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CASO 09 – ELETROFISIOLOGIA CARDIOVASCULAR

Fisiologia cardiovascular
CONTRAÇÃO MUSCULAR SEM INERVAÇÃO
Maior parte do coração é composto de miocárdio OBS: com aumento da atividade o coração utiliza
(células musculares). Maior parte do miocárdio é quase todo o O2 trazido pelas coronárias, e assim a
contrátil e 1% especializada em gerar potencial de única maneira de conseguir mais O2 para o musculo
ação espontaneamente (capacidade única do coração cardíaco é com aumento do fluxo sanguíneo. A
de se contrair sem sinal externo). redução desse fluxo por estreitamento do vaso
coronário, coágulo ou depósito de gordura pode
O sinal para iniciar a contração é miogênico (originado
causar danos ou levar células miocárdicas a morte.
no musculo cardíaco), por células autoexcitáveis ou
marca-passo, pois determinam a frequência dos
batimentos. São anatomicamente distintas das
contráteis:
ENTRADA DE CÁLCIO E
- Menores, tem menos fibras contráteis, não tem ACOPLAMENTO EC
sarcômeros organizados (por isso não contribuem na
contração). No musculo cardíaco o potencial de ação se origina
nas células marca-passo e se propaga para as
Diferenças entre músculo cardíaco, esquelético e contráteis pelas junções comunicantes, dando início
liso: ao acoplamento excitação-contração (EC), também
 Cardíacas são menores que as esqueléticas e chamado de liberação de Ca2+ induzida pelo Ca2+.
em geral, tem um núcleo por fibra Caminho do potencial pelas células contráteis:
 Células musculares cardíacas se unem as
células vizinhas por discos intercalares, 1. Potencial de ação que entra na célula contrátil
compostos por: vai percorrer o sarcolema e entrar nos túbulos
 Desmossomos, que são conexões que T,
mantem as células unidas permitindo que a 2. Onde os canais de Ca2+ dependente de
força seja transferida de uma para a outra, e voltagem tipo L se abrem na membrana da
junções comunicantes célula
 Junções comunicantes, que conectam essas 3. Ca entra nas células por esses canais seguindo
células eletricamente, permitindo que a onda um gradiente eletroquímico, e dentro da
e despolarização se espalhe rápido de uma a célula abrem os canais liberadores de cálcio
outra e todas contraiam quase do tipo rianodínico (RyR) no retículo
simultaneamente. sarcoplasmático
 Túbulos T das cardíacas são maiores que do 4. Quando esses canais se abrem, o cálcio
músculo esquelético, e RS é menor e por isso estocado flui para fora do RS e entra no
é dependente do Ca extracelular para iniciar citosol
a contração. 5. A abertura múltipla de diferentes canais RyR e
 Mitocôndrias ocupam 1/3 do volume da célula liberação de Ca cria fagulhas, a soma dessas
cardíaca contrátil devido a grande demanda fagulhas gera o sinal de Ca2+
energética (consome 80% do O2 levado pelo
sangue).
OBS: Liberação de cálcio do RS fornece 90% do Ca 7. Quando a concentração de Ca diminui no
necessário na contração muscular, e os 10% restantes citoplasma o Ca se desliga da troponina, o
entram na célula pelo liquido extracelular. sítio ativo da actina se solta da miosina e os
filamentos retornam à posição relaxada
6. Cálcio se difunde pelo citosol até os
8. Ca é transportado de volta ao RS pela
elementos contráteis onde se liga a troponina
CA2+ATPase (como no musculo esquelético)
Ca se combina com subunidade C da troponina (TnC), 9. E sai de dentro da célula pelo trocador NA +
fazendo com a tropomiosina se desloque e exponha o CA2+ (NCX)
local ativo onde a actina se com a cabeça da miosina, 10. Em que um Ca sai da célula contra o
e o ATP se decompõe em ADP e energia produzindo o gradiente eletroquímico em troca de 3 Na
movimento. para dentro da célula a favor do gradiente.
Esse Na que entra vai ser removido pela Na +-
K+ATPase.
CONTRAÇÃO DO
MÚSCULO CARDÍACO
PODE SER GRADUADA
Células do musculo cardíaco tem habilidade de uma
única fibra executar contrações graduadas, onde a
fibra varia a quantidade de força que gera.

(na fibra do músculo esquelético, independente do


comprimento, é tudo ou nada)

E essa foça gerada no músculo vai ser depender da


quantidade de ligações cruzadas ativas, que vão
depender do tanto de Ca2+ ligado a troponina.

E se Ca extracelular entrar na célula, mais Ca vai ser


liberado do RS, que depois vai se ligar a troponina e
dar início as pontes cruzadas, gerando mais força. Por
outro lado, se a concentração de Ca no citosol for
baixa, menos ligações vão estar ativas e a força de
contração vai ser menor.

O comprimento do sarcômero no início da contração


também vai afetar a força de contração do musculo
(no coração o estiramento das fibras depende da
quantidade de sangue nas câmaras).
VARIAÇÃO NOS
POTENCIAIS DE AÇÃO NO
MIOCÁRDIO

CÉLULAS MIOCÁRDICAS CONTRÁTEIS

Potencial de ação semelhante ao dos neurônios e


músculo esquelético, como a fase de despolarização
rápida com entrada de Na e repolarização rápida com
saída de K. A diferença é o potencial de ação mais
longo devido a entrada de Ca.

 Fase 4: potencial de membrana em repouso

Células miocárdicas contrateis tem potencial de


repouso de -90mV

 Fase 0: despolarização

Quando a onda de despolarização chega na célula


contrátil pela junção comunicante, o potencial da
membrana vai ficar mais positivo, os canais de Na Influxo de Ca na fase 2 prolonga a duração do
dependentes de voltagem se abrem, o Na entra e potencial de ação (dura 200ms, enquanto no
despolariza rapidamente a célula. O potencial de neurônio ou fibra muscular dura de 1 a 5ms), o que
ação vai chegar a +20mV. ajuda a impedir a contração sustentada, chamada de
 Fase 1: repolarização inicial tétano.

Canais de Na se fecham, e a célula se repolariza um Isso é importante pois o músculo cardíaco deve
pouco com a saída e K+ pelos canais de K que se relaxar entre as contrações para que os ventrículos
abrem consigam se encher.

Isso é permitido pois potencial de ação longo (curva


 Fase 2: platô
vermelha) faz o período refratário (em que depois do
Potencial de ação se achata e fica um tempo potencial de ação, um estímulo ainda não pode gerar
relativamente constante, devido a diminuição da outro potencial de ação) e a contração (curva azul)
permeabilidade ao K e fechamento de alguns dos terminarem juntos. Quando outro potencial de ação
seus canais rápidos, o que diminui o seu efluxo; e começar a célula do miocárdio já vai estar quase toda
aumento da permeabilidade ao Ca com abertura de relaxada.
canais dependentes de voltagem que começaram
Já no músculo esquelético, o potencial de ação e o
lentamente na fase 0 e 1 (com a despolarização), e
período refratário terminam com o início da
agora entram na célula.
contração, e por isso o disparo do segundo potencial
 Fase 3: repolarização rápida de ação após o período refratário causa somação das
contrações, resultando numa contração sustentada, o
Canais de Ca se fecham e termina o platô, e canais
tétano.
lentos de K (ativados pela despolarização) agora se
abrem e ele sai rapidamente, e a célula volta ao
potencial de repouso
O influxo do Na (resultante de carga positiva)

despolariza a célula autoexcitável, e a medida em que


CÉLULAS MIOCÁRDICAS AUTOEXCITÁVEIS
potencial fica mais positivo, os canais If se fecham e
Conseguem gerar potencial de ação sem sinal externo alguns canais de Ca se abrem.
devido ao potencial de membrana instável (que inicia
Entrada de Ca continua a despolarização, e o potencial
em -60mV), que vai se chamar potencial marca-passo
de membrana aumenta em direção ao limiar.
ao invés de potencial de repouso, pois não
permanece num valor constante. Quando o potencial atinge o limiar, mais canais de
cálcio dependentes de voltagem se abrem e o cálcio
Sempre que o potencial marca-passo despolariza até o
entra rapidamente na célula, gerando a fase de
limiar, as células autoexcitáveis disparam um
despolarização rápida do potencial de ação. Isso
potencial de ação.
difere de outras células em que a fase de
As células autoexcitáveis tem canais diferentes dos despolarização se deve a abertura de canais de Na.
outros tecidos excitáveis, se chamam If (funny) pois
No pico do potencial os canais de Ca se fecham e
permitem fluxo de corrente, e os pesquisadores que
canais lentos de K estão se abrindo.
os descreveram primeiro não entendiam o
comportamento, chamaram de corrente engraçada. A repolarização acontece com o efluxo de K (similar a
outras células excitáveis).
Quando potencial de membrana é -60mV, os canais If
são permeáveis ao K e Na. Quando os canais se abrem Velocidade com que as células marca-passo
em potenciais de membrana negativos, o influxo de despolarizam determina frequência de contração do
Na vai ser maior que o efluxo de K. coração.
1. Sinal elétrico para a contração começa
Das células miocárdicas para o coração como um quando nó SA dispara potencial de ação e a
todo: despolarização se propaga pelas células
contráteis por junções comunicantes
SINAIS ELÉTRICOS 2. Condução elétrica é rápida pelas vias
intermodais
COORDENAM A 3. Mais lenta pelas células contráteis do átrio
CONTRAÇÃO O esqueleto fibroso do coração entre átrio e
As células miocárdicas devem despolarizar e contrair ventrículo impede que sinais elétricos sejam
de modo coordenado para o coração gerar força transferidos por esse caminho, sendo o nó AV o único
suficiente para o sangue circular. caminho para o potencial de ação chegar as fibras
contráteis dos ventrículos.
A comunicação elétrica no coração vai começar com o
potencial de ação na célula autoexcitável, e a 4. Sinal passa do nó AV para o fascículo AV e
despolarização vai se propagar rápido para as células seus ramos até o ápice do coração
vizinhas pelas junções comunicantes. 5. As fibras de purkinje vão transmitir os
impulsos muito rápido pelo ápice, assim todas
A despolarização é seguida de contração. as células dessa região se contraem quase
A despolarização começa no nó SA, e vai se propagar simultaneamente.
pela via internodal ramificada, que conecta o nó SA
com o nó AV, grupo de células autoexcitáveis perto do
assoalho do átrio direito, e depois se move para os Porque é necessário direcionar sinais pelo nó AV?
ventrículos pelas fibras de Purkinje (células de - Para que a contração aconteça do ápice para a base,
condução especializadas dos ventrículos) que de modo que o sangue saia pelas artérias pulmonares
transmitem os sinais elétricos para baixo pelo e aorta. Se a contração fosse da parte superior para a
fascículo atrioventricular, ou feixe AV, ou feixe de His inferior o sangue ficaria represado nos ventrículos.
no septo ventricular. Depois de percorrer um curto
caminho, o fascículo se divide em ramo direito e - Atrasar um pouco a transmissão do potencial de
esquerdo que se deslocam até o ápice do coração, ação (devido a diminuição da velocidade de condução
onde se dividem em fibras de purkinje, que se pelas células nodais), para que os átrios completem a
espalham pelas células contráteis. contração antes do inicio da contração ventricular
disparam a 35bpm, se contraindo a frequência bem
menor que nos átrios. Para manter fluxo sanguíneo
adequado, é necessário manter ritmo artificialmente

por um marca-passo mecânico (estimula


artificialmente o coração numa frequência pré
determinada.
CONTROLE DA FC PELO
MARCA PASSO
As células do nó SA determinam ritmo dos
batimentos cardíacos (70bpm). Outras células como o
nó AV e fibras de purkinje (entre 25 e 40bpm) tem
potencial de repouso instáveis também, mas seu
ritmo é mais lento que o nó SA.

Se nó SA se danificar, um dos marca-passo mais lentos


vai assumir o ritmo, e a FC cardíaca vai se ajustar a
esse ritmo.

Num bloqueio cardíaco completo, a condução de


sinais do átrio para os ventrículos pelo nó AV é
bloqueada, e as células autoexcitáveis dos ventrículos
Ambas as subdivisões autônomas alteram a
velocidade de condução no nó AV. a acetilcolina
Fibrilação
desacelera a condução dos potenciais de ação pelo nó
A condução coordenada dos sinais elétricos através do sistema de
condução do coração é essencial para a função cardíaca normal. e as catecolaminas aceleram a condução dos
Em casos extremos, as células do miocárdio perdem toda a potenciais pelo nó AV e pelo sistema de condução.
coordenação e contraem de maneira desorganizada, uma condição
chamada de fibrilação. A fibrilação atrial é uma condição comum,
frequentemente sem sintomas, que pode ter consequências graves
(como o AVE) se não for tratada. A fibrilação ventricular, por
outro lado, é uma ameaça imediata à vida, pois sem a contração O modo mais simples de aumentar a frequência
coordenada das fibras musculares, os ventrículos não conseguem cardíaca é diminuir a atividade parassimpática.
bombear sangue suficiente para suprir adequadamente oxigênio Quando a influência parassimpática e retirada das
para o encéfalo.
Uma forma de corrigir esse problema é administrar um choque células autoexcitáveis, elas assumem sua frequência
elétrico no coração. O choque cria uma despolarização que dispara intrínseca de despolarização e a frequência cardíaca
um potencial de ação em todas as células simultaneamente,
aumenta para 90 a 100bpm. Catecolaminas nos
coordenando-as novamente. Você provavelmente assistiu a este
procedimento em programas de televisão sobre medicina de receptores beta1 acelera taxa de despolarização das
emergência, quando o médico coloca as pás sobre o peito do células autoexcitáveis e aumenta a FC.
paciente e diz para todos ao redor se afastarem (“afasta!”),
enquanto as pás (eletrodos) passam uma corrente elétrica através
do corpo.

SISTEMA NERVOSO
AUTÔNOMO E FC MÚLTIPLOS FATORES
INFLUENCIAM O VOLUME
CONTROLE PARASSIMPÁTICO SISTÓLICO
Acetilcolina ativa receptores colinérgicos muscarínicos
que influenciam canais de K e Na nas células marca
passo. O débito sistólico, o volume sanguíneo bombeado
pelo ventrículo na contração, está diretamente
Permeabilidade ao K aumenta, hiperpolarizando a relacionado a força gerada pelo músculo cardíaco em
célula, fazendo o potencial marca-passo iniciar num cada contração.
valor mais negativo; ao mesmo tempo a
permeabilidade ao Ca diminui e retarda a taxa de Em geral quando a força de contração aumenta, o
despolarização. Combinação dos dois fatores faz a volume sistólico aumenta.
célula levar mais tempo para alcançar o limiar, No coração isolado, a contração ventricular é afetada
atrasando o potencial de ação no marca passo e por dois parâmetros: comprimento da fibra muscular
diminuindo a FC. no início da contração e a contratilidade do coração.

O volume de sangue no ventrículo no início da


CONTROLE SIMPÁTICO contração determina o comprimento do músculo.

Noradrenalina e adrenalina aumentam o fluxo de A contratilidade é a capacidade intrínseca da fibra


íons pelos canais If e de Ca. A entrada mais rápida de cardíaca a se contrair em qualquer comprimento,
cátions acelera a despolarização, e com isso o limiar é função da interação do Ca com filamentos contrateis.
atingido mais rapidamente, aumentando a quantidade
de disparo de potenciais de ação, e a FC.

As catecolaminas se ligam aos receptores beta1


adrenérgico nas células autoexcitáveis, e usa o
sistema de segundo mensageiro AMPc, que se liga
para abrir os canais If e deixá-los abertos por mais
tempo.
Relação comprimento-tensão e a lei de
Frank-Starling do coração
No musculo estriado, a força gerada pela fibra é Volume sistólico e retorno venoso
relacionada com o comprimento do sarcômero,
indicado inicialmente pelo comprimento da fibra. De acordo com a lei de Frank Starling, o volume
sistólico aumenta quando o diastólico final aumenta.
Quanto mais alongada estiver a fibra e o sarcômero
no início da contração, maior a tensão desenvolvida O volume diastólico final é em geral determinado
(até um limite máximo). pelo retorno venoso, que é a quantidade de sangue
que retorna ao coração pela circulação venosa.
Conforme o estiramento da parede ventricular
aumenta, o mesmo acontece com o volume sistólico. Três fatores afetam o retorno venoso:
Se mais sangue chega ao ventrículo, as fibras
1. Contração das veias que levam sangue para o
musculares se estiram mais, aumentando a força de
coração (bomba do músculo esquelético)
contração, ejetando mais sangue.
A própria contração do músculo esquelético vai
O grau de estiramento do miocárdio antes da
comprimir as veias empurrando o sangue de volta ao
contração se chama pré carga sobre o coração, pois
coração. Nos exercícios que envolvem os membros
representa a carga colocada sobre o músculo antes
inferiores, o musculo esquelético ajuda a bombear o
que ele contraia.
sangue de volta ao coração. Em períodos imóveis,
Relação entre estiramento e força no coração é sentado ou em pé, essa bomba não auxilia no retorno
representado na curva de Starling, em que eixo x é o venoso.
volume diastólico final (volume de sangue no
ventrículo antes da contração), que é a medida do
estiramento dos ventrículos, que por sua vez
determina o comprimento dos sarcômeros. E o eixo y
2. Mudança na pressão no abdome e tórax
é o volume sistólico (sangue que será bombeado pelo
durante a respiração (bomba respiratória)
ventrículo), que é indicador da contração.
A bomba respiratória é criada pelo movimento do
Gráfico mostra que débito sistólico é proporcional ao
tórax na inspiração, a diminuição da pressão interna,
diastólico final. Quanto mais sangue chega ao
diminui a pressão também na veia cava inferior que
coração, mais ele se contrai e ejeta o sangue com
passa através do tórax, permitindo que mais sangue
mais força. Relação conhecida como lei de Frank-
das veias abdominais entre na veia cava.
Starling do coração. Significa que o coração ejeta todo
o sangue que chega nele. A bomba também é auxiliada com o aumento da
pressão sobre essas veias abdominais na inspiração
(são comprimidas).

3. Inervação simpática das veias

a atividade simpática causa constrição das


veias, empurrando mais sangue para o
coração. Com o volume ventricular no
início da próxima contração, ele contrai
com mais força, enviando mais sangue para
o lado arterial da circulação.
CONTRATILIDADE
CONTROLADA PELOS
SISTEMAS NERVOSO E
ENDÓCRINO
Toda substancia química que afeta a contratilidade é
chamada de agente inotrópico, e a influência é
chamada de efeito inotrópico.

Catecolaminas aumentam a contratilidade, e por isso


tem efeito inotrópico positivo.

A contratilidade é diferente da relação comprimento-


tensão. Um musculo pode permanecer com o mesmo
comprimento, mas aumentar sua contração. A
contratilidade aumenta conforme a quantidade de
cálcio disponível.

A contratilidade foi considerada diferente das


mudanças de força, resultante da variação do
comprimento da fibra. Porém, o aumento do
comprimento do sarcômero torna o musculo cardíaco
mais sensível ao Ca, isso associa a contratilidade ao
comprimento muscular

VOLUME DIASTÓLICO
FINAL E PRESSÃO
SANGUÍNEA ARTERIAL
DETERMINAM A PÓS
CARGA

Para ejetar sangue do ventrículo, o coração deve gerar


força para deslocar sangue para a aorta, empurrando
ainda mais adiante.

A carga combinada de sangue no ventrículo (VDF) e


da resistência durante a contração ventricular é
chamada pós carga.

A contração ventricular deve empurrar uma carga


cheia de sangue pela valva semilunar e para dentro de
artérias cheias de sangue.

A pós carga é aumentada em patologias, como


pressão arterial aumentada, e perda de complacência
da aorta.

Para manter o volume sistólico constante com pós


carga aumentado, o ventrículo vai precisar aumentar
a

força de contração, aumentando a necessidade de O2


e ATP para o musculo cardíaco.
Se aumento da pós carga se torna crônico, as células
miocárdicas hipertrofiam, e a espessura da parede dos
ventrículos aumenta.

Histologia do coração
ENDOCÁRDIO Camada intermediária e mais espessa das3,
constituído de células musculares cardíacas dispostas
Contínuo com túnica íntima dos vasos sanguíneos que
em espiral ao redor dos orifícios das câmaras.
entram e saem do coração. Constituído de
A FC é controlada pelo nó SA, na junção da veia cava
 Endotélio: epitélio simples pavimentoso
superior com o átrio direito. A despolarização gerada
 Camada subjacente de tecido conjuntivo
nessas células especializadas, se espalha pelo átrio por
fribroelástico, contendo fibroblastos
vias intermodais até o nó AV, na parede septal acima
 Camada de tecido conjuntivo denso, rico em da valva tricúspide. Os sinais vao ser transmitidos para
fibras elásticas misturadas com células os ventrículos pelo feixe AV (His), e essas fibras
musculares lisas passam pelo septo IV conduzindo impulso para o
Abaixo do endocárdio existe uma camada musculo, produzindo contração rítmica, que segue
subendocárdica, delimita o limite do endocárdio, pelo tecido subendocárdico para as fibras de purkinje,
constituída de tecido conjuntivo frouxo, com que transmitem o impulso para as células cardíacas no
pequenos vasos, nervos e fibras de purkinje do ápice do coração.
sistema de condução. Células musculares cardíacas especializadas, que
ficam na parede atrial e no septo interventricular,
produzem e secretam peptídeos. Atriopeptina,
MIOCÁRDIO polipeptídeo, cardiodilatadina e cardionatrina, que
são liberados nos capilares que circundam a região, e
são hormônios que ajudar na manutenção de fluidos e
no balanço eletrolítico, diminuem a pressão Constituído de tecido conjuntivo denso não
sanguínea. modelado, e possui 3 componentes principais:

Anéis fibrosos em torno da base da aorta, da artéria


pulmonar e óstios AV.

Trígono fibroso, formado em torno da cúspide da


valva aórtica
EPICÁRDIO
Septo membranáceo, que forma a porção superior do
Homólogo a túnica adventícia dos vasos sanguíneos. É septo interventricular.
a camada mais externa do coração, chamada camada
O esqueleto fibroso fornece sustentação para o
visceral do pericárdio, formada por epitélio simples
coração e local de inserção para o musculo cardíaco.
pavimentoso chamado mesotélio.

Camada subepicárdica de tecido conjuntivo frouxo


contém vasos coronários, nervos e gânglios. É a
camada onde gordura se armazena na superfície do
coração.

Nas raízes dos vasos do coração, o pericárdio visceral


se torna contínuo com a camada serosa do pericárdio
parietal. As duas camadas de pericárdio delimitam a
cavidade pericárdica, espaço contendo fluido seroso
lubrificante.

ESQUELETO FIBROSO DO CORAÇÃO

Eletrocardiograma
quando os eletrodos são colocados nos braços e na
perna esquerda.
Final do século XIX descobriram que seria possível
colocar eletrodos na superfície da pele e registrar Os lados do triangulo são numerados para
atividade elétrica do coração. corresponder as 3 derivações, ou pares de eletrodos,
usados para obter o registro.
A utilização desses eletrodos na superfície para
registrar atividade elétrica interna é possível porque Um ECG registra uma derivação por vez. Um eletrodo
soluções salinas como nosso liquido extracelular à atua como eletrodo positivo da derivação, e um
base de NaCl são bons condutores de eletricidade. segundo como eletrodo negativo da derivação (o
terceiro é inativo).
O registro que mostra a soma da atividade elétrica nas
células do coração é o ECG/ eletrocardiograma. É o Quando a onda elétrica se move diretamente para o
registro extracelular que representa a soma de eletrodo positivo, a linha de ECG ascende na linha de
múltiplos potenciais de ação ocorrendo em muitas base.
células musculares cardíacas.

Potencial de ação ventricular pode ter voltagem de


110mV, e sinal de ECG tem amplitude de apenas 1mV
quando atinge superfície do corpo.

Pai do ECG moderno criou o triangulo de Einthoven,


um triangulo hipotético criado ao redor do coração
Não se pode dizer se um ECG representa ou mais ondas P podem ocorrer sem iniciar
despolarização ou repolarização apenas olhando a um complexo QRS.
forma das ondas na linha de base. Por exemplo a onda Na forma mais severa do bloqueio (terceiro
P é despolarização atrial e T repolarização ventricular, grau), átrios despolarizam num ritmo, e os
mas ambas são deflexões para cima. Diferente de ventrículos num ritmo mais lento.
registros de neurônios e fibras musculares, em que
deflexões para cima sempre são despolarizações.

CICLO CARDÍACO

O ECG começa com a despolarização atrial. A


contração atrial começa na parte final da onda P, e
continua no segmento P-R. durante o segmento PR o
sinal elétrico desacelera quando passa pelo nó AV
(atraso do nó AV) e do fascículo AV.

A contração ventricular começa depois da onda Q e


continua na onda T, onde ventrículos também serão
repolarizados, resultando em relaxamento ventricular.

Derivações de ECG fornecem visões elétricas


diferentes e dão informações sobre diferentes regiões
do coração.

Atualmente, um ECG com 12 derivações é o padrão de


uso clínico. É usado com varias combinações entre os
eletrodos dos 3 membros, e mais outros 6 colocados
no tórax.

INTERPRETAÇÕES DE ECG

1. Qual a FC? Cronometrada do inicio de uma


onda P até a seguinte, ou de um pico a outro
da onda R. Normal entre 60 e 100bpm.
2. Ritmo dos batimentos é regular ou irregular
(em intervalos constantes)? Ritmo irregular
pode resultar de batimento extra benigno, ou
fibrilação atrial em que nó SA perde controle
de marca passo.
3. Todas as ondas normais estão presentes em
forma reconhecível?
4. Existe complexo QRT para cada onda P? se
sim, o comprimento P-R é constante? Em
caso negativo pode haver problema na
condução dos sinais no nó SA.
No bloqueio cardíaco, potenciais de ação
vindos do nó SA as vezes não são transmitidos
para os ventrículos pelo nó AV. Com isso, uma

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