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Camila Rocha de Paiva Borges – ATM 22 – MED FURG

Trabalho de Fisiologia Endócrina


Calcitonina
A calcitonina é um dos hormônios produzidos pela tireoide, glândula endócrina que sintetiza:
 Tiroxina (T4)
 Iodotironina (T3)
 Calcitonina
A tireoide é composta por:
 Folículos Tireoidianos formados por células denominadas tirócitos, que sintetizam T3 e T4, e
 Células Parafoliculares (Células C), que se situam entre os folículos e produzem o hormônio calcitonina
(tirocalcitonina),
Na parte posterior da tireoide há as glândulas paratireoides que produzem o paratormônio (PTH), que age
estimulando os osteoclastos a aumentarem a reabsorção de matriz óssea calcificada e a liberação de Ca++ no
sangue.
O efeito biológico da calcitonina é oposto ao do paratormônio: ela inibe a reabsorção de tecido ósseo e, em
consequência, diminui o nível de Ca++ sérico. O receptor da calcitonina está intimamente relacionado ao
receptor do PTH/PTHrP e está expresso nos osteoclastos, o que faz com que seu efeito seja rápido e ocorra
diretamente sobre tais células, interrompendo a reabsorção óssea. Acredita-se, também, que a calcitonina
estimule a atividade dos osteoblastos, células responsáveis pela formação do osso.
A calcitonina é degradada na própria tireoide, no fígado, nos rins e no tecido ósseo. Sua vida média no plasma
é curta e a sua principal via de excreção é renal.
A secreção da calcitonina é ativada por aumento da concentração de Ca++ no plasma. A deficiência ou o
excesso de calcitonina não causam problemas em seres humanos. O interesse médico na calcitonina provém
do fato de que formas potentes de calcitonina podem ser utilizadas terapeuticamente no tratamento de
distúrbios ósseos. A calcitonina também é um marcador histoquímico bastante útil do câncer medular de
tireoide.
IMPORTÂNCIA DO CA++

O Ca++ é o íon mais abundante no ser humano e participa de múltiplos processos celulares e extracelulares:
 Papel estrutural em tecidos duros como ossos e dentes.
 Regulação nas vias metabólicas e de sinalização (coagulação sanguínea, transmissão nervosa,
contração muscular).
Podemos obter o cálcio de 2 formas: ingestão alimentar (leite e derivados, vegetais verde-escuros, etc.) e os
nossos ossos são as principais fontes de Ca++ que possuímos. Temos mais de 1 kg de Ca++ nos ossos, que pode
ser requisitado para manter os níveis séricos deste íon circulante normais nos períodos de restrição alimentar e
durante a gravidez e a amamentação, quando a demanda por este íon está aumentada.
Os processos de formação do osso pela ação da calcitonina e o
de reabsorção óssea, pela ação do PTH, por serem antagônicos,
devem estar em equilíbrio para que não haja danos ao organismo.
Uma vez que a integridade dos ossos é totalmente dependente do
cálcio, a desregulação crônica das concentrações deste íon ou
dos hormônios que o regulam causam doenças ósseas.
Camila Rocha de Paiva Borges – ATM 22 – MED FURG

DOENÇA DE PAGET:
Caracterizada por uma renovação óssea excessiva regida por osteoclastos grandes e bizarros. Já que esses
osteoclastos conservam os receptores para a calcitonina, as formas ativas desse hormônio podem ser utilizadas
para impedir a atividade osteoclástica anormal presente nos pacientes com essa doença.
HIPOCALCEMIA E HIPERCALCEMIA:
A hipocalcemia é caracterizada por uma redução abaixo do normal da concentração de Ca++ no sangue. Já
a hipercalcemia é um aumento anormal das taxas séricas deste íon. Estas disfunções causam uma grande
variabilidade de disfunções fisiopatológicas, tais como:
 Disfunção neuromuscular
 Disfunção do sistema nervoso central
 Insuficiência renal
 Calcificação de tecidos moles
 Doenças ósseas
OSTEOPOROSE
Caracterizada por um desequilíbrio na atividade dos osteoclastos e dos osteoblastos. Ocorre aumento da
reabsorção óssea e diminuição da formação óssea.
TRATAMENTOS COM CALCITONINA
Em situações de hipercalcemia e de osteoporose a calcitonina pode ser utilizada como tratamento
farmacológico, uma vez que é um hormônio peptídico que possui propriedades anti-osteoclásticas (inibem a
reabsorção óssea), anti-inflamatórias e analgésicas. Além disso, a calcitonina estimula a excreção urinária de
Ca++.
Além da calcitonina, outros medicamentos com ação anti-reabsortiva também são utilizados como aqueles a
base de estrogênios, bifosfatos, diuréticos tiazídicos, a vitamina D e cálcio.
A vantagem da calcitonina é que sua ação é mais rápida que a de outras drogas e possui efeitos colaterais
mínimos. No entanto seu efeito é passageiro, por isso, utiliza-se a calcitonina do salmão, que é mais potente do
que a humana, visto que permanece mais tempo na corrente sanguínea.
Um estudo realizado com ratas em São José dos Campos mostra a importância da calcitonina no tratamento da
osteoporose em mulheres na menopausa. Sabe-se que a ausência de hormônios estrógenos decorrente da
menopausa, faz com que ocorra o aumento da reabsorção óssea, que se torna progressiva e patológica, e
diminuição da formação óssea. Logo, a utilização da calcitonina favorece a osteogênese por inibição dos
osteoclastos.
Foram utilizadas 12 ratas adultas para este estudo, que foram ovariectomizadas. Logo depois, elas passaram por
um segundo procedimento cirúrgico onde foi provocado um defeito ósseo na tíbia. Então se dividiu as ratas em
2 grupos:
1. O primeiro era formado por ratas que não seriam tratadas com a calcitonina
2. O segundo grupo era constituído por ratas que seriam tratadas com o hormônio.
A retirada dos ovários das ratas foi feita para simular uma menopausa enquanto que o defeito ósseo, para
simular a osteoporose.
Após um tempo as ratas foram sacrificadas e as tíbias foram preparadas para análise histológica. Observou-se
aumento nítido tanto na quantidade de tecido ósseo neoformado como na densidade das trabéculas ósseas
dos animais tratados com calcitonina.
Camila Rocha de Paiva Borges – ATM 22 – MED FURG

TRANSPORTE HORMONAL E SINALIZAÇÃO CELULAR

NATUREZA QUÍMICA DOS HORMÔNIOS:


1) Hidrossolúveis: natureza polar permite a livre circulação destes hormônios na corrente sanguínea. Ex:
calcitonina.
2) Lipossolúveis: natureza apolar faz com que necessitem de se ligarem a proteínas plasmáticas para
transporte na corrente sanguínea. Ex: T3 e T4.
TIPOS DE SINALIZAÇÃO:
1) Autócrina: célula produz hormônio que agirá sobre o mesmo tipo celular que o produziu.
2) Parácrina: célula produz hormônio que agirá sobre células próximas às células que o produziu.
3) Endócrina: célula produz hormônio que agirá em células distantes e são transportados pelo sangue.
A calcitonina possui sinalização endócrina e, por ser um hormônio proteico, é transportada de forma livre no
sangue. O hormônio livre é a forma biologicamente ativa para a ação no órgão-alvo.
A calcitonina atua através de receptores específicos, presentes em osteoclastos. Os receptores são proteínas, as
quais se unem ao hormônio correspondente com alta especificidade e afinidade (a afinidade deve ser alta
porque é liberada pouquíssima quantidade hormonal no sangue). O local de encontro entre o hormônio e o
receptor depende do tipo hormonal e pode ocorrer na membrana celular, no citosol ou no núcleo.
Os hormônios peptídicos, como é o caso da calcitonina, não podem penetrar pela membrana celular, logo,
seus receptores estão na membrana plasmática das células-alvo. A calcitonina, ligada ao seu receptor, levará
ao aumento de substâncias conhecidas como segundos mensageiros (AMPc) no citosol, o que mudará a
atividade de uma enzima intracelular alterando, desta forma, o metabolismo celular.
As catecolaminas α-adrenérgicas, insulina,
glucagon somatostatina e as prostaglandinas PGE1
e PG2, agentes opiáceos, LH, FSH, TSH, hCG, GnRH,
PTH e calcitonina atuam inibindo a adenilciclase,
que é uma enzima que converte ATP em AMPc.
Quando um desses hormônios liga-se a seu receptor
ocorrerá ativação de uma proteína G inibidora (Gi),
homóloga estruturalmente à proteína G. A proteína
Gi inibirá a adenilciclase, diminuindo os níveis de
AMPc, o que inibirá a proteína quinase, impedindo
que ocorra a fosforilação de proteínas específicas,
pois tais proteína se ativam quando desfosforiladas.

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