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Departamento de Fisiologia e Biofísica – ICB - UFMG

GD1 FIB038– Fisiologia Básica Odontologia (2023/2)


Profa. Aline Rezende Ribeiro de Abreu

Alunos: Amanda Netto Santa Rosa


Laís Eduarda Santana Teixeira
Layssa Morato Teixeira
Luana Mendes Zupo Simões
Maria Eduarda Vilarino Santos
Sara Braga Macedo

1) A síndrome da interrupção da haste hipofisária é um defeito congênito raro


onde ocorre malformação da haste hipofisária e deficiência na secreção de
hormônios hipofisários (ver Journal of Neuroendocrinology, 2017, 29,
10.1111/jne.12451). Considerando-se a importância do sistema hipotálamo-
hipófise para a secreção dos hormônios hipofisários, qual o efeito esperado da
transecção cirúrgica da conexão entre o hipotálamo e a hipófise sobre a
secreção dos hormônios adenohipofisários e neuro-hipofisários? Explique
objetivamente.
A transecção cirúrgica da conexão entre o hipotálamo e a hipófise resultará em uma
interrupção direta da comunicação entre essas duas partes do sistema endócrino. Isso terá
impactos significativos na secreção de hormônios adenohipofisários e neuro-hipofisários:
Hormônios Adenohipofisários: O hipotálamo normalmente secreta hormônios
liberadores e inibidores que controlam a secreção da adenohipófise. Com a interrupção
da conexão, o hipotálamo não conseguirá mais regular a liberação de hormônios
adenohipofisários, como o hormônio do crescimento, hormônio estimulante da tireoide,
hormônio adrenocorticotrófico, entre outros. Isso resultará em uma redução significativa
na produção desses hormônios, levando a disfunções hormonais.
Hormônios Neuro-Hipofisários: A neuro-hipófise armazena e libera hormônios
produzidos no hipotálamo, como a ocitocina e a vasopressina. A transecção cirúrgica da
conexão cortará a via de transporte desses hormônios do hipotálamo para a neuro-
hipófise, resultando em uma diminuição drástica na liberação desses hormônios. Isso
afetará a regulação da pressão arterial, a homeostase de água e eletrólitos, bem como as
funções do útero durante o parto e a amamentação.
Em resumo, a transecção cirúrgica da conexão hipotálamo-hipófise levará a uma
deficiência grave na secreção de hormônios adenohipofisários e neuro-hipofisários,
resultando em uma série de problemas hormonais e fisiológicos.

2) Quais são os dois tipos de retroalimentação existentes e qual a diferença entre


eles? Qual a importância da retroalimentação na regulação hormonal?
Retroalimentação Negativa: É a forma predominante e garante estabilidade. Esse
mecanismo garante uma mudança contrária em relação à alteração inicial, ou seja,
produz respostas que reduzem o estímulo inicial. Por exemplo, quando os níveis de
açúcar em nosso corpo sobem, como quando nos alimentamos, observa-se o aumento da
liberação de insulina. Essa insulina inibirá a liberação de glicose no fígado e estimulará o
acúmulo de glicogênio. Como também, se for ingerida muita melatonina pode gerar o
feedback negativo e a glândula responsável parar de produzir.

Retroalimentação Positiva: O estímulo é recebido e amplificado. Por exemplo, processos


que levam à ruptura de um folículo através da parede ovariana ou expulsão de feto do
útero.

3) Qual o papel da insulina no estado alimentado?


A insulina desempenha um papel fundamental no estado alimentado ao regular os
níveis de glicose no sangue. Após uma refeição, os carboidratos são quebrados em glicose,
a qual é encaminhada aos vasos sanguíneos. Nesse contexto, a insulina é secretada pelo
pâncreas em resposta ao aumento dos níveis de glicose e aminoácidos no sangue e à ação
do parassimpático. Após secretada pelas células B, ela permite que as células do corpo
absorvam a glicose, fornecendo energia para as células e reduzindo os níveis de glicose no
sangue. Além disso, a insulina promove o armazenamento de glicose como glicogênio no
fígado e nos músculos, para uso posterior como fonte de energia.

4) Um medicamento comumente usado para tratar a asma é a dexametasona.


Esta substância é um análago do hormônio cortisol. Como devem estar os
níveis de cortisol de uma pessoa que faz uso crônico de dexametasona? E o
tamanho da adrenal?

Quando usada cronicamente, a dexametasona pode suprimir a produção natural de


cortisol pelo corpo. Isso ocorre porque a dexametasona atua de forma semelhante ao
cortisol, o que faz com que a glândula adrenal, responsável pela produção de cortisol,
diminua sua atividade devido à supressão do feedback negativo. Consequentemente, os
níveis de cortisol no sangue de uma pessoa que faz uso crônico de dexametasona tendem a
ser mais baixos do que o normal. É importante que esse uso crônico seja monitorado por
um médico, pois a interrupção abrupta da dexametasona pode levar a uma insuficiência
adrenal aguda devido à atrofia das glândulas adrenais. Ademais, o uso crônico de
dexametasona pode levar à atrofia das glândulas adrenais, reduzindo seu tamanho. Isso
também é uma razão pela qual a interrupção do medicamento deve ser feita sob orientação
médica, para evitar complicações relacionadas à função adrenal comprometida.

5) Uma mulher de 60 anos de idade procurou assistência médica relatando


cansaço, letargia, diminuição do apetite, queda de cabelo e unhas quebradiças
há alguns meses. Ao exame físico, o médico percebeu um aumento do
tamanho da glândula tireoide e, suspeitando de hipotireoidismo de causa
autoimune (doença de Hashimoto), solicitou dosagens laboratoriais de TSH,
T3 e T4 livre e dos anticorpos antimicrossomais (antiperoxidase ou anti-TPO).
Considerando-se que a suspeita diagnóstica médica de hipotireoidismo
primário foi confirmada, responda como estarão as dosagens séricas de TSH,
T3 e T4 livre, e de anticorpos anti-TPO.

No hipotireoidismo primário, a produção de hormônios T3 e T4 pela


tireoide está reduzida. Em resposta a essa redução, a hipófise aumenta a
produção de TSH na tentativa de estimular a tireoide a produzir mais
hormônios. Portanto, no hipotireoidismo primário, os níveis de TSH geralmente
estão elevados. Concomitantemente, os niveis de T3 e T4 estarão reduzidos,
pois a tireoide não está produzindo esses hormônios em quantidade adequada.
Por fim, o anti-TPO estará elevado, pois esse anticorpo atua contra a TPO,
principal enzima envolvida na síntese de hormônios tireoidianos.

6) Como devem estar os níveis sanguíneos de hormônio paratireoide (PTH),


calcitonina e calcitriol em uma criança que possui dieta com deficiência
severa de cálcio? Quais as principais alterações que se espera encontrar nesta
criança?
Uma criança com uma dieta severamente deficiente em cálcio pode experimentar
várias alterações nos níveis sanguíneos de hormônio paratireoide (PTH), calcitonina e
calcitriol como parte da resposta do corpo à falta de cálcio. A produção de PTH
aumentaria. O PTH é liberado pelas glândulas paratireoides em resposta à baixa
concentração de cálcio no sangue. O aumento do PTH estimularia a liberação de cálcio
dos ossos e a reabsorção de cálcio nos rins, na tentativa de elevar os níveis de cálcio no
sangue. A A produção de calcitonina, que é liberada pela glândula tireoide, normalmente
é estimulada quando os níveis de cálcio no sangue estão elevados. Em uma criança com
deficiência severa de cálcio, a calcitonina não seria produzida em níveis significativos,
pois não há excesso de cálcio para ser regulado. A produção de calcitriol (a forma ativa
da vitamina D) seria estimulada. Isso ocorre porque o corpo tenta aumentar a absorção de
cálcio a partir do trato gastrointestinal para compensar a deficiência de cálcio. O aumento
do calcitriol resultaria em maior absorção de cálcio no intestino delgado.

As principais alterações que se esperariam encontrar nessa criança seriam a


desmineralização óssea, o aumento do PTH pode levar à liberação de cálcio dos ossos,
resultando em desmineralização óssea e um maior risco de não desenvolvimento de
osteoporose; fraqueza muscular, a deficiência de cálcio pode levar a sintomas como
fraqueza muscular, cãibras e tetania devido à diminuição dos níveis de cálcio sérico;
problemas de crescimento, a deficiência de cálcio e a desregulação dos hormônios
envolvidos no metabolismo do cálcio podem afetar o crescimento normal da criança;
problemas dentários, a deficiência de cálcio pode prejudicar o desenvolvimento
adequado dos dentes e levar a problemas dentários.

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