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CRESCIMENTO E
DESENVOLVIMENTO MOTOR
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não necessitar do bombeamento do sangue com alta pressão nos exercícios
aeróbios, como ocorre nos exercícios resistidos (Kura; Tourinho Junior, 2011).
Aumento da frequência ventilatória é uma adaptação aguda que ocorre no
organismo para suportar o aumento da demanda metabólica e trocas gasosas
das células dos músculos que estão sendo utilizados, e recrutamento de fibras
musculares são outras importantes adaptações agudas ao exercício físico, seja
aeróbio ou resistido. A ventilação minuto (VE) aumenta de acordo com o
incremento do volume e da frequência respiratória exigida durante a realização
do exercício físico (Teixeira et al., 2004).
Ugrinowitsch e Tricoli (2010) citam que as adaptações fisiológicas agudas
ocorrem inicialmente no sistema neuromuscular, com a intenção de realizar a
ação motora, gerando ativação do sistema nervoso central, passando pelos
neurônios motores e chegando ao sistema efetor, onde ocorre a contração
muscular. Durante o período de treinamento ao longo do tempo, ocorrem:
hipertrofia, hiperplasia, aumento da velocidade de ativação das unidades
motoras, alteração na composição corporal e dos diferentes sistemas –
adaptações crônicas do organismo.
Em relação às adaptações crônicas do sistema cardiovascular, são
encontradas alterações na estrutura e função, como aumento da espessura da
parede e do tamanho da câmara do ventrículo, ocasionando aumento crônico da
pressão arterial (Kura; Tourinho Junior, 2011). Outra característica indicada é a
diminuição da frequência cardíaca em repouso, principalmente para os treinados
com exercícios aeróbios.
Teixeira et al. (2004) afirmam que o exercício realizado a médio e longo
prazo ocasiona grande adaptação no transporte de oxigênio, decorrente do
aumento do consumo de oxigênio que pode variar entre três e 20 vezes,
dependendo de sua intensidade.
A estrutura corporal também sofre mudanças com o treinamento ao longo
do tempo. Aumento da massa magra e massa óssea e redução de tecido
adiposo são exemplos de alteração na composição corporal do indivíduo.
Fleck e Kraemer (2004) afirmam que as adaptações agudas e crônicas
que ocorrem no organismo dependem das características do exercício aplicado,
tais como frequência, volume, intensidade, intervalo entre sessões e séries.
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TEMA 2 – ADAPTAÇÃO AGUDA DO TREINAMENTO EM CRIANÇAS E
ADOLESCENTES
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2.3 Hormônios tireoidianos
2.4 Cortisol
2.5 Estrogênios
2.6 Testosterona
5
2.7 Insulina
2.8 Leptina
6
3.2 Hormônio antidiurético
3.4 Cortisol
3.5 Testosterona
3.6 Insulina
3.7 Leptina
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Com a entrada na adolescência, o treinamento de força pode ficar mais
evidente. Na primeira fase puberal, com as alterações morfológicas e funcionais
do indivíduo, o recomendado é não sobrecarregar as articulações, podendo
fazer uso de treinamento isométrico, com peso do próprio corpo e pequenas
cargas. Já na segunda fase da puberdade, o corpo do adolescente já está
chegando ao final do processo maturacional, podendo suportar maiores cargas
de treinamento, assemelhando-se às características dos treinos aplicados em
adultos. Nos meninos principalmente, o ganho de força, nessa fase, é muito
satisfatório, por influência da testosterona.
Dessa forma, para crianças até 10 anos de idade, recomenda-se o
treinamento de força feito com o peso do próprio corpo e sessões de
treinamento curtas, para evitar fadiga (Fleck; Kraemer, 1999). Os treinamentos
para púberes entre 11 e 13 anos de idade podem ser feitos com pesos, mas com
pouca resistência. Já para os adolescentes com mais de 14 anos, os treinos com
sobrecarga devem ter aumento de carga de acordo com as características de
maturação biológica e prosseguir em direção ao treinamento realizado por
adultos (Fleck; Kraemer, 1999).
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Alonso e Perroni (2010) afirmam que os maiores índices de lesões
ocorrem no final da adolescência, período em que a intensidade e volume de
treinamento se intensificam devido à cobrança por desempenho nas
competições e busca pela profissionalização. Lesões articulares, como de
tornozelo, joelho, punho e mãos, são as mais comuns (Alonso; Perroni, 2010).
Como fatores de risco, Petri e Lourenço (2003) consideram fatores
extrínsecos (falta de equipamentos adequados, tipo de esporte praticado e carga
de treinamento) e fatores intrínsecos (frouxidão ligamentar, encurtamento
muscular, características psicológicas e doenças fisiológicas). Uma das ações
para prevenir lesões é identificar esses fatores de risco extrínsecos e
intrínsecos, além de exames físicos e avaliações dos indivíduos (Alonso;
Perroni, 2010). Avaliações postural e ortopédica servem para indicar possíveis
lesões preexistentes; avaliação nutricional detecta carência de vitaminas; e
avaliação psicológica pode apontar as características psíquicas e emocionais,
auxiliando o trabalho dos técnicos e professores (Alonso; Perroni, 2010).
Assim sendo, para evitar lesões em crianças e adolescentes, é necessário
que os profissionais envolvidos levem em consideração as características
biológicas maturacionais de cada idade e as especificidades de cada indivíduo
ao planejar e aplicar treinamento sistematizado.
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REFERÊNCIAS
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<https://www.efdeportes.com/efd153/adaptacoes-agudas-e-cronicas-dos-
exercicios-resistidos.htm>. Acesso em: 3 jun. 2019.
PETRI, F. C.; LOURENÇO, A. Lesões traumáticas das crianças nos esportes. In:
COHEN, M.; ABDALLA, R. J. Lesões nos esportes-diagnóstico, prevenção,
tratamento. 1. ed. São Paulo: Revinter, 2003.
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