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Elementos da Função Cardíaca Fase 4 – Depende de onde ela está

(slides) ocorrendo.

As células do coração, como os neurônios Contrátil – Manutenção do potencial de


(esses disparam mais que o coração por ter repouso.
um período refratário maior), são Purkinje – Não tem manutenção do
excitáveis e geram potenciais de ação. potencial de repouso, despolarização lenta
Esses potenciais de ação promovem a até o limiar de excitabilidade. Ativação
contração e, assim, o ritmo cardíaco. espontânea de canais de sódio e cálcio
Distúrbios na atividade elétrica podem lento, automatismo.
levar a uma alteração séria do ritmo
cardíaco e, por vezes, letal.

dois principais tipos de potenciais de ação


que ocorrem no coração. O primeiro tipo, a
resposta rápida, ocorre em miócitos atriais
e ventriculares normais e em fibras
condutoras especializadas (as fibras de
Purkinje e His do coração) e é dividido em
cinco fases. A fase ascendente do potencial
de ação é chamada de fase 0. Essa
despolarização é seguida por breve período
inicial de repolarização parcial (fase 1) e,
O outro tipo de potencial de ação, a
então, por um platô (fase 2), que persiste
resposta lenta, ocorre no nó sinoatrial
por cerca de 0,1 a 0,2 segundo. A
(SA), que é a região marca-passo natural do
membrana é então repolarizada (fase 3)
coração, e no nó atrioventricular (AV), que
até que a polaridade de repouso (fase 4)
é um tecido especializado na condução do
seja novamente atingida. A repolarização
impulso cardíaco dos átrios para os
final (fase 3) ocorre mais lentamente que a
ventrículos. As células de resposta lenta
despolarização (fase 0). Tabela slide
não apresentam a fase inicial de
Potencial de ação rápido repolarização (fase 1). Outras diferenças
entre as propriedades elétricas das células
Fase 0 – Abertura dos canais de Na+
de resposta lenta e as de resposta rápida
dependente de voltagem (influxo rápido)
incluem as descritas a seguir. O potencial
rápida despolarização, alta velocidade de
de repouso da membrana (fase 4) das
condução.
células de resposta rápida é
Fase 1 – Inativação dos canais de Na+, consideravelmente mais negativo que o
abertura dos canais de K+ e de Cl -, rápida das células de resposta lenta. Além disso, a
e transitória repolarização. velocidade de despolarização (fase 0), a
amplitude do potencial de ação e a
Fase 2 – Fase de platô, queda lenta, tende
retomada do potencial são maiores nas
a despolarizar devido a entrada lenta de
células de resposta rápida que nas de
Ca+2 e tende a repolarização pelo efluxo
resposta lenta. Tabela slide
de potássio, devido às tendências opostas
a carga se mantém. Potencial lento
Fase 0 – Despolarização lenta, influxo de
Fase 3 – Fase de repolarização, os canais de cálcio pelos canais do tipo L.
Ca+2 se fecham, mantêm a saída de Fase ausente – 1.
potássio.
Fase 2- Fase de Platô, menos estável e de resposta rápida. A condução lenta e
longa do que no potencial rápido. uma tendência a bloqueios aumentam a
Fase 3 – Repolarização com a inativação probabilidade de ocorrência de alguns
dos canais de cálcio e ativação dos canais distúrbios do ritmo.
de potássio, efluxo de potássio.
Fase 4 – Automatismo, ativação dos canais As várias fases do potencial de ação
de Na+ e de cálcio tipo T. Desativação das cardíaco estão associadas às variações da
correntes repolarizantes de potássio. permeabilidade da membrana celular,
principalmente para os íons Na+, K+ e
Ca++. Variações da permeabilidade da
membrana celular alteram a intensidade
do movimento desses íons através da
membrana e, portanto, modificam sua
voltagem (Vm). Tais mudanças são
produzidas pela abertura e fechamento de
canais iônicos específicos para cada íon.
Como em todas as outras células do corpo,
a concentração de K+ no interior da célula
muscular cardíaca ([K+] i) excede a
concentração no exterior ([K+] e). O
gradiente inverso de concentração existe
para o Na+ e o Ca++. Estimativas das
O período refratário efetivo (PRE) e o concentrações extracelular e intra de Na+,
período refratário relativo (PRR) estão K+ e Ca++ e os potenciais de equilíbrio de
destacados. Note que, quando comparado Nernst para esses íons são mostrados
com as fibras de resposta rápida, o abaixo.
potencial de repouso das fibras lentas é
menos negativo, a despolarização (fase 0) é
menos rápida, a amplitude do potencial de
ação menor, a fase 1, está ausente e o PRR
se extende bastante pela fase 4, após as
fibras estarem totalmente repolarizadas.

Obs: Dois tipos de canais de Ca++ (tipo L e


tipo T) foram identificados no tecido Em resumo:
cardíaco. São chamados canais do tipo L
porque, uma vez abertos, são lentamente Fase 4: potencial de membrana em
inativados e Canais do tipo L são repouso. As células miocárdicas contráteis
bloqueados por antagonistas do canal de têm um potencial de repouso estável de
Ca++. aproximadamente - 90 mV.

A amplitude do potencial de ação e a Fase 0: despolarização. Quando a onda de


velocidade de repolarização são despolarização entra na célula contrátil
determinantes importantes da velocidade através das junções comunicantes, o
de propagação ao longo das fibras potencial de membrana torna-se mais
miocárdicas. No tecido cardíaco de positivo. Os canais de Na dependentes de
resposta lenta, o potencial de ação se voltagem se abrem, permitindo que a
propaga mais lentamente e a condução é entrada de Na despolarize rapidamente a
mais facilmente bloqueada que no tecido célula. O potencial de membrana atinge
cerca de + 20 mV antes de os canais de Na Obs: rápido: o potencial da membrana –90
se fecharem. Estes são canais de Na com mV; o limiar de excitação de cerca de –50
duas comportas, similares aos canais de Na mV; potencial de ação +20 mV;
dependentes de voltagem do axônio.
lento: o potencial da membrana –60 mV; o
Fase 1: repolarização inicial. Quando os limiar de excitação de cerca de –40 mV;
canais de Na se fecham, a célula começa a potencial de ação +20 mV;
repolarizar à medida que o K deixa a célula
pelos canais de K abertos.

Fase 2: o platô. A repolarização inicial é


muito breve. O potencial de ação, então, se
achata e forma um platô como resultado
de dois eventos: uma diminuição na
permeabilidade ao K e um aumento na
permeabilidade ao Ca2. Os canais de Ca2
dependentes de voltagem ativados pela
despolarização foram abertos lentamente
durante as fases 0 e 1. Quando eles o período refratário é o período após um
finalmente abrem, o Ca2 entra na célula. potencial de ação durante o qual um
Ao mesmo tempo, alguns canais “rápidos” estímulo normal não pode desencadear um
de K se fecham. A combinação do influxo segundo potencial de ação. No músculo
de Ca2 com a diminuição do efluxo de K faz cardíaco, o longo potencial de ação faz o
o potencial de ação se achatar e formar um período refratário e a contração
platô. terminarem simultaneamente. Quando um
segundo potencial de ação pode ocorrer, a
Fase 3: repolarização rápida. O platô célula miocárdica está quase
termina quando os canais de Ca2 se completamente relaxada.
fecham e a permeabilidade ao K aumenta Consequentemente, não ocorre somação.
mais uma vez. Os canais lentos de K, Em contrapartida, o potencial de ação e o
responsáveis por essa fase, são similares período refratário do músculo esquelético
aos dos neurônios: eles são ativados pela terminam justamente com o início da
despolarização, mas são abertos contração. Por esse motivo, o disparo de
lentamente. Quando os canais lentos de K um segundo potencial de ação
se abrem, o K sai rapidamente e a célula imediatamente após o período refratário
retorna para seu potencial de repouso causa a somação das contrações. Se uma
(fase 4). série de potenciais de ação ocorrer em
rápida sucessão, resultará em uma
contração sustentada, conhecida como
tétano.

Obs: Canais de K+ são caracterizados como


canais retificadores tardios (ik). O canal de
ativação mais lenta é designado canal iKs,
enquanto o canal de ativação mais rápida é
designado canal iKr.

O sinal elétrico para a contração começa


quando o nó SA dispara um potencial de
ação e a despolarização se propaga para as
células vizinhas através das junções O eletrocardiograma (ECG) representa a
comunicantes. A condução elétrica é soma da atividade elétrica de todas as
rápida através das vias de condução células do coração registradas na superfície
internodais 2, porém mais lenta através corporal.
das células contráteis do átrio 3. Quando
Triângulo de Einthoven. Os eletrodos do
os potenciais de ação se espalham pelos
ECG são fixados nos braços e na perna,
átrios, eles encontram o esqueleto fibroso
formando um triângulo. Uma derivação
do coração na junção entre os átrios e os
consiste em um par de eletrodos, um
ventrículos. Esta barreira impede que os
positivo e um negativo. Um ECG registra
sinais elétricos sejam transferidos dos
uma derivação de cada vez.
átrios para os ventrículos.
Consequentemente, o nó AV é o único A atividade elétrica de todas as células do
caminho através do qual os potenciais de coração em um determinado momento
ação podem alcançar as fibras contráteis pode ser representada por um vetor
dos ventrículos. O sinal elétrico passa do elétrico resultante, como mostrado aqui
nó AV para o fascículo AV e seus ramos até pela despolarização atrial.
o ápice do coração. Os ramos
subendocárdicos (fibras de Purkinje) A direção da deflexão no traçado do ECG
transmitem os impulsos muito indica a relação entre a direção do vetor do
rapidamente, com velocidades de até 4 ms, fluxo de corrente elétrica e o eixo da
de modo que todas as células contráteis do derivação.
ápice se contraem quase ao mesmo tempo
5.

Um eletrocardiograma é dividido em ondas


(P, Q, R, S, T), segmentos entre as ondas (p.
ex., os segmentos P-R e S-T) e intervalos,
que consistem da combinação de ondas e
segmentos (assim como os intervalos PR e
QT). Este traçado de ECG foi registrado na
derivação I.

A primeira onda é a onda P, a qual


corresponde à despolarização atrial. O
próximo trio de ondas, o complexo QRS,
representa a onda progressiva da
despolarização ventricular. Por vezes, a
onda Q está ausente em um ECGs normal.
A onda final, a onda T, representa a
repolarização dos ventrículos. A
repolarização atrial não é representada por
uma onda especial, mas está incorporada
no complexo QRS.

Onda P: despolarização atrial


O eletrocardiograma reflete a atividade
elétrica do coração
Segmento P-R: condução através do nó AV de um batimento extra benigno ou de
e do fascículo AV condições mais sérias, como a fibrilação
atrial, na qual o nó SA perde o controle de
Complexo QRS: despolarização ventricular
marca-passo.
Onda T: repolarização ventricular.
Todas as ondas normais estão presentes
em uma forma reconhecível? Após
determinar a frequência cardíaca e o ritmo,
o próximo passo ao analisar um ECG é
olhar as ondas individuais. Para ajudar na
sua análise, você pode precisar escrever as
letras sobre as ondas P, R e T.

contração muscular cardíaca


(slides)

Patologia: As arritmias são problemas


elétricos que surgem durante a geração ou
condução de potenciais de ação através do
coração e, em geral, podem ser observados
em um ECG.

Um ECG fornece informações da


frequência cardíaca e do ritmo, da
velocidade de condução e até mesmo da
condição dos tecidos do coração. Assim,
embora seja simples obter um ECG, sua No músculo esquelético, a acetilcolina do
interpretação pode ser muito complicada. neurônio motor somático estimula um
potencial de ação e dá início ao
Qual é a frequência cardíaca? A frequência
acoplamento excitação-contração
cardíaca é normalmente cronometrada do
(acoplamento EC). No músculo cardíaco,
início de uma onda P até o início da
um potencial de ação também inicia o
próxima onda P, ou do pico de uma onda R
acoplamento EC, contudo, o potencial de
até o pico da onda R seguinte. Uma
ação origina-se espontaneamente nas
frequência cardíaca de 60 a 100
células marca-passo do coração e se
batimentos por minuto é considerada
propaga para as células contráteis através
normal, embora atletas treinados
das junções comunicantes. Outros
frequentemente tenham frequência
aspectos do acoplamento EC cardíaco são
cardíaca de repouso menor. Uma
similares aos processos encontrados na
frequência mais rápida que a normal é
contração dos músculos esquelético e liso.
chamada de taquicardia, e mais baixa que a
normal é chamada de bradicardia. Ilustra o acoplamento EC e o relaxamento
do músculo cardíaco. Um potencial de ação
O ritmo dos batimentos cardíacos é
que entra em uma célula contrátil se move
regular (i.e., ocorre em intervalos
pelo sarcolema e entra nos túbulos T 1,
regulares) ou irregular? Um ritmo
onde abre os canais de Ca2 dependentes
irregular, ou arritmia, pode ser resultado
de voltagem tipo L na membrana das 8. Entretanto, no músculo cardíaco, o Ca2
células. também é removido de dentro da célula
pelo trocador Na-Ca2 (NCX)
2. O Ca2 entra nas células através desses
canais, movendo-se a favor do seu 9. Um Ca2 é movido para fora da célula
gradiente eletroquímico. A entrada de contra o seu gradiente eletroquímico em
cálcio abre os canais liberadores de cálcio troca de 3 Na para dentro da célula a favor
do tipo rianodínico (RyR) no retículo do seu gradiente eletroquímico. O sódio
sarcoplasmático. que entra na célula durante essa troca é
removido pela Na -K -ATPase 10.
3. Esse processo do acoplamento EC no
músculo cardíaco é também chamado de O ciclo cardíaco (slides)
liberação de Ca2-induzida pelo Ca2 (LCIC).
Quando os canais RyR se abrem, o cálcio O coração contrai e relaxa durante um ciclo
estocado flui para fora do retículo cardíaco cada ciclo cardíaco possui duas
sarcoplasmático e entra no citosol. fases: diástole, o tempo durante o qual o
músculo cardíaco relaxa, e sístole, período
4, criando uma fagulha que pode ser vista durante o qual o músculo contrai.
utilizando-se métodos bioquímicos
especiais. A abertura múltipla de diferentes 1 O coração em repouso: diástole atrial e
canais RyR se somam para criar o sinal de ventricular. Começamos o ciclo cardíaco
Ca2 no breve momento durante o qual tanto os
átrios como os ventrículos estão relaxados.
5. A liberação de cálcio do retículo Os átrios estão se enchendo com o sangue
sarcoplasmático fornece, vindo das veias e os ventrículos acabaram
aproximadamente, 90% do Ca2 necessário de completar uma contração. À medida
à contração muscular, sendo que os 10% que os ventrículos relaxam, as valvas AV
restantes entram na célula a partir do entre os átrios e os ventrículos se abrem e
líquido extracelular. O cálcio difunde-se o sangue flui por ação da gravidade dos
pelo citosol para os elementos contráteis, átrios para os ventrículos. Os ventrículos
onde se liga à troponina e inicia o ciclo de relaxados expandem-se para acomodar o
formação de pontes cruzadas e o sangue que entra.
movimento
2 Término do enchimento ventricular:
6. A contração ocorre pelo mesmo tipo de sístole atrial. A maior quantidade de
movimento de deslizamento de filamentos sangue entra nos ventrículos enquanto os
que ocorre no músculo esquelético. O átrios estão relaxados, mas pelo menos
relaxamento no músculo cardíaco 20% do enchimento é realizado quando os
geralmente é similar ao do músculo átrios contraem e empurram sangue para
esquelético. Com a diminuição das dentro dos ventrículos. A sístole, ou
concentrações citoplasmáticas de Ca2, o contração atrial, inicia seguindo a onda de
Ca2 desliga-se da troponina, liberando a despolarização que percorre rapidamente
actina da miosina, e os filamentos os átrios. A pressão aumentada que
contráteis deslizam de volta para sua acompanha a contração empurra o sangue
posição relaxada para dentro dos ventrículos. Embora as
7. Como no músculo esquelético, o Ca2 é aberturas das veias se estreitem durante a
transportado de volta para o retículo contração, uma pequena quantidade de
sangue é forçada a voltar para as veias,
sarcoplasmático com a ajuda da Ca2-
ATPase uma vez que não há valvas unidirecionais
para bloquear o refluxo do sangue.
3 Contração ventricular precoce e contração ventricular torna-se a força
primeira bulha cardíaca. Enquanto os motriz para o fluxo sanguíneo. O sangue
átrios se contraem, a onda de com alta pressão é forçado pelas artérias,
despolarização se move lentamente pelas deslocando o sangue com baixa pressão
células condutoras do nó AV e, então, pelas que as preenche, empurrando-o ainda mais
fibras de Purkinje até o ápice do coração. A adiante na vasculatura. Durante essa fase,
sístole ventricular inicia no ápice do as valvas AV permanecem fechadas e os
coração quando as bandas musculares em átrios continuam se enchendo.
espiral empurram o sangue para cima em
5 Relaxamento ventricular e a segunda
direção à base. O sangue empurrado
bulha cardíaca. No final da ejeção
contra a porção inferior das valvas AV faz
ventricular, os ventrículos começam a
elas se fecharem, de modo que não haja
repolarizar e a relaxar, diminuindo a
refluxo para os átrios. As vibrações
pressão dentro dessas câmaras. Uma vez
seguintes ao fechamento das valvas AV
que a pressão ventricular cai abaixo da
geram a primeira bulha cardíaca, S1, o
pressão nas artérias, o fluxo sanguíneo
“tum” do “tum-tá”. Com ambos os
começa a retornar para o coração. Este
conjuntos de valvas AV e válvulas
fluxo retrógrado enche os folhetos
semilunares fechadas, o sangue nos
(cúspides) em forma de taça das válvulas
ventrículos não tem para onde ir.
semilunares, forçando-os para a posição
Entretanto, os ventrículos continuam a se
fechada, as vibrações geradas pelo
contrair, comprimindo o sangue. Isso é
fechamento das válvulas semilunares
similar a uma contração isométrica, na qual
geram a segunda bulha cardíaca, S2, o “tá”
as fibras musculares geram força sem
do “tum-tá”.
produzir movimento. Retomando a
analogia do tubo de creme dental, é como Uma vez que as válvulas semilunares se
apertá-lo ainda com a tampa: alta pressão fecham, os ventrículos novamente se
é gerada no interior do tubo, mas o creme tornam câmaras isoladas. As valvas AV
dental não tem por onde sair. permanecem fechadas devido à pressão
ventricular que, embora em queda, ainda é
Essa fase é chamada de contração
maior que a pressão nos átrios. Esse
ventricular isovolumétrica, a fim de
período é chamado de relaxamento
destacar o fato de que o volume sanguíneo
ventricular isovolumétrico, porque o
no ventrículo não está variando. Enquanto
volume sanguíneo nos ventrículos não está
os ventrículos iniciam sua contração, as
mudando. Quando o relaxamento do
fibras musculares atriais estão
ventrículo faz a pressão ventricular cair até
repolarizando e relaxando. Quando as
ficar menor que a pressão nos átrios, as
pressões no átrio atingem valores
valvas AV se abrem. O sangue que se
inferiores às pressões nas veias, o sangue
acumulou nos átrios durante a contração
volta a fluir das veias para os átrios. O
ventricular flui rapidamente para os
fechamento das valvas AV isola as câmaras
ventrículos. O ciclo cardíaco começou
cardíacas superiores das inferiores e, dessa
novamente.
forma, o enchimento atrial é independente
dos eventos que ocorrem nos ventrículos. (a) O ciclo cardíaco entre contração
(sístole) e relaxamento (diástole).
4 A bomba cardíaca: ejeção ventricular.
Quando os ventrículos contraem, eles
geram pressão suficiente para abrir as
válvulas semilunares e empurrar o sangue
para as artérias. A pressão gerada pela
(b) As mudanças na pressão-volume do
ventrículo esquerdo durante o ciclo
cardíaco. Essa curva pressão-volume
representa um ciclo cardíaco. Movendo-se
em torno da curva de A para B, C e D e
retornando para A, temos a representação
do enchimento do coração com sangue ao
longo do tempo; em seguida, ele contrai.
Obs: O ventrículo agora contém o volume
máximo de sangue que ele manterá
durante este ciclo cardíaco (ponto B).
Como o enchimento máximo do ventrículo
ocorre no final do relaxamento ventricular
(diástole), este volume recebe o nome de
volume diastólico final (VDF).

O coração não se esvazia completamente


de sangue a cada contração ventricular. O
volume sanguíneo deixado no ventrículo ao
final da contração é chamado de volume
sistólico final (VSF). O VSF (ponto D) é a
menor quantidade de sangue que o
O diagrama de Wiggers. Este diagrama ventrículo contém durante um ciclo
relaciona as pressões do coração à cardíaco.
esquerda e da aorta com o volume
sanguíneo do coração à esquerda e o ECG A quantidade de sangue (volume)
em um ciclo cardíaco. As letras dentro das bombeado por um ventrículo durante uma
caixas referem-se aos itens 28 a 30 de contração é chamada de volume sistólico.
“Revisando conceitos”: É medido em mililitros por batimento e
pode ser calculado da seguinte forma:
Volume sanguíneo antes da contração-
volume sanguíneo após a contração
volume sistólico= VDF- VSF = volume
sistólico.

o débito cardíaco (DC) é o volume


sanguíneo ejetado pelo ventrículo
esquerdo em um determinado período de força de contração miocárdica.
tempo. Aumentando a atividade parassimpática,
ocorre diminuição da frequência cardíaca,
O reflexo barorreceptor controla a mas somente um pequeno efeito na
pressão arterial (slides) contração ventricular.
A principal via reflexa para o controle Os barorreceptores aumentam sua
homeostático da pressão arterial média é o frequência de disparos quando a pressão
reflexo barorreceptor. arterial aumenta, ativando o centro de
controle cardiovascular bulbar.
Os mecanorreceptores sensíveis ao
Em resposta, o centro de controle
estiramento, denominados
cardiovascular aumenta a atividade
barorreceptores, estão localizados nas
parassimpática e diminui a atividade
paredes das artérias carótidas e aorta,
simpática, a fim de reduzir a atividade do
onde eles monitoram continuamente a
coração e dilatar as arteríolas. Quando a
pressão do sangue que flui para o cérebro
frequência cardíaca cai, o débito cardíaco
(barorreceptores carotídeos) e para o
também cai. Nos vasos, a diminuída
corpo (barorreceptores aórticos).
atividade simpática causa dilatação das
Os barorreceptores carotídeos e aórticos arteríolas, reduzindo sua resistência e
são receptores sensíveis ao estiramento permitindo maior saída de fluxo sanguíneo
tonicamente ativos que disparam das artérias. Como a pressão arterial média
potenciais de ação continuamente durante é diretamente proporcional ao débito
a pressão arterial normal. Quando a cardíaco e à resistência periférica (PAM =
pressão arterial nas artérias aumenta, a DC x RP), a combinação do reduzido débito
membrana dos barorreceptores estira, e a cardíaco e da diminuída resistência
frequência de disparos do receptor periférica reduz a pressão arterial média.
aumenta. Se a pressão sanguínea cai, a
frequência de disparos do receptor
diminui. Se a pressão arterial se modifica, a
frequência de potenciais de ação que
viajam a partir dos barorreceptores para o
centro de controle cardiovascular bulbar
muda.

O CCC integra as entradas sensoriais e


inicia uma resposta apropriada. A resposta
do reflexo barorreceptor é muito rápida:
mudanças no débito cardíaco e na
resistência periférica ocorrem dentro de
dois batimentos cardíacos após o estímulo.

Os sinais que partem do centro de controle


cardiovascular são veiculados pelos
neurônios autonômicos simpáticos e
parassimpáticos. A função cardíaca é
regulada por controle antagônico. A
aumentada atividade simpática aumenta a
frequência cardíaca, encurta o tempo de
condução através do nó AV e aumenta a
esquerdo. O fluxo sanguíneo para fora das
artérias é influenciado principalmente pela
resistência periférica, definida como a
resistência ao fluxo oferecida pelas
arteríolas. Então, a PAM é proporcional ao
débito cardíaco (DC) vezes a resistência (R)
das arteríolas: PAM = DC x R

Veremos como isso funciona. Se o débito


cardíaco aumenta, o coração bombeia mais
sangue para dentro das artérias por
unidade de tempo. Se a resistência ao fluxo
sanguíneo para fora das artérias não
mudar, o fluxo para dentro das artérias fica
maior que o fluxo para fora, o volume
sanguíneo nas artérias aumenta, e a
pressão sanguínea arterial sobe.

Dois fatores adicionais podem influenciar a


pressão sanguínea arterial: a distribuição
de sangue na circulação sistêmica e o
volume total de sangue. A distribuição
relativa de sangue entre os lados arterial e
venoso da circulação pode ser um fator
importante para manter a pressão
sanguínea arterial.

Esfigmomanometria. A pressão sanguínea


arterial é mensurada com um
esfigmomanômetro (uma bolsa inflável
mais um aferidor de pressão, o
manômetro) e um estetoscópio.

A PAM é a força propulsora do fluxo


sanguíneo, mas o que a determina? A
pressão arterial é um balanço entre o fluxo
sanguíneo para dentro das artérias e o
fluxo sanguíneo para fora das artérias. Se o
fluxo para dentro excede o fluxo para fora,
o volume sanguíneo nas artérias aumenta
e a pressão arterial média também. Se o
fluxo para fora excede o para dentro, o
volume diminui e a pressão arterial média
cai. O fluxo sanguíneo para dentro da aorta
é igual ao débito cardíaco do ventrículo

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