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O Ca++ é o íon mais abundante no ser humano e participa de múltiplos processos celulares e extracelulares:
Papel estrutural em tecidos duros como ossos e dentes.
Regulação nas vias metabólicas e de sinalização (coagulação sanguínea, transmissão nervosa,
contração muscular).
Podemos obter o cálcio de 2 formas: ingestão alimentar (leite e derivados, vegetais verde-escuros, etc.) e os
nossos ossos são as principais fontes de Ca++ que possuímos. Temos mais de 1 kg de Ca++ nos ossos, que pode
ser requisitado para manter os níveis séricos deste íon circulante normais nos períodos de restrição alimentar e
durante a gravidez e a amamentação, quando a demanda por este íon está aumentada.
Os processos de formação do osso pela ação da calcitonina e o
de reabsorção óssea, pela ação do PTH, por serem antagônicos,
devem estar em equilíbrio para que não haja danos ao organismo.
Uma vez que a integridade dos ossos é totalmente dependente do
cálcio, a desregulação crônica das concentrações deste íon ou
dos hormônios que o regulam causam doenças ósseas.
Camila Rocha de Paiva Borges – ATM 22 – MED FURG
DOENÇA DE PAGET:
Caracterizada por uma renovação óssea excessiva regida por osteoclastos grandes e bizarros. Já que esses
osteoclastos conservam os receptores para a calcitonina, as formas ativas desse hormônio podem ser utilizadas
para impedir a atividade osteoclástica anormal presente nos pacientes com essa doença.
HIPOCALCEMIA E HIPERCALCEMIA:
A hipocalcemia é caracterizada por uma redução abaixo do normal da concentração de Ca++ no sangue. Já
a hipercalcemia é um aumento anormal das taxas séricas deste íon. Estas disfunções causam uma grande
variabilidade de disfunções fisiopatológicas, tais como:
Disfunção neuromuscular
Disfunção do sistema nervoso central
Insuficiência renal
Calcificação de tecidos moles
Doenças ósseas
OSTEOPOROSE
Caracterizada por um desequilíbrio na atividade dos osteoclastos e dos osteoblastos. Ocorre aumento da
reabsorção óssea e diminuição da formação óssea.
TRATAMENTOS COM CALCITONINA
Em situações de hipercalcemia e de osteoporose a calcitonina pode ser utilizada como tratamento
farmacológico, uma vez que é um hormônio peptídico que possui propriedades anti-osteoclásticas (inibem a
reabsorção óssea), anti-inflamatórias e analgésicas. Além disso, a calcitonina estimula a excreção urinária de
Ca++.
Além da calcitonina, outros medicamentos com ação anti-reabsortiva também são utilizados como aqueles a
base de estrogênios, bifosfatos, diuréticos tiazídicos, a vitamina D e cálcio.
A vantagem da calcitonina é que sua ação é mais rápida que a de outras drogas e possui efeitos colaterais
mínimos. No entanto seu efeito é passageiro, por isso, utiliza-se a calcitonina do salmão, que é mais potente do
que a humana, visto que permanece mais tempo na corrente sanguínea.
Um estudo realizado com ratas em São José dos Campos mostra a importância da calcitonina no tratamento da
osteoporose em mulheres na menopausa. Sabe-se que a ausência de hormônios estrógenos decorrente da
menopausa, faz com que ocorra o aumento da reabsorção óssea, que se torna progressiva e patológica, e
diminuição da formação óssea. Logo, a utilização da calcitonina favorece a osteogênese por inibição dos
osteoclastos.
Foram utilizadas 12 ratas adultas para este estudo, que foram ovariectomizadas. Logo depois, elas passaram por
um segundo procedimento cirúrgico onde foi provocado um defeito ósseo na tíbia. Então se dividiu as ratas em
2 grupos:
1. O primeiro era formado por ratas que não seriam tratadas com a calcitonina
2. O segundo grupo era constituído por ratas que seriam tratadas com o hormônio.
A retirada dos ovários das ratas foi feita para simular uma menopausa enquanto que o defeito ósseo, para
simular a osteoporose.
Após um tempo as ratas foram sacrificadas e as tíbias foram preparadas para análise histológica. Observou-se
aumento nítido tanto na quantidade de tecido ósseo neoformado como na densidade das trabéculas ósseas
dos animais tratados com calcitonina.
Camila Rocha de Paiva Borges – ATM 22 – MED FURG