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Leucograma – fisiopatologia dos processos infecciosos

Se divide em duas séries:

- Mielóide
- Neutrófilos e Monócitos - Plaquetas
- Eosinófilos - Eritrócitos
- Basófilos

- Linfóide
- Linfócitos B
- Linfócitos T

Série Mielóide: importante identificar grau de maturação, para conseguir identificar possíveis doenças.

- Mieloblastos: redondos, sem granulações, com nucléolo (até 5) e cromatina fina e homogênea, grande relação
N:C. Não circula no sangue periférico em condições normais.
- Pró-mielócito: ↑↑↑↑↑ granulação azurrófila (primária, bastante escura), que pode se sobrepor no núcleo.
- Mielócito: núcleo excêntrico, ovalado, com granulações 1ª e 2ªria, sem nucléolo e com cromatina condensada e
heterogênea.
- Metamielócito: sem granulações, núcleo em forma de ferradura (parece bastonete), com granulações
secundárias.
- Bastonete: núcleo em forma de ferradura mais fina. CONSIDERA VALOR ABSOLUTO DA CONTAGEM, E
NÃO O RELATIVO.
- Segmentado: lóbulos unidos por filamentos como núcleo. Sem cromatina.
- Monócitos: grandes, de cromatina frouxa, sem nucléolos.
Classificação pela granulação
- Eosinófilo: grânulos róseos, por todo o citoplasma.
- Basófilos: grânulos azul escuro bastante densos por todo o citoplasma e sobrepondo o núcleo.

Série Linfóide
- Linfócitos: tamanho variado, com núcleo mais arredondado, pode ter nucléolo e ter grânulos no citoplasma bem
finos.
Leucograma – fisiopatologia dos processos infecciosos II
Sistema Linfático: órgão linfóide 1ªrio é o timo e 2ªario é o baço, linfonodos, placas de Peyer (intestino) e amígdalas.
As linfas se distribuem por todo o organismo, recolhendo o líquido que não retornou aos capilares sanguíneos.
- Célula T: diferencia no timo. Podem ser do tipo CD4+ e CD8+ (imunidade inata), dependentes do MHC
(apresentação de antígeno). Responsável pela imunidade celular (proteção contra bactérias, fungos, faz citólise
de células infectadas por vírus, imunidade contra tumores e o responsável pela rejeição de transplantes).
Células T helper ativam células CD4+, estimula CD8 a se tornar citotóxica e ativa produção de Ac pelas células
B. Identifica por marcadores de membrana, marcadores enzimáticos e coloração citoquímica.
- Linfócitos B: diferenciação e proliferação na medula óssea, e segue para o baço onde amadurece. Quando
ativo, expressa receptor BCR , que interage com o antígeno (receptor curto, associação de Igα e Igβ, e após
ativação, inicia cascata de sinalização celular, ajudando na transdução de sinal). Após ativo, é chamado de
plasmócito, quando passa a produzir Ac. Os linfócitos Atípicos são aqueles que estão virando plasmócitos. Em

crianças, é comum ter ↑ [ ], em adultos, indica infecção viral.


- Linfócito atípico I: monocitóide, com vacúolos e citoplasma abundante.
- Linfócito atípico II: plasmocitóide ou linfoblastóide ↓ citoplasma.
- Linfócito atípico III: amebóide, com projeções

Linfocitose: rara em infecções bacterianas agudas. Mais comum em infecções virais:


- Enterovírus Coxsackie A: linfocitose aguda, comum na infância, causa coqueluche.
Linfopenia: infecções agudas, carcinomas, linfomas, lúpus, agranulocitose, síndromes da imunodeficiência, falência
cardíaca, pancreatite, adm. esteróides, quimioterapia, tuberculose ativa e malária.

Fisiopatologia: o linfócito ativo secreta INFα e β, ativando células NK, que libera INFγ, gerando a migração de células
para o tecido e gerando citotoxicidade. Os macrófagos recrutados para o tecido fagocitam o patógeno, fazendo a
apresentação de antígeno via MHC I (LT CD4+) ou MHC II (LT CD8+). Lh1 e Lh2 (linfócitos CD4) ativam célula B, que
libera anticorpos, ativando a imunidade celular e humoral.

Cinética dos Neutrófilos


- Medula óssea: totipotentes, imaturos (lesão causa perda de proliferação e diferenciação, causando leucemia,
síndrome mielodisplásica e aplasia)
- Circulação: estágio intermediário
- Tecidos: maduros
Deslocamento do compartimento marginal para o circulante: O compartimento marginal (de reserva - bastonetes e
segmentados), ficam aderidos nas células endoteliais via selectinas (ligação fraca). Quando reduz a [ ] das células
circulantes, as células de reserva vão para a circulação, gerando um equilíbrio.
Pode haver um maior deslocamento das células marginais para a circulação em casos de: exercícios físicos
vigorosos, estresse, convulsões, lesões, dor, náusea vômitos, gestação, injeções e glicocorticóides. É uma das
dificuldades do leucograma, pois nem sempre neutrofilia é patológica.

Tempo de 1/2 vida dos leucócitos: muito menor do que dos eritrócitos, causando uma ↓ reprodutibilidade dos

resultados por isso. Por isso se repete exames em caso de alteração dos valores de leucócitos, para confirmar os

resultados diferentes. Se deve ter um histórico dos leucogramas para identificar alterações. Essa é uma outra
dificuldade do Leucograma

Processos Infecciosos: causam um ↑ na demanda tecidual, fazendo a saída do compartimento pós-mitótico (M.O.)

para o periférico (↓ tempo de maturação, causando uma mitose abreviada), levando a um ↑ de células imaturas, como

bastonetes (Desvio Nuclear à esquerda). Caso o paciente seja imunodeprimido, idoso, criança, recém-nascido ou
possuam uma doença crônica, a resposta da M.O. não será eficaz, causando uma neutropenia com desvio nuclear à
esquerda mais grave, com mielócitos e metamielócitos para a periferia.
Alterações leucocitárias devido a erros de mitose:
- Granulação tóxica: visualização da granulação 1ªria, indicando célula imatura (compostas de mieloperoxidases
- bactericidas, e Defensinas - destroem microorganismos com lisozimas). Nesses casos, a granulação 2ªria
também é presente (composta de Lactoferrina - indisponibiliza Fe para a reprod. bac; Vit. B12, colagenases,
lisozimas e gelatinases). Estão presentes as granulações 3ªrias (grânulos de gelatinase) e 4ªrias (vesículas
secretoras com fosfatase alcalina, albumina, cit. B e receptores para o complemento).
- Corpúsculo de Döhle: visualiza o RER na periferia do citoplasma da célula.
- Vacúolos: indica bactéria circulante (fagocitose), podendo ser uma septicemia (bac colonizando) ou uma
bacteremia (bac passou pelo sag mas já foi eliminada).
Valores de referência: a neutrofilia e a neutropenia é de difícil interpretação, analisando o leucograma pelo valor
absoluto (exceto bastonetes).
- Causas Neutrofilia: maior produção medular do que o consumo. Pode ser por estresse (deslocamento do
compartimento marginal), infecções agudas (leucocitose com desvio nuclear à esquerda)...

Reação Leucemóide (reação a infecção Leucemia Mielóide Crônica

Hemograma Granulações tóxicas, corpúsculo de Döle, vacúolos e Eosinofilia, basofilia e ↑ Plaquetas


plaquetas ↓

Fosfatase Alcalina ↑ (neutrófilos ativos liberam muitos grânulos com


fosfatase alcalina)

Cariótipo Cromossomo Philadelphia

Biologia Molecular Gene quimérico bcr-abl

- Causas Neutropenia: produção medular menor que o consumo tecidual.


Leucopenia com neutropenia com ou sem desvio nuclear a esquerda

Adquirida Infecções, induzida por medicamentos, Neutropenia crônica benigna, auto-imune, neonatal, Síndrome de
Felty, doenças metabólicas, aumento da marginação, Hiperesplenismo e deficiência Nutricional (↓B12 e
ácido fólico)

Primária Neutropenia familiar benigna, crônica idiopática e não-imunológica, congênita grave, clínica e Síndrome
de Chédiak-Higashi

Cinética dos Monócitos


Monócito (compartimento marginal ou circulante) se tornam macrófagos nos tecidos (matura), e é a única célula matura
capaz de se proliferar. Faz a remoção de células mortas ou com alterações, partículas estranhas, apresentação de Ag,
destruição de microorg, células neoplásicas e enxertos.
Monocitose (Infecções, lúpus...) ou Monocitopenia (pancitopenia, uso de corticóides): interpretação pelo valor
ABSOLUTO.

Cinética dos Eosinófilos: ↑ reações de hipersensibilidade. Atuam nos tecidos (pele, TGI, mucosas do trato respiratório,

trato reprodutivo feminino, glândulas mamárias); fazem fagocitose e possuem potencial oxidativo.

Cinética dos Basófilos: ↑ em inflamações e alergias (↑ [histaminas], associado com IgE ↷ Basofilia), migram para

tecidos.

Fisiopatologia do Processo Infeccioso Agudo


A presença de um patógeno irá ativar:
- Imunidade Inata, com células que atuam sem a necessidade de sensibilização. Ativação do complemento (via

alternativa), recobre patógeno com C3b, ativando a sua fagocitose por neutrófilos e macrófagos (liberação de

citocinas, IL e TNFα, gerando alterações do hemograma (cinética dos neutrófilos e monócitos ↷ migração ao

sítio inflamatório, 1° Neutrofilia, 2° Monocitose ).

Rolamento (selectinas) ↷ Adesão (integrina) ↷ Diapedese


- Imunidade Adaptativa, com células ativas após primeiro encontro com patógeno.
Fisiopatologia do Processo infeccioso bacteriano Crônico: início insidioso e assintomático. Caracteriza por infiltrado

de células mononucleares ↑ (macrófagos, linfócitos e plasmócitos), ↑↑↑ macrófagos no tecido (proliferação local), ↑
secreção de citocinas e fatores de crecimento (para monócitos e linfócitos). Hemograma: leucocitose discreta e
persistente neutrofilia (com ou sem desvio nuclear a esquerda - equilíbrio produção/consumo, com predomínio de
monócitos e linfócitos).

Alterações Benignas dos Leucócitos

Tríade Granulações tóxicas: ocorre em infecções/inflamações, gravidez e anemia aplásica.


de
Infecção
Corpos de Döhle: corpúsculos azul claro na periferia (RER), ocorre em infecções/inflamações, gravidez,
queimaduras e quimioterapia.

Vacúolos Citoplasmáticos: em neutrófilos e monócitos, resultantes da fusão de grânulos com vacúolos


fagocitários. Pode ser artefato de anticoagulante.

Anomalia de Pelger-Huet

Ocorre pela ↓ da segmentação do núcleo. Em heterozigotos, bilobulado; em homozigotos,


núcleo não segmenta. Diferencia de células imaturas pela granulação e cromatina
condensada.

Anomalia de May-Hegglin

Autossômica dominante, associada a trombocitopenia (Com plaquetas gigantes, mas


funcionais; como os fragmentos são maiores, ↓ [ ]). Estrutura parecida com corpúsculo de
Döhle, mas próximos do núcleo. Ocorre pela condensação anormal de RNA.

Anomalia de Alder-Reilly

Autossômica Recessiva, mucopolisacaridose. Presença de grânulos que parecem granulação


tóxica, mas não apresenta sintomatologia de infecção. Sem significado clínico.

Síndrome de Chediak-Higashi

Rara, autossômica e recessiva. Ocorre pois os grânulos se fundem, ficam gigantes e perdem
a função, fazendo o paciente que possui essa doença ter ↑ risco de infecções. Neutropenia.
Causa também o não armazenamento dos fatores de agregação plaquetária (ADP e
serotonina) causando ↓ agregação plaquetária. Homozigoto: incompatível com a vida.
FEIJÃO

Neoplasias hematológicas
As células tronco sofrem auto-renovação e diferenciação quando saudáveis. No estroma medular, um ambiente
favorável a replicação e diferenciação, as células sofrem a ação de fatores de crescimento (regulando proliferação,
diferenciação, maturação e função designada a essas células) e de fatores de inibição (apoptose para controle do
crescimento). Conforme a célula amadurece, reduz o seu tamanho, reduzindo a relação N:C, perdendo o nucléolo e
capacidade de mitose, passa a ter cromatina condensada e que se segmenta, e redução da basofilia do citoplasma.
Neoplasias: ocorrem pela perda de controle do ciclo celular (fase G1), devido mutações (causadas por fatores
ambientais, químicos e biológicos - vírus) em genes reguladores do ciclo, como:

Oncogenes: proto- oncogenes mutados, alterando o Genes supressores de tumor: controlam os


estímulo e controle do ciclo celular. mecanismos fisiológicos de reparo de DNA.

Genes relacionados a apoptose (p-53) Genes de reparo do DNA


As Neoplasias Hematológicas são doenças maligas clonais, que derivam de uma única célula da M.O. ou tecido linfóide
periférico, que sofre alteração genética ativando oncogenes e inativando genes supressores de tumor, levando a perda
de controle de divisão, maturação e/ou apoptose, com capacidade de invadir outros tecidos.
Causas: reparo inefetivo do DNA mutante (descontrole reprodutivo), atuação inefetiva das células NK.
Diagnósticos

- Hemograma e Mielograma: observa células de punção medular da crista ilíaca - retira


estroma (predominância de um tipo de célula, distribuição anormal de tecido
hematopoiético e tecido adiposo - Hipo/hipercelular; também faz biópsia de fragmento
ósseo, através de exame histológico) e sg periférico (com >10% de blastos, presença de
bastonete de Auer no hemograma).

A intensa ocupação de células leucêmicas no estroma da M.O. causa infiltração dessas no sg periférico, linfonodos e
outros tecidos.

Medula Hipercelular Medula Hipocelular

Exames complementares: A coloração hematológica normal não permite a identificação celular exata das células, por
isso se utiliza outros métodos, como:
- Citoquímica: colorações especiais que identificam a linhagem celular, ajudando na classificação das leucemias.
Método mais barato.
- Citoquímica enzimática: identifica enzima específica de cada linhagem.

- Mieloperoxidase: presentes em neutrófilos e monócitos. Diferencia


Mieloblasto de Linfoblasto (Marcador + de Leucemia mielóide; quanto
mais madura a célula, mais fraca a reação. 2 fechas é granulócito mais
diferenciado, 1 flecha é blasto).
- Monoblastos e Monócitos podem apresentar reação + fraca ou -.
- Esterases: enzimas de neutrófilos e monócitos.
- Reação específica: Linhagem Mielóide (azul)
- Reação Inespecífica: Linhagem Monocítica (vermelho)

- Fosfatase Alcalina: presente em todos os tecidos. Reação (+) em


grânulos secundários dos neutrófilos, aumentando a reação com a
maturidade celular.
- (+++) em reações leucemóides.

Fosfatase ácida: (+) em linfoblastos. Diferencia T quando seguem padrão


unipolar (como na imagem)

- Não enzimáticas: cora lipídios e carboidratos.

-PAS: cora glicogênio em vermelho das células.


-(+) nos blastos de linfócitos (negativo em L3), mas 30% das LLA
podem dar PAS (-)

- Sudam-Black: cora em preto fosfolipídios dos granulócitos e


monócitos. Linfócitos e eritroblastos são (-)
- Quanto maior o grau de maturação, mais forte a reação.
- Marcador de Leucemia Mielóide

Resultados

LLA LMA

MPO - +

Sudam Black - +

Esterases - +

PAS + -

Fosfatase ácida + -

Fosfatase Alcalina - +

Imunofenotipagem: feito por último, pois é mais específico (primeiro faz citoquímica para pré-selecionar a linhagem
para estudo, reduzindo custos). Usa Ac monoclonal com fluorocromo que liga em epítopo de membrana específico de
cada célula. Vai para Citômetro de fluxo para ler o resultado. Analisa Sg periférico ou M.O.
Linhagem Marcadores

Linfóide B CD19, CD22 e CD10 - LINFOMA DE


BURKITT (negativo para anti-TdT)

Linfóide T CD7, CD2 e CD3 (citoplasmático)

Mielóide CD13, CD33 e anti-MPO

Citogenética: avalia qualquer mutação. Classificação e prognóstico da Leucemia.


- Biologia molecular e celular: com n° de cromossomos e cariótipo.
- Anormalidades estruturais: Podem ser estruturais ( translocação , deleção, inversão e duplicação) ou
numéricas (monossomia ou trissomia, em ou ou mais cromossomos)
- Citogenética Convencional: cariótipo em cromossomos metafásicos. Faz aspirado da medula óssea (se SP,
>10% de blastos) e leva a meio de cultura (24-72h). Depois, adiciona colchicina (para a divisão na metáfase,
fazendo com que todas as células fiquem com a mesma estrutura) ou inibidor de timina (para todas as células
em uma determinada fase, aí depois adm a timina). Faz lise nuclear, centrifuga e usa o pellet na lâmina (fixando
com álcool/ác. acético 1:1; cora com MG)

Leucemia Aguda
Esse tipo de leucemia tem evolução rápida, e com acúmulo de células imaturas indiferenciadas. Evoluem

rapidamente e são fatais em pacientes não tratados. Em crianças é mais comum, mas há ↑taxa de sobrevida.
Características: >20% blastos no SP e MO, insuficiência da M.O. (devido ao acúmulo de blastos, causando
anemia, neutropenia e trombocitopenia. Caso ocorra infiltração de órgãos, pode ocorrer hepatoesplenomegalia, dor
óssea, linfoadenopatia, síndrome meníngea - cefaléia, vômito e visão turva),
Podem ser Mielodisplásicas ou Mieloproliferativas, Mielóides ou Linfóides.

Leucemia Mielóide Aguda

Características: tríade Anemia/Reticulocitose, Neutropenia e Trombocitopenia (com ou


sem blastos no Sp). Mais frequente em adultos, M.O. hipercelular. Mais comum ocorrer
devido a TRANSLOCAÇÕES (prova) de genes responsáveis pelos fatores de transcrição
associados com as células mielóides.
- Bastonetes de Auer: derivados dos grânulos azurrófilos, característico da
linhagem mielóide. Presentes em M1, M2, M3 e ,M4.

Blasto tipo I: sem grânulos citoplasmáticos, com 1 ou 2 nucléolos, cromatina frouxa e sem
bastonetes de Auer
Blasto Tipo II: poucos grânulos primários, pode ser confundido com o tipo I, 1 ou mais
nucléolos, cromatina reticular e com bastonete de Auer.

Blasto Tipo III: células bem diferenciadas, evidente granulações no citoplasma.

Leucemia Mielóide Aguda Com


Leucemia Mielóide Aguda Sem Maturação maturação

M0: LMA com diferenciação M1: LMA sem maturação >30% dos M2: blastos tipo 3, M.O. com 30-60%
mínima 30% dos blastos tipo I, com blastos tipo 1 e 2, M.O. com mielo/promielo e neutrófilos, com
pouca evidência de maturação, MPO 70%blasto e 15% mielo/promielo, <20% monócitos. MPO e SB (+).
e Sudan-Black NEGATIVOS (blastos MPO e SB POSITIVOS. CD13, 33, CD13, 33, 117, w65, 2 (+). Pode ter
sem granulações) CD 13,33,11b (+) 117 e w65 (+). Prognóstico razoável. Pelger-Huet associado, bom
Caso mais comum de leucemia. prognóstico.

Leucemia Promielocítica Aguda

M3: 30-90% de promielócitos, com múltiplos bastonetes M3 variante microgranular: 20% dos casos de M3.
de Auer, MPO e SB (+), CD9, 13 e 33. Bom prognóstico. Núcleo convoluto e lobulato, semelhante a promonócitos,
pode haver bastonetes de Auer, CD34, CD2 (+)
Leucemia Mielomonocítica Aguda

M4: mistura de mieloblastos, monoblastos, promonócitos M4 variante eosinofílica: eosinófilos na M.O. de 10-50%.
no Sp. MPO, esterase cloroacetato e não específica (+). Os mielócitos eosinófilos contém granulos basofílicos e
CD13, 33 (mielocítica), CD4, CD14. CD15, CD11b eosinofílico. Inversão e translocação do cromossomo 16.
(Monocítica). Geram infiltrados extramedulares (gengiva, CD13, 34, 11b e c.
pele, SNC). 1 flecha é mieloblasto; 2 flechas, monoblasto.

Leucemia Monoblastica/Monocítica

M5: 8% dos casos de LMA, 50% dos pacietes com M5a: Leucemia monocítica pouco diferenciada.
tumores extramedulares (pele, gengiva, olhos, pulmão, 80%monoblastos na MO.
reto, ânus, linfonodos, meninges e SNC). Monoblastos
são normalmente MPO/SB (-) e monoblastos e pró- M5b: Leucemia Monocítica diferenciada, predomínio de
monócitos Esterase Não específica (+). CD 33+ E CD13 - promono na M.O. e Mono. no sg.
Expressão variável de CD4 e CD14 (+)

Eritroleucemia

M6a: >50% dos eritroblastos na MO e >20%mieloblastos.


Presença de bastonetes de Auer nos mieloblastos
M6b: >80% dos precursores eritróides na MO, sem
muitos mieloblastos.

PAS +, Ag mielóides e CD36 e glicoforina A (precursores


eritropoiéticos).

Leucemia Megarocariocítica Aguda

M7: Blastos com diferentes tamanhos, agranulados. CD


41, 42 e 61 (Ag plaquetários).

Protusões (blebs) citoplasmáticos (fragmentos em torno).


LEUCEMIA LINFOCÍTICA AGUDA: acúmulo de mutações somáticas, levando a proliferação descontrolada, interrupção
na diferenciação e resistÊncia a indução apoptótica. É a “leucemia da infância”. Normalmente associada com alterações
do hemograma (tríade anemia com reticulócitos, neutropenia e trombopenia). Hipercelular, diagnóstico se houver >25%
bastos.
MPO e Esterase Específica (-), ENE (+) e focal LLA-T, ENE fracamente (+) ou (-) LLA-B. PAS pode ser (+) para LL e LM.

Blasto Tipo L1: pequeno, com Blasto tipo L2: Grandes e de tamanhos Blasto tipo L3: grandes com
variáveis. Lembram blastos tipo 2 da
↑N:C, cromatina homogênea, LMA. Citoplasma varia de moderado a cromatina variável (geralmente
nucléolo regular com difícil abundante, sem grânulos. Núcleo frouxa), núcleo ovalado, com muitos
irregular, podendo ser convulto,com
observação. Citoplasma escasso e múltiplos nucléolos visíveis. PAS (+) nucléolos, ↓ N:C e vacuolização do
pouco basofílico. PAS (+) citoplasma. Linfoma de Burkitt. PAS (-
).

LEUCEMIAS CRÔNICAS
Nesse tipo, se tem a perda de controle de produção da celula, mas mantem a sua capacidade de diferenciação,
resultando em acúmulo de células maduras na medula óssea e no sg. Geralmente evolução mais lenta, mas são mais
resistentes a ação da quimioterapia, tornando essas doenças raramente curáveis.
- LMC: perde o controle de divisão
- LLC: Perde a capacidade de apoptose.
LMC é uma neoplasia do grupo das síndromes mieloproliferativa, que causa um aumento da massa de células
mielóidess. Segue curso bifásico ou trifásico: fase crônica e indolente (detectada em 85% dos casos e dura anos), que
evolui para fase acelerada (diferenciação granulocítica cada vez mais prejudicada, tornando o controle da doença mais
difícil, 4-6meses), que pode passar para um fase blastica (impossível distinguir de leucemia aguda ou crônica, com
falência progressiva da M.O.; doença se torna extramedular) que é fatal. Foi a primeira doença descrita com uma
alteração cromossômica recorrente (cromossomo filadélfia).

Marcador Cromossomal Ph1: t (9;22) (q34;11), gerando o


cromossomo filadélfia. O gene quimérico BCR-ABL
codifica proteínas com atividade de rosinoquinase
excessiva, ativando diversas vias intracelulares de
replicação.
O gene BRC-ABL pode ser encontrado também em
linhagem vermelha, mostrando que a mutação ocorre em
célula hematopoiética indiferenciada.

Sintomas: começam a aparecer mais na fase acelerada/blastica - febre, perda de peso, sudorese noturna,
esplenomegalia e Hepatomegalia, gota (aumento de ácido úrico, pelo alto catabolismo celular), dor óssea (pela
expansão da medula), leucostase (deformidade de células maduras), eventos trombóticos e trombocitopenia.

Etiologia: fatores genéticos, exposição a radiação ionizante e causas idiopáticas.


Achados Laboratoriais: leucocitose (variável), com predomínio de células maduras; blastos <5%; anemia; trombocitose
com alteração da função plaquetária (pode levar a hemorragias ou tromboses); ↓ fosfatase alcalina (diferencia de outras

síndromes mieoloproliferativas); ↑↑↑ [granulícutos]; ↑ B12 (secundário ao ↑transcobalamina que é produzida pelos

neutrófilos; ↑ ácido úrico (gota). IDENTIFICAÇÃO DO CROMOSSOMO FILADÉLFIA OU GENE BCR-ABL são

necessárias para o diagnóstico (citogenética, Hibridização in situ por fluorescência - FISH; PCR)

Tratamento quimioterápico:Inibidores da tirosinaquinase e interferon-α; inibidores de rosinoquinases (imanibe);


Transplante de medula óssea.. Fase crônica gera excelente resposta.

LEUCEMIAS LINFOCÍTICA CRÔNICA a maioria é originada das células linfóides. Existem as prolinfocíticas e de células
pilosas.
Geralmente, a célula tumoral é um Linfócito B, relativamente maduro, que se acumulam e se infiltram progressivamente

na M.O. e em outros órgãos do sistema imune (baço, linfonodos...), resultado da sobrevida prolongada com ↓ apoptose.
Pode haver envolvimento dos linfócitos T, mais comum no ocidente e em idosos. Causa idiopática (mas ~10% casos
sugerem fator genético envolvido)
Sintomas: geralmente assintomática no início, diagnosticada pela linfocitose insistente (por mais de um mês). Com o

tempo, ↑ de linfonodos (indolor), fadiga, perda de peso, anemia normocítica normocrômica, hepatoesplenomegalia

(estágios mais tardios, semelhantes a leishmaniose e LMC), ↑↑↑↑↑ infecções (imunodeficiência) e trombocitopenia.

Sombras de Gumprecht (flecha vermelha; linfócitos com


membrana mais frágil, rompem durante preparo da
extensão sanguínea, levando a formação de restos
celulares). Conclusão do diagnóstico feita por
IMUNOFENOTIPAGEM (CD19 e CD23- LinfB; e CD5-
LinfT). Biópsia Linfonodal não é necessário para o
diagnóstico de leucemias crônicas

Imagem mostra linfocitose em sg periférico, com linfócitos


pequenos e maduro (LLC Comum)

LLC Mista: Linfócito plasmocitóide com área LLC com transformação pró-linfocítica: pró-linfócitos >10%, e
clara perinuclear proporção variável. <10% de <55%.
pró-linfócitos. LLC Pró-linfocítica: pró-Linfócitos >55%.

Citogenética
- Del 13q14 (+ favorável); trissomia 12 (intermediário), del 11q23 (desfavorável), anomalias estruturais do p17
envolvendo o gene p53 (pior).
- ZAP-70
- Rosina-quinases (essenciais na sinalização dos LinfT e ausente nos LinfB, quando ↑↑↑, evidenciam ausência
da mutação IgVH)
Critérios de diagnóstico: National Cancer Institute (resultados mais criteriosos para confirmar a presença da doença) e
International CLL Workshop (menos criterioso).
Tratamento: curas são raras, o que se faz é o controle dos sintomas. Quimio mais cedo, ↑ expectativa de vida

(clorambucil, análogos da purina e corcoesteróides; radioterapia; quimio combinada com ciclofosfamida e

hidroxidaunorrubicina; ciclosporina, Ac monoclonais anti CD-20, espenectomia e Ig)

LEUCEMIA PRÓ-LINFOCÍTICA CRÔNICA variante da LLC (também é mais comum term LinfB), ↓ frequente,

apresentação clínica semelhante. Pró-linfócitos ≥55%. Pior prognóstico. Um dos sintomas é esplenomegalia.
Imunofenotipagem: (+) para 7MC7, CD11, CD103 e HC2; (-) para CD5 e CD23. As suas duas formas tendem a ter
infiltração difusa da M.O.
Células Pilosas (LCP) leucemia das células cabeludas ou tricoleucemia. Rara,
variante neoplásica de linfócitos B. Prevalência em homens ~50anos. Apresenta
anemia, hepatoesplenomegalia, comprometimento de gânglios abdominais e
infecções (neutropenia). Pancitopenia (o que causa os primeiros sintomas, resultante
da infiltração medular maciça), linfócitos com franjas citoplasmáticas ou projeções.
Evolução lenta.

LINFOMA NÃO-HODGKIN INDOLENTES: relacionada com LLC. FMC7, CD79b, CD19/20 (+). Manifestação Clínica

similar ao Linfoma de Hodgkin (anemia, infecções ↓ pela neutropenia; trombocitopenia e reação leucoeritroblástica), com

↑ LDH, podendo ser usado como indicador de prognóstico (↑↑↑↑ em crescimento rápido). Tipo T é o mais agressivo.

Classificação World Health Organization


Atuakuza sempre para o entendimento das alterações genético-moleculares, e resultando em propostas terapêuticas
inovadoras.

Neoplasias mielóides: 5 Subgrupos.


- Mieloproliferativas: descontrole do crescimento, mas com características próximas das normais. Mutação em

BCR-ABL (não patognomônica) e JAK-2: hiperatividade da JAK2 ↑↑↑ sensibilidade a citocinas e fatores de

crescimento.
- BCR-ABL POSITIVO: cromossomo Ph1 +. Ex.: Leucemia Mielóide Crônica clássica
- BCE-ABL negativo: cromossomo Ph1-. Ex.: policitemia vera.
- MieloDisplásicas: doenças com propensão a citopenias periféricas (das 3 linhagens), medula hiperplásica e
alterações displásicas (desarranjo clonal da StemCell hematopoiética, hematopoese/apoptose ineficazes,
- LMA com displasias em várias linhagens: incidência aumenta com a idade, responde pouco a quimio.
- LMA Associadas a agentes alquilantes e radiação
- LMA não inclusa nas outras categorias (FAB M0, M1, M2, M4, M5a/b, M6 e M7)
Classificação pela Imunofenotipagem: LA diferenciadas (HLA-DR, CD34/38 e pode expressar TdT e CD7; LA de 2
linhagens (2 populações com marcadores Linfóides e Mielóides) e LA bifenotípica (blastos que co-expressam
marcadores mielóides e linfóides)

Neoplasias Linfóides: Origem do Linf B, T ou NK, que podem estar em diferentes estágios de maturação. Podem ser
localizadas (linfomas - linfonodos) ou generalizadas (M.O. ou outros órgãos.)
- Agudas: Originam de precursores linfóides primitivos.
- LLinfoblásticaA: acúmulo de mutações em células precursoras, com o descontrole da proliferação,
diferenciação e resistência a apoptose. se blastos >25% é leucemia linfoblastica. Imunofenotipagem:
CD19, 20, 22 e 79a (Morfologia compatível com L1 e L2).
- Linfoma de Burkitt: Morfologia compatível com FAB L2. Imunofenotipagem: CD19, 20, 22 e HLA-DR.
- Crônicas e Mieloma múltiplo: derivam de linfócitos mais diferenciados.
- Linfoma de Hodgikin: células muito grandes, multinucleadas ou
bilobuladas, com nucléolos proeminentes e eosinofílicos,
cromatina vesiculosa (olhos de coruja - células Reed-Sternberg) e
Células de Hodgkin (células mononucleares grandes (existe a
com predominância medular e o clássico - maior parte dos casos,
coloniza em outras áreas).
- Diagnóstico: Exame Histopatológico de linfonodos, hemograma

(fase inicial ↑ [3 linhagens], e depois ↓), PCR e VHS ↑

(marcadores inflamatórios)

Mieloma Múltiplo: transformação malígna do plasmócito na

medula óssea, acumulando as células na M.O. (forma

tumor), produção de Ig monoclonal (origina de 1 único

plasmócito), ↓ produção celular óssea, destruição óssea,

hipercalcemia e insuficiência renal, ~65anos. Etiologia

desconhecida, sendo que as citocinas tem papel importante

(IL-6, fator ativador de osteoclastos, TNF e IL-1). Sintomas

clínicos: dores óssseas, anemia (com formação de

Rouleaux), insuficiência renal (excreção de cadeias leves de

Ig - proteína de Bence Jones; e hipercalcemia) e ↑ infecções,

pois há hipogamaglobulinemia. Plasmócitos na M.O. >10%;

identificação de uma proteína na eletroforese em excesso

(bandas β ou γ), proteína M no soro e urina ↑ e Lesões

osteolíticas (diagnóstico)

Macroglobulinemia de Waldestrom: Doença rara, em


homens de >50anos. Linfoma linfoplasmoide com
envolvimento da M.O. e gamopatia monoclonal a qualquer
nível sérico. Sintomas: anemia, hiperviscosidade, distúrbios
visuais, hemorragias, hepatoesplenomegalia,
linfonodomegalia, IgM sérica >15mg/dL e infiltrações de
células linfoplasmóides na MO e linfonodos, podendo ter
linfocitose no sg.

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