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CONTRAÇÃO DO MÚSCULO ESQUELÉTICO

Para acontecer o processo de contração muscular é necessário a utilização de Ca e 2+

ATP (requisitos que serão explicados mais à frente). Juntamente a isso, é necessário a
utilização do conhecimento sobre a transmissão do impulso elétrico no neurônio e a
consequente liberação do neurotransmissor Acetilcolina (ACh) na junção
neuromuscular, a explicação abaixo considerará o momento posterior à liberação da
ACh.

Para facilitar o entendimento, serão colocados os passos gerais nos números e a


explicação com maiores detalhes será feita logo em seguida:

1. A Acetilcolina (Ach) é liberada na fenda sináptica

Ao ser liberada na fenda sináptica, o neurotransmissor Acetilcolina (ACh) se liga


rapidamente aos canais de sódio que possuem 2 sítios de ativação específicos (canais
nicotínicos musculares) para esse neurotransmissor (NT). Ao se ligar aos receptores a
ACh permite a passagem de Sódio (Na ) – o receptor é ionotrópico, ou seja, já é o
+

próprio canal- para dentro da fibra muscular (devido à maior concentração de sódio
no meio extracelular), causando a despolarização (aumento do Potencial – geralmente
sobe para +20mV). Esse NT deve ser retirado da fenda sináptica após essa estimulação
para evitar que o músculo seja constantemente excitado, nesse ponto entra em ação a
enzima Acetilcolinerase , que quebra a ACh em Colina (que é reabsorvida pelo
neurônio para ser reutilizada) e em acetato.

2. Dispersão do Potencial de Ação pela fibra muscular

O sarcolema (membrana plasmática muscular) possui invaginações, chamadas de


Túbulos T, que tem como função ajudar na homogeneidade de propagação do
Potencial de Ação recebido pelo músculo com a entrada dos íons Na . Ao longo desses
+

túbulos T há canais de Cálcio regulados pela voltagem que se abrem devido ao PA,
contudo, no músculo a principal fonte de cálcio é o retículo sarcoplasmático, que
armazena esse mineral com a ajuda da proteína Calsequestrina. Ao ser liberado no
interior da fibra, o cálcio age aumentando o potencial e ativando os receptores de
rianodina nos retículos sarcoplasmático (sua abertura está intimamente ligada ao
potencial que é percebido pelos túbulos T e com a entrada de cálcio pelos canais de
voltagem – aqui o cálcio funciona como segundo mensageiro). Com a liberação de mais
cálcio pelo retículo sarcoplasmático liso, há a contração muscular.

3. Mecanismo de Contração Muscular

O músculo é formado por actina e miosina, sendo que essas partes possuem
subunidades que também auxiliam no processo de contração. De uma maneira geral
existem dois tipos de filamentos, um grosso e um fino, sendo que o último é formado

Pedro Paulo Bergamini Braga e José Sérgio Possomato Vieira – ATM 2024
por actina, troponina e tropomiosina e atuam diretamente no fluxo da contração. A
forma do filamento de actina é interessante na manutenção e execução da contração,
os filamentos de actina estão espiralados e entre eles há a molécula de tropomiosina.
Essa molécula recobre os sítios ativos da molécula de actina, esses sítios são os que
atraem as cabeças da cadeia de miosina. Ainda no filamento de actina, há três
proteínas acopladas, as troponinas. Entre essas troponinas há uma que é atraída
especialmente pela molécula de cálcio, a troponina C. Ao se ligar com o cálcio essa
proteína sobre uma deformação em sua forma e faz com que a tropomiosina se
rotacione e deixe os sítios ativos expostos. Ao expor os sítios ativos, a molécula de
actina é atraída e é transladada através das pontes cruzadas para executar a
contração.

4. Retirada de Ca das fibras

O cálcio não pode ficar constantemente dentro da fibra, uma vez que sua presença
estimula a contração a partir da ligação à troponina C. Sendo assim, é necessário que
haja algum mecanismo que diminua sua concentração no interior da fibra. Existem três
bombas (gastam energia) que atuam na retirada de cálcio, a bomba de Na /K que atua
+ +

aumentando a concentração de potássio dentro da célula, o trocador de Na /Ca que + 2+

atua no sarcolema, enviando Ca para fora da fibra e, por fim, a Bomba de cálcio no
2+

retículo sarcoplasmático que envia o Ca para o interior dessa organela.


2+

5. Papel do ATP na contração

A cabeça da miosina tem uma enzima ATPase, que acredita-se que antes da contração
cliva uma molécula de ATP em ADP e P e ‘’guarda’’ a energia para o momento da
contração. Quando a contração acontece, essas duas moléculas se soltam da cabeça
fazendo com que outro ATP se ligue no espaço para descontrair o músculo e
recomeçar o ciclo.

Pedro Paulo Bergamini Braga e José Sérgio Possomato Vieira – ATM 2024

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