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NEUTRÓFILOS

Os segmentados neutrófilos apresentam núcleo contendo de 2 a 5 lobos e


citoplasma ligeiramente acidófilo com granulações finas de coloração roséa. Constituem a
população mais numerosa entre os Leucócitos circulantes. Sua vida média é de 7 a 8
horas, distribuindo-se nos tecidos de forma aleatória. Atuam na defesa do organismo
contra processos infecciosos por meio de propriedades que lhe são próprias como:
motilidade, quimiotaxia, fagocitose, ação bactericida e digestão de microrganismos.
Suas granulações específicas ou secundárias são ricas em fosfatase alcalina,
lisozima e lactoferrina. Apresentam ainda granulações primárias que contêm hidrolases
ácidas e mieloperoxidase. Durante o processo de fagocitose, os neutrófilos produzem, por
meio de seu metabolismo oxidativo, espécies reativas do oxigenio (radicais livres) que
atuam em conjunto com estas enzimas na destruição dos microrganismos.
Associado aos processos infecciosos ou inflamatórios, os neutrófilos podem exibir
estruturas citoplasmáticas como vacúolos, granulações tóxicas e corpúsculos de Dohle
(inclusões de coloração azul-pálida situadas, geralmente na periferia da célula e
constituem precipitação do retículo endoplasmático)
O aumento absoluto dos neutrófilos no sangue (>7.500/mm³) é denominado
Neutrocitose ou Neutrofilia. A neutrofilia pode ser primaria quando resulta de alterações
intrínsecas da célula progenitora, como no caso das doenças mieloproliferativas, ou
secundarias e reacionais, como no caso de infecções sistêmicas ou localizadas,
processos inflamatórios. Em processos agudos a neutrofilia geralmente aparece
acompanhada do aumento de bastonetes e metamielócitos caracterizando um desvio à
esquerda.

Em condições fisiológicas podemos encontrar aumento de neutrófilos em recém-


nascidos, gravidez ou descarga de adrenalina (exercício, medo, estresse) em razão da
redistribuição do compartilhamento marginal para o circulante.

São causas de neutrofilia: neutrofilia hereditária, Infecções bacterianas agudas e


crônicas incluindo a tuberculose miliar; algumas infecções virais como varicela, herpes
simples, raiva, poliomielite, algumas infecções fúngicas como a actinomicose, algumas
parasitoses como amebíase hepática, a filaríase, dano tecidual como trauma, cirurgia,
queimaduras, necrose hepática aguda, pancreatite aguda, infarto tecidual como infarto
agudo do miocárdio, infarto pulmonar, inflamação aguda e crônica grave como na gota,
febre reumática, artrite reumatoide, colite ulcerativa, hemorragia aguda, hipóxia aguda,
doenças malignas como carcinoma, sarcoma, leucemias e síndromes mieloproliferativas.,
administração de drogas como corticoides, o lítio, intoxicações por agentes químicos,
envenenamentos como picada de escorpião ou ataque de abelhas, tabagismo, exercício
vigoroso, dor aguda, convulsões epilépticas, eclampsia e pré-eclâmpsia.

A Neutropenia ou Neutrocitopenia: é definida como número absoluto de neutrófilos


inferior a 1.800/mm³; pode ser um fenômeno isolado ou fazer parte de uma pancitopenia.
Se não genética, geralmente esta associada a determinadas infecções.

São causas de neutropenia: agranulocitose, infecções virais como sarampo,


caxumba, rubéola, dengue, infecção pelo HIV, infecções bacterianas como febre tifóide,
brucelose, infecções por protozoários como a malária, o calazar, a tripanossomíase,
irradiação, anemia megaloblástica e anemia aplástica, hiperesplenismo, alcoolismo,
hipertireoidismo.

Alterações morfológicas do neutrófilos

 Anomalia de Pelger-Huet: alteração nuclear em que a maioria dos neutrófilos


apresenta núcleos bastonados ou bilobulados, cromatina mais densada (pincenê).

 Anomalia de May-Hegglin: condensações anormais de RNA, como inclusões


levemente basófilas (granulações grandes, em geral única), no citoplasma do
neutrófilo.

 Síndrome de Chediack-Higashi: é uma anomalia do citoplasma associada com


grânulos neutrofilicos gigantes, as crianças afetadas tem em geral presença de
neutropenia.

 Anomalia de Alder-Reilly: caracteriza-se pelo aparecimento de grânulos


abundantes de cor avermelhada, principalmente, nos neutrófilos.

 Desvio a esquerda: na hipótese de a solicitação ser brusca, como nos processos


infecciosos agudos, a medula não tem tempo de maturar os neutrófilos e, após ter
terminado o estoque dos segmentados, lança para a circulação formas cada vez
mais jovens a partir dos bastonetes. O desvio a esquerda pode ser escalonado,
quando as células aparecem em ordem decrescente, de acordo com a maturação
(infecção), ou não escalonado quando a produção é desordenada (neoplasia).
 Desvio a direita: quando existe um aumento do número de neutrófilos com mais de
cinco lóbulos nucleares, sendo significativo nas anemias megaloblásticas e
mielodisplasias.

NEUTROFILO NORMAL

NEUTROFILIA
NEUTROPENIA

ANOMALIA DE PELGER-HUET
ANOMALIA DE MAY-HEGGLIN

SINDROME DE CHEDIACK-HIGASHI
ANOMALIA DE ALDER-REILLY
Azevedo, M., R.,A. Hematologia Básica: Fisiopatologia e Diagnóstico
Laboratorial. Thieme Revinter, 6º edição, 2019.

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