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PRINCIPAIS ALTERAÇÕES HORMONAIS E


CARDIOVASCULARES DA MULHER ATLETA

Giovana Pereira de Sousa


Universidade de Uberaba - UNIUBE

Julia Rezende Paiva Felix


Universidade de Uberaba - UNIUBE

José Martins Juliano Eustaquio


Universidade de Uberaba - UNIUBE

'10.37885/230211981
RESUMO

Com o propósito de combater o sedentarismo da população, que está cada vez mais cres-
cente, incentivos para a prática de exercício físico regular estão em alta. Nesse contexto, a
participação feminina no esporte vem crescendo exponencialmente nos últimos anos, assim
como estudos relacionados às particularidades da mulher atleta, que é o tema abordado
nesse capítulo. Portanto, sabendo dessas singularidades, é relevante analisar a fisiologia
de mulheres submetidas ao esforço físico de alta intensidade, com destaque às alterações
hormonais e cardiovasculares. O objetivo desse capítulo, realizado através de revisão nar-
rativa, foi descrever essas alterações na mulher atleta.

Palavras-chave: Atleta, Cardiovasculares, Hormônios, Mulher.


INTRODUÇÃO

A participação feminina na prática esportiva aumentou nas últimas décadas (RAO


et al., 2022). Diante disso, aumentaram também os estudos comparativos das adaptações
fisiológicas ao exercício físico entre homens e mulheres com relação a alguns sistemas
orgânicos, com interesse principalmente nos achados fisiológicos da mulher atleta.
O exercício físico promove alterações significativas na fisiologia humana, com destaque
nas mulheres, devido principalmente à complexidade de seus eixos hormonais. Nesse sen-
tido, destaca-se a grande concentração de hormônios sexuais femininos (estrógeno e pro-
gesterona) que são secretados pelos ovários e responsáveis pelas principais peculiaridades
da mulher no contexto do esporte de alto rendimento. Problemas reprodutivos, amenorreia,
retardo puberal, insuficiência lútea, anovulação e osteoporose são alguns dos exemplos de
distúrbios relacionados a essas modificações hormonais (PARDINI, 2001).
Além do endócrino, o sistema cardiovascular também fica sujeito a modificações signi-
ficativas em consequência do treinamento físico contínuo. Ao ser submetido a determinado
esforço físico, o organismo sofre adequações periféricas e centrais, o que possibilita suprir sua
necessidade de oxigênio com mais aptidão. Em suma, a nível periférico, há maior captação
de oxigênio pela musculatura, enquanto a nível central há modificações morfológicas e fisioló-
gicas do coração, que levam a melhora do débito cardíaco (COLOMBO et al., 2014). De uma
forma geral, atletas do sexo feminino exibem menos sinais de remodelação cardíaca adap-
tativa ao exercício em comparação com atletas do sexo masculino (RAO et al., 2022).
Esse capítulo objetivou descrever as principais alterações fisiológicas e suas possíveis
consequências patológicas, a nível endócrino e cardiovascular, das mulheres atletas.

DESENVOLVIMENTO

Alguns efeitos do exercício físico no sistema endócrino

Ciclo menstrual e sistema reprodutor

O ciclo menstrual, assim como o desenvolvimento puberal, são coordenados pelo eixo
hipotálamo-hipófise-gonadal, ou seja, a liberação hipotalâmica do hormônio liberador de
gonadotrofina (GnRH) estimula a síntese do hormônio luteinizante (LH) e hormônio folículo
estimulante (FSH) pela hipófise. Tais hormônios hipofisários são responsáveis pela matu-
ração do folículo ovariano e, juntamente com o estrogênio e a progesterona, promovem
a ovulação e a menstruação. A liberação do GnRH e, consequentemente, do LH e FSH

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ocorrem de forma pulsátil, característica de extrema importância para que o ciclo menstrual
e o desenvolvimento puberal ocorram devidamente (PARDINI, 2001).
A prática de exercícios físicos de alta intensidade promove alterações de sinalizações
neuronais no núcleo arqueado, causando a supressão do GnRH. Sendo assim, os pulsos
necessários desse hormônio para o funcionamento adequado do sistema reprodutor femi-
nino deixam de acontecer, causando hipogonadismo hipogonadotrófico de origem central e,
consequentemente, alterações no ciclo menstrual como amenorreia, retardo puberal e até
infertilidade (SHEEL, 2016).
Constata-se também que é necessário no mínimo 22% de gordura corporal para a
estabilidade do ciclo menstrual e, em casos de jovens que ainda não passaram pela me-
narca, a mínima porcentagem de gordura corporal requerida para que se atinja essa etapa
reprodutora é de 17%, sendo que quantidades inferiores a essas podem causar amenorreia
(GUYTON et al, 2017).
Além disso, outras alterações como insuficiência lútea e anovulação podem ser vis-
tas em mulheres atletas, em consequência da insuficiência de hormônios ovarianos ou da
insensibilidade hipofisária a esses hormônios. Com o objetivo de promover a ovulação, o
estrogênio produzido pelos ovários deve agir na hipófise gerando uma regulação positiva
no hormônio LH, ou seja, o aumento de estrogênio leva ao aumento de LH necessário para
que ocorra a ovulação (MESSINIS et al., 2014).
Existem duas causas mais prováveis para que atletas possam desenvolver anovula-
ção e insuficiência lútea. A primeira se deve a uma insuficiência estrogênica, que leva a
uma falha no estímulo de LH a ter seu pico no meio do ciclo menstrual para que ocorra a
ovulação. A segunda causa ocorre pela insensibilidade da hipófise ao estrogênio, portanto
o problema não está na quantidade do hormônio ovariano, mas sim na glândula que se en-
contra com a sensibilidade reduzida (BULLEN et al., 1985; DE SOUZA et al., 2010).

Sistema musculoesquelético

Na análise do esqueleto da mulher atleta é possível constatar que sua densidade mineral
óssea sofre influência principalmente dos hormônios estrogênio, paratormônio e calcitonina
(CHILIBECK, 2000). As paratireóides são glândulas endócrinas responsáveis pela secreção
de paratormônio, a partir de concentrações de cálcio no sangue. Esse hormônio tem a função
de estimular a reabsorção de cálcio nos rins, no intestino e nos ossos. No tecido ósseo, ele
estimula a atividade de células osteoclásticas, as quais retiram o cálcio dos ossos e o liberam
na circulação. Sendo assim, quando hiperestimulado por exercícios de alta intensidade, esse
hormônio diminui a densidade mineral óssea, predispondo a fraturas (CHILIBECK, 2000).

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Há estudos que comprovam que o hormônio calciorregulador, quando liberado de forma
contínua, possui efeito reabsortivo, ou seja, provoca perda óssea. Porém, quando liberado
de forma intermitente, ele possui efeito anabólico, portanto estimula osteoblastos provocando
aumento da massa óssea. O hipoestrogenismo descrito acima também é um fator estimulante
do paratormônio, portanto a falta do hormônio ovariano potencializa a reabsorção óssea,
resultando em osteoporose em atletas do sexo feminino, assim como é visto em mulheres
na menopausa (PARDINI, 2001).
A calcitonina é um hormônio liberado pela glândula tireóide responsável pela deposição
de cálcio nos ossos, e a vitamina D promove absorção de cálcio a nível intestinal. Ambos
também sofrem influência de exercícios físicos, sendo que seus níveis são aumentados em
exercícios agudos e não intensos, porém não são significativamente afetados por exercícios
crônicos (BABIĆ LEKO et al., 2021).

Sistema tireoidiano

Em relação ao eixo neuroendócrino que controla a liberação dos hormônios tireoidia-


nos, as alterações causadas pelas diferentes modalidades de treinamento físico não são
conclusivas. Diferentes variáveis influenciam a produção desses hormônios durante a prática
esportiva, como temperatura ambiente, hábitos nutricionais e de suplementação, tempo de
coleta do sangue após a prática esportiva, dentre outros fatores que muitas vezes são de
difícil controle na metodologia dos estudos (HACKNEY et al., 2019).
Dois pontos são destacados nos estudos que envolvem hormônios tireoidianos e exer-
cícios físico. A taxa de renovação dos hormônios tireoidianos parece aumentada em atletas,
assim como a sensibilidade tecidual, o que poderia explicar as variações nas taxas hormonais
observadas nos diferentes estudos (HACKNEY et al., 2016; HACKNEY et al., 2019). Outro
dado interessante é que, em situações de estresse, como observado em exercícios de alta
intensidade, o corpo produz um T3 inativo chamado de T3 reversível (rT3) com o objetivo
de poupar energia (CILOGLU et al., 2005; DA SILVA et al., 2022).

Eixo hipotálamo-hipófise-adrenal

Outro eixo influenciado pelo exercício é o hipotálamo-hipófise-adrenal. O hipotálamo


libera o hormônio liberador de corticotrofina (CRF) o qual estimula a liberação de ACTH pela
hipófise. Esse hormônio hipofisário age nas glândulas adrenais estimulando a secreção de
cortisol, conhecido como hormônio do stress. Exercícios de alta intensidade estimulam o
aumento da secreção de cortisol e ACTH, assim como da arginina-vasopressina (AVP), outro
hormônio regulador do ACTH.

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O cortisol quando analisado no âmbito esportivo possui função de catabolizar tecido
muscular e adiposo. No entanto, o corpo humano submetido a treinamento físico desenvolve
mecanismos que protegem os tecidos dos efeitos acentuados do hipercortisolismo, como a
ativação da enzima conversora de cortisol em cortisona (forma inativa do cortisol) (KRAEMER
et al., 2005; KRAEMER et al., 2020).
Os níveis de prolactina circulante aumentam no sangue durante o exercício, com magni-
tude proporcional à intensidade e principalmente em exercícios anaeróbios vigorosos, de alta
intensidade. Se o exercício for de alta intensidade e curta duração, o pico de concentração
hormonal pode ocorrer após o fim do exercício. Porém, os efeitos crônicos do treinamento
esportivos sobre os níveis de prolactina são discordantes na literatura (ROJAS VEJA et al.,
2012; KRAEMER et al., 2020).
Para a manutenção do exercício físico, o organismo precisa reter água e sais minerais.
Com isso, espera-se que o hormônio antidiurético (ADH) aumente durante esforços físi-
cos. No entanto, esse aumento é inversamente proporcional à hidratação da atleta durante
a atividade. Portanto, a manutenção de uma boa hidratação e, consequentemente, de baixa
variação osmótica, garante menores variações do ADH. Além do estado de hidratação, a
duração do exercício também pode alterar o aumento observado. Outro fator relevante pre-
sente na prática esportiva é que a diminuição do metabolismo do ADH, devido a alterações
no fluxo sanguíneo renal e hepático durante o exercício, pode contribuir para o aumento das
concentrações plasmáticas (WADE et al., 1984; HEW-BUTLER et al., 2010).

Sistema cardiovascular

O sistema cardiovascular é outra parte do organismo que apresenta alterações signifi-


cativas com a prática de exercícios físicos regulares e de alta intensidade. Coração de atleta
é um termo empregado às adaptações fisiológicas, que incluem alterações anatômicas e
eletrofisiológicas. No sexo feminino essas modificações são menos pronunciadas, prova-
velmente pela menor quantidade de andrógenos circulantes, comparativamente ao público
masculino, mas também são menos descritas, por razões epidemiológicas relacionadas ao
público de mulheres atletas (COLOMBO et al., 2014; D’ASCENZI et al., 2020).
O sistema cardiovascular tem a importante função de transportar oxigênio para todo o
corpo, incluindo a musculatura esquelética. A quantidade de oxigênio transportada, deno-
minada débito cardíaco, tem relação direta com a demanda exigida. Portanto, o exercício
físico regular promove alterações no organismo visando suprir a demanda de oxigênio, que
se encontra aumentada. O objetivo é aumentar a efetividade da captação de oxigênio, que
acontece através de alterações bioquímicas e celulares na musculatura.

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É importante ressaltar que diferentes modalidades promovem diferentes tipos de adap-
tações, o que está diretamente relacionado à presença de componentes isotônicos e iso-
métricos em diferentes proporções. Nas modalidades que predominam os exercícios isotô-
nicos, como ciclismo, corrida de longa distância e natação há, geralmente, aumento mais
importante do débito cardíaco, enquanto a resistência vascular periférica não sofre grandes
alterações. No caso do exercício em que há predomínio da isometria, como o treinamento
resistido, a resistência vascular periférica é mais alterada, enquanto o débito cardíaco sofre
leve aumento (RAO et al., 2022).
As adaptações descritas no coração de atleta são de origem elétrica, funcional e estru-
tural. Como destaques, observam-se mudanças no sistema de condução e no ritmo, levando
a uma queda da frequência em repouso, além de dilatação das câmaras cardíacas (atriais e
ventriculares), hipertrofia excêntrica do ventrículo esquerdo e aumento do volume sistólico.
Essas alterações podem ser explicadas tanto pela influência da função coordenada do sis-
tema nervoso autônomo, no qual o estímulo do exercício físico leva a uma hiperestimulação
do sistema nervoso parassimpático, quanto pelo habitual aumento do volume sistólico, o
que resulta em um remodelamento do coração (D’ASCENZI et al., 2020; RAO et al., 2022).

Achados comuns em exames cardiológicos complementares na mulher atleta

Atletas do sexo feminino apresentam com maior frequência alterações da repolarização


ventricular, como inversão da onda T principalmente nas derivações anteriores, e sinais ele-
trocardiográficos de hipertrofia ventriculares menos comuns do que em homens (MALHOTRA
et al., 2017; D’ASCENZI et al., 2020). Alguns mecanismos podem explicar essas diferenças
entre homens e mulheres, como diferente conformação torácica, diferenças na colocação
dos eletrodos como resultado do tecido mamário, fatores hormonais e fatores anatômicos.
Na prática, a inversão da onda T nas derivações anteriores também é geralmente prece-
dido por um segmento ST isoelétrico, ao contrário dos homens. Essa característica eletrocar-
diográfica pode ser similar à observada em cardiomiopatias, o que dificulta ainda mais o diag-
nóstico diferencial entre coração de atleta e alterações patológicas (D’ASCENZI et al., 2020).
Outras alterações que são mais frequentes no sexo masculino também podem ser
encontradas em menor proporção em atletas do sexo feminino, como bloqueios atrioventri-
culares de 1° e 2° grau tipo Mobitz I, aumento de voltagem do complexo QRS, arritmia sinu-
sal, ritmo atrial ectópico, ritmo de escape juncional, distúrbio de condução do ramo direito,
repolarização precoce e elevação convexa do segmento ST associado a onda T invertida
em derivações V1, V2, V3 e V4 (COLOMBO et al., 2014).
Em relação aos parâmetros eletrocardiográficos, em geral não há diferenças signifi-
cativas entre os sexos. Em ambos, as arritmias supraventriculares e ventriculares durante

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a fase de esforço e os bloqueios atrioventriculares de 1° e 2° grau (Mobitz I) na fase de
recuperação são comumente encontrados (COLOMBO et al., 2014). As mulheres parecem
apresentar menos proporções de fibrilação atrial em comparação ao público de atletas
masculinos (RAO et al., 2022).
No teste ergométrico e cardiopulmonar os achados fisiológicos nos atletas são dividi-
dos em parâmetros hemodinâmicos e metabólicos, nos quais estão incluídos dados como
frequência cardíaca, pressão arterial, volume sistólico e o VO2 máximo (consumo máximo
de oxigênio). Como destaques, a resposta ao esforço físico nas mulheres caracteriza-se
por aumento da frequência cardíaca semelhante aos homens associada a pressões de pico
sistólica e diastólica mais baixas em comparação aos homens, na presença de frequência
cardíaca máxima comparável. Os determinantes para valores mais baixos de pressão ar-
terial podem estar relacionados ao menor pico absoluto de carga de trabalho, bem como
ao provável menor débito cardíaco absoluto alcançado por mulheres em esforço, além das
diferenças na composição hormonal e corporal (WILHELM et al., 2011).
O coração da mulher tem proporções menores que do homem, o que ocasiona um
volume sistólico em repouso menor e, no exercício, um aumento de volume de forma me-
nos pronunciada. Além disso, o VO2 máximo também é menor em atletas do sexo feminino
(D’ASCENZI et al., 2020).
No ecodopplercardiograma, assim como nos demais exames, os achados são en-
contrados em menor proporção em atletas do sexo feminino em detrimento do masculino.
Portanto, nas mulheres que praticam exercícios físicos crônicos e de alta performance é
comum encontrar alterações típicas do coração de atleta, como cavidade ventricular, septo
e parede posterior do ventrículo esquerdo, massa ventricular esquerda e tamanho atrial
esquerdo aumentados, quando comparados a mulheres sedentárias, porém geralmente em
proporções menores do que os atletas masculinos (PELLICCIA et al., 1996). Em contraste,
estudo recente mostrou que mulheres apresentaram dimensões absolutas das câmaras
ventriculares menores, mas maiores quando pareadas ao tamanho corporal, em comparação
aos homens (D’ASCENZI et al., 2020). Certamente, a modalidade esportiva interfere nesse
padrão de alterações.
A ressonância cardíaca é um exame com excelente resolução espacial e traz a pos-
sibilidade de avaliar informações exclusivas do músculo cardíaco, através da caracteriza-
ção tecidual. É realizada majoritariamente para descartar alterações que tenham cunho
patológico, como na miocardiopatia hipertrófica e nos casos pós miocardite, atualmente
com destaque após a infecção pelo COVID-19, pois é possível visualizar mudanças sutis
na espessura e na contratilidade ventricular, além de detectar áreas de fibrose intersticial
(SCHMIDT et al., 2022).

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CONCLUSÃO

As alterações encontradas nas mulheres submetidas a exercício de alto rendimento


precisam ser conhecidas e estudadas pela comunidade de profissionais da área da saú-
de. Como explicado no capítulo, as principais adaptações encontradas estão diretamente
relacionadas às variações neuroendócrinas e anatômicas do organismo feminino. Trata-se
de um tema que ainda necessita de mais atenção e estudos, porém que tem apresentado
um crescimento importante quanto ao seu conhecimento científico nos últimos anos. Além
disso, essas adaptações devem ser interpretadas de acordo com variáveis importantes e
que podem causar importantes erros de interpretação em estudos, como a influência de
diferentes modalidades esportivas nessas adaptações fisiológicas.

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