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ATIVIDADE MOTORA APLICADA A POPULAÇÕES ESPECIAIS

Unidade III
7 ATIVIDADE MOTORA PARA IDOSOS E GESTANTES

7.1 Idosos

7.1.1 Envelhecimento e síndrome da fragilidade do idoso

O envelhecimento é descrito como um processo dinâmico e progressivo, em que ocorrem diversas


modificações psicológicas, como a perda da capacidade de adaptação do idoso ao meio, alterações morfológicas,
funcionais e bioquímicas, além do aumento da prevalência de doenças e disfunções incapacitantes, como a
perda do papel social, da renda e da independência.

Dessa forma, o envelhecimento conduz o idoso a uma maior vulnerabilidade a fatores intrínsecos e
extrínsecos que o predispõem ao risco de morbimortalidade, como a perda de peso não intencional, o
autorrelato de fadiga, a diminuição da força de preensão, a redução das atividades físicas, a diminuição
da velocidade da marcha, a diminuição das atividades diárias e a diminuição das relações sociais (LANA;
SCHNEIDER, 2014).

Considerando a abrangência multidimensional e progressiva do envelhecimento, desde o final


da década de 1980, iniciou-se a discussão sobre a vulnerabilidade que o envelhecimento provoca
na pessoa idosa. Surgiu, então, o termo “síndrome da fragilidade do idoso”.

Ainda não se tem um consenso definido sobre o termo “fragilidade”; no entanto, a discussão
apresenta o propósito bem claro de compreender, identificar e avaliar o quanto o processo de
envelhecimento, que conduz o idoso a uma maior fragilidade, pode ser adiado, controlado e
tratado, afastando, assim, o risco de morbimortalidade.

Uma das definições mais encontradas de “síndrome da fragilidade” diz respeito a uma síndrome
biológica caracterizada pela diminuição da reserva homeostática e pela redução da capacidade de
resistência do organismo às agressões, que resultam no declínio cumulativo em múltiplos sistemas
fisiológicos, ocasionando um quadro de vulnerabilidade e efeitos adversos.

Para o profissional de Educação Física, é de extrema importância ter conhecimento acerca do


envelhecimento. Como já citado, ele tem papel fundamental no tratamento e nos cuidados com
a saúde dos indivíduos, por ser o profissional que mais acompanha o paciente/aluno, e esse fato
facilita a comunicação com os demais profissionais de saúde que assistem o mesmo indivíduo (LANA;
SCHNEIDER, 2014; TRIBESS; OLIVEIRA, 2011).

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7.1.2 Epidemiologia

Em 2018, o Brasil atingiu a marca de 30,2 milhões de pessoas idosas de acordo com a Pesquisa
Nacional por Amostra de Domicílios Contínua – Características dos Moradores e Domicílios (PARADELLA,
2018). As mulheres representam 16,9 milhões (56%) do total. Essa tendência é global, e, de acordo com o
site de notícias da Organização Mundial de Saúde (OMS) no Brasil, a população com mais de 60 anos irá
passar dos atuais 841 milhões para 2 bilhões até 2050, o que tornará as doenças crônicas e o bem‑estar
da terceira idade um novo desafio para a saúde pública global. Pode-se conferir, na figura a seguir, a
distribuição da população por idade e sexo.

Anos % da população Anos

80 ou mais 1,3 0,8 80 ou mais


75 - 79 1,0 0,8 75 - 79
70 - 74 1,4 1,1 70 - 74
65 - 69 2,0 1,6 65 - 69
60 - 64 2,5 2,1 60 - 64
55 - 59 3,0 2,6 55 - 59
50 - 54 3,4 3,0 50 - 54
45 - 49 3,4 3,1 45 - 49
40 - 44 3,8 3,4 40 - 44
35 - 39 4,2 3,8 35 - 39
30 - 34 4,0 3,8 30 - 34
25 - 29 3,8 3,6 25 - 29
20 - 24 3,9 4,0 20 - 24
15 - 19 4,1 4,2 15 - 19
10 - 14 3,6 3,7 10 - 14
5-9 3,2 3,4 5-9
0-4 3,1 3,3 0-4
0

Figura 39 – Distribuição da população por sexo e grupo de idade – 2017

A longevidade se dá em países de alta renda em consequência de ações que resultam na diminuição


da pressão arterial e do uso de tabaco. Ainda assim, a OMS garante que viver mais não significa
necessariamente ser mais saudável. Um dos problemas que países como o Brasil devem encarar é a
grande carga de doenças crônicas, juntamente com a falta de políticas públicas mais efetivas (ONUBR,
2014; BRITO et al., 2013).

O envelhecimento de qualidade ruim reflete em uma demanda maior na utilização dos sistemas
de saúde, além de em um aumento da frequência e do tempo das internações hospitalares
(SOUZA; JACOB FILHO, 1994). Os autores, em sua revisão sobre os desafios da saúde pública
frente à epidemiologia do envelhecimento, descrevem algumas abordagens necessárias. Também
há mais estudos em diversas vertentes sobre a complexidade que o tema apresenta em relação
aos aspectos sobre nutrição, atividade física, prevenções, serviços de saúde, institucionalização,
entre outros.

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7.1.3 Fisiologia e anatomia do envelhecimento

O profissional de Educação Física que atua com idosos deve conhecer as características fisiológicas
e anatômicas do envelhecimento. É importante que ele entenda sobre o processo, também chamado de
senescência, assim como sobre as alterações produzidas pelas afecções que podem acometer o idoso,
chamadas de senilidade.

Envelhecer pode variar muito ao se compararem os indivíduos; para alguns, acontece de forma mais
rápida. Na literatura, o envelhecimento se relaciona com fatores biológicos associados ao estilo de vida, à
condição socioeconômica e a doenças. Os aspectos biológicos estão ligados às questões moleculares, celulares,
teciduais e orgânicas da pessoa. Na dimensão do psíquico, relaciona-se aos fatores cognitivos e psicoafetivos,
que interferem na personalidade e no afeto (SOUZA; JACOB FILHO, 1994; FECHINE; TROMPIERI, 2012).

O envelhecimento pode ser subdividido e compreendido em três etapas:

• envelhecimento primário;

• envelhecimento secundário;

• envelhecimento terciário.

Fechine e Trompieri (2012) descrevem o envelhecimento primário como natural ou senescência, uma
característica genética típica da espécie. Este acontece de forma gradativa e progressiva, na qual ocorrem
efeitos cumulativos. Nessa condição, o indivíduo está submetido à influência de vários fatores determinantes
para o envelhecimento, entre eles o exercício, a alimentação, o estilo de vida, a exposição a eventos diversos,
a educação e a posição social. É um envelhecimento geneticamente determinado ou pré‑programado.

Quanto ao envelhecimento secundário ou envelhecimento patológico, este se refere às


diversas doenças, que não se confundem com o processo normal de envelhecimento. Também
pode estar relacionado aos sintomas clínicos, entre os quais se incluem os efeitos das doenças e do
ambiente. É resultante das interações de influências externas, sendo variável entre os indivíduos
de acordo com o ambiente. Considera-se que o envelhecimento primário e o secundário interagem
entre si, e o estresse ambiental e as doenças podem provocar a aceleração dos processos básicos
de envelhecimento e aumentar a vulnerabilidade do indivíduo.

Por último, tem-se o envelhecimento terciário, também conhecido como terminal, que se
caracteriza por um período de profundas perdas físicas e cognitivas, ocasionadas pelo acúmulo dos
efeitos do envelhecimento e por patologias dependentes da idade (FECHINE; TROMPIERI, 2012).

É importante entender que a idade cronológica ordena as pessoas conforme a data de nascimento.
Já a idade biológica (individual) é demonstrada pelo organismo, que tem como base as suas condições
tecidulares, quando comparadas a valores normativos. E, por fim, a idade psicológica é evidenciada
pelos aspectos relacionados ao desempenho, à maturação mental e à soma de experiências (FECHINE;
TROMPIERI, 2012).
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7.1.4 Principais alterações decorrentes do envelhecimento e efetividade das práticas de


exercícios físicos como ferramenta de prevenção, manutenção e tratamento

Quanto à composição do corpo

A partir dos 40 anos de idade, a estatura do corpo começa a diminuir cerca de 1 cm por década.
Essa perda se deve à diminuição dos arcos do pé, ao aumento das curvaturas da coluna, além de a um
encurtamento da coluna vertebral devido a alterações nos discos intervertebrais.

Em decorrência do envelhecimento, perdem-se tônus e fibras musculares, e iniciam-se a degeneração


dos discos intervertebrais, o desequilíbrio entre os músculos do quadril e os membros inferiores e as
compensações, como o relaxamento, que pode ocorrer no tendão do tibial medial, o qual fará acentuar
a diminuição do arco plantar (SOUZA; JACOB FILHO, 1994; FECHINE, TROMPIERI, 2012). Os exercícios
físicos regulares podem retardar muitas dessas perdas e compensações, e, se o idoso for avaliado e a
prescrição for direcionada, os benefícios serão ainda mais eficazes (FECHINE; TROMPIERI, 2012).

Quanto à composição corporal, ocorre um aumento do tecido adiposo, que tende a se depositar nos
compartimentos omentos (peritônio, membrana que recobre as paredes do abdômen) na região perirrenal
(em torno dos rins). No tecido subcutâneo, o tecido adiposo diminui nos membros e aumenta no tronco.
É comum o ganho de gordura em substituição à perda de massa muscular, e esse é considerado um dos
principais fatores que influenciam no surgimento de certas doenças e incapacidades. Para as mulheres,
o aumento da massa gorda é maior do que para os homens (1,7% e 1,5% por década, respectivamente)
(SOUZA; JACOB FILHO, 1994; FECHINE; TROMPIERI, 2012).

O teor total de água do corpo diminui por perda de água intracelular, levando à diminuição da
relação fluido intracelular para o extracelular. O potássio total, que, na maior parte, é intracelular,
também diminui. A perda de água e potássio se deve, preferencialmente, à diminuição geral do número
de células nos órgãos (SOUZA; JACOB FILHO, 1994). Em relação à perda de massa, os órgãos internos
mais afetados são os rins e o fígado, mas os músculos são os que mais sofrem prejuízo ponderal com o
passar do tempo.

Os exercícios físicos regulares, como os aeróbios, são fundamentais para manter a eficácia do
metabolismo oxidativo e auxiliar no maior gasto energético. Os exercícios de fortalecimento dos grupos
musculares do tronco e os que diminuem a pressão interna do abdômen são essenciais para evitar o
acúmulo de gordura visceral e no peritônio. Esses exercícios, quando associados a uma reeducação
alimentar adequada, podem gerar, em muitos casos, a diminuição dessa gordura.

Quanto à perda de água, é preciso diminuir o uso de sódio para evitar a retenção de líquido. Em
períodos de muito calor, a ingestão de água deve ser mais rigorosa, pois a desidratação é mais intensa, e,
com a perda de potássio, podem surgir, em algumas pessoas, quadros de câimbra e arritmia extrassístole.

Como se sabe, o potássio é um dos principais componentes das células. Tem papel essencial em
funções como contração muscular, condução nervosa, frequência cardíaca, produção de energia e síntese
de ácidos nucleicos e proteínas. Os exercícios contra resistência ou de musculação são recomendados
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para ganhar e/ou manter a massa magra; consequentemente, observa-se a manutenção ou a diminuição
da massa gorda (NORDIN; FRANKEL, 2014; ACSM, 2014).

Sistema ósseo

No envelhecimento, a espessura do componente compacto diminui devido à reabsorção interna


óssea. Na parte esponjosa do osso idoso, há a perda de lâminas ósseas em relação ao jovem, formando‑se
cavidades maiores entre as trabéculas ósseas. Os osteócitos, que controlam todo o metabolismo da
matriz extracelular, diminuem em número e atividade. Com isso, há o desequilíbrio do metabolismo
do cálcio e a perda de cálcio na matriz. Essa talvez seja a alteração mais importante que ocorre no
osso com o envelhecimento.

As moléculas de cálcio estão aderidas às fibras colágenas da matriz óssea. Como a destruição de
colágeno no idoso é mais lenta do que a formação de novas fibras, a quantidade de sais inorgânicos no
osso passa a ser maior do que a quantidade de colágeno, embora haja a perda real de cálcio. Isso torna
o osso mais quebradiço (SOUZA; JACOB FILHO, 1994; FECHINE; TROMPIERI, 2012).

A manutenção da massa óssea é regulada por estímulos bioquímicos (fatores de crescimento e


hormônios) e mecânicos. A falta de estímulo mecânico – como na imobilização prolongada e em
situações nas quais há a diminuição da gravidade – leva à diminuição da massa óssea. Sabe-se que
o estímulo mecânico é um fator que aumenta a massa óssea, podendo ser observado em estímulos
como ultrassom de baixa potência, vibração ou campo eletromagnético, além de em exercícios
físicos como caminhada, corrida e, principalmente, exercícios contra resistência. A prática de
musculação em aparelhos é recomendada e apresenta alto grau de segurança. A musculação não
produz impacto, e a pressão exercida nos segmentos corporais através da resistência dos pesos
estimula o ganho de massa óssea (ACSM, 2014).

O estímulo é reconhecido pelas células ósseas após um processo denominado mecanotransdução,


responsável por produzir reações bioquímicas a partir de um fenômeno mecânico (físico), determinando
uma resposta celular, que pode ser de produção ou reabsorção óssea. A figura a seguir apresenta uma
massa óssea normal e outra com osteoporose.

Figura 40 – Representação de massa óssea normal (à esquerda) e com osteoporose (à direita)

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A perda de tecido ósseo ocorre de maneira diferente no homem e na mulher. Na mulher, não há
perda óssea significante antes da menopausa. Porém, após esse período, o processo é mais intenso
do que nos homens. Isso altera a densidade óssea tanto do tecido compacto quanto do esponjoso
(FECHINE; TROMPIERI, 2012; FOSS; KETEYIAN, 2000; GUSMÃO; BELANGERO, 2009).

A osteoporose é outra doença que se encontra em mulheres e homens. Nas mulheres, a perda de
sais minerais equivale a 0,75%, e, aos 35 anos e na menopausa, equivale de 2% a 3%. Para os homens,
a perda chega a 0,4% a partir dos 40 anos.

Para as mulheres, um dos fatores responsáveis pela osteoporose na menopausa é a produção diminuída de
estrogênio, uma vez que esse hormônio está diretamente relacionado ao estímulo das atividades osteoblásticas,
além de fatores como dieta e inatividade física (FECHINE; TROMPIERI, 2012; FLECK; KRAEMER, 2006).

Sistema articular

Todos os tipos de articulações sofrem alterações com o envelhecimento. Os discos intervertebrais são
constituídos por um núcleo pulposo e um anel fibroso. O núcleo pulposo, no jovem, é constituído por uma
grande quantidade de água, fibras colágenas delgadas e proteoglicanas; o anel fibroso é uma fibrocartilagem
constituída por condrócitos e uma matriz, onde se encontram fibras colágenas espessas e proteoglicanas.

No envelhecimento, o núcleo pulposo perde água e proteoglicanas, e as fibras colágenas aumentam


em número e espessura. No anel fibroso, ao contrário, há a perda de células e o acúmulo de cálcio, e
as fibras colágenas ficam mais delgadas. Com tudo isso, a espessura do disco diminui, acentuando‑se
as curvas da coluna, especialmente a torácica, o que contribui para a cifose torácica e o aumento
na compressão da coluna como um todo, comumente verificados entre os idosos. Na figura a seguir,
pode‑se observar exemplos de degeneração articular da coluna. As alterações são mais comuns nas
regiões cervical e lombar (SOUZA; JACOB FILHO, 1994; FECHINE; TROMPIERI, 2012).

Figura 41 – Ressonância nuclear magnética da coluna em corte sagital,


mostrando discopatias nos níveis L3-L4, L4-L5 e L5-S1

O estresse físico, como o trabalho de mobilidade específico e os exercícios físicos, é fundamental para
a nutrição dos discos intervertebrais, que não possuem rede vascular. O suprimento dos discos vertebrais
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depende da difusão dos vasos periféricos, e estes servem de aporte para as questões metabólicas e
regenerativas (SOUZA; JACOB FILHO, 1994; NORDIN; FRANKEL, 2014; ACSM, 2014).

É observada uma diminuição de desconfortos, um ganho de mobilidade, um maior aporte


metabólico, uma hidratação dos discos e menores deformidades degenerativas nas estruturas
vertebrais. Modalidades de treinamentos que envolvem trabalhos de tração em grau fisiológico,
equilíbrio dos grupos musculares envolventes, alongamento e fortalecimento são indicadas para
reverter quadros graves de disfunções musculoesqueléticas e manter o equilíbrio estático e dinâmico,
além de para promover uma melhor qualidade de vida ao idoso (NORDIN; FRANKEL, 2014; CÂMARA;
SANTARÉM; JACOB FILHO, 2008; COX, 2002).

Nas articulações sinoviais (ou diartroses), ocorrem importantes alterações na cartilagem articular e
na perda de líquido. A função dessa cartilagem é diminuir o atrito entre as superfícies articulares, o que
explica a sua aparência lisa e brilhante e sua estrutura adaptada a essa função.

No jovem, a cartilagem é constituída por camadas de células, os condrócitos, e uma matriz, onde
se encontram água, fibras colágenas e proteoglicanas. Com o envelhecimento, ocorrem alterações,
especialmente nas camadas superficiais da cartilagem articular: o número de células, a água e as
proteoglicanas diminuem, enquanto as fibras colágenas aumentam em número e espessura. Como
consequência, a cartilagem fica mais delgada, e surgem rachaduras e fendas na superfície. Essas
alterações aumentam em frequência com a idade.

Com a prática de exercícios físicos, é possível evitar a desidratação acelerada. Com o estresse físico,
o volume de nutrientes intra-articular aumenta, provocando um ajuste na articulação em específico,
e esses processos degenerativos podem ser retardados. O trabalho focado no reequilíbrio muscular
e postural do idoso evita a degeneração por compensações provocadas pelo aumento do atrito
indesejado, em consequência de uma determinada articulação estar trabalhando com sobrecarga
(NORDIN; FRANKEL, 2014).

O estresse físico apenas por exercícios de mobilidade articular pode melhorar significativamente
o quadro de dor e desconforto, pois o estresse proporciona uma melhor vascularização, aumenta o
volume de nutrientes e mantém certa atividade das bursas, promovendo, assim, a lubrificação da referida
articulação (NORDIN; FRANKEL, 2014; COX, 2002).

Sistema musculoesquelético

Com o envelhecimento musculoesquelético, observa-se a diminuição no comprimento, na


elasticidade e na quantidade de fibras musculares. Nota-se a perda de massa muscular e da elasticidade
dos tendões e ligamentos (tecidos conectivos), bem como da viscosidade dos fluidos sinoviais. O autor
relata a perda de massa muscular a partir dos 50 anos, sendo de 1,9 kg para homens e 1,1 kg para
mulheres (por década). Essa diminuição é maior nos membros inferiores, e não há diferença entre os
sexos (FECHINE; TROMPIERI, 2012).

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Ocorre, com o envelhecimento, uma diminuição da secção transversa do músculo. O volume


intramuscular é representado por maior conteúdo gorduroso e de colágeno, e essa atrofia muscular
decorre da perda de fibras musculares, que chega a ser 20% menor do que a observada em adultos.
Alcança-se o pico de força muscular aos 25 anos, e o declínio é lento até os 50 anos. Após esse período,
é possível observar, por década, a perda entre 12% e 15% (SOUZA; JACOB FILHO, 1994; FECHINE;
TROMPIERI, 2012).

Consequentemente, a perda de massa muscular contribui para outras alterações, como a diminuição
da densidade óssea, a menor sensibilidade à insulina, a menor capacidade aeróbia, a menor taxa de
metabolismo basal, a menor força muscular e o menor nível de atividades físicas diárias. Nos idosos, o
enrijecimento e a perda de elasticidade dos tendões e dos ligamentos associada à perda de força são
fatores que desencadeiam torções, luxações e o aumento das quedas (SOUZA; JACOB FILHO, 1994;
FECHINE; TROMPIERI, 2012).

Ao envelhecer, a redução da massa muscular se deve, possivelmente, à perda das fibras musculares
de contração rápida do tipo II. Essa perda de força e potência muscular está relacionada com a perda
da quantidade, assim como da qualidade, das proteínas nas unidades contráteis do músculo (FECHINE;
TROMPIERI, 2012; FLECK; KRAEMER, 2006). A inatividade física é uma das grandes responsáveis pelo
aceleramento do processo de envelhecimento (FLECK; KRAEMER, 2006; CÂMARA; SANTARÉM; JACOB
FILHO, 2008; COX, 2002). Os idosos que não fazem exercício físico apresentam maior porcentagem de
gordura e menor teor de massa muscular quando comparados aos idosos que praticam regularmente
exercício físico (COX, 2002; FECHINE; TROMPIERI, 2012).

A redução das atividades, a do gasto energético em repouso e a do efeito termogênico dos alimentos
são fatores que favorecem o acúmulo de gordura. Juntas, elas induzem a um decréscimo substancial nas
necessidades energéticas diárias (FECHINE; TROMPIERI, 2012; FLECK; KRAEMER, 2006).

A literatura é clara e unânime ao comentar sobre os programas de exercícios físicos para


idosos, principalmente os mais frágeis. Quanto ao exercício de musculação, é importante para a
prevenção da perda e o aumento substancial da massa muscular, a manutenção e o aumento no
desempenho das atividades diárias. Observa-se a diminuição da frequência de quedas em idosos
que participam de programas de treinamento físico, os quais, de forma contínua, atuam como
fator preventivo de doenças e incapacidades funcionais, como as observadas na sarcopenia, na
distrofia muscular e na artrite reumatoide relacionadas ao envelhecimento, que incrementam a
síndrome da fragilidade física dos idosos (FECHINE; TROMPIERI, 2012; FLECK; KRAEMER, 2006;
CÂMARA; SANTARÉM; JACOB FILHO, 2008).

Sistema nervoso

Durante o envelhecimento, as alterações mais importantes do sistema nervoso ocorrem no cérebro.


O SNC (sistema nervoso central), responsável pelas sensações, pelos movimentos e pelas funções
biológicas, é a parte mais comprometida com o envelhecimento (SOUZA; JACOB FILHO, 1994; FECHINE;
TROMPIERI, 2012).

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O peso do cérebro diminui com a idade, assim como o seu volume. As menores perdas ocorrem
a partir dos 45 anos, e, até os 90 anos, a perda pode chegar a, aproximadamente, 10% por década
(FECHINE; TROMPIERI, 2012). Ocorre certo grau de atrofia no córtex cerebral e um aumento volumétrico
dos ventrículos encefálicos.

Lembrete

O envelhecimento se relaciona com fatores biológicos associados


ao estilo de vida, à condição socioeconômica e a doenças. Os aspectos
biológicos estão ligados às questões moleculares, celulares, teciduais e
orgânicas da pessoa. Na dimensão do psíquico, relaciona-se aos fatores
cognitivos e psicoafetivos, que interferem na personalidade e no afeto.

Com o envelhecimento e a reestruturação do cérebro, o idoso pode apresentar hipóxia. As alterações


do sistema circulatório associadas à inatividade física contribuem para o declínio da oxigenação
(FECHINE; TROMPIERI, 2012).

Perda da substância
cinzenta em virtude da
morte celular neuronal
e/ou da atrofia cortical
Aumento dos
ventrículos
Perda da substância branca
em virtude da perda axônica
ou da diminuição da
mielinização

Cérebro adulto normal Cérebro envelhecido

Figura 42 – Diferenças entre cérebro jovem e envelhecido

A maior parte das células que compõem o córtex são as células nervosas (ou neurônios), mas há
também as células da glia (responsáveis pela produção de bainha de mielina). Com o envelhecimento, as
células nervosas, como outras células, apresentam acúmulo de um pigmento: a lipofuscina (trata-se de
um pigmento de desgaste, tipo lixo celular, que tem como base os lipídeos).

Muitas das células piramidais mostram alterações no envelhecimento de vários tipos, como os
dendritos inchados na base, o desaparecimento de dendritos ou o número reduzido de espinhas em
várias áreas do córtex. Essas alterações podem evoluir até a morte completa da célula.

Na medula espinal, somente após os 60 anos de idade se inicia a morte celular. A maneira como a
perda de células nervosas pode afetar a função do sistema nervoso varia entre as pessoas e depende de
vários fatores, entre os quais a região em que ela é mais intensa.
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Unidade III

A prática de exercícios físicos é fundamental para a manutenção do SNC e das atividades do sistema
circulatório, além de gerar um aumento do fluxo sanguíneo para uma boa oxigenação, observada
em idosos mais ativos com exercícios tanto aeróbios quanto contra resistência, mesmo naqueles que
apresentam doenças crônicas (FECHINE; TROMPIERI, 2012; NORDIN; FRANKEL, 2014; ACSM, 2014;
CÂMARA; SANTARÉM; JACOB FILHO, 2008).

Sistema respiratório

A função pulmonar aumenta na adolescência e se estabiliza aos 30 anos. Em seguida, inicia-se o seu
declínio. Com o envelhecimento, são esperadas algumas alterações estruturais no aparelho respiratório.
São observadas uma caixa torácica mais rígida e uma diminuição da elasticidade pulmonar. A capacidade
vital diminui, e o volume residual aumenta. No entanto, na capacidade pulmonar total, observam-se
poucas alterações (SOUZA; JACOB FILHO, 1994; FECHINE; TROMPIERI, 2012; FOSS; KETEYIAN, 2000).

Após os 30 anos de idade, há a redução do consumo máximo de oxigênio (VO2 max) com perda
gradativa de, aproximadamente, 1%. A redução do VO2 associada à idade ocorre devido a fatores como
redução arteriovenosa de oxigênio e diminuição do débito cardíaco máximo. As alterações fisiológicas
no envelhecimento podem ser atribuídas às combinações entre alterações anatômicas e às reorientações
das fibras elásticas dos pulmões. São alterações fisiológicas definidas pela diminuição da elasticidade
pulmonar: a redução da capacidade da difusão do oxigênio, a redução dos fluxos expiratórios, o fecho
prematuro de vias aéreas e a redução da complacência da parede torácica.

Em exercícios intensos, os idosos costumam se queixar de dispneia. A capacidade aeróbia máxima


diminui com o envelhecimento; no entanto, os idosos fisicamente ativos possuem capacidade aeróbia
melhor do que os idosos com a mesma idade inativos, ou jovens e sedentários (FECHINE; TROMPIERI,
2012; CÂMARA; SANTARÉM; JACOB FILHO, 2008).

Tendo em vista os aspectos positivos do exercício, os autores observam que o programa regular
de exercício físico pode modificar vários processos fisiológicos que diminuem com o envelhecimento,
melhorando, assim, a eficiência cardíaca, a função pulmonar e os níveis de cálcio. É consenso que os
adultos praticantes de atividades aeróbias têm minimizado muitos dos declínios respiratórios decorrentes
do envelhecimento, com significativa melhora da qualidade de vida (FECHINE; TROMPIERI, 2012; ACSM,
2014; FLECK; KRAEMER, 2006; CÂMARA; SANTARÉM; JACOB FILHO, 2008).

7.1.5 Recomendações para prescrição de exercícios físicos para idosos

Considerando as recomendações do ACSM e as Diretrizes de Atividades Físicas para Americanos


– 2ª edição – (ACSM, 2018; PAGA, 2018), a prescrição de exercícios físicos para idosos deve incluir
exercícios aeróbios, de fortalecimento e de flexibilidade e, de acordo com as necessidades individuais,
deve levar em conta a condição individual de saúde, o uso de medicamentos, os fatores de risco, as
características comportamentais, os objetivos pessoais e as preferências de exercícios. Em decorrência das
disfunções motoras e fisiológicas, deve-se incrementar com exercícios específicos, como os respiratórios,
de equilíbrio, entre outros.

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ATIVIDADE MOTORA APLICADA A POPULAÇÕES ESPECIAIS

A prescrição deve considerar os princípios do treinamento esportivo:

• individualidade biológica;

• especificidade;

• sobrecarga;

• adaptabilidade;

• progressividade;

• continuidade;

• reversibilidade.

As evidências quanto à prescrição devem ter base em:

• melhora da aptidão física;

• promoção da saúde;

• redução de fatores de risco para doenças crônicas;

• segurança;

• interesses individuais, necessidades de saúde e condições.

Quanto à frequência e duração das atividades, deve-se:

• para atividades moderadas, acumular, pelo menos, de 30 a 60 minutos por dia (maior benefício),
em episódios de, no mínimo, 10 minutos, para um total de 150 a 300 minutos por semana;

• realizar de 20 a 30 minutos ou mais por dia de intensidade vigorosa, para um total de 75 a 150
minutos por semana;

• realizar uma combinação equivalente de atividade moderada e vigorosa;

• treinar de 3 a 5 vezes por semana (treinar menos que 3 vezes aumenta o risco por excesso de
carga por intensidade do treinamento);

• utilizar, se necessário, alguma escala de percepção de esforço.

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Unidade III

7.1.6 Contraindicações

São conhecidos os diversos benefícios dos exercícios físicos para a população idosa, que é considerada,
no entanto, uma das que mais possuem riscos de eventos adversos durante a prática de exercícios. Esse
fato se deve às múltiplas comorbidades. Na literatura, é consenso encontrar a recomendação de que, ao
aderir a um programa de atividade física, o idoso se submeta a uma avaliação médica para diagnóstico e
que a prescrição de exercícios seja elaborada a partir das considerações acerca das limitações (CÂMARA;
SANTARÉM; JACOB FILHO, 2008; ACSM, 2018).

As contraindicações para a prescrição de exercícios se aplicam às diversas modalidades que são


indicadas para populações especiais:

• PAS > 200 mmHg ou PAD > 110 mmHg em repouso;

• queda da PA ortostática > 20 mmHg com sintomas;

• hipotensão ao esforço maior que 15 mmHg;

• angina instável;

• arritmias não controladas;

• estenose aórtica crítica ou sintomática;

• doença aguda ou febre;

• frequência cardíaca de repouso > 120 bpm;

• insuficiência cardíaca descompensada;

• bloqueio atrioventricular de 3º grau sem marcapasso;

• pericardite ou miocardite em curso;

• infarto ou embolismo pulmonar recente;

• depressão de segmento ST maior que 2 mV em repouso;

• problemas ortopédicos graves que proíbam os exercícios resistidos;

• cardiomiopatia hipertrófica;

• bypass coronário até quatro semanas;

126
ATIVIDADE MOTORA APLICADA A POPULAÇÕES ESPECIAIS

• fração de ejeção ventricular esquerda menor que 30%;

• hipertensão pulmonar severa (maior que 55 mmHg);

• síndrome de Marfan como contraindicação absoluta à prática dos exercícios resistidos.

Os autores ainda salientam que essas são condições de prejuízo significativo à saúde e que
os pacientes devem ser assistidos clinicamente de forma rigorosa (CÂMARA; SANTARÉM; JACOB
FILHO, 2008).

7.2 Gestantes

A gravidez é entendida como uma alteração fisiológica, embora já tenha sido vista, historicamente,
com similaridades a alguma doença devido a seus sinais e sintomas. Atualmente, considera-se a gravidez
como um processo fisiológico normal (FERREIRA; NAKANO, 2001), e, portanto, apesar das inúmeras
adaptações gravídicas, não há impedimento para a prática de exercício físico quando a gravidez se
desenvolve dentro da normalidade.

7.2.1 Modificações relacionadas à gravidez

7.2.1.1 Sistemas energéticos

A energia química utilizada pelo corpo é liberada no processo de oxigenação. O oxigênio serve como
oxidante através do sistema respiratório, e o sistema cardiovascular distribui a energia por meio da sua
bomba propulsora (coração) e dos vasos sanguíneos.

O período gestacional submete o metabolismo materno a mudanças intensas em curto intervalo


de tempo. As demandas energéticas são bem evidentes. O ganho de peso acontece, principalmente,
devido ao aumento da quantidade de água dentro e fora dos vasos sanguíneos e, em menor
proporção, devido ao acúmulo de componentes energéticos e estruturais (carboidratos, lipídeos e
proteínas) (ZUGAIB, 2008).

O custo energético aproximado da gestação é de 80.000 kcal ou 300 kcal/dia (ACOG, 2002). Este
é necessário para cobrir o crescimento e o desenvolvimento do feto, síntese de tecido materno,
como o útero, as mamas e a gordura, e para compensar o aumento do metabolismo decorrente
do incremento da atividade dos sistemas cardiovascular, respiratório e urinário e a adição do
metabolismo fetal.

A demanda é desigualmente distribuída, sendo bem intensa no meio da gravidez, com necessidade
extra de 390 kcal. Isso é provocado, principalmente, pelo depósito de gordura durante esse período.
Os últimos 25% do período gravídico são menos exigentes: apenas um adicional de 250 kcal/dia é
necessário para o crescimento do feto (ACOG, 2002).

127
Unidade III

kg P 90
15

13

11 P 50

9
Aumento de peso

P 25
7
P 10
5

1
0

16 20 24 28 32 36 40
Amenorreia (semanas)

Figura 43 – Ganho de peso materno em relação à idade gestacional

A gravidez normal gera um desequilíbrio entre o metabolismo dos carboidratos e das gorduras. Observa‑se,
portanto, a redução da glicemia de jejum e da glicemia basal materna às custas do armazenamento de
gordura, da glicogênese hepática e da transferência de glicose para o feto (ZUGAIB, 2008). Essas alterações
são observadas na primeira fase, ou fase anabólica, que corresponde à primeira metade da gestação, e são
desencadeadas pelos hormônios sexuais placentários (estrógeno e progesterona).

A partir da segunda metade da gravidez, inicia-se o período catabólico, com lipólise, gliconeogênese
e resistência à insulina. Acredita-se que o hormônio lactogênio placentário, por sua ação somatotrópica,
estimule a lipólise com a liberação de ácidos graxos na corrente sanguínea materna. Assim, a partir da
trigésima semana de gestação, a mulher começa a utilizar suas reservas para se adequar ao crescimento
fetal. O excesso de ácidos graxos leva à resistência periférica à insulina, mantendo o ambiente de
hiperglicemia pós-prandial, com consequente hiperinsulinemia.

Observação

A ação somatotrópica corresponde aos movimentos de mudança de


direção de crescimento, que ocorrem em organismos vivos, nas células
somáticas, devido a um fator externo.

A redução da sensibilidade à insulina é comumente observada em gestantes a partir da 26ª semana


de gestação. É nesse momento, portanto, que se deve atentar para o desenvolvimento da diabetes
gestacional, principalmente se a oferta de glicose no sangue materno ultrapassa a capacidade da
insulina de manter a glicemia em concentrações normais. A sensibilidade à insulina pode ser reduzida
de 40% a 70%.
128
ATIVIDADE MOTORA APLICADA A POPULAÇÕES ESPECIAIS

140
Glicemia
130 gestante
Glicemia
120 não gestante

110
Glicemia (mg/dL)

100

90

80

70

60
8 13 18 23 8

250
Insulinemia
gestante
200 Insulinemia
não gestante
Insulina (mcU/mL)

150

100

50

0
8 13 18 23 8
Hora do dia

Figura 44 – Ritmo circadiano de glicemia e secreção de insulina


em gestantes no terceiro trimestre e em não gestantes

7.2.1.2 Sistema cardiovascular

Uma das primeiras adaptações observadas na gestação são as modificações no volume e na


constituição do sangue. O volume de sangue aumenta entre 30% e 50% durante a gravidez. Essas
variações dependem da constituição individual de cada gestante, assim como da quantidade de tecido
trofoblástico, sendo maior em gestantes gemelares e menor em gestantes com insuficiência placentária.
Observa-se, assim, um volume menor em gestantes que apresentam restrição no crescimento da placenta
ou hipertensão arterial sistêmica (ZUGAIB, 2008).

129
Unidade III

A função do aumento do volume sanguíneo está associada à maior necessidade de fluxo sanguíneo
nos órgãos genitais, em especial o útero. Além disso, esse aumento tem papel de proteção para a
gestante e para o feto em relação à redução do retorno venoso, comprometido quando a gestante está
em posição supina e ereta, e em relação às perdas sanguíneas esperadas no processo do parto. Apesar do
aumento do volume total de sangue, o volume plasmático aumenta em proporção maior que o volume
celular. Em geral, pode-se observar um aumento de 45% a 50% do volume plasmático e de 33% do
volume celular, o que resulta em hemodiluição e anemia fisiológica (ZUGAIB, 2008).

As adaptações no volume de sangue materno, apesar de ainda controversas, parecem estar


relacionadas às adaptações no controle hídrico do organismo feminino em gestação. O sistema
renina‑angiotensina‑aldosterona aumenta a sua atividade para que compense a ação dos mecanismos
de excreção, como é o caso do aumento da filtração glomerular e do fator natriurético atrial (GALLERY
et al., 1987 apud ZUGAIB, 2008).

Observação

O peptídeo atrial natriurético (ANP) é um hormônio sintetizado


principalmente por células cardíacas, cuja secreção é estimulada pelo
aumento do volume de sangue e pelo aumento da osmolaridade do plasma.
Pode desencadear ações sobre o sistema circulatório, como hipotensão,
diurese, inibição da liberação e ação de vários hormônios, incluindo
aldosterona, angiotensina II, endotelinas, renina e vasopressina.

No organismo de indivíduos não grávidos, quando há o aumento da volemia, receptores de pressão e


volume (barorreceptores) são ativados, assim como a baixa osmolaridade plasmática ativa os receptores
químicos (quimiorreceptores). Para que haja a redução da volemia, aumenta-se a secreção do fator
natriurético atrial, que atua nos rins, nos adrenais e nos vasos, gerando a excreção de água e sódio e a
vasodilatação. Durante a gravidez, apesar do aumento progressivo da concentração do fator natriurético
atrial, o aumento lento da volemia torna os receptores menos sensíveis aos estímulos, permitindo o
acúmulo de sódio e água no organismo materno (GALLERY; BROWN, 1987 apud ZUGAIB, 2008).

Saiba mais

A hipótese de que os níveis séricos do ANP estejam aumentados na


gestação humana normal, um estado de expansão fisiológica do volume
plasmático, é considerada controversa. Leia mais em:

REIS, Z. S. N. et al. Pressão arterial e concentração plasmática do


peptídeo atrial natriurético e do peptídeo natriurético tipo B, em gestações
complicadas pela pré-eclâmpsia. Revista Brasileira de Ginecologia e
Obstetrícia, v. 25, n. 6, p. 413-418, 2003.
130
ATIVIDADE MOTORA APLICADA A POPULAÇÕES ESPECIAIS

Outra adaptação cardiovascular importante relacionada ao aumento do volume de sangue no


organismo materno é o aumento da frequência cardíaca em conjunto com o aumento do volume
sistólico, que desencadeia o aumento do débito cardíaco.

Essas relações são organizadas, portanto, da seguinte forma:

↑ Débito cardíaco =↑ ↑ volume sistólico x ↑ frequência cardíaca

O débito cardíaco em gestantes chega a ser 50% maior do que em mulheres não gestantes.
10
9,3
9 8,9

8
7,1 7,2
Débito cardíaco (L/min)

6,8
7
5,8 6,2
6
5
5
4
3
2
1
0 Pós-parto imediato
Não gestante

20-24 semanas

28-32 semanas

28-40 semanas

Fase latente

Fase ativa

Período expulsivo

Figura 45 – Débito cardíaco em mulheres não gestantes, ao longo da gravidez,


no momento do trabalho de parto e no pós-parto imediato

É importante ressaltar, também, que ocorrem alterações bioquímicas relevantes na


circulação, que têm por objetivo proporcionar a redução da resistência vascular periférica e,
consequentemente, a vasodilatação (NEME, 2005), levando a uma redução da pressão arterial
sistêmica na mulher gestante. Essa redução é mais pronunciada no segundo trimestre da gestação
e é mais observada nos valores da pressão diastólica (queda de 5 a 15 mmHg) (WILSON et al.,
1980 apud ZUGAIB, 2008).

↓ Pressão arterial sistêmica x ↓ ↓ resistência vascular periférica = ↑ débito cardíaco

O aumento da pressão venosa nos membros inferiores é justificado pela compressão das veias pélvicas
pelo útero volumoso. Por essa razão, existe uma maior chance de a gestante apresentar hipotensão,
edema, varizes e hemorroidas.

131
Unidade III

Observação

Hemorroidas são veias ao redor do ânus ou do reto que se inflamam


ou dilatam e que, em geral, não costumam causar danos à saúde, mas
incomodam e causam dores nas gestantes.
A compressão do útero também pode ocorrer sobre os vasos maiores, como a veia cava inferior, quando
a gestante está em posição supina, principalmente a partir da segunda metade da gravidez. A redução da
pré‑carga, nessas ocasiões, provoca hipotensão seguida de bradicardia por reflexo vagal. A distribuição
do fluxo sanguíneo se altera ao longo das semanas, desviando‑se com prioridade para o útero, os rins, as
mamas e a pele (ZUGAIB, 2008).

Observação
Pré-carga é o volume de sangue que chega ao ventrículo esquerdo
antes de a contração ser iniciada.

↑ Débito cardíaco
↑ Volume sistólico
↑ Frequência cardíaca
↑ Volume de sangue
↑ Resistência vascular sistêmica
↑ Fluxo de sangue uterino

Cardiovascular ↑ Conteúdo proteico


↑ Depósito de gordura
↑ Alterações de humor ↑ Lipídeos sanguíneos
↑ Desestabilidade emocional ↑ Retenção de sódio
↑ Instabilidade Mudancas hormonais para promover
retenção de água
↑ Peso corporal

Emocional Metabólico

Endócrino Respiratório

↑ LH ↑ Volume total
↑ GH ↑ VO2
↑ Lactogênio placentário humano Ventilação prejudicada (elevação
↑ Estrógenos do diafragma)
↑ Progesterona
Musculoesquelético

Mudança do centro de gravidade


↑ Relaxamento articular
↑ Riscos de lesões

Figura 46 – Principais adaptações durante a gravidez

132
ATIVIDADE MOTORA APLICADA A POPULAÇÕES ESPECIAIS

Em relação às adaptações morfológicas, pode-se observar que, ao longo da gestação, com o crescimento
fetal, o músculo diafragma se eleva. Esse deslocamento pode alterar a posição cardíaca, e, assim, o coração
pode se apresentar deslocado para cima e para a esquerda. Além disso, o volume do coração aumenta.
Por esses motivos, pequenas alterações no ritmo cardíaco podem acontecer, em especial as extrassístoles.
Sopros cardíacos também podem ser observados devido à redução da viscosidade do sangue e ao aumento
do débito cardíaco (CUTFORTH; MACDONALD, 1966 apud ZUGAIB, 2008).

7.2.1.3 Outras modificações na gestação

Outras alterações provocadas pela gestação podem incluir o sistema locomotor. Praticamente todas
as mulheres grávidas experimentam algum desconforto musculoesquelético durante a gravidez. Destas,
pelo menos 25% apresentam, ao menos, sintomas temporários (BORG-STEIN; DUGAN; GRUBER, 2005).
As mulheres grávidas apresentam um risco aumentado de queixas musculoesqueléticas, principalmente
de lombalgia. A mudança do centro de gravidade, devido ao aumento do tórax, do útero e do feto,
a rotação anterior da pelve, o aumento da lordose lombar e o aumento da elasticidade ligamentar,
causada pela ação de alguns hormônios (SHEPHARD, 2000), são os principais responsáveis pelos sintomas
(GARSHASBI; FAGHIH ZADEH, 2005).

Figura 47 – Mudança no eixo gravitacional da gestante com o progressivo aumento


do volume abdominal e aumento de líquido das articulações

Modificações extensas também acontecem no sistema respiratório da mulher gestante, incluindo


alterações anatômicas e funcionais. Elas ocorrem já no início da gestação e sob a influência, principalmente,
133
Unidade III

da progesterona, que, mesmo antes do crescimento uterino, já piora a ventilação. O diafragma se eleva
em torno de 4 cm, o que colabora para o aumento do volume e do consumo de oxigênio (VO2) e,
presumidamente, ajuda a aumentar o suporte de oxigênio para o feto (PIVARNIK; STEIN; RIVERA, 2002).

A gravidez e o parto também têm sido considerados fatores de risco para a gênese da disfunção
do assoalho pélvico (VAN VEELEN; SCHWEITZER; VAN DER VAART, 2014). A pressão dentro da cavidade
abdominal gerada pelo útero em crescimento, assim como o estresse mecânico imposto pelo parto,
pode causar denervação parcial do assoalho pélvico e lesão no músculo e tecido conjuntivo. Algumas
situações, como o ganho excessivo de peso na gestação, a macrossomia fetal (bebê com peso excessivo),
o parto instrumental ou o trabalho de parto prolongado, relacionam-se, tradicionalmente, com fatores
que propiciam as lesões no assoalho pélvico, sendo a incontinência urinária a mais comum desordem
do assoalho pélvico (SOLANS-DOMENECH et al., 2010).

As mesmas modificações hormonais provocadas pela relaxina, pela progesterona e pelo estrógeno,
associadas ao crescimento uterino e já mencionadas, podem provocar o estiramento da musculatura
abdominal, atingindo, principalmente, os músculos retoabdominais, acompanhadas pelas modificações
de postura. Tais alterações posturais podem provocar mudanças no ângulo de inserção dos músculos
abdominais e pélvicos, influenciando a biomecânica postural, além de gerar um déficit na função de
sustentação dos órgãos pélvico-abdominais. Assim, quanto mais a gravidez progride e os músculos
abdominais se alongam, mais haverá um prejuízo no vetor de força desses músculos, podendo ocorrer
uma diminuição na força de contração (ARTAL; O’TOOLE; WHITE, 2003).

Dessa forma, tanto as alterações biomecânicas quanto o estiramento dessa musculatura facilitam
o aparecimento da diástase dos músculos retoabdominais. A diástase dos músculos retoabdominais é
definida como a separação ou o afastamento dos feixes desses músculos ao longo da linha alba (ARTAL;
O’TOOLE; WHITE, 2003).

Figura 48 – Fotografia clínica de mulher de 30 anos de idade, seis meses após o parto

134
ATIVIDADE MOTORA APLICADA A POPULAÇÕES ESPECIAIS

A ocorrência desse fenômeno é mais comum na gestação e no pós-parto imediato (BURSCH, 1987
apud RETT et al., 2009), tendo como principais fatores predisponentes a obesidade, a multiparidade,
a macrossomia fetal, a flacidez da musculatura abdominal, o polidrâmnio e as gestações múltiplas
(MESQUITA; MACHADO; ANDRADE, 1999). Pode ser uma situação transitória (ARTAL; O’TOOLE; WHITE,
2003) ou pode permanecer ao longo da vida da mulher (CHIARELLO et al., 2005).

Observação

Polidrâmnio é a produção excessiva de líquido amniótico.

7.2.2 Atividade física/exercício físico para gestantes

A atividade física é definida como qualquer movimento corporal decorrente de contração muscular,
com dispêndio energético acima do repouso, que, em última análise, permite o aumento da força física,
da flexibilidade do corpo e da resistência, com mudanças no campo da composição corporal ou da
performance desportiva (WHO, 2004).

Evidências de estudos científicos apontam o importante papel da atividade física na promoção


da saúde e da qualidade de vida, na prevenção e no controle de várias doenças. No entanto, para os
indivíduos com condições fisiológicas específicas, tais benefícios podem não ocorrer ou ser válidos
com certas restrições.

Até algumas décadas atrás, as mulheres grávidas eram aconselhadas a reduzir as suas atividades e
até mesmo interromper seu trabalho ocupacional, especialmente na fase final da gravidez. Porém, desde
a década de 1990, tem-se admitido o efeito positivo da atividade física regular durante a gestação,
desde que a mulher não apresente condições adversas específicas (LIMA; OLIVEIRA, 2005; ACOG, 2002).

Na literatura, parece haver o consenso de que manter um nível de atividade física razoável durante
uma gravidez descomplicada fornece vários benefícios para a saúde da mulher. Isso é explicado pelo
fato de a atividade física provocar uma resposta de redistribuição circulatória e térmica, mudando a
concentração no sangue do útero e da placenta para as extremidades. Esse processo ajuda a reduzir
e prevenir dores nas costas, promove a baixa retenção de líquidos, reduz o estresse cardiovascular,
aumenta a capacidade de oxigenação, diminui a pressão arterial, reduz o risco de diabetes gestacional
e de pré-eclâmpsia (BONEN et al., 1995 apud BARAKAT et al., 2015), evita tromboses e varizes e ajuda a
controlar o ganho de peso gestacional (DAVENPORT et al., 2013).

As vantagens incluem, também, aspectos emocionais, uma vez que a atividade física ajuda a tornar a
mulher grávida mais autoconfiante e satisfeita com a sua aparência, além de aumentar a sua autoestima,
reduzindo, assim, os riscos de depressão (ROBLEDO-COLONIA et al., 2012).

Para que, de fato, as vantagens de realizar exercício físico durante a gravidez sejam evidentes,
devem ser considerados vários aspectos fisiológicos na prática de exercícios da gestante. As alterações
cardiovasculares associadas à gravidez são uma consideração importante para mulheres grávidas em
135
Unidade III

repouso e durante o exercício. Após o primeiro trimestre, a posição supina, como já mencionado, resulta
em obstrução relativa do retorno venoso e pode, portanto, reduzir o débito cardíaco e causar hipotensão
ortostática. Por essa razão, as mulheres grávidas devem evitar a posição supina durante o exercício
sempre que possível.

Em geral, a participação em uma ampla gama de atividades de lazer parece ser segura. A segurança
de cada esporte é determinada, em grande parte, pelos movimentos específicos exigidos. Atividades ou
esportes de contato, como hóquei no gelo, futebol e basquete, podem resultar em trauma para a mulher
e o feto. Da mesma forma, atividades recreativas, que aumentem o risco de queda, como ginástica,
equitação e esqui, ou muito intensas, como esportes de raquete, oferecem mais riscos para as gestantes
e devem ser evitadas. O mergulho também deve ser evitado em toda a gravidez porque, durante essa
atividade, o feto está em risco aumentado para descompressão, que pode comprometer a circulação
pulmonar fetal. Esforço em pequenas altitudes parece ser seguro; no entanto, engajar-se em atividades
físicas em maiores altitudes envolve vários riscos.

A lista a seguir apresenta alguns tipos de exercícios físicos e/ou situações não recomendadas para a
prática durante o período gestacional:

• qualquer atividade competitiva, artes marciais ou levantamento de peso;

• exercícios com movimentos repentinos ou de saltos, que podem levar à lesão articular;

• flexão ou extensão profunda, pois os tecidos conjuntivos já apresentam frouxidão;

• exercícios exaustivos e/ou que necessitem de equilíbrio, principalmente no terceiro trimestre;

• basquetebol e qualquer outro tipo de jogo com bolas que possa causar trauma abdominal;

• prática de mergulho (condições hiperbáricas levam ao risco de embolia fetal quando ocorre
a descompressão);

• qualquer tipo de ginástica aeróbia, corrida ou atividade em elevada altitude é contraindicado ou,
excepcionalmente, aceito com limitações, dependendo das condições físicas da gestante;

• exercícios na posição supino após o terceiro trimestre, pois podem resultar em obstrução do
retorno venoso.

Também existem algumas contraindicações para a prática de exercícios físicos na gestação de acordo
com possíveis complicações apresentadas pela gestante.

Contraindicações de exercício durante a gravidez

O exercício regular é contraindicado em mulheres com as seguintes complicações (LIMA; OLIVEIRA, 2005):

136
ATIVIDADE MOTORA APLICADA A POPULAÇÕES ESPECIAIS

• Contraindicações absolutas:

—― doença miocárdica descompensada;

—― insuficiência cardíaca congestiva;

—― tromboflebite/embolia pulmonar recente;

—― doença infecciosa aguda;

—― risco de parto prematuro;

—― sangramento uterino;

—― isoimunização grave;

—― doença hipertensiva descompensada;

—― suspeita de estresse fetal;

—― paciente sem acompanhamento pré-natal.

• Contraindicações relativas:

—― hipertensão essencial;

—― anemia;

—― doenças tireoidianas;

—― diabetes mellitus descompensada;

—― obesidade mórbida;

—― histórico de sedentarismo extremo.

Muitas das alterações fisiológicas e morfológicas da gravidez persistem por semanas após o parto.
Assim, os exercícios podem ser retomados gradualmente.

A intensidade do exercício deve ser monitorada de acordo com os sintomas que a gestante apresentar.
Essa intensidade se revela através da demanda sobre o sistema cardiovascular.

137
Unidade III

7.2.2.1 Prescrição de exercícios para gestantes

Na prescrição do exercício físico para a gestante, é muito importante que seja escolhida uma
atividade que melhor se adapte às suas características e aos seus interesses para, com isso, aumentar a
aderência ao exercício escolhido em longo prazo.

Entre as modalidades de exercício, os aeróbios são os mais estudados, e a caminhada é o exercício


mais frequente e o mais escolhido entre as gestantes (NASCIMENTO; SURITA; CECATTI, 2012). A inclusão
do exercício aeróbio durante a gestação é importante para preservar a capacidade cardiorrespiratória e
o condicionamento físico, além de prevenir e controlar a diabetes gestacional, a hipertensão gestacional
e o ganho de peso materno (NASCIMENTO; SURITA; CECATTI, 2012). As atividades incluídas devem
envolver grandes grupos musculares, como caminhada ou corrida leve (trote), bicicleta ergométrica,
natação, hidroginástica, dança ou ginástica aeróbia de baixo impacto (ZAVORSKY; LONGO, 2011).

O treinamento de força também pode ser incluído no programa de exercícios da gestante. Seu
benefício inclui o fortalecimento muscular, que proporciona a manutenção do condicionamento
muscular ou o aumento de força muscular global, permitindo uma melhor adaptação do organismo
materno às alterações posturais provenientes da evolução gestacional, e contribuindo para a prevenção
de traumas e quedas, bem como para a prevenção e o tratamento de desconfortos musculoesqueléticos
(ZAVORSKY; LONGO, 2011).

O fortalecimento deve priorizar a musculatura paravertebral lombar e a cintura escapular, envolvendo,


preferencialmente, grandes grupos musculares. Deve-se optar, como critério de escolha, por utilizar o
próprio peso corporal e as faixas elásticas no lugar de aparelhos de musculação ou pesos livres. Deve‑se,
também, evitar cargas elevadas, exercícios isométricos intensos repetidos e posturas que coloquem a
gestante em risco, principalmente as que possam afetar seu equilíbrio. Os exercícios de resistência muscular
devem ser adaptados com muito cuidado a cada período gestacional (ZAVORSKY; LONGO, 2011).

O alongamento também deve ser parte fundamental do programa de exercícios, permitindo melhorar
a flexibilidade e o relaxamento muscular e ajudando na adaptação postural e na prevenção de dores de
origem musculoesquelética. Deve ser, portanto, complementar ao exercício aeróbio e ao treinamento de
resistência (WOLFE; DAVIES, 2003; ZAVORSKY; LONGO, 2011).

Técnicas de alongamento muscular, como a ioga e o stretching global ativo (SGA), comprovadamente
diminuem as queixas de dor pélvica posterior e de dor lombar durante a gestação (MARTINS; PINTO E
SILVA, 2014). Diante do aumento nos níveis de relaxina e de progesterona durante a gestação, deve‑se
evitar alongamentos extremos para prevenir lesões ligamentares e articulares.

Outro ponto importante é a inclusão do treinamento dos músculos do assoalho pélvico durante a
gestação, o que diminui o risco de incontinência urinária no pós-parto (BOYLE et al., 2012). A gestante
deve realizar o treinamento dos músculos do assoalho pélvico com contrações sustentadas, ou seja,
contrair e manter de cinco a dez segundos, e contrações rápidas (contrair e relaxar) em diferentes
posturas. Como sugestão, deve-se realizar, diariamente, duas séries de oito contrações sustentadas por
cinco segundos e duas séries de dez contrações rápidas (NASCIMENTO; SURITA; CECATTI, 2012).
138
ATIVIDADE MOTORA APLICADA A POPULAÇÕES ESPECIAIS

7.2.2.1.1 Intensidade

A intensidade do exercício deve ser medida, preferencialmente, pela FC ou pela sensação subjetiva
de esforço (escala de Borg) (BORG; NOBLE, 1974 apud NASCIMENTO; SURITA; CECATTI, 2012). Assim,
recomenda-se que o exercício seja realizado de acordo com os seguintes critérios: 60 a 80% da FC
máxima, calculada pela fórmula FCmáx = 220-idade. A Sociedade Canadense de Ginecologistas e
Obstetras (SCGO) assume as seguintes faixas de treinamento para gestantes (WOLFE; DAVIES, 2003;
ZAVORSKY; LONGO, 2011):

• Idade < 20 anos: 140 a 155 batimentos cardíacos por minuto (bpm);

• 20‑29 anos: 135 a 150 bpm;

• 30‑39 anos: 130 a 145 bpm;

• > 40 anos: 125 a 140 bpm.

Outro critério é a escala de percepção subjetiva de esforço de Borg, que varia de 6 (sem esforço)
a 20 (esforço máximo). A intensidade deve ser, preferencialmente, entre 12 e 14, correspondendo a
uma atividade leve ou um pouco cansativa (11). Outra opção mais simples é o talk test (TT), em que
a gestante é orientada a observar sua habilidade em manter uma conversa durante o exercício físico,
o que assegura que este esteja sendo realizado com intensidade leve a moderada, prevenindo-se o
esforço físico excessivo (WOLFE; DAVIES, 2003).

Alguns pesquisadores questionam essas medidas, principalmente a intensidade calculada


pela frequência máxima, visto ser essa uma medida indireta, que não leva em conta o nível de
condicionamento físico e as características de cada gestante. Defendem a utilização da FC de reserva
(FCR), que corresponde à diferença entre FC máxima (medida por teste de esforço) e FC basal (medida
no repouso), podendo variar, para gestantes saudáveis ou previamente ativas, entre 45 e 60%, e, para
gestantes com sobrepeso ou obesidade e sedentárias, entre 35 e 60%. A zona-alvo de treinamento
aeróbio é calculada pela seguinte fórmula: FC prescrita = (% intensidade x FC de reserva) + FC basal.

Se uma gestante previamente sedentária, obesa e com DG deseja iniciar a prática de exercício aeróbio
na gestação, sua zona de treino será entre 35% e 40% da FCR. Se sua FC medida em repouso for 90 bpm
e sua FC máxima (medida em um teste de esforço) for 185 bpm, sua %FCR para o treino será, então,
entre 123 e 128 bpm (FC prescrita = (0,35 x 95) + 90 = 123; (0,40 x 95) + 90 = 128).

No entanto, os próprios autores reconhecem que tal método não é prático e dificulta a
orientação para as gestantes. Eles concordam que o uso da escala de percepção de esforço de Borg
é uma boa alternativa; porém, apoiam que, no segundo trimestre gestacional, o exercício possa
ser realizado em intensidade 15-16 da escala de Borg, que corresponde a um exercício cansativo
(ZAVORSKY; LONGO 2011).

139
Unidade III

7.2.2.1.2 Volume

Mulheres ativas podem manter (ou adaptar) sua rotina de exercícios entre 4 e 5 vezes na semana, em
sessões de 30 minutos ou mais. Mulheres previamente sedentárias devem começar com 15 minutos de
exercício aeróbio, 3 vezes por semana, e aumentar gradativamente o tempo de exercícios. Por exemplo:
acrescentar 5 minutos por semana até o recomendado de 150 minutos de exercício aeróbio por semana
ou 30 minutos de exercício 5 vezes na semana (ACOG, 2002).

Devem ser evitados exercícios por períodos prolongados, além de, por exemplo, 60 minutos contínuos.
Vale lembrar que o ideal é a combinação de exercícios aeróbios, de resistência e de alongamento
muscular. Logo, uma ou duas sessões de exercício aeróbio na semana podem ser substituídas pelo treino
de resistência muscular em dias não consecutivos.

Muitas vezes, é difícil estabelecer uma duração máxima de exercício, pois dependerá do tipo, das
condições de preparo individual prévio e da relação entre intensidade e duração. Sabe-se que o tempo
superior a 50 minutos poderá levar à hipoglicemia e ser prejudicial ao feto. Recomenda-se a realização
de uma refeição leve entre 30 e 60 minutos antes do exercício.

A gestante deve ser orientada a interromper os exercícios ao apresentar os seguintes sinais e sintomas
de alerta (ACOG, 2002):

• sangramento vaginal;

• redução dos movimentos fetais;

• dor no abdômen ou no peito;

• dor ou sensação de ardência ao urinar;

• perda de líquido pela vagina;

• febre, inchaço repentino nas mãos, na face ou nos pés;

• náuseas ou vômitos persistentes;

• dor de cabeça forte e persistente;

• contrações uterinas frequentes;

• palpitações;

• sensação de falta de ar;

• tontura;

• torpor ou sensação de luzes piscando.

140
ATIVIDADE MOTORA APLICADA A POPULAÇÕES ESPECIAIS

7.2.2.1.3 Recomendações por trimestre de gestação

A seguir, são apresentadas algumas recomendações de exercício físico no primeiro trimestre


da gestação:

• Iniciar sob autorização médica.

• A atividade física de intensidade leve a moderada é recomendada a todas as grávidas, mesmo as


sedentárias, que desejam iniciá-la durante a gestação. Nesse caso, a recomendação atual é que
seja iniciada após a 12ª semana de gestação.

• As gestantes fisicamente ativas antes de engravidar podem manter suas atividades, inclusive no
primeiro trimestre gestacional, mas modificando (ou adaptando) sua intensidade e frequência
(ACOG, 2002).

• Mal-estares, como náuseas e vômitos, além de sonolência e indisposição, acontecem com


frequência, o que pode dificultar a aderência e a disposição para os exercícios.

• Recomenda-se priorizar sempre os exercícios que envolvam grandes grupos musculares, com
pouca carga e maior número de repetições, bem como evitar manobra de Valsalva durante o
treino de força.

• Todas as gestantes devem ser orientadas a realizar diariamente o treinamento dos músculos do
assoalho pélvico, com contrações sustentadas e rápidas desses músculos desde o primeiro trimestre.

Agora, são apresentadas as recomendações de exercício físico no segundo trimestre da gestação:

• Melhor período para a prática de exercícios; mais disposição.

• Mulheres que não praticavam exercício antes da gestação podem iniciar sua prática a partir do
segundo trimestre.

• A partir da vigésima semana, com o crescimento acelerado do volume uterino, deve-se ter
cuidado com a realização de exercícios em posição supina por tempo prolongado, a fim de evitar
a síndrome da hipotensão supina.

• Embora o alongamento seja recomendado para esse período, deve-se levar em conta alguns
cuidados a partir da décima semana de gestação, quando ocorre o pico do hormônio relaxina
circulante, levando a maior flexibilidade dos tecidos articulares e ligamentares. Logo, alongamentos
extensos e extremos podem aumentar o risco de lesões dessas estruturas.

Por fim, são apresentadas as recomendações de exercício físico no terceiro trimestre da gestação:

• A gestante diminui naturalmente a intensidade; porém, exercícios leves devem ser estimulados.
141
Unidade III

• Atividades aeróbias na água, como natação e hidroginástica, e caminhadas são indicadas para
manter a capacidade aeróbia e o condicionamento físico, assim como os exercícios de respiração,
mobilização e relaxamento envolvidos na preparação para o parto.

• Adaptações em exercícios podem ser necessárias para o conforto durante a execução de movimentos.

• O treinamento muscular do assoalho pélvico deve continuar durante o terceiro trimestre, não
havendo contraindicação para a sua prática.

7.2.2.1.4 Precauções e cuidados gerais

Quanto à temperatura

A termorregulação altera-se durante a gestação. Embora não haja evidências de que a prática
de exercício seja suficiente para causar hipertermia considerável, muito temida por seus possíveis
teratogênicos, alguns cuidados devem ser tomados, como a hidratação adequada e permanente, além
de evitar a prática de exercícios em temperaturas altas ou extremas (EDWARDS, 2006).

Quanto à hidratação

A gestante deve ter cuidado extra com a hidratação durante a prática de exercício, mantendo-a
adequada antes, durante e após a prática (ACOG, 2002).

Quanto à nutrição

Diante do aumento do gasto calórico na gravidez e com o exercício, a mulher deve consumir calorias
suficientes para garantir uma nutrição adequada durante a sua prática.

8 HIV POSITIVO/AIDS, CÂNCER E ATIVIDADE MOTORA

8.1 HIV positivo/aids

8.1.1 Definição e características gerais

A aids é uma doença causada pela infecção do vírus da imunodeficiência humana (HIV é a sigla
em inglês), que pode provocar imunossupressão profunda e um consequente quadro de infecções
oportunistas, neoplasmas secundários e distúrbios neurológicos (RASO et al., 2007). Esse vírus ataca o
sistema imunológico, que é o responsável por defender o organismo de doenças. As células mais atingidas
são os linfócitos T‑CD4+. O vírus é capaz de alterar o DNA dessa célula e fazer cópias de si mesmo. Depois
de se multiplicar, rompe os linfócitos em busca de outros para continuar a infecção (BRASIL, 2018a).

O vírus da imunodeficiência humana pode ser encontrado em diversos tipos de secreções, como
sangue, saliva, esperma, secreções vaginais e leite materno. Todas as maneiras de possível contato com
essas substâncias podem gerar contágio. Porém, entre as principais já detectadas, estão: a transfusão de
142
ATIVIDADE MOTORA APLICADA A POPULAÇÕES ESPECIAIS

sangue, as relações sexuais sem preservativo, e o compartilhamento de seringas ou objetos cortantes


que possuam resíduos de sangue. O vírus também pode ser transmitido da mãe para o filho durante a
gestação ou amamentação (AIDS EDUCATION AND TRAINING CENTER, 2012).
Quando alguém diz que uma pessoa é portadora do HIV, ela está se referindo à fase assintomática
da doença. Quando se fala em pessoa com a síndrome da imunodeficiência adquirida (aids), isso
significa dizer que ela apresenta sinais e sintomas que caracterizam a doença, como imunodepressão
com infecções oportunistas, perda de peso e degeneração do sistema nervoso central (SNC), o que,
geralmente, marca o início do tratamento com os medicamentos antirretrovirais.

FIQUE ATENTO:

HIV E AIDS
NÃO SÃO A MESMA COISA!

HIV
É a sigla para vírus da imunodeficiência humana, uma infecção
sexualmente transmissível.

AIDS
É a sigla para síndrome da imunodeficiência adquirida, que atinge o
sistema imunológico do indivíduo.

Nem sempre o indivíduo com HIV desenvolve aids


Figura 49 – Diferença entre HIV e aids

Mesmo que a pessoa não desenvolva aids, ela já é contaminante se for HIV positiva. O HIV é
responsável pela contaminação de mais de 76 milhões de pessoas, infectadas pelo vírus desde o início
da epidemia até 2017, e pela morte de mais de 14 milhões de pessoas no mundo. Em 2016, foram
identificadas 1,8 milhão de novas infecções pelo vírus (um novo caso a cada 17 segundos) e um total de
1 milhão de mortes decorrentes de complicações da aids. No Brasil, apenas em 2016, foram identificados
37.884 novos casos (UNAIDS, 2017).
8.1.2 Infecção pelo vírus HIV
O HIV infecta as células T auxiliares que expressam o grupamento de diferenciação (CD4+), macrófagos
e células dendríticas, produzindo uma doença lenta, progressiva e fatal, e pertence à família dos lentivírus
dos retrovírus. Esse tipo de vírus tem como característica um período de incubação prolongado antes
do surgimento dos sintomas da doença, da infecção das células sanguíneas e do sistema nervoso e da
inibição do sistema imune. Para se multiplicar no organismo humano, o HIV utiliza, especialmente, os
linfócitos T-CD4+, responsáveis pelo comando da resposta específica antígeno-anticorpo. Por meio da
glicoproteína gp120, o vírus tem a capacidade de se ligar ao receptor CD4 (componente da membrana dos
linfócitos) e penetrar nas células, usando o ácido desoxirribonucleico (DNA) destas para se multiplicar. Ao
completar o seu ciclo reprodutivo, liberado por brotamento, os novos vírus caem na corrente sanguínea,
infestando outros linfócitos e continuando, assim, a sua replicação (HAMMER et al., 2008).
143
Unidade III

Progressivamente, o HIV leva à falência do sistema imunológico do indivíduo, trazendo, como


consequência, a perda da capacidade de resposta do organismo diante de agentes como vírus, bactérias
e outros microrganismos. Vários anos podem se passar entre o momento da infecção pelo HIV e o
surgimento dos primeiros sintomas da aids. A fase inicial é caracterizada por uma infecção aguda,
controlada parcialmente pela imunidade, que, na maioria dos pacientes, é confundida com uma gripe
forte. A segunda fase atinge os linfonodos e o baço, que são locais de contínua replicação do HIV,
levando à destruição tecidual.
Ciclo replicativo do HIV

Partícula HIV Nova partícula


viral
Célula do hospedeiro
ligada ao HIV

CCR5
Célula
gp 120 infectada

CD4 Protease

Transcrição
reversa Proteínas
Integrase RNA
do HIV

DNA integrado no
genoma da célula
do hospedeiro

Figura 50 – Ciclo replicativo do vírus HIV

O diagnóstico em tempo hábil, a disponibilização universal de medicamentos eficazes pelo sistema público
de saúde e o acompanhamento clínico adequado aumentaram tanto a expectativa quanto a qualidade de
vida das pessoas portadoras de HIV/aids, trazendo novos desafios para a promoção da integralidade, como a
reinserção social, incluindo o mercado de trabalho e o sistema educacional, e a promoção de hábitos saudáveis,
como a alimentação adequada e a atividade física (AIDS EDUCATION AND TRAINING CENTER, 2012).

Há alguns anos, receber o diagnóstico de aids era quase uma sentença de morte. Atualmente, pode
ser considerada uma doença de perfil crônico, para a qual não há cura, mas há tratamento. Uma pessoa
infectada pelo HIV pode viver com o vírus por vários anos sem apresentar nenhum sintoma ou sinal ou
apenas com uma fragilidade maior em uma idade mais avançada.

8.1.3 Classificação e estágios

Duas grandes classificações estão em uso atualmente: o sistema da World Health Organization Clinical
Staging and Disease Classification System e o do Centers for Disease Control and Prevention (CDC) (AIDS
EDUCATION AND TRAINING CENTER, 2012). A tabela a seguir indica a classificação deste último:

144
ATIVIDADE MOTORA APLICADA A POPULAÇÕES ESPECIAIS

Tabela 24 – Sistema de classificação para adultos e adolescentes infectados


pelo HIV do Centers for Disease Control and Prevention

Contagem de Categorias clínicas


células CD4
A B C
Assintomático, HIV Sintomático, não A Condição indicadora
agudo ou LGP ou C de aids
≥ 500 células/µL A1 B1 C1
200‑499 células A2 B2 C2
< 200 células/µL A3 B3 C3
HIV = vírus da imunodeficiência humana; LGP = linfoadenopatia generalizada persistente.

Adaptada de: Grace, Semple e Combrink (2015, p. 51).

As categorias mostradas na tabela anterior são baseadas na contagem de células CD4 e na condição
diagnóstica relacionada ao HIV. Se o indivíduo infectado, por exemplo, está na categoria B, mas está
assintomático, ele continua na categoria B. Além disso, a categorização é baseada em condições
específicas. Indivíduos nas categorias A3, B3, C1, C2 e C3 são considerados com aids.

8.1.4 Tratamento

No momento do parto, o vírus pode passar da mãe para o bebê pela placenta, devido ao contato
deste com a secreção e o sangue, e, ainda, por meio da amamentação. Os medicamentos antirretrovirais
impedem a multiplicação do HIV no organismo, diminuindo as chances de a mãe infectada passar o
vírus para o filho. O parto cesárea também diminui as chances dessa transmissão em comparação ao
parto normal (BRASIL, 2010).

O HIV, apesar de ainda não ter cura, pode ser controlado e permitir que o indivíduo tenha uma vida
normal. O objetivo desse controle é reduzir a morbidade e mortalidade, diminuir a replicação viral de
forma sustentada e recuperar ou prevenir a deterioração do sistema imune, evitando, assim, infecções e
neoplasias oportunistas (HSUE et al., 2009).

Para o tratamento, estão disponíveis 18 medicamentos, divididos em cinco classes:

• Inibidores nucleosídeos da transcriptase reversa: entre eles, está um dos medicamentos mais
conhecidos para o tratamento do HIV, denominado azidotimidina (AZT). Esse medicamento atua
em uma enzima chamada transcriptase reversa e se incorpora à cadeia de DNA criada pelo HIV,
tornando-a defeituosa e impedindo a replicação viral.
• Inibidores não nucleosídeos da transcriptase reversa: atuam bloqueando diretamente a
transcriptase reversa e impedem a replicação viral.

• Inibidores da protease.

145
Unidade III

• Inibidores de fusão.

• Inibidores da integrase: os três últimos têm como objetivo impedir a fusão do HIV com o linfócito
T-CD4+; portanto, diminuir sua proliferação.

Esse tratamento pode apresentar efeitos colaterais, como diarreia, vômitos, náuseas, rash cutâneo
(vermelhidão), agitação e insônia. Muitas pessoas não sentem nenhum desses efeitos, o que pode estar
relacionado com características pessoais, estilo e hábitos de vida (HSUE et al., 2009). Com o tratamento,
ainda podem surgir efeitos adversos, que são alterações ou doenças passíveis de ocorrer em longo prazo,
resultantes da ação inflamatória do HIV no organismo e da toxicidade dos medicamentos somadas aos
fatores individuais e genéticos (idade, hábitos e estilo de vida). Entre esses efeitos, pode-se destacar o
surgimento de doença cardiovascular, alterações metabólicas, ósseas e minerais e lipodistrofia.

A patogênese da lipodistrofia é multifatorial: HIV, genética e tratamento antirretroviral (Tarv). Caracteriza‑se


por uma redistribuição de gordura corpórea no indivíduo infectado pelo HIV e em uso de Tarv. A lipodistrofia
relacionada ao HIV só foi reconhecida após a introdução da terapia antirretroviral altamente potente (Haart),
tendo sido descrita, inicialmente, em 1998. Ela pode ocorrer em diversos locais do corpo, sendo a lipoatrofia
facial a responsável por gerar o maior estereótipo da doença (BEHRENS, 2008).

Perna direita
mostrando atrofia da Afinamento
gordura subcutânea, importante dos
com evidência da membros superiores
musculatura e dos pela perda da
vasos subcutâneos. gordura subcutânea.

Vasos temporais
e do arcabouço Atrofia importante
ósseo evidentes por da gordura
perda de gordura subcutânea facial,
facial subcutânea. conferindo aspecto
Depressão na região envelhecido à face
bucal por perda da do indivíduo.
gordura de Bichat.

Figura 51 – Lipodistrofia em indivíduos com HIV/aids

146
ATIVIDADE MOTORA APLICADA A POPULAÇÕES ESPECIAIS

Os pacientes que vivem com o HIV podem apresentar, também, alta prevalência de alterações da
densidade mineral óssea, como osteoporose e osteopenia, que são alterações metabólicas do tecido
ósseo caracterizadas pela diminuição da densidade mineral e pelo comprometimento da resistência e
da qualidade óssea. Podem ser fisiológicas ou patológicas e predispõem a elevação do risco de fratura
(LEOW; ADDY; MANTZOROS, 2003).

8.1.5 Efeitos do exercício físico

É de grande importância que os profissionais da área da saúde entendam os efeitos do exercício


físico como terapia coadjuvante e complementar em indivíduos infectados com HIV, principalmente
porque ainda existem muitas lacunas no conhecimento sobre o tipo de exercício ideal, a duração, a
frequência e a intensidade que devem ser prescritas para essa população (GRACE; SEMPLE; COMBRINK,
2015). O exercício físico parece diminuir efetivamente alguns efeitos colaterais associados ao estresse
fisiológico da infecção pelo vírus (DERESZ et al., 2007), melhorar o perfil lipídico (TERRY et al., 2006) e
reduzir o risco de doença cardiovascular (O’BRIEN et al., 2010).

Estudos recentes com indivíduos infectados pelo HIV têm mostrado o impacto dos exercícios aeróbios
e dos exercícios de força, individualmente ou de maneira combinada, na função imunológica, nos fatores
psicológicos, no condicionamento cardiorrespiratório, na força, na composição corporal e na qualidade
de vida (HAND et al., 2009; MUTIMURA et al., 2008). Esses estudos indicam que exercícios de leve a alta
intensidade, assim como a combinação entre eles, parecem ser seguros e trazer efeitos positivos para a
população infectada pelo HIV. Tais benefícios incluem mudanças positivas na composição corporal, na
capacidade funcional, na depressão e ansiedade, na saúde geral e na qualidade de vida (HAND et al.,
2009; O’BRIEN et al., 2010). O treinamento físico, contudo, não confere, aparentemente, benefícios no
status do HIV, na carga viral ou na função imunológica (HAND et al., 2009).

8.1.6 Programa de exercícios físicos

8.1.6.1 Cuidados

Atualmente, há um grande reconhecimento da importância da atividade física no tratamento do


HIV e da aids. Porém, é essencial saber que nem todos os pacientes estarão aptos a realizar os exercícios
físicos. Os principais fatores que geram restrição são:

• idade superior a 34 anos para homens e 44 anos para mulheres;

• dois ou mais fatores de riscos cardiovasculares;

• pressão arterial sistólica > 120 milímetros de mercúrio (mmHg); pressão arterial diastólica > 80 mmHg;

• lipoproteína de baixa densidade (LDL) – colesterol ruim – > 160 miligramas por decilitro (mg/dL);

• triglicérides > 150 mg/dL;

147
Unidade III

• lipoproteína de alta densidade (HDL) – colesterol bom – em mulheres igual ou inferior a 50 mg/dL;
HDL-colesterol em homens igual ou inferior a 40 mg/dL;

• glicemia > 100 mg/dL;

• índice de massa corporal (IMC) < 18 e > 25;

• pacientes com sinais ou sintomas de anomalias cardiovasculares ou portadores de doença cardíaca,


pulmonar ou metabólica (DOLAN et al., 2006).

A prescrição do exercício deve ser individual e levar em consideração o nível de aptidão física
relacionada à saúde, ao estágio da doença e ao esquema terapêutico (medicação) e seus efeitos adversos
(GRACE; SEMPLE; COMBRINK, 2015).

É importante a realização de uma avaliação pré-exercício pelo médico e em conjunto com o


profissional de Educação Física. Uma avaliação pré-exercício deve incluir:

• o histórico médico;

• o exame físico;

• testes laboratoriais relacionados ao HIV.

O médico, com as informações em mãos (estágio da doença, contagem CD4, tipo de terapia de
alta dosagem, uso de outras medicações, histórico de sintomas e doenças recentes), pode auxiliar o
profissional de Educação Física (por meio do fornecimento detalhado das informações e discussões
dos casos) na prescrição do exercício, sendo este último responsável pela associação das informações
recebidas aos dados obtidos pelo questionário de risco para a prática de atividade física (PAR-Q) (GRACE;
SEMPLE; COMBRINK, 2015).

Também é importante utilizar um questionário de qualidade de vida, no qual é possível acompanhar a


evolução e monitorar a qualidade de vida de indivíduos que vivem com o vírus HIV (CLAYSON et al., 2006).

Apesar da capacidade funcional reduzida de indivíduos infectados pelo HIV, os testes de aptidão
física padrão podem ser aplicados para essa população. Os seguintes testes podem ser incluídos:

• Composição corporal: massa corporal, IMC, dobras cutâneas (porcentagem de gordura),


circunferências e relação cintura-quadril (FILLIPAS et al., 2010), massa muscular, massa magra
(BHASIN et al., 2000) e imagem corporal / mudanças corporais (HSUE et al., 2009).

• Testes de capacidade física: aptidão cardiorrespiratória e força.

• Função neuromuscular: marcha e equilíbrio.

148
ATIVIDADE MOTORA APLICADA A POPULAÇÕES ESPECIAIS

Vários cuidados, alguns deles já mencionados, devem ser tomados para a prescrição de exercício
físico para pacientes infectados com o HIV, e grande parte deles é recomendada pelo Colégio Americano
de Medicina do Esporte (ACSM, 2000). Alguns exemplos são: medicações adicionais ao tratamento,
efeitos psicológicos colaterais, função gastrointestinal piorada (especialmente diarreia), complicações
neurológicas (neuropatia periférica), letargia, fadiga, anemia, toxicidade mitocondrial e miopatia (LYLES
et al., 2007).

Algumas outras condições especiais devem ser consideradas, como:

• Caquexia: a caquexia da aids é uma síndrome que leva à perda de peso acentuada não intencional
e, em geral, ocorre na fase avançada da infecção por HIV. É caracterizada por um IMC < 20 kg/m2
ou > 5-15% de perda de peso recente (GOLD et al., 2006).

• Lipodistrofia: o tratamento medicamentoso de alta dosagem recebido pelos indivíduos com o HIV
pode levar à lipodistrofia, caracterizada pela redistribuição dos estoques de gordura dos braços,
das pernas e da face para a região abdominal e cervical (LYLES et al., 2007).

• Dislipidemia: o tratamento medicamentoso de alta dosagem recebido pelos indivíduos com o HIV
também está associado à hipercolesterolemia, ao LDL aumentado, à hipertrigliceridemia e ao HDL
(KALRA et al., 2011).

• Diabetes: a terapia de alta dosagem também diminui a sensibilidade à insulina e a tolerância à


glicose (KALRA et al., 2011).

• Densidade óssea: o início da terapia está associado à redução de 2 a 6% da densidade óssea nos
primeiros dois anos (MCCOMSEY et al., 2010).

• Risco de doença cardiometabólica: a incidência de doença arterial coronariana e periférica


aumenta em indivíduos com HIV, principalmente quando associada ao tratamento de alta
dosagem. Fatores de risco como hiperlipidemia, estresse oxidativo, baixa tolerância à glicose e
resistência aumentada à insulina, acúmulo de gordura visceral, inflamação secundária ao HIV e os
efeitos de todas as drogas antirretrovirais contribuem para o risco de doença cardiometabólica.

8.1.6.2 Prescrição do exercício físico

As metas primárias (dependendo do estágio da doença) para prescrever o exercício físico para indivíduos
com o HIV são: melhorar a qualidade de vida, a tolerância ao esforço físico e a função neuromuscular;
diminuir o risco de doença cardiometabólica; e promover efeitos positivos a longo prazo.

Adicionalmente, pode-se considerar objetivos a curto e longo prazo, individualizados, baseados nas
anamneses e entrevistas objetivas e subjetivas. Além disso, pode-se considerar:

• as limitações funcionais e as preferências pessoais dos indivíduos;

149
Unidade III

• a disponibilidade de equipamentos e tempo para o treino;

• o efeito dose-resposta ao exercício (meta desejada), o tipo de exercício, a intensidade, duração e


frequência do treinamento e a coordenação entre os membros da equipe multidisciplinar (HASKELL
et al., 2007).

Quanto à frequência

A maioria dos estudos determinou que a frequência mínima de três vezes foi suficiente para o sucesso do
treinamento em pacientes com HIV positivo (TERRY et al., 2006). Em contrapartida, poucos estudos mostram
sucesso no treinamento com frequência menor que duas vezes por semana (SCOTT‑SHELDON et al., 2008).

Quanto à intensidade

O treinamento aeróbio está associado a adaptações em várias das capacidades funcionais relacionadas
com o transporte e a utilização do oxigênio. As mais evidentes são as adaptações metabólicas e
cardiopulmonares. Para essa variável, recomenda-se de 40% a 60% da frequência cardíaca de reserva
para indivíduos com HIV positivo. Pode-se utilizar intensidade baixa, moderada e alta, mas a maioria dos
estudos recomenda a intensidade moderada (O’BRIEN et al., 2010).

Tabela 25 – Intensidade para a prática de exercício físico

Intensidade relativa Intensidade absoluta


% FCR ou % % PSE Borg Jovens Meia-idade Idosos
Intensidade METs
% VO2R FC máx VO2 máx (6-20) (20-39 anos) (40-64 anos) (≥ 65 anos)
Muito leve < 30 < 57 < 37 <9 < 2,0 < 2,4 < 2,0 < 1,6
Leve 30-39 57-63 37-45 9-11 2,0-2,9 2,4-4,7 2,0-3,9 1,6-3,1
Moderada 40-59 64-76 46-63 12-13 3,0-5,9 4,8-7,1 4,0-5,9 3,2-7,7
Vigorosa 60-89 77-95 64-90 14-17 6,0-8,7 7,2-10,1 6,0-8,4 4,8-6,7
Próximo do ≥ 90 ≥ 96 ≥ 91 ≥ 18 ≥ 8,8 ≥ 10,2 ≥ 8,5 ≥ 6,8
máximo – máximo
FC = frequênca cardíaca; FCR = frequência cardíaca de reserva; VO2 = consumo de oxigênio; VO2R = consumo de oxigênio de
reserva; MET = equivalente metabólico.

A intensidade do treinamento de força pode ser medida pela porcentagem de repetição máxima  (RM).
A  maior parte das prescrições varia entre 50% e 60% de 1 RM e aumenta progressivamente para intensidades
maiores – de 75% a 80% de 1 RM depois de 4 a 12 semanas (BHASIN et al., 2000). Treinamentos de alta
intensidade (acima de 85%) não parecem ter efeitos negativos (KALRA et al., 2011). A recomendação final,
portanto, varia entre 60% e 80% de 1 RM ou 2 a 3 séries de 8 a 10 repetições (DOLAN et al., 2006).

Quanto à duração

A duração de uma sessão de exercícios depende da intensidade e do objetivo do exercício físico.


Sessões de exercícios com intensidade mais alta, em geral, são menos duradouras e produzem resultados

150
ATIVIDADE MOTORA APLICADA A POPULAÇÕES ESPECIAIS

positivos, assim como os de intensidade moderada e mais duradouros. Para indivíduos infectados com
o vírus HIV, recomendam-se, no mínimo, 20 minutos de exercício em estado de equilíbrio (BAIGIS et
al., 2002). A duração recomendada, portanto, varia entre 30 e 45 minutos. A duração de uma sessão
de treinamento de força pode variar de acordo com o número de exercícios incluídos, além de com o
número de repetições e séries.

8.2 Câncer

8.2.1 Características gerais e definição

O câncer (também conhecido como neoplasia) é um dos principais problemas de saúde pública
nos países em desenvolvimento, como o Brasil. As estatísticas mais recentes indicam que foram
diagnosticados 14,1 milhões de novos casos de câncer e que 8,2 milhões de mortes ocorreram como
consequência direta dessa doença em 2012, como se pode verificar nas tabelas a seguir:

Tabela 26 – Número de novos casos diagnosticados e número de


mortes em decorrência do câncer em homens em 2012

Tipo de câncer Novos casos Mortes Responsável pelas mortes


Total (todos os tipos) 7.247.100 4.653.400 -
Pulmão, brônquios e traqueia 1.241.600 1.098.700 1º
Próstata 1.111.700 307.500 5º
Cólon e reto 746.300 373.600 4º
Estômago 631.300 469.000 3º
Fígado 554.400 521.000 2º

Adaptada de: Torre et al. (2015).

Tabela 27 – Número de novos casos diagnosticados e número


de mortes em decorrência do câncer em mulheres em 2012

Tipo de câncer Novos casos Mortes Responsável pelas mortes


Total (todos os tipos) 6.663.000 3.548.200 -
Mama 1.676.600 521.900 1º
Cólon e reto 614.300 320.300 3º
Pulmão, brônquios e traqueia 583.100 491.200 2º
Colo do útero 527.600 265.700 4º
Estômago 320.300 254.100 5º

Adaptada de: Torre et al. (2015).

151
Unidade III

Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA, 2005), o câncer pode ser conceituado como um
conjunto de mais de cem doenças que têm em comum o crescimento desordenado (maligno) de células
que invadem os tecidos e órgãos, podendo se espalhar (metástase) para outras regiões do corpo.

De maneira simplificada, é um conjunto de doenças caracterizadas pelo acúmulo de mutações no


genoma de uma célula. Essas mutações induzem mudanças no ambiente celular, que se proliferam,
bem como desenvolvem maior resistência aos mecanismos de morte celular programada (apoptose). O
tumor pode ser definido como um amontoado disfuncional dessas células. Porém, atualmente, o câncer
é entendido como um microambiente ideal para a progressão do crescimento tumoral por meio dos
elementos celulares que o compõem (BERTUZZI et al., 2017). Esses elementos podem vir da interação
das células geneticamente modificadas com as células normais, assim como com os fibroblastos, das
células do sistema imune, dos vasos sanguíneos e de diferentes moléculas produzidas localmente ou
provenientes da capilarização (ONUCHIC; CHAMMAS, 2010).

Assim, após uma alteração no DNA (nosso material genético), as células cancerosas começam a se
dividir descontroladamente, podendo se multiplicar por outros tecidos, e formam tumores ou neoplasias
malignas que afetam o funcionamento do corpo, utilizando energia e nutrientes acima do normal e se
concentrando fora das células normais.

No processo de evolução da doença, as células tumorais sofrem inúmeras alterações biológicas


fundamentais, conhecidas como hallmarks do câncer. Inicialmente, havia seis desses marcadores (os seis
primeiros da lista a seguir) (HANAHAN; WEINBERG, 2000), mas, hoje, outros já foram adicionados. Uma
estrutura lógica comum entre as diferentes neoplasias (HANAHAN; WEINBERG, 2011):

• Sinalização de proliferação sustentada.

• Resistência a supressores de crescimento.

• Resistência a apoptose.

• Potencial replicativo ilimitado.

• Angiogênese sustentada.

• Invasão tecidual e metástase.

• Instabilidade do genoma celular.

• Inflamação.

• Reprogramação do metabolismo energético.

• Evasão da destruição pelo sistema imune.

152
ATIVIDADE MOTORA APLICADA A POPULAÇÕES ESPECIAIS

Com base nesses hallmarks, tem-se investido em ciência para o desenvolvimento de novos
tratamentos. Porém, mesmo com os avanços tecnológicos e a maior acessibilidade de indivíduos ao
tratamento do câncer, dois assuntos continuam em discussão: o crescimento e a epidemia mundial do
câncer e a qualidade de vida desses indivíduos.

Quanto ao primeiro assunto, discute-se o número de casos de câncer que serão diagnosticados
nos próximos anos, o que fará dessa doença uma epidemia mundial, exigindo, assim, uma maior ação
preventiva na sociedade atual.

O segundo assunto, a qualidade de vida desses indivíduos, evidencia a importância do entendimento


da diferença entre a expectativa de vida e a qualidade de vida: nem sempre o aumento da longevidade
vem acompanhado de um aumento na qualidade de vida do indivíduo.

Além da própria neoplasia, a maioria dos tratamentos cirúrgicos aplicados, quimioterápicos e/ou
radioterápicos, tem efeito prejudicial na saúde do indivíduo, podendo levar a uma série de morbidades
associadas ao câncer, que diminuem drasticamente a qualidade de vida do indivíduo. Dois exemplos
são a caquexia (ALVES et al., 2015) e a toxicidade cardiovascular induzida pelos quimioterápicos. São
necessárias, assim, estratégias para atenuar essas comorbidades e aumentar a qualidade de vida, como
o exercício físico (BERTUZZI et al., 2017).

Variantes da Requerendo menos


célula tumoral fatores de crescimento
Não antigênico

Invasivo

Célula Célula Metastático


normal Alteração tumoral
induzida Tumor maligno
por carcinógenos sólido humano
Expansão
clonal das
variantes celulares
sobreviventes

Proliferação de Heterogeneidade
Transformação Progressão células das variantes
geneticamente instáveis das células tumorais

Figura 52 – Proliferação das células tumorais e geração de heterogeneidade. Novos subclones


surgem dos descendentes da célula originalmente transformada por múltiplas mutações

É importante ressaltar que, segundo as políticas e ações para prevenção do câncer no Brasil (INCA,
2009), o avanço dessa doença, na maior parte das vezes, se dá por fatores externos, que envolvem aspectos
físicos, ambientais, econômicos e sociais, compondo um complexo sistema conceitual que engloba desde
os aspectos individuais – caracterizados pela maior acessibilidade na tomada de consciência sobre o que
pode aumentar o risco de desenvolver o câncer – até a escolha na adoção de hábitos saudáveis e as
condições econômicas que possibilitam a efetivação dessa escolha.
153
Unidade III

As alterações imunológicas, as mutações hereditárias e as infecções prolongadas por vírus e bactérias,


consideradas fatores internos causadores do câncer, são, muitas vezes, resultados das influências
externas do meio a que o indivíduo está submetido, evidenciando que, além da genética e das questões
biológicas, o comportamento – incluindo a alimentação saudável e a higiene – também é um fator
importante a ser considerado na prevenção do câncer (INCA, 2009).
Agentes adquiridos (ambientais)
que provocam dano ao DNA:
— Substâncias químicas
— Radiação
— Vírus

CÉLULA NORMAL

Reparo do DNA bem-sucedido

Dano ao DNA

Falha de
reparo do DNA Mutações herdadas em:
— Genes que afetam
o reparo do DNA
— Genes que afetam o
Mutações no crescimentos celular
genoma das ou a apoptose
células somáticas

Ativação de Inativação de Alterações nos


oncogenes promotores genes supressores genes que
do crescimento de tumor regulam a apoptose

Proliferação celular desregulada Apoptose diminuída

Expansão clonal

Angiogênese
Mutações adicionais
Escape
da imunidade
Progressão tumoral

Neoplasma maligno

Invasão e metástase

Figura 53 – Esquema simplificado das bases moleculares do câncer

Um tumor benigno significa uma massa localizada de células que se multiplicam vagarosamente e
se assemelham ao seu tecido original e que, raramente, constituem um risco de morte.
154
ATIVIDADE MOTORA APLICADA A POPULAÇÕES ESPECIAIS

As causas do câncer podem ter origem ambiental (fatores estruturais externos do ambiente e estilo
de vida das pessoas) ou genética. De todos os casos de câncer, de 80% a 90% estão relacionados a fatores
ambientais. O tabagismo, por exemplo, é um fator de risco para o câncer de pulmão, e a exposição solar
excessiva é um fator de risco para o câncer de pele.

O processo de envelhecimento aumenta a suscetibilidade para o câncer, pois as pessoas ficam


expostas por mais tempo aos diferentes fatores de risco. Os fatores de risco ambientais para o
câncer são denominados de cancerígenos ou carcinógenos, e o surgimento da doença depende da
intensidade e duração da exposição aos agentes causadores. Fatores ambientais, como a exposição
à água, à terra e ao ar, o ambiente ocupacional (indústrias químicas e afins), o ambiente de consumo
(alimentos, medicamentos) e o ambiente social e cultural (estilo de vida), formam os diversos meios
nos quais o câncer pode ocorrer. São raros os casos de câncer que se devem exclusivamente a
fatores hereditários, familiares e étnicos.

8.2.2 Efeitos do exercício físico

Como já mencionado, a formação de uma neoplasia (carcinogênese) é um processo extremamente


complexo (HANAHAN; WEINBERG, 2011). Os genes são pequenas partes do DNA que orientam todas as
funções celulares; porém, quando uma célula é danificada e os mecanismos de reparo falham, os genes
podem ser alterados, e a célula passa a se dividir descontroladamente, produzindo células cancerosas.
Os agentes indutores desses danos podem ser químicos, físicos ou patológicos. Além disso, podem ser
iniciadores ou promotores. Um exemplo de agente iniciador é a radiação solar: quando um indivíduo se
expõe por longo tempo à radiação solar, é gerado um processo inflamatório no qual ocorre uma série
de alterações celulares locais. A longo prazo, a radiação pode ser, portanto, um iniciador do tumor. Já
os agentes promotores não causam danos diretamente, mas atuam sobre as células já danificadas pelo
agente iniciador. Um bom exemplo seria o consumo de álcool.

O desenvolvimento dos tumores também é influenciado pelos componentes genéticos individuais.


Um sujeito pode ser mais ou menos suscetível a um determinado agente iniciador de carcinogênese.
A partir disso, fica mais fácil compreender a relação entre atividade/inatividade física versus o possível
aparecimento de um câncer. É muito relevante o número de evidências que sustentam o efeito preventivo
da atividade física em diferentes tipos de câncer, principalmente o câncer de endométrio, cólon, próstata
e mama (FRIEDENREICH; NEILSON; LYNCH, 2010; NEILSON et al., 2009).

8.2.2.1 Neoplasias de mama

Existem vários mecanismos que tentam explicar o efeito benéfico preventivo do treinamento físico
no desenvolvimento do câncer. Em mulheres na pós-menopausa, o câncer de mama é o mais prevalente;
assim, a prática de atividade física é altamente recomendada para a sua prevenção. Sabe-se que os
níveis elevados do IMC e do hormônio estrona, produzidos a partir da androstenediona, são fatores de
risco para o câncer de mama. Em contrapartida, os estudos epidemiológicos demonstram que a prática
regular de atividade física apresenta relação inversa a esses dois fatores. Assim, os mecanismos mais
prováveis pelos quais a prática regular de atividade física diminui os riscos de câncer de mama são
indiretos, diminuindo os níveis de estrona e alterando o IMC (NEILSON et al., 2009).
155
Unidade III

8.2.2.2 Neoplasias colorretais (cólon)

O câncer colorretal, um dos tipos de maior incidência, atinge o cólon (o intestino grosso e o reto).
Esse tipo de câncer é tratável e frequentemente curável quando localizado precocemente no intestino.
Os principais fatores de risco são:

• idade acima de 50 anos;

• história familiar de câncer de cólon e reto;

• história pessoal pregressa de câncer;

• dieta com alto teor de gordura;

• inatividade física;

• obesidade.

Esse tipo de câncer também foi muito estudado e apresenta menor incidência em indivíduos ativos
(FRIEDENREICH; ORENSTEIN, 2002). Na literatura, dados comprovam a redução de até 80% do risco
desse tipo de câncer através da atividade física: 1.000 kcal de gasto energético por semana podem
reduzir o risco em até 50% (FRIEDENREICH; ORENSTEIN, 2002; HAURET et al., 2004). A prática da
atividade física contribui para a diminuição do tempo do trânsito gastrointestinal, incrementando o
peristaltismo, reduzindo o tempo do decréscimo na segmentação fecal, ajudando a mover o bolo fecal
ao longo do cólon e contribuindo para a redução do contato de potenciais agentes carcinogênicos com
a mucosa do cólon. Além disso, a atividade física leva à redução da hiperinsulinemia (FRIEDENREICH,
2001) e a mudanças nas prostaglandinas (COLDITZ; CANNUSCIO; FRAZIER, 1997) e na função imune
(HOFFMAN‑GOETZ, 1994), todas essas associadas ao desenvolvimento do câncer de cólon.

Saiba mais

Para conhecer mais sobre a relação da alimentação com o


desenvolvimento de câncer, a seguinte leitura é recomendada:

GUL, K.; SINGH, A. K.; JABEEN, R. Nutraceuticals and functional foods:


the foods for the future world. Critical Reviews in Food Science and
Nutrition, v. 56, n. 16, p. 2617-2627, Dec. 2016.

É importante destacar que a redução das chances do desenvolvimento do tumor nessa região é
sustentada mesmo quando comparada entre indivíduos fisicamente ativos e pessoas sedentárias que
apresentam o mesmo IMC. Na pesquisa por casos clínicos mais graves, a associação passa a ser ainda mais
forte. Em outras palavras, a chance de indivíduos que praticaram atividade física regular durante toda a
sua vida apresentarem uma grave neoplasia de cólon é muito baixa (WOLIN; COLDITZ; PROCTOR, 2011).
156
ATIVIDADE MOTORA APLICADA A POPULAÇÕES ESPECIAIS

8.2.2.3 Outros tipos de neoplasias e outros benefícios associados

Pode-se observar que grande parte dos efeitos da atividade física é preventiva para vários tipos
de câncer. Um estudo de Friedenreich (2001) mostrou que de 9% a 19% de todas as neoplasias são
atribuídas diretamente à inatividade física no continente europeu.

No que diz respeito a neoplasias do sistema respiratório, em um estudo de metanálise que considerou
12 estudos independentes e alguns de casos de indivíduos com câncer de pulmão, a prática de atividade
física também apresentou estreita associação com os casos de câncer (ZHONG et al., 2016).

Observação

A metanálise é uma técnica estatística desenvolvida para integrar os


resultados de diferentes estudos.

Outros efeitos indiretos do exercício físico também são de extrema relevância. Adamsen et al.
(2003) demonstraram um aumento da capacidade aeróbia após seis semanas de treinamento de força,
combinado com exercício aeróbio com intensidade de 60% a 100% da FCmáx em bicicleta ergométrica,
durante o tratamento de pacientes com diversos tipos de câncer. Battaglini et al. (2009) evidenciaram a
melhora da capacidade cardiorrespiratória em dez pacientes com leucemia.

Muitos estudos também relatam um aumento da força muscular em indivíduos com câncer. Entre
eles, Adamsen et al. (2003) demonstraram um aumento da força muscular em pacientes com diversos
tipos de câncer. Schneider et al. (2007) realizaram um estudo com 270 pacientes com câncer de mama
ou próstata, sobreviventes de câncer, durante e após o tratamento, tendo observado uma melhora
significativa na força muscular.

Outros efeitos positivos podem incluir os benefícios no sistema imune, a redução da fadiga e a
melhora da qualidade de vida.

8.2.3 Prescrição do exercício físico

A maioria dos estudos indica que o exercício físico é uma intervenção segura e bem tolerada para
indivíduos com doença sob tratamento, tanto durante quanto após o tratamento medicamentoso.
Contudo, pacientes com câncer, em geral, têm idade mais avançada, apresentando outras comorbidades
associadas ao envelhecimento, além de receber diversas terapias citotóxicas sistêmicas e locais, que
podem aumentar o risco de complicações relacionadas ao exercício físico, principalmente em indivíduos
sedentários (SWEEGERS et al., 2018).

É importante, portanto, incorporar no programa de exercícios uma anamnese detalhada associada


ao exame clínico do oncologista. Um histórico cuidadoso e um exame físico que avalie sinais e sintomas
cardíacos, pulmonares, neurológicos e musculoesqueléticos são necessários para assegurar a segurança
do programa de exercícios.
157
Unidade III

As diretrizes do ACSM (SCHMITZ et al., 2010) recomendam que pacientes com câncer participem de,
no mínimo, 150 minutos de exercício físico de intensidade moderada (caminhada leve, natação leve) ou
75 minutos de exercício físico intenso (corrida, trote, natação intensa).

No entanto, essa recomendação pode ser considerada uma meta a longo prazo e não é aconselhada
para indivíduos sedentários em uma prescrição inicial, durante ou imediatamente após a terapia
citotóxica. O segredo para prescrições seguras e efetivas nessa população é a individualização do
programa, adaptado às necessidades do indivíduo. Indivíduos com câncer, portanto, devem receber
atenção especial quanto às variações patofisiológicas da doença, ao gerenciamento terapêutico e ao
prognóstico das malignidades e características individuais.

Além disso, as prescrições individualizadas podem ser utilizadas na maioria dos cenários se
os princípios fundamentais da prescrição de exercícios forem seguidos de maneira adequada,
como a frequência (sessões por semana), a intensidade (nível de esforço para cada sessão), o
tempo (duração da sessão) e o tipo (modalidade de exercício). Nas prescrições individualizadas,
a questão inicial a ser considerada é o comportamento atual em relação à prática de exercícios
físicos. Os indivíduos que já são praticantes de exercícios com a frequência e a intensidade
recomendadas pelo ACSM são aconselhados a manter essa quantidade mínima, suficiente para
ter ganhos relacionados à saúde.

O aumento progressivo na quantidade de exercício físico pode promover benefícios adicionais à


saúde. Esses benefícios são alcançados pela variação da intensidade, da frequência, da duração e do
tipo de exercício, que pode ser modificado a cada duas ou três semanas para evitar lesões e estresse
excessivo, melhorando a capacidade cardiorrespiratória.

O mais desafiador da prescrição de exercícios é encontrar a intensidade apropriada. Medidas mais


subjetivas podem ser explicadas aos indivíduos, mas, se possível, recomenda-se utilizar medidas com
maior efetividade, como os cálculos das zonas-alvo de treinamento, que podem ser feitos por equações
ou, preferencialmente, por testes de esforço.

Lembrete

Como visto, os testes de esforço são uma ferramenta muito importante


para a segurança e precisão da prescrição.

O treinamento de força também é importante para manter a massa muscular e prevenir a deterioração
comum nos indivíduos com câncer. A decisão de quando incluir o treinamento de força depende da
necessidade do indivíduo. Em pacientes com câncer sob tratamento relacionado à caquexia, ou quando
o exercício aeróbio é contraindicado, o treinamento de força pode ser considerado o foco central. Em
outros cenários, contudo, ele pode ser apropriado para iniciar o programa de treinamento, uma vez que
o treinamento aeróbio já é parte da atividade habitual de alguns indivíduos.

158
ATIVIDADE MOTORA APLICADA A POPULAÇÕES ESPECIAIS

Resumo

O envelhecimento é um processo dinâmico e progressivo, em que


ocorrem diversas modificações psicológicas, como a perda da capacidade
de adaptação do idoso ao meio, alterações morfológicas, funcionais e
bioquímicas, além do aumento da prevalência de doenças e disfunções
incapacitantes, como a perda do papel social, da renda e da independência.

O envelhecimento conduz o indivíduo a uma maior vulnerabilidade a fatores


intrínsecos e extrínsecos que o predispõem ao risco de morbimortalidade, como
a perda de peso não intencional, o autorrelato de fadiga, a diminuição da força
de preensão, a redução das atividades físicas, a diminuição da velocidade da
marcha, a diminuição das atividades diárias e a diminuição das relações sociais.

O envelhecimento pode ser subdividido e compreendido em três etapas:

1) Envelhecimento primário: natural ou senescência, uma característica


genética típica da espécie.

2)
Envelhecimento secundário (ou envelhecimento patológico):
refere‑se às diversas doenças, que não se confundem com o processo
normal de envelhecimento.

3) Envelhecimento terciário: também conhecido como terminal, que se


caracteriza por um período de profundas perdas físicas e cognitivas,
ocasionadas pelo acúmulo dos efeitos do envelhecimento e por
patologias dependentes da idade.

O envelhecimento promove uma série de alterações no corpo a


partir dos 40 anos de idade. Perdem-se tônus e fibras musculares, e
iniciam‑se a degeneração dos discos intervertebrais, o desequilíbrio entre
os músculos do quadril e os membros inferiores e as compensações,
como o relaxamento, que pode ocorrer no tendão do tibial medial, o qual
fará acentuar a diminuição do arco plantar, além do aumento do tecido
adiposo, que tende a se depositar nos compartimentos omentos na região
perirrenal (em torno dos rins). O tecido adiposo diminui nos membros e
aumenta no tronco, o teor total de água do corpo diminui por perda
de água intracelular, levando à diminuição da relação fluido intracelular
para o extracelular. O potássio total, que, na maior parte, é intracelular,
também diminui.

Os exercícios físicos regulares podem retardar muitas dessas perdas e


compensações, e, se o idoso for avaliado e a prescrição for direcionada, os
benefícios são ainda mais eficazes.

159
Unidade III

Os exercícios físicos regulares, como os aeróbios, são fundamentais


para manter a eficácia do metabolismo oxidativo e auxiliar no maior
gasto energético.

Os exercícios de fortalecimento dos grupos musculares do tronco e os


que diminuem a pressão interna do abdômen são essenciais para evitar
o acúmulo de gordura visceral e no peritônio. Esses exercícios, quando
associados a uma reeducação alimentar adequada, podem gerar, em muitos
casos, a diminuição dessa gordura.

As recomendações para a prática de exercícios são: para atividades


moderadas, acumular, pelo menos, de 30 a 60 minutos por dia, um total
de 150 a 300 minutos por semana; realizar de 20 a 30 minutos ou mais,
por dia, de intensidade vigorosa, para um total de 75 a 150 minutos por
semana. É importante lembrar que treinar menos que 3 vezes aumenta o
risco por excesso de carga por intensidade do treinamento.

As contraindicações são: PAS > 200 mmHg ou PAD > 110 mmHg em
repouso; queda da PA ortostática > 20 mmHg com sintomas; hipotensão
ao esforço maior que 15 mmHg; angina instável; arritmias não controladas;
estenose aórtica crítica ou sintomática; doença aguda ou febre; frequência
cardíaca de repouso > 120 bpm; insuficiência cardíaca descompensada;
bloqueio atrioventricular de 3º grau sem marcapasso; pericardite ou
miocardite em curso; depressão de segmento ST maior que 2 mV em
repouso; problemas ortopédicos graves que proíbam os exercícios resistidos;
e cardiomiopatia hipertrófica.

O HIV é responsável pela contaminação de mais de 76 milhões de


pessoas, infectadas pelo vírus desde o início da epidemia até 2017, e pela morte
de mais de 14 milhões de pessoas no mundo. A aids é uma doença causada
pela infecção do HIV, que pode provocar imunossupressão profunda e um
consequente quadro de infecções oportunistas, neoplasmas secundários e
distúrbios neurológicos.

Progressivamente, o HIV leva à falência do sistema imunológico


do indivíduo, trazendo, como consequência, a perda da capacidade de
resposta do organismo diante de agentes como vírus, bactérias e outros
microrganismos. Os pacientes que vivem com o HIV podem apresentar,
também, alta prevalência de alterações da densidade mineral óssea, como
osteoporose e osteopenia.

É de grande importância que os profissionais da área da saúde


entendam os efeitos do exercício físico como terapia coadjuvante e
complementar em indivíduos infectados com HIV. O exercício físico
160
ATIVIDADE MOTORA APLICADA A POPULAÇÕES ESPECIAIS

parece diminuir efetivamente alguns efeitos colaterais associados ao


estresse fisiológico da infecção pelo vírus, melhorar o perfil lipídico e
reduzir o risco de doença cardiovascular.

A prescrição do exercício deve ser individual e levar em consideração o


nível de aptidão física relacionada à saúde, ao estágio da doença e ao esquema
terapêutico (medicação) e seus efeitos adversos. Devem ser considerados
alguns cuidados complementares, como: medicações adicionais ao
tratamento, efeitos psicológicos colaterais, função gastrointestinal piorada
(especialmente diarreia), complicações neurológicas (neuropatia periférica),
letargia, fadiga, anemia, toxicidade mitocondrial e miopatia.

As metas da prescrição devem incluir a melhora da qualidade de vida, a


tolerância ao esforço, a força e a redução do risco de doença cardiometabólica.
Recomenda-se uma frequência mínima de 3 sessões semanais de exercício
aeróbio de intensidade moderada, com duração mínima de 20 minutos no
steady state, o que faz, em média, a duração da sessão ser de 30 a 45
minutos. Exercícios de força também são recomendados, iniciando com
intensidade moderada e progredindo para intensidades maiores ao longo
do programa de exercícios.

O câncer (também conhecido como neoplasia) é um dos principais


problemas de saúde pública nos países em desenvolvimento, como o Brasil.
Trata-se de um conjunto de doenças caracterizadas pelo acúmulo de
mutações no genoma de uma célula. Essas mutações induzem mudanças
no ambiente celular, que se proliferam, bem como desenvolvem maior
resistência aos mecanismos de morte celular programada (apoptose). O
tumor pode ser definido como um amontoado disfuncional dessas células.

É importante ressaltar que, segundo as políticas e ações para prevenção


do câncer no Brasil (INCA, 2009), o avanço dessa doença, na maior parte
das vezes, se dá por fatores externos, que envolvem aspectos físicos,
ambientais, econômicos e sociais. Nesse contexto, há muitas evidências que
sustentam o efeito preventivo da atividade física em diferentes tipos de
câncer, principalmente no câncer de endométrio, cólon, próstata e mama.

Na maioria das vezes, o exercício físico é uma intervenção segura e


bem tolerada para indivíduos com doença sob tratamento, tanto durante
quanto após o tratamento medicamentoso. Contudo, pacientes com câncer,
em geral, têm idade mais avançada, apresentando outras comorbidades
associadas ao envelhecimento, além de receber diversas terapias citotóxicas
sistêmicas e locais, que podem aumentar o risco de complicações
relacionadas ao exercício físico, principalmente em indivíduos sedentários.

161
Unidade III

As diretrizes do ACSM recomendam que pacientes com câncer


participem de, no mínimo, 150 minutos de exercício físico de intensidade
moderada (caminhada leve, natação leve) ou 75 minutos de exercício físico
intenso (corrida, trote, natação intensa). O treinamento de força também é
importante para manter a massa muscular e prevenir a deterioração comum
nos indivíduos com câncer. A decisão de quando incluir o treinamento de
força depende da necessidade do indivíduo. Em pacientes com câncer
sob tratamento relacionado à caquexia, ou quando o exercício aeróbio é
contraindicado, o treinamento de força pode ser considerado o foco central.

A prescrição, portanto, deve ser individualizada e específica ao indivíduo,


considerando-se os diversos aspectos, que incluem o tipo de câncer e o tipo
de tratamento do indivíduo, além de comorbidades associadas.

Exercícios

Questão 1. (Enade 2004, adaptada) O Sr. João tem 67 anos, é sedentário e não apresenta problemas de
saúde. Por recomendação médica, decidiu iniciar um programa de exercícios físicos. Assim, o profissional
de Educação Física que ele procurar deve indicar a realização de exercício(s):

I – Anaeróbio láctico, em uma pista de atletismo, para provocar maior resistência nas tarefas do dia
a dia.

II – De força dinâmica, na musculação, para prevenir ou retardar a osteopenia∕osteoporose e


a sarcopenia.

III – Aeróbios, na esteira ou na bicicleta, para aumentar o VO2 máx.

É correto apenas o que se destaca em:

A) I, II e III.

B) I e II.

C) II e III.

D) III.

E) I.

Resposta correta: alternativa C.

162
ATIVIDADE MOTORA APLICADA A POPULAÇÕES ESPECIAIS

Análise das afirmativas

I – Afirmativa incorreta.

Justificativa: um treinamento com característica anaeróbia láctica, em uma pista de atletismo, não
irá provocar maior resistência nas tarefas do dia a dia.

II – Afirmativa correta.

Justificativa: ao longo dos anos, os idosos perdem força muscular e massa óssea e
muscular. O treinamento de força dinâmica, na musculação, pode prevenir ou retardar a
osteopenia∕osteoporose e a sarcopenia.

III – Afirmativa correta.

Justificativa: ao longo dos anos, os idosos diminuem o VO2 máx. Os exercícios aeróbios, na esteira ou
bicicleta, podem aumentá-lo.

Questão 2. (Enade 2016, adaptada) Integram uma equipe multiprofissional que trabalha em
um asilo com idosos institucionalizados uma profissional de Educação Física, um enfermeiro, uma
nutricionista, dois médicos, dois fisioterapeutas e uma terapeuta ocupacional. Na reunião semanal da
equipe, os integrantes discutem sobre a mobilidade e a aptidão física dos idosos, e a profissional de
Educação Física explica que, ao longo da vida, o organismo humano apresenta um nível de aptidão
física que, normalmente, aumenta até a metade da quarta década de vida e, depois, segue em declínio.
Ela apresenta, então, o gráfico a seguir, que mostra o resultado de uma coleta de dados sobre o nível
de força muscular ao longo da vida como um dos componentes da aptidão física, aferido por meio de
dinamômetro de pressão manual, em pessoas fisicamente ativas de ambos os gêneros.
50
45
40
pressão manual (kgf)

35
Força isométrica de

30
Masculino
25 Feminino
20
15
10
5
0
10 20 30 40 50 60 70
Idade (anos)

Figura 54

Fonte: GOBBI, S.; VILLAR, R.; ZAGO, A. S. Bases teórico-práticas do


condicionamento físico. Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan, 2005. Adaptada.

163
Unidade III

Considerando as informações apresentadas e a perspectiva básica de trabalho do profissional de


Educação Física que atua com idosos e integra a equipe multiprofissional, avalie as afirmativas a seguir
e a relação proposta entre elas.

I – Com o avanço da idade, o declínio do nível de força muscular ocorre de forma mais acentuada
após os 30 anos.

PORQUE

II – Ao envelhecer, as pessoas deixam de praticar exercícios físicos com volumes e intensidades


eficazes para impedir o declínio da força muscular.

A respeito dessas afirmativas, assinale a opção correta:

A) A afirmativa I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa.

B) As afirmativas I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I.

C) As afirmativas I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa correta da I.

D) A afirmativa I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira.

E) As afirmativas I e II são proposições falsas.

Resolução desta questão na plataforma.

164
FIGURAS E ILUSTRAÇÕES

Figura 1

GRAFICO1.JPG. Disponível em: <http://portalarquivos2.saude.gov.br/images/jpg/2016/setembro/16/


grafico1.jpg>. Acesso em: 27 mar. 2019.

Figura 2

TALANIAN, J. L. et al. Two weeks of high-intensity aerobic interval training increases the capacity for
fat oxidation during exercise in women. Journal of Applied Physiology, v. 102, n. 4, p. 1443, 2007.

Figura 3

ORMSBEE, M. J. et al. Fat metabolism and acute resistance exercise in trained men. Journal of Applied
Physiology, v. 102, n. 5, p. 1770, May 2007.

Figura 4

INTERNATIONAL DIABETES FEDERATION (IDF). IDF diabetes atlas. 7th ed. 2015. p. 13. Disponível em:
<https://www.idf.org/e-library/epidemiology-research/diabetes-atlas.html>. Acesso em: 31 mar. 2019.

Figura 5

FIG6LEG.JPG. Disponível em: <https://numeb.furg.br/images/stories/diabetes/insulina/fig6leg.jpg>.


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Informações:
www.sepi.unip.br ou 0800 010 9000

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