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PRESSÃO ARTERIAL

COMO FUNCIONA O SISTEMA CIRCULATÓRIO?

O sangue venoso do corpo inteiro chega no átrio direito através das veias cavas
superior e inferior. Do átrio direito o sangue é forçado pela contração atrial a passar
pela válvula tricúspide enchendo o ventrículo direito. O ventrículo direito bombeia o
sangue venoso através da válvula pulmonar, para a artéria pulmonar. Após oxigenação,
o sangue arterial é impulsionado para o ventrículo esquerdo através da válvula mitral.
Do ventrículo esquerdo, o sangue passa através da válvula aórtica para a aorta, forçado
pela contração ventricular. Da aorta, o sangue é impulsionado para o corpo todo. Após
irrigar todos os órgãos, o sangue retorna ao coração através das veias cavas e o ciclo
recomeça.

• O QUE É PRESSÃO ARTERIAL?


Pressão arterial é a pressão exercida pelo sangue nas paredes dos vasos.

• QUAIS SÃO OS FATORES QUE INFLUENCIAM A PRESSÃO ARTERIAL?


A pressão arterial depende da força de contração do coração, do volume e da
viscosidade do sangue circulante e da resistência das paredes dos vasos.

• O QUE É PRESSÃO MÁXIMA OU SISTÓLICA?


Ë a maior pressão que o sangue exerce contra as paredes das artérias, quando é
impulsionado durante a contração cardíaca(sístole).

• O QUE É PRESSÃO MÍNIMA OU DIASTÓLICA?


Ë a menor pressão, remanescente no interior da artérias, detectada quando os
ventrículos estão relaxados na fase de enchimento de sangue (diástole). Representa a
resistência oferecida pelos vasos à pressão do sangue circulante.

• COMO É EXPRESSA A MEDIDA DA PRESSÃO ARTERIAL?


É expressa como a relação entre os valores das pressões sistólica ou máxima e diastólica
ou mínima, em milímetros de mercúrio (mmHg).
Obs: é comum dividir os valores encontrados por 10: 120 x 80 mmHg = 12 por 8
• QUAIS SÃO OS VALORES NORMAIS DE PRESSÃO ARTERIAL?
São considerados normais para o adulto valores de pressão arterial entre 100/60 a
139/89 mmHg, ou seja, pressão arterial sistólica entre 100 e 139 e pressão arterial
diastólica entre 60 e 89 mmHg.

• COMO SE CLASSIFICA A PRESSÃO ARTERIAL?


A classificação mais utilizada atualmente é a proposta no sexto relatório do Comitê
Americano (JNC-VI), que traz a categoria e as pressões arteriais sistólica e diastólica.
Obs: classificação para adultos – idade igual ou superior a 18 anos.

CATEGORIA SISTÓLICA (mmHg) DIÁSTÓLICA (mmHg


Normal < 130 < 85
Normal limítrofe 130 A 139 85 A 89

HIPERTENSÃO

SISTÓLICA (mmHg) DIASTÓLICA (mmHg)


Estágio 1 – leve 140 a 159 90 a 99
Estágio 2 – moderada 160 a 179 100 a 119
Estágio 3 – grave 180 a 209 110 a 119

• O QUE É HIPERTENSÃO ARTERIAL?


É uma doença crônica degenerativa causada por uma condição anormal dos pequenos
vasos do sistema arterial que se encontram com a pressão sistólica (máxima) acima de
140 mmHg ou diastólica (mínima) acima de 90 mmHg.

• QUAL A INCIDÊNCIA DA HIPERTENSÃO ARTERIAL?


A hipertensão arterial afeta cerca de 20 % da população mundialmente adulta. No
Brasil são aproximadamente 16 milhões de hipertensos, sendo que 60% desconhecem
que têm a doença, visto que a hipertensão se instala lenta e silenciosamente.

• QUAL É A ETIOLOGIA DA HIPERTENSÃO ARTERIAL?


Em 90% das pessoas hipertensas, a causa é desconhecida; entretanto, existem várias
hipóteses sobre sua origem, como por exemplo, a hereditariedade, obesidade, raça,
stress emocional, etc.
• QUAIS OS FATORES DE RISCO RELACIONADOS À HIPERTENSÃO ARTERIAL?
Histórico familiar, idade, obesidade, tabagismo, álcool, ingestão de sal em excesso, stress
e vida sedentária, aterosclerose.

• A ASSOCIAÇÃO DE HIPERTENSÃO E DIABETES AUMENTA O RISCO DE


COMPLICAÇÕES?
Sim. A hipertensão afeta 20% da população geral e 50% da população diabética. A
associação de hipertensão e diabetes aumenta o risco de morbidade e mortalidade
cardiovascular.

• O QUE É HIPOTENSÃO ARTERIAL?


São valores de pressão arterial inferior à média. A hipotensão mais preocupante é a
súbita reflexa, que se deve à falta de pressão arterial adequada no organismo, fazendo
com que não haja um fluxo sanguíneo suficiente para o cérebro, provocando tonturas e
desmaios. Os sintomas mais comuns são: cansaço, indisposição, falta de ânimo, tontura,
etc.

• VERIFICAÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL PELO MÉTODO AUSCUTARÓRIO


A verificação é um procedimento simples e fácil de ser realizado, porém alguns cuidados
referentes ao paciente, ao executor da técnica e com o equipamento sã necessários para
evitar erros que comprometam o diagnóstico e o tratamento da hipertensão. Entidades
internacionais como American Heart Association, British Hipertension Society e, no
Brasil, o Consenso Brasileiro para Tratamento da Hipertensão recomendam alguns
critérios para prevenir erros na medida da pressão arterial.

• O QUE DEVE SER EVITADO ANTES DA VERIFICAÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL


PARA PREVENIR RESULTADOS FALSAMENTE ELEVADOS?
Recomenda-se permanecer em repouso de 5 a 10 minutos antes da verificação da
pressão. Deve-se evitar exercícios, alimentação, fumo, ingestão de álcool ou café trinta
minutos antes da verificação. Recomenda-se estar com a bexiga vazia
• QUAIS INFORMAÇÕES SOBRE O PACIENTE SÃO IMPORTANTES PARA QUE SE
CONHEÇA PORQUE PODEM ALTERAR A PRESSÃO ARTERIAL?
É importante que se conheça o uso de drogas que interferem com a regulação d pressão
arterial, e a presença de dor, tensão e ansiedade que elevam a pressão arterial

• CONVERSAR DURANTE A EXECUÇÃO DA TÉCNICA DE VERIFICAÇÃO DA


PRESSÃO INTERFERE NO RESULTADO?
Conversar durante o procedimento eleva a pressão arterial. O paciente deve ser
orientado para não conversar durante a verificação da pressão.

• QUAL A POSIÇÃO RECOMENDADA PARA A VERIFICAÇÃO DA PRESSÃO?


Deitada ou sentada, com o tronco apoiado, as pernas relaxadas e não cruzadas. O braço
em que será colocado o manguito deve estar livre de roupas e apoiado ao nível do
coração, o cotovelo ligeiramente fletido e a palma da mão voltada para cima.

• COMO DEVE SER COLOCADO O ESFIGMOMANÔMETRO NO BRAÇO ONDE


SERÁ VERIFICADA A PRESSÃO ARTERIAL?
O manguito deve ser colocado no braço de forma bem adaptada e ajustada, nem
apertado nem frouxo, estendendo-se de maneira uniforme, prevenindo resultados
falsamente elevados ou diminuídos. A câmara de ar deve estar completamente vazia e
centrada sobre a artéria braquial para exercer melhor compressão sobre a artéria
subjacente. O manômetro deve estar bem visível e as borrachas esticadas, evitando
ruídos indesejáveis ou interrupção do fluxo de ar.

• COM QUE VELOCIDADE O MANGUITO DEVE SER INSUFLADO?


O manguito deve ser insuflado rapidamente para prevenir que a estase venosa interfira
na medida da pressão arterial.

• ATÉ QUE NÍVEL DE PRESSÃO DEVE-SE INFLAR O MANGUITO?


Não é seguro inflar o manguito até valores pré-estabelecidos. Deve-se localizar e palpar
o pulso braquial ou radial; em seguida, inflar o manguito até o desaparecimento do
pulso que está sendo palpado. A seguir, o manguito deve ser insuflado 20 a 30 mmHg
acima do nível em que a pulsação desapareceu. Neste ponto, o manguito deve ser
lentamente desinflado e as leituras efetuadas.

• QUAL É O INTERVALO DE TEMPO NECESSÁRIO ENTRE DUAS OU MAIS


VERIFICAÇÕES DE PRESSÃO ARTERIAL?
Entre cada medida de pressão, no mesmo membro, o manguito deve permanecer
completamente vazio por um período não inferior a um minuto. Nunca reinflar o
manguito no meio de uma medição, nem manter o manguito inflado por um período
prolongado, prevenindo desconforto e alteração da pressão arterial.

• COMO PODEM SER DESCRITAS AS FASES DOS SONS?

O aparecimento do primeiro som fraco, seguido por batidas claras que aumentam
gradualmente com a diminuição da pressão no manguito. Este nível corresponde ao
valor da pressão arterial sistólica
Quando os sons desaparecem, a artéria restabelece o calibre normal; é o nível que
corresponde à pressão diastólica.

• QUAIS FATORES PODEM PROVOCAR MEDIDAS FALSAMENTE ALTAS DE


PRESSÃO ARTERIAL?

- conversar durante o procedimento


- colocar o braço utilizado para procedimento abaixo do nível do coração
- manguito estreito para o membro
- manguito colocado muito frouxo
- inflar o manguito no meio do procedimento após perder uma leitura
sistólica ou diastólica, sem deixar sair todo o ar e aguardar um minuto
- abrir a válvula de ar e deixar o ar sair rapidamente ocasionará leitura de
pressão sistólica falsamente alta
- frequência cardíaca irregular, leitura diastólica falsamente alta
- dificuldade para ouvir os sons, poderá ocasionar leitura diastólica
falsamente alta
• QUAIS FATORES PODEM PROVOCAR MEDIDAS FALSAMENTE BAIXAS DE
PRESSÃO ARTERIAL?

- uso de roupa apertada, provocando constrição do fluxo sanguíneo


- colocar o braço utilizado para o procedimento abaixo do nível do coração
- manguito muito largo para o procedimento
- manguito muito apertado na extremidade
- pressão demasiadamente forte com o estetoscópio sobre a artéria braquial
- não inflar suficientemente o manguito ocasionará uma pressão sistólica
falsamente baixa
- dificuldade para ouvir os sons ocasionará leitura sistólica falsamente baixa
- frequência cardíaca irregular poderá ocasionar leitura falsamente baixa

PADRÃO ÊXITO

✓ Pressão até 140 / 100: ficar atento e reduzir intensidade e volume.


✓ Pressão sistólica acima de 140 ou diastólica acima de 100: não deixar fazer,
recomendar que procure médico e retorne com atestado.
✓ Pressão diferente da apresentada diariamente: não deixar fazer, ou reduzir
volume e intensidade e ficar de olho.

SEGURANÇA CARDIOVASCULAR

José Maria Santarém

O fato bem conhecido de que os exercícios com pesos podem induzir grande
aumento de pressão arterial, e a imagem de um levantador de peso realizando uma prova
com carga máxima, talvez expliquem o conceito que muitos profissionais de saúde ainda
têm no sentido de que o treinamento com pesos seria uma atividade de alto risco
cardiovascular. No entanto, a baixa incidência de acidentes cardiovasculares no treinamento
com pesos, e o melhor conhecimento da fisiologia dos exercícios resistidos vieram trazer
mais tranqüilidade para os profissionais atualizados. Para compreender o que ocorre com os
exercícios resistidos, inicialmente é conveniente relembrar os principais mecanismos de
acidentes cardiovasculares na atividade física: o aumento da pressão arterial e o aumento da
freqüência cardíaca.

O aumento da pressão arterial pode levar ao rompimento de artérias fragilizadas por


aneurismas congênitos ou adquiridos, aterosclerose, hipertensão arterial ou diabetes. O
aumento da freqüência cardíaca caracteriza um aumento de demanda de oxigênio pelo
miocárdio, que pode não ser suprida adequadamente por artérias coronárias parcialmente
obstruídas. A isquemia resultante dessa desproporção entre oferta e demanda de oxigênio
pode levar à angina, infarto, arritmias graves e parada cardíaca. Para avaliar o risco
cardiovascular dos esforços físicos, seja por aumento de pressão arterial ou de freqüência
cardíaca, costuma-se utilizar o chamado Duplo-Produto, parâmetro numérico dado pela
multiplicação da freqüência cardíaca pela pressão arterial sistólica. O resultado pode ser
dividido por 1.000 para que se tenha um número menor.

Nos exercícios contínuos, a freqüência cardíaca e a pressão arterial aumentam


paralelamente com a intensidade do esforço, justificando a indicação dessa forma de
atividade física em intensidade baixa para pessoas debilitadas por sedentarismo ou doenças.
Como os exercícios contínuos em intensidades baixas ocorrem em metabolismo aeróbio,
criou-se a hábito de afirmar que os exercícios aeróbios são os mais seguros. Todavia, esta
afirmação não vale para os exercícios interrompidos como os exercícios com pesos. Neste
tipo de atividade, o caráter localizado e resistido da contração muscular determina
intensidades relativamente altas de esforço com metabolismo energético predominante
anaeróbio, mas com demanda cardiovascular geralmente discreta. A pressão arterial sobe
sempre um pouco mais do que nos exercícios contínuos, mas geralmente dentro dos limites
de tolerância. Apenas com a ocorrência de cargas máximas que levem à apnéia e isometria,
ocorrem grandes aumentos de pressão arterial. Normalmente os exercícios com pesos para
não atletas são realizados de maneira isotônica, sem apnéia importante e interrompidos
antes da isometria. Por outro lado, as repetições baixas que normalmente são utilizadas no
treinamento com pesos produzem discreto aumento de freqüência cardíaca. Além disto, os
intervalos para descanso muscular entre as séries fazem com que a freqüência cardíaca volte
quase aos níveis de repouso antes de novo esforço.
Em resumo, os exercícios com pesos para não atletas produzem aumento um pouco
maior da pressão arterial em relação aos exercícios contínuos, mas um aumento de
freqüência cardíaca muito menor. Assim sendo, o Duplo-Produto dos exercícios com pesos
costuma ser baixo, já tendo sido demonstrado que caminhar rápido em plano levemente
inclinado produz maior sobrecarga cardiovascular do que o treinamento com pesos
utilizando 80 % de carga máxima. Coronarianos que não tiveram qualquer sinal de
isquemia em treinamento com pesos com 80 % de carga máxima apresentaram sinais ou
sintomas em teste ergométrico sub-máximo em esteira. A explicação é que a freqüência
cardíaca mais baixa no treinamento com pesos levou à menor demanda de oxigênio, e que
a pressão arterial diastólica ligeiramente mais alta levou à uma maior oferta de sangue para
o miocárdio. Essas reações cardiovasculares permitem que os exercícios com pesos sejam
utilizados por pacientes com disfunção coronariana, disfunção contrátil ou distúrbios do
ritmo cardíaco, evidentemente quando bem avaliados e acompanhados.

Um erro freqüente é imaginar que pesos leves são mais seguros. Com pesos mais
leves se fazem mais repetições, o que aumenta a freqüência cardíaca e a pressão arterial, e
além disto, se ao final da série ocorrer isometria e apnéia, a pressão arterial aumentará mais
do aumentaria com mais peso e menos repetições. Em todo o mundo, a maioria dos
pesquisadores que estudam os efeitos dos exercícios com pesos em pessoas idosas estão
utilizando cerca de 80 % de carga máxima, para repetições entre seis e oito, evidentemente
sem isometria e sem apnéia. Apenas para referência, útil para pessoas que não têm
familiaridade com o treinamento com pesos, este nível de carga no exercício de "leg press"
pode significar cerca de 50 quilos para pessoas idosas.

Numerosos trabalhos têm documentado a segurança músculo-esquelética e


cardiovascular do treinamento com pesos não apenas para pessoas sadias mas também para
pessoas debilitadas e que apresentam doenças. Esses conhecimentos associados aos
importantes efeitos dos exercícios com pesos no aumento de massa óssea, aumento da
massa muscular e aumento da mobilidade articular, têm levado à utilização cada vez maior
desses exercícios em programas de reabilitação geriátrica.

Dúvidas freqüentes:
1) O que é miocárdio? O miocárdio é a parte média da parede do coração. A
porção mais interna se chama endocárdio e a mais externa pericárdio.
2) O que é aneurisma cerebral? é uma dilatação anormal de uma artéria
cerebral que pode levar a ruptura da mesma no local enfraquecido e
dilatado.
3) O que é aterosclerose? é a doença inflamatória crónica na qual ocorre a
formação de ateromas dentro dos vasos sanguíneos. Os ateromas são
placas, compostas especialmente por lípidos e tecido fibroso, que se
formam na parede dos vasos. Levam progressivamente à diminuição do
diâmetro do vaso, podendo chegar a obstrução total do mesmo.
4) O que é Isquemia? é a falta de suprimento sangüíneo para um tecido
orgânico. Como o sangue, através das hemácias (glóbulos vermelhos) é o
responsável por levar o oxigênio às células, a isquemia dá origem à
hipóxia. Como exemplo, a isquemia de uma parte do coração leva ao
enfarte ou infarto agudo do miocárdio (conhecido popularmente como
infarte do coração, ou IAM)
5) O que é Duplo Produto? Produto da freqüência cardíaca pela pressão
arterial sistólica
6) O que é Dislipidemia? é a presença de níveis elevados ou anormais de
lipídios e/ou lipoproteínas no sangue
7) Quais são os 4 principais procedimentos que devem ser evitados com
indivíduos hipertensos no salão de musculação?
a. Isometria
b. Apnéia
c. Intervalo de recuperação menor que 1 minuto
d. Número de repetições alto (acima de 15)

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