos e locais extramedulares (SNC, testículos). derivados do petróleo. Tratamento Manifestações clínicas • Cuidados gerais A maioria dos pacientes é assintomática e o • Tratamento intensivo das infecções diagnóstico é feito casualmente pelo achado de • Hemoterapia de reposição com concentrados linfocitose em hemograma de rotina. de hemácias e plaquetas • Astenia, febre, sudorese, perda de peso • Linfoadenomegalia generalizada O tratamento deve ser iniciado quando • Linfadenopatia generalizada, astenia e perda existirem: de peso • Sinais e sintomas persistentes e progressivos • Esplenomegalia de pequeno volume (febre, perda de peso, sudorese) • Hepatomegalia em 50% dos casos • Linfadenopatia compressiva ou • Anemias e manifestações hemorrágicas comprometimento estético somente nas fases mais avançadas da doença. • Esplenomegalia progressiva Diagnóstico diferencial • Anemia hemolítica autoimune • Linfocitose benigna • Trombocitopenia imune. • Linfoma não Hodgkin Tratamento medicamentoso • Tricoleucemia • Clorambucila e ciclofosfamida: representam • Leucemia prolinfocítica. a primeira escolha no tratamento da leucemia Exames complementares linfoide crônica. A taxa de remissão completa • Hemograma: linfocitose absoluta > 5.000/μℓ. nos pacientes sem tratamento prévio é de 15% Anemia e trombocitopenia em 20% dos • Fludarabina: utilizada nos casos refratários pacientes aos agentes alquilantes (clorambucila e • Teste de Coombs direto: positivo em 30% ciclofosfamida). Resposta favorável em 50 a dos casos 70% dos pacientes, mas sem aumento da • Mielograma: medula óssea infiltrada por sobrevida global mais de 30% de linfócitos maduros (Figura • Cladribina (CdA): resposta favorável em 422.1) cerca de 70% dos pacientes com 30% de • Estudo citogenético: trissomia do 12 (30%), remissão completa. Existe resistência cruzada 13q- com deleção do gene supressor do entre a fludarabina e a cladribina. retinoblastoma (30%) e 14+ (15%) Evolução e prognóstico • Imunofenotipagem: expressão de antígenos • Evolução variável, dependendo da época em característicos de linfócitos B (CD5, CD19, que foi feito o diagnóstico CD20, CD21, CD23, CD24 e CD37). • Pacientes com diagnóstico precoce podem Comprovação diagnóstica sobreviver 10 anos ou mais • Dados clínicos (podem faltar) + exame • Cerca de 30% morrem de causas não hematológico + mielograma + relacionadas com a leucemia. imunofenotipagem. Complicações Leucemia Mieloide Aguda • Infecções devido à imunossupressão Proliferação maligna de mieloblastos em (herpes-zóster, infecções bacterianas e medula óssea, com prejuízo na hematopoese fúngicas) normal • Anemia hemolítica autoimune →Ocorre em qualquer idade, sendo mais • Trombocitopenia imune comum em homens adultos. • Síndrome de Richter (transformação em Causas e fatores de risco linfoma de grandes células) entre 5 e 15% dos • Radiação ionizante pacientes. • Benzeno Tratamento • Agentes citotóxicos Não há indicação de tratamento dos pacientes • Síndrome mielodisplásica assintomáticos e com doença estável. A • Aplasia de medula óssea linfocitose, por si só, não é parâmetro • Anemia de Fanconi confiável para o início de tratamento. • Síndromes mieloproliferativas • Hemoglobinúria paroxística noturna ■ Prognóstico intermediário: cariótipo normal; • Síndrome de Down. 18; 2Y; t(9;11); 16; del(12 p) Manifestações clínicas ■ Prognóstico desfavorável: inv(3q); abn • Febre 11q23; 20q; 21q; del(9q); t(6;9); t(9;22); • Fraqueza, cansaço fácil 25/del(5q); 27/del(7q); t(8;21) com del(9q) ou • Dispneia aos esforços cariótipo complexo; t(3;3)(q21;q26), mutação • Palidez cutânea, mucosas descoradas NPM1 associada à mutação de FLT3; trissomia • Epistaxe, gengivorragia do 8, trissomia do 13; cariótipos complexos • Petéquias e equimoses com mais de três anormalidades (excluindo-se • Hepatoesplenomegalia (30% dos casos) as de bom prognóstico); anormalidades do 12 • Linfoadenomegalia (incomum) p; mutação do gene kit • Infiltração gengival e de pele. • Tipagem dos antígenos leucocitários Diagnóstico diferencial humanos (HLA) classes I e II do paciente e • Leucemia linfoide aguda irmãos para transplante de medula óssea • Aplasia de medula óssea. • Punção lombar: subtipos M4 e M5, e nos Exames complementares restantes quando existirem sinais ou sintomas • Hemograma: anemia normocrômica, neurológicos. normocítica; trombocitopenia; neutropenia Comprovação diagnóstica com mieloblastos em circulação • Dados clínicos + exames hematológicos + • Coagulograma: tempo de protrombina e imunofenotipagem + estudo citogenético e tempo de tromboplastina parcial ativado molecular. podem estar aumentados Complicações • Desidrogenase láctica (DHL): elevada • Infecções (bacterianas, virais e fúngicas) • Ácido úrico: elevado • Hemorragias • Mielograma: mais de 20% de mieloblastos • Síndrome de lise tumoral durante em série branca. quimioterapia de indução Exames especiais • Síndrome do ácido transretinoico durante a → Medula óssea: utilização dessa medicação – subtipo M3 ■ Coloração citoquímica: mieloperoxidase • Sarcoma granulocítico: tumor composto de positiva em pelo menos 3% dos blastos; Sudan mieloblastos e/ou monoblastos, podendo black positivo; ácido periódico de Schiff (PAS) infiltrar órbitas, pele, seios paranasais, ossos, negativo; esterase inespecífica positiva nas sistema nervoso central, entre outros LMA com componente monocítico • Cardiotoxicidade, cerebelite, queratite, ■ Imunofenotipagem dos mieloblastos secundários à quimioterapia. medulares: positividade para linhagem Tratamento mieloide (anti-MPO, CD11, CD13, CD15, • Internar o paciente durante a quimioterapia CD33), antígeno leucocitário comum de indução (HLA)-DR positivo, glicoforina positiva no • Colocar cateter venoso central por via subtipo M6, CD41, CD42b, CD61 no subtipo percutânea: restrito a centros com experiência M7 e condições de cuidar adequadamente do → Estudo citogenético: essencial para definir cateter – risco de infecção prognóstico e tratamento: • Observar e monitorar continuamente, devido ■ Prognóstico favorável: t(8:21); t(15;17); ao alto risco de infecções e sangramentos inv(16)/t(16;16)/del(16q); mutação isolada do • Transfusão de concentrado de plaquetas se: NPM1, mutação em CEBPA ■ Contagem plaquetária ≤ 20.000/μℓ associada a febre, pequenos sangramentos, uso de antiagregantes ou anticoagulantes, trombopatia leucemia como resultado evolutivo de associada síndrome mielodisplásica ou doença ■ Contagem plaquetária < 10.000/μℓ mieloproliferativa; leucemia secundária a ■ Contagem plaquetária < 50.000/μℓ e subtipo quimioterapia ou radioterapia para outras M3 neoplasias malignas ■ Plaquetopenia (qualquer valor) e grandes • Pacientes tratados antes dos 55 anos: sangramentos. (Ver Apêndice 3, Transfusão de sobrevida média de 20 meses, com sobrevida Sangue e Hemoderivados.) de 5 anos de 37%; pacientes tratados acima de Tratamento medicamentoso 55 anos, sobrevida média de 8 meses, →Quimioterapia de indução da remissão sobrevida em 5 anos de 12% . ■ Daunoblastina 60 mg/m2/IV por 3 dias, com citarabina 100 mg/m2 em infusão de 24 h por Leucemia Mieloide Crônica 7 dias (1 a 2 ciclos). Daunoblastina pode ser Afecção crônica decorrente de proliferação substituída por idarrubicina ou mitoxantrona clonal das células progenitoras ■ Alopurinol 100 a 300 mg/dia/VO até início hematopoéticas, acompanhada de hiperplasia da recuperação medular. Prevenção da mieloide, leucocitose, neutrocitose, basocitose síndrome de lise tumoral e esplenomegalia. →Quimioterapia de consolidação da remissão →A idade mediana na época do diagnóstico ■ Citarabina 3 g/m2/IV em 3 h, de 12/12 h em oscila entre 45 e 60 anos. dias alternados; total de 6 aplicações por ciclo, Causas e fatores de risco 3 a 4 ciclos; aqueles com mais de 60 anos • Etiologia desconhecida na maioria dos reduzir a dose para 1,0 g/m2 pacientes ■ Colírio de dexametasona, uma gota em cada • História familiar de distúrbios olho de 6/6 h por 24 h após o término da mieloproliferativos quimioterapia • Radioterapia prévia em neoplasias ■ Ácido transretinoico: uso obrigatório no • Acidentes radioativos e radiológicos. subtipo M3. Manifestações clínicas Tratamento cirúrgico A maioria dos pacientes é assintomática e o • Transplante alogênico de medula óssea diagnóstico é feito casualmente pelo achado de ■ Decisão individualizada, considerando leucocitose em hemograma de rotina fatores de risco como idade, qualidade da • Sintomas gerais de pequena intensidade na resposta à quimioterapia de indução, fase inicial comorbidades e presença de alterações • Anemia progressiva citogenéticas ou moleculares de mau • Prurido prognóstico • Artrite gotosa aguda ■ Indicado em 1a remissão com prognóstico • Dor abdominal no quadrante superior intermediário e desfavorável, na 2a remissão esquerdo em consequência de esplenomegalia com prognóstico favorável e na doença volumosa (fase acelerada e blástica) refratária à quimioterapia • Hemorragias • Transplante autogênico (autólogo) de medula • Sepse. óssea Diagnóstico diferencial ■ Papel ainda não definido na leucemia • Reação leucemoide mieloide aguda. • Mielodisplasia Evolução e prognóstico • Metaplasia mieloide agnogênica • Pior prognóstico: aqueles com mais de 60 • Hemoglobinúria paroxística noturna. anos e crianças; doença extramedular; Exames complementares • Cariótipo: presença da translocação • Hemograma: leucocitose pronunciada BCR/ABL (t9;22 ou cromossomo constituída de neutrófilos polimorfonucleares Philadelphia) em 95% dos pacientes maduros e mielócitos ou metamielócitos. Na • FISH (fluorescence in situ hybridization): fase crônica menos de 5% de mieloblastos no detecta a translocação BCR/ABL com sonda sangue periférico molecular marcada com anticorpo fluorescente • A crise blástica é definida pela presença de Translocação do cromossomo filadélfia: é uma 30% ou mais de células blásticas no sangue translocação balanceada por isso não apresenta periférico e/ou na medula óssea sintomas • Mielograma: medula óssea hipercelular com • PCR (polymerase chain reaction): detecção e aumento da relação mieloide/eritroide (Figura quantificação do transcrito BCR/ABL. É útil 422.2) no diagnóstico e no monitoramento terapêutico • Fosfatase alcalina de neutrófilos: diminuída. Comprovação diagnóstica Ausente em 5 a 10% dos pacientes • Dados clínicos + exame hematológico + • Ácido úrico: aumentado mielograma + estudo citogenético. • Vitamina B12: aumentada Complicações • Transformação em leucemia aguda • Gota secundária a hiperuricemia tipo foliculite subcutânea, linfoma cutâneo de • Nefropatia por ácido úrico células NK/T, entre outros. • Infarto esplênico. Causas e fatores de risco Tratamento • Etiologia desconhecida O transplante de medula óssea é a única opção • Agentes infecciosos (?) curativa. Bons resultados em 50 a 70% dos • Mutações genéticas (?) tratados. Deve ser considerado nos mais jovens • Exposição ocupacional (?). com doador HLA-compatível. Manifestações clínicas Tratamento medicamentoso • Evolução lenta, progredindo em anos • Interferona alfa pode produzir remissões • Fase pré-micótica ou pré-maligna: erupções hematológicas eczematosas na pele que persistem por longo • Hidroxiureia, VO, 20 a 30 mg/kg/dia em período dose única, ou agente alquilante para controlar • Fase pré-placas: máculas e pápulas de vários a mielopoese excessiva na fase crônica da tamanhos, principalmente em áreas não doença expostas ao sol, eventualmente acompanhadas • Mesilato de imatinibe (Glivec®): resultados de prurido (pode preceder por meses ou anos a favoráveis em todas as fases da doença fase de placas) • Alopurinol: controle da hiperuricemia • Fase de placas: lesões cutâneas elevadas e • Fase acelerada e crise blástica: tratamento com bordas definidas com esquemas iguais aos da leucemia aguda. • Fase tumoral: nódulos vermelhos a violáceos Evolução e prognóstico que emergem de placas cutâneas preexistentes. • Nos dois primeiros anos após o diagnóstico, Podem ulcerar e infectar 10% dos pacientes evoluem para a fase • Eritrodermia generalizada: pode ser acelerada ou crise blástica apresentação inicial ou acompanhar outras • Sobrevida média de mais de 5 anos após o fases diagnóstico, de 12 a 18 meses após o início da • A síndrome de Sézary, variante leucêmica do fase acelerada e de 3 meses após o linfoma cutâneo de células T, caracteriza-se aparecimento da crise blástica por eritrodermia, linfadenopatia e • Fatores de pior prognóstico: idade avançada, esplenomegalia, células T tumorais (células de hepatomegalia, esplenomegalia volumosa, Sézary) no sangue periférico. hiperplaquetemia, hiperleucocitose, presença Exames complementares de blastos ou número elevado de eosinófilos ou • Hemograma (pesquisar células de Sézary), basófilos, aumento de células imaturas na VHS, ureia, creatinina, ácido úrico, medula óssea e evolução clonal bilirrubinas, fosfatase alcalina, DHL, • Cerca de 85% dos pacientes morrem durante albumina, TGO, TGP, cálcio e fósforo a crise blástica • TC de tórax e abdome • Biopsia de pele e de linfonodo regional
Linfomas • Biopsia de medula óssea.
Diagnóstico diferencial Linfoma Cutâneo de Células T • Fase pré-micótica: dermatite atópica crônica, Grupo heterogêneo de linfomas não Hodgkin, parapsoríase nos quais a pele é o órgão primariamente • Fase de placas: psoríase, eczema numular, comprometido, incluindo micose fungoide, tinea corporis síndrome de Sézary, linfomas cutâneos de • Fase tumoral: outros tumores de pele grandes células CD30+, linfoma de células T (primários ou metastáticos) • Eritrodermia por fármacos ou infecções. Comprovação diagnóstica →Distribuição por idade em curva bimodal • Dados clínicos + biopsia de pele + estudo (picos na terceira década e após os 50 anos). imuno-histoquímico. Mais frequente no sexo masculino. Estadiamento Causas • Estádio I: placas limitadas (IA) ou • Etiologia desconhecida. generalizadas (IB), sem comprometimento de • Associação com o vírus de Epstein-Barr linfonodos ou vísceras (EBV) • Estádio II: placas limitadas ou generalizadas Classificação histopatológica (OMS) com adenomegalia (IIA) ou tumor cutâneo →Linfoma de Hodgkin clássico com ou sem adenomegalia (IIB), sem ■ Esclerose nodular: mais comum em adultos comprometimento histológico de linfonodos jovens. Pode estar associada ao vírus EBV ou vísceras ■ Celularidade mista: mais comum em homens • Estádio III: eritrodermia generalizada com ou idosos. Associado ao vírus EBV em 70% dos sem adenomegalia, sem comprometimento casos histológico de linfonodos ou vísceras ■ Rico em linfócitos: forma incomum. Em • Estádio IV: comprometimento histológico de 40% dos casos está associado ao vírus EBV linfonodos (IVA) ou vísceras (IVB). ■ Depleção linfocitária: mais comum em Tratamento pacientes HIV-positivos. A maioria está • Tratamento tópico: quimioterapia, fototerapia associada ao vírus EBV (PUVA) ou radioterapia em feixe de elétrons →Linfoma de Hodgkin com predomínio (EBRT) linfocitário nodular: tipo incomum. Não está • Tratamento sistêmico: quimioterapia simples associado ao vírus EBV. ou combinada, interferona, terapia com Manifestações clínicas anticorpo monoclonal e radioterapia. • Manifestações sistêmicas (fadiga, anorexia, Evolução e prognóstico prurido, febre, sudorese noturna, • Dependem do estádio, do tipo e da extensão emagrecimento) das lesões • Linfadenomegalia indolor. Hepatomegalia. • Pacientes com micose fungoide em fase Esplenomegalia pré-micótica e de placas têm a mesma • Comprometimento extranodal: pulmões, expectativa de vida, quando comparados à fígado, osso e medula óssea (5 a 10% dos população controle pacientes). • Pacientes com doença extracutânea têm pior Diagnóstico diferencial prognóstico, com sobrevida média de 1,0 a 2,5 • Linfomas não Hodgkin anos. ■ Linfadenopatia infecciosa Linfoma de Hodgkin ■ Metástases de tumores sólidos ■ Sarcoidose Doença linfoproliferativa maligna, geralmente ■ Doenças autoimunes originada nos linfonodos, caracterizada pela ■ AIDS existência de células gigantes de ■ Reação medicamentosa. Reed-Sternberg. Exames complementares -Os principais achados histopatológicos são • Exames laboratoriais: hemograma, VHS, células grandes com citoplasma abundante, bi ureia, creatinina, ácido úrico, bilirrubinas, ou multinucleadas, cada núcleo com dois ou fosfatase alcalina, DHL, albumina, TGO, TGP mais nucléolos (célula de Reed-Sternberg), • Mielograma e biopsia de medula óssea circundadas por linfócitos, histiócitos, • Radiografia de tórax; TC e RM de tórax, neutrófilos, eosinófilos e plasmócitos. abdome e pelve. Estadiamento Linfoma Não Hodgkin • Estádio I: comprometimento de uma cadeia Neoplasias malignas do sistema linfoide, ganglionar ou órgão linfoide compreendendo diversos tipos celulares • Estádio II: comprometimento de duas ou conforme mostra a classificação da OMS para mais cadeias de linfonodos do mesmo lado do as neoplasias do tecido linfoide. Dividem-se diafragma em três categorias: linfoide B, linfoide T/NK e • Estádio III: comprometimento de linfonodos linfoma não Hodgkin em ambos os lados do diafragma →Mais frequente em adultos do sexo ■ III1: doença limitada ao andar superior do masculino. abdome Causas e fatores de risco ■ III2: cadeias para-aórticas, ilíacas ou • Tireoidite de Hashimoto. Síndrome de mesentéricas de linfonodos Sjögren • Estádio IV: comprometimento de órgãos • Lúpus eritematoso sistêmico. Artrite extralinfáticos (pulmão, fígado, medula óssea), reumatoide que não seja por extensão direta • Doença celíaca, colite ulcerativa, doença de ■ A: doença assintomática Crohn ■ B: doença sintomática (emagrecimento, • Imunodeficiência congênita ou adquirida sudorese noturna ou febre inexplicada) • Vírus: vírus Epstein-Barr, HTLV, HIV, HCV ■ X: massa mediastinal herpesvírus tipo 8 ■ E (subscrito): envolvimento extranodal por • Bactéria: Helicobacter pylori (?) contiguidade • Exposição a substâncias químicas: Comprovação diagnóstica agrotóxicos, inseticidas, tintas, agentes • Dados clínicos + biopsia de linfonodo ou quimioterápicos sítio extranodal para exame histopatológico e • História familiar de linfoma não Hodgkin imuno-histoquímico. • Radiação ionizante: terapêutica ou exposição Complicações acidental. Após quimioterapia e radioterapia. Manifestações clínicas • Complicações precoces: mielossupressão, • Linfomas indolentes infecções, mucosite, alopecia, neurotoxicidade ■ Linfoma linfocítico difuso (LLC): idosos, • Complicações tardias: recidiva da doença, geralmente com linfadenopatia assintomática. segunda neoplasia, complicações cardíacas e Curso indolente; incurável (sobrevida de 6 a pulmonares, hipotireoidismo, disfunção 10 anos) gonadal e esterilidade. ■ Linfomas foliculares (pequenas células e Tratamento misto): adultos/idosos, linfadenopatia • Poliquimioterapia + radioterapia (intensidade assintomática; 75% com infiltração de medula e número de ciclos de QT, extensão e grau da óssea. Curso indolente; sem tratamento radiação dependem do estádio da doença). curativo definido; 40% se transformam em Evolução e prognóstico linfoma difuso de grandes células • Prognóstico favorável: paciente jovem, • Linfomas agressivos estádios I e II, sem massa mediastinal, com ■ Linfoma difuso de grandes células B: menos de quatro sítios extranodais acometidos indivíduos de meia-idade. Linfadenopatia, e VHS < 50 mm/h sintomas B (50%), dor (abdominal ou óssea). • Prognóstico menos favorável: idade Doença geralmente disseminada, com avançada, doença mediastinal, estádios III e envolvimento do SNC em 10% dos casos. IV, quatro ou mais sítios extranodais Cura possível com tratamento adequado acometidos e VHS = 50 mm/h. • Linfomas altamente agressivos Tratamento ■ Linfoma linfoblástico (LLA/L2): crianças e • A: linfomas indolentes adultos jovens. Linfadenopatia, ■ A: estádio I – radioterapia esplenomegalia, massa mediastinal (50 a ■ A2: estádio II – envolvimento contíguo – 75%). Pode acometer SNC e medula óssea radioterapia. Envolvimento não contíguo – ■ Linfoma de Burkitt (LLA/L3): grandes quimioterapia tumores extranodais – mandíbula (África), ■ A3: estádios III e IV – conduta expectante abdome (EUA); 25% com acometimento de ou quimioterapia em situações determinadas medula óssea. Pode atingir SNC. ■ A4: imunoterapia – linfomas de células B Comprovação diagnóstica • B: linfomas agressivos • Dados clínicos + exame histopatológico + ■ B1: quimioterapia estudo imuno-histoquímico + estudo ■ B2: radioterapia – grandes massas tumorais citogenético. ■ B3: imunoterapia – linfomas de células B Exames complementares ■ B4 – TMO • Estudo laboratorial: hemograma, VHS, ureia, • C: Linfomas altamente agressivos creatinina, ácido úrico, bilirrubinas, fosfatase ■ C1: quimioterapia alcalina, DHL, albumina, TGO, TGP ■ C2: profilaxia do SNC • Mielograma e biopsia de medula óssea ■ C3: radioterapia – grandes massas tumorais • Estudo radiológico: radiografia de tórax; TC ■ C4: imunoterapia – linfomas de células B de tórax e abdome, RM ■ C5: TMO. • LCR e TCC (suspeita de envolvimento do Evolução e prognóstico SNC). • Pior prognóstico Estadiamento (sistema Ann Arbor) ■ Idade > 60 anos • Estádio I: comprometimento de uma cadeia ■ Estado geral comprometido ganglionar ou órgão linfoide ■ Grandes tumores (> 10 cm)/estadiamento • Estádio II: comprometimento de duas ou avançado (III e IV) mais cadeias de linfonodos do mesmo lado do ■ DHL elevada diafragma ■ Número de sítios extranodais (> 3) • Estádio III: comprometimento de linfonodos • Pacientes com 2 ou mais fatores têm menos em ambos os lados do diafragma de 50% de chance de sobrevida livre da doença ■ III1: doença limitada ao andar superior do em 5 anos abdome • Pacientes com comprometimento da medula ■ III2: cadeias ganglionares para-aórticas, óssea, SNC, fígado, pulmão e/ou baço têm ilíacas ou mesentéricas maior risco de recaída e devem receber • Estádio IV: comprometimento de órgãos tratamento de consolidação. extralinfáticos (pulmão, fígado, medula óssea), que não seja por extensão direta MIELOMA ■ A: doença assintomática ■ B: doença sintomática (emagrecimento, sudorese noturna ou febre inexplicada) ■ X: massa mediastinal ■ E: comprometimento extranodal por contiguidade. Take home message: 1. diferenciação células hematopoéticas 2. Epidemiologia: idade e quadro clínico 3. Diagnóstico: clínico e laboratorial 4. Tratamento: conhecer o que existe