Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Introdução
Assim, a alta prevalência de sedentarismo na sociedade atual tem sido um grande desafio no
campo da saúde pública, já que esta condição possui um status de fator de risco primário da
morbimortalidade populacional por DCNT.
Nesse contexto, a intervenção da atividade física sistematizada pode colaborar para prevenir
diversas DCNT, além de ajudar a minimizar as complicações clínicas decorrentes desse mal.
Dessa forma, este trabalho tem como objetivo apresentar uma revisão de literatura sobre a
prática da atividade física como meio de intervenção no combate ao sedentarismo.
A prática regular de exercício pode produzir importantes benefícios a curto, médio e longo
prazo, independente se realizada por indivíduos com alguma DCNT ou não (MERCURI;
ARRECHEA, 2001). Esses benefícios são listados a seguir:
Assim, Brum et al (2004) lembram que o exercício físico proporciona diversos efeitos no
organismo após a o seu término.
É importante lembrar as varias formas que são classificadas o exercício físico, assim a
Sociedade Brasileira de Cardiologia no consenso de reabilitação cardíaca apresenta essa
classificação na tabela 1 descrita abaixo.
Denominação Características
Pela via metabólica predominante
Anaeróbio alático Grande intensidade e curtíssima duração
Anaeróbio lático Grande intensidade e curta duração
Aeróbio Baixa ou média intensidade e longa duração
Pelo ritmo
Fixo ou constante Sem alternância de ritmo ao longo do tempo
Variável ou intermitente Com alternância de ritmo ao longo do tempo
Pela intensidade relativa
Baixa ou leve Repouso até 30% do VO² máx. (Borg < 10)
Média ou moderada Entre 30% do VO² e o limiar anaeróbio (Borg 10 a 13)
Alta ou pesada Acima do limiar anaeróbio (Borg 14)
Pela mecânica muscular
Estático Não ocorre movimento e o trabalho é zero
Dinâmico Há movimento e trabalho positivo ou negativo
Fonte: Sociedade Brasileira de Cardiologia - Consenso de Reabilitação Cardíaca
Além dos benefícios fisiológicos, a prática de exercícios físicos regulares acarreta benefícios
psicológicos, tais como: melhor sensação de bem estar, humor e auto-estima, assim como,
redução da ansiedade, tensão e depressão. A implantação de um programa de exercícios físicos
tende a aumentar o estado de saúde dos participantes, diminuindo a dependência, a
ociosidade, favorecendo a socialização, e com isso melhorando sua qualidade de vida. Os
poucos programas de incentivo à prática de atividades físicas desenvolvidos no Brasil tem
trazido avanços nessa área. Um bom exemplo foi o Programa “Agita São Paulo”, que buscou
mostrar a importância da atividade física de intensidade moderada, 30 minutos por dia, de
forma acumulada ou contínua, na maioria dos dias da semana, para a promoção da saúde,
tendo havido especial atenção com o público da terceira idade (FRANCHI e JÚNIOR, 2005).
No caso de indivíduos hipertensos, o exercício físico há algum tempo vêm sendo estudado
com o intuito de incluí-lo como parte do tratamento não-farmacológico. Estudos recentes têm
confirmado o efeito hipotensor do exercício, principalmente em indivíduos hipertensos no
estágio I (OLIVEIRA et al [s/d]). E alguns estudos têm demonstrado que os níveis pressóricos
de um indivíduo hipertenso podem sofrer significativa redução com apenas uma sessão de
exercício físico, e essa redução pode alcançar valores mais evidentes e mais duradouros se o
estímulo, no caso o exercício, for mais prolongado (FORJAZ e NEGRÃO, 2000).
Durante o exercício físico o transporte de glicose na célula muscular aumenta, bem como a
sensibilidade da célula à ação da insulina. Muitos fatores determinam a maior taxa de captação
da glicose durante e após o exercício, mas, sem dúvida, o aumento do aporte sanguíneo é um
importante fator regulador, permitindo a disponibilização deste substrato para a musculatura.
Portanto, indivíduos diabéticos com ausência de insulina ou deficiência na ação deste hormônio
conseguem utilizar glicose para contração muscular durante o exercício, podendo esta utilização
contribuir para a redução da hiperglicemia (IRIGOYEN et al, 2003).
Assim como a atividade física, a promoção da saúde vem se tornando foco de atenção.
Diante disso, fica claro que o exercício físico regular é essencial no combate ao sedentarismo.
Ainda se apresenta como uma alternativa eficaz para o tratamento não farmacológico de
indivíduos com HA, DM e transtornos mentais, desde que seja realizado com orientação de
profissionais qualificados, e que estes se atentem ao tipo de exercício que será realizado, a sua
freqüência, a intensidade e duração