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FISIOLOGIA - 2º TERMO

Bioeletrogenese
CANAIS PROTEICOS
Os canais proteicos (poros) são seletivos, e
funcionam como comportas que regulam (controlam)
ELETROFISIOLOGIA CARDÍACA o movimento dos íons através da membrana, ou
seja, controlam a permeabilidade seletiva da
Síntese de eletricidade pela célula, tais impulsos membrana em determinados momentos com a
que são detectados pelo eletrocardiograma. abertura ou o fechamento dos canais.
Os canais ficam fechados quando a célula
está em repouso, mas quando a célula é estimulada
MEMBRANA CITOPLASMÁTICA os canais se abrem, o estimulo pode ser:
• Sinais elétricos - canais dependente de voltagem.
Se abrem quando a voltagem se altera
A célula, que tem como barreira membrana
• Sinais químicos - canais dependentes de ligante.
citoplasmática, é preenchida internamente pelo LIC e
Se abrem quando se liga ao canal uma substância
externamente pelo LEC. Membrana é responsável
química que altura sua conformação (ex:
pelo transporte seletivo por ser lipossolúvel,
neurotransmissores, hormônios ou 2º mensageiros)
composta de fosfolipídios que isolam o meio externo
e interno, e em alguns pontos existem proteínas que
permitem a passagem de substancias.

LIC E LEC
As concentrações de eletrólitos e de outras
substancias nos líquidos intra e extra celulares são POTENCIAIS DE MEMBRANA
diferentes. Os solutos não são diferentes, mas as
concentrações. Os estímulos elétricos são propagados no
neurônio por meio de potenciais de ação

POTENCIAL DE REPOUSO
Também chamado potencial de membrana.
Ocorre antes de um potencial de ação. Presente
quando a célula não está realizando sua função
fisiológica, ou seja, está em repouso. Nesse estado a
membrana está impermeável aos soltos e polarizada
como consequência da ação da bomba de Na/K.
Existe uma diferença de concentração e de
As quantidades diferentes de sódio e potássio voltagem na membrana. No meio interno está
dentro e fora a célula formam um gradeie de carregado negativamente de potássio, com potência
concentração, que tende a se igualar. A bomba de de - 70 mv mais negativo quando comparado a face
sódio e potássio é responsável por não permitir que externa. O exterior está positivo, carregado
as concentrações de Na e K se igualem, com auxílio positivamente de sódio.
da membrana que, neste momento está impermeável
ao sódio e potássio.

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Portanto, em primeiro momento a célula está


em repouso, e suas proteínas de canais para sódio e
potássio estão fechadas (inativas). Isso porque a
voltagem da membrana está em - 70 mv. O canal fica
ativo quando a voltagem estiver entre - 70 e + 35 mv.
Quando o limiar é atingido a célula irá se
despolarizar. Então abrem-se todos os canais para
sódio da membrana e só serão fechados quando a
célula se despolarizar totalmente.

POTENCIAL DE AÇÃO POLARIZAÇÃO INVERTIDA


É basicamente um estímulo elétrico que gera A membrana estava em - 70 mv e vai para +
um impulso nervoso. Acontece quando a diferença 35 mv entrando muita carga positiva. Quando isso
de voltagem se inverte muito rapidamente em células acontece os canais para sódio são inativos e os para
capazes de propagar esse impulso, transportando potássio se abrem, saindo potássio e deixando a
assim a informação. membrana positiva internamente e negativa
Para que o sinal seja gerado, é preciso um externamente. A célula agora está despolarizada,
estímulo, que pode ser de diferentes naturezas: pois há uma inversão de polaridade.
sinapse elétrica, estímulo elétrico, trauma mecânico,
entre outros. Essa informação é captada pelos
receptores e levada do SNP para o SNC, que recebe
o estimulo e gera uma resposta, que irá controlar as
próximas ações.
Mas para que isso aconteça é preciso que o
estímulo atinja um limiar de disparo.
Limiar de disparo - limite inferior do estímulo capaz
de provocar uma despolarização, ou seja, é um
valor mínimo de voltagem que precisa ser atingido
para que a célula se despolarize totalmente e
reproduza o estímulo em toda a membrana e para
outras células. Caso não for atingido a célula
continua em repouso.
Se o limiar não for atingido pode ocorrer a
abertura da comporta de ativação de alguns poucos
canais de Na e uma pequena entrada de Na
localmente, que leva a uma pequena despolarização
local da membrana, mas que não é suficiente para a
despolarização.
• HIPERPOLARIZAÇÃO - pode ocorrer de os canais
de potássio demorarem para fechar, gerando
excesso de potássio. Nesse momento, a voltagem
interna pode chegar a - 90 mv, aproximadamente.

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REPOLARIZAÇÃO mielina a velocidade de propagação é de


Quando os canais para potássio se fecham e aproximadamente 0,25 m/s, já com a bainha de
a bomba de sódio e potássio entra em ação, esta irá mielina, acelera para cerca de 100 m/s.
reorganizar a membrana para voltar ao estado Os nódulos de Ranvier também auxiliam a
polarizado. acelerar a velocidade do impulso nervoso, pois
apropriam uma condução saltatória pela membrana e
pelas bainhas de mielina.

É importante saber que a bomba de Na e K


não para de trabalhar, ela cria as condições para que
o potencial aconteça e para que a célula se
restabeleça. Portanto existem momentos que
prevalece os canais e momentos que prevalece a
bomba.

BIOELETROGENESE CARDÍACA

O coração é capaz de gerar seus próprios


impulsos elétricos. Isso não quer dizer que não sofra
interferência de outros locais, de modo que o SNC
pode interferir no batimento cardíaco. A geração e
condução dos potenciais de ação (impulsos elétricos)
acontece através das fibras musculares cardíacas.
São elas dois tipos:
PROPAGAÇÃO DO POTENCIAL DE AÇÃO • Fibras brancas - São cerca de 1% do miocárdio,
apresentam pouca capacidade contrátil, mas tem
os filamentos de actina e miosina organizados de
DIREÇÃO DA PROPAGAÇÃO maneira que conseguem gerar o impulso para
Nos neurônios, o sinal chega pelos dendritos, contrair a fibra vermelha. É o “marca passo” do
é processado pelo corpo celular e segue pelo axônio coração, já que conduz quando e com qual
até o terminal axônico para ser transmitido para outra intensidade contrair.
célula. • Fibras vermelhas - Cerca de 99% do miocárdio.
Tem grande capacidade contrátil (filamentos de
actina e miosina). Recebem o sinal de contração
das fibras brancas e o reproduzem.

POTENCIAL DE AÇÃO DAS FIBRAS BRANCAS


Nas fibras brancas, não existe potencial de
repouso. Pois existem canais de sódio e de cálcio
chamados canais de vazamento - IF, ou seja, que
nunca se fecham, deixando entrar as substancias a
todo momento, mas em pequena quantidade. De
modo que a voltagem nunca para em - 60 mV, e está
sempre gerando seu próprio estímulo, lentamente.
Como os canais nunca se fecham,
lentamente a célula vai se estimulando até atingir o
limiar de disparo, quando entra cálcio muito
rapidamente para que a despolarização das fibras
brancas aconteça também rapidamente. Atingido um
VELOCIDADE DA PROPAGAÇÃO potencial de + 20 mV a célula irá se repolarizar, pois
A célula de Schwann produz a bainha de os canais de cálcio se fecham e abrem-se os canais
mielina, que envolve o axônio, acelerando a para potássio, então sai potássio e a célula volta
passagem do sinal. Em um nervo sem bainha de para cerca de - 60 mV e o ciclo se repete.

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POTENCIAL DE AÇÃO DAS FIBRAS VERMELHAS


A principal diferença em relação as fibras
brancas é que existe um potencial de repouso.
Quando a célula cardíaca recebe o estímulo e
é despolarizada o potencial de membrana torna-se
mais positivo. Os canais de sódio dependentes de
voltagem (canais rápidos de sódio) se abrem e
permitem que o sódio rapidamente para o interior da
célula e a despolariza. O potencial de membrana
atinge o limiar de + 20 mV, e juntamente, abrem-se
canais lentos para cálcio, o que mantém a voltagem
alta, por ser positivo, assim, demora muito para
fechar, de modo que os canais de potássio não
conseguem abrir e isso acontecerá somente quando
os canais para cálcio se fecharem.
Formando-se o platô; então abrem-se os
canais para potássio lentos que causam o
fechamento dos canais de potássio e volta para o
potencial de repouso.
O platô se forma porque existem canais de
cálcio lento que tem a voltagem muito próxima da
positividade (+20/25) que não permitem que os
canais de potássio se abram para que a célula se
repolarize. Isso faz com que as fibras vermelhas
demorem para se repolarizar.

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• FIBRAS BRANCAS - São 1%, compõe o sistema

Fisiologia Cardiovascular
excito-condutor. Fibras especializadas em geração
e condução de estímulos elétricos, formam o
complexo estimulante do coração. Apresentam
INTRODUÇÃO poucos filamentos de actina e miosina, pouco
desenvolvidos e desorganizados,
O coração, um músculo potente, que bombeia
consequentemente, tem pouca capacidade
aproximadamente 7.200 litros de sangue
contrátil. Mas tem grande capacidade em gerar o
diariamente, sem para para descansar.
impulso elétrico e se despolarizar, induzindo as
fibras brancas a se contraírem - marca passo
FUNÇÃO biológico.
O coração tem a função de dar força
(bombear) para que o sangue se mova em sequencia
no sistema circulatório. É descrito como uma bomba
SINCÍCIO CARDÍACO - FUNCIONAL
O músculo estriado cardíaco é organizado
dupla, que move o sangue sequencialmente pela
como um sincício funcional.
circulação pulmonar (coração direito) e pela
O sincício verdadeiro esta presente na
circulação sistêmica (coração esquerdo). A função do
musculatura esquelética, é definido como uma
sistema circulatório é transportar substâncias:
massa multinucleada e citoplasma formada pela
• Levar nutrientes, água e gases para os tecidos;
fusão de células originalmente separadas. O
• Carregar materiais que se movem de célula a
miocárdio é um sincício funcional, são várias células
célula (hormônios) - comunicação celular;
(fibras), que por conta das junções comunicantes se
• Retirar dos tecidos os resíduos que serão
tornam um sincício funcional. O coração é formado
eliminados - produtos do catabolismo (CO2)
por dois sincicios: atrial e ventricular.
No miocárdio, os filamentos de actina e
CAMINHO DO SANGUE NO CORAÇÃO miosina tem certa organização em paralelo, mas a
O sangue do sistema chega pelas veias célula como um todo está entrelaçada com outras, e
cavas superior e inferior no átrio direito. Vai para o as fibras não apresentam inicio e fim, pois se
ventrículo direito passando pela valva tricúspide, de organizam como uma malha. Esse modelo ficou
onde será bombeado para o tronco pulmonar em conhecido como sincício funcional pois são fibras
direção ao pulmão para sofrer a hematose. Retoma mononucleadas, e possuem aberturas entre as
para o átrio esquerdo pelas veias pulmonares e células (junções GAP). Muitas fibras juntas, se
desemboca no ventrículo esquerdo, passando pela tornam uma só fibra multinucleada e funcionam como
valva mitral, de onde será bombeado para a aorta e uma só célula.
enviado para todo o sistema. Na união das fibras existe o disco intercalar,
formado pela fusão das membranas onde estão as
Porque o sangue só percorre um sentido? junções GAP. Os disco intercalares são proteínas de
As válvulas o impedem de voltar, e o sangue membrana que se fundiram e permitem a passagem
caminha de uma região de maior pressão para uma de tudo que chega, como íons, nutrientes, etc.
de menor pressão. O sangue chega ao coração do
sistema venoso e sai pelo sistema arterial. Esse
trajeto não pode mudar porque isso iria gerar um
colapso.

PROPRIEDADES DO CORAÇÃO
• Contratilidade
• Automaticidade
• Excitabilidade

FISIOLOGIA DO MÚSCULO CARDÍACO

O músculo do coração é classificado como


um músculo estriado cardíaco - o miocárdio. Nesse
músculo existem dois tipos de fibras: Para que é necessário um sincício cardíaco?
• FIBRAS VERMELHAS - São 99%, o músculo Porque se um comando for dado a uma fibra, a
cardíaco propriamente dito (a bomba). Tem os informação chegara para todas, ou seja, mesmo que
filamentos de actina e miosina muito bem seja um espaço grande, a fibra branca pode
organizado em paralelo e quando se contraem estimular apenas uma vermelha, que todas no
diminuem o comprimento, de modo que tem grande sincício irão contrair, pois são uma única massa
capacidade contrátil. Compõe os músculos atrial e contraindo. Isso é necessário para que a contração
ventricular; possa ocorrer no tempo e ritmo certo - eficiência
contrátil.

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todo o músculo cardíaco, pois se despolariza sem


precisar de um sinal direto do sistema nervoso.

SISTEMA EXCITO-CONDUTOR
Quando os átrios estão cheios, forma uma
despolarização, um sinal elétrico gerado pelo nó
sinusal, que se espalha até o nó atrioventricular e
chega aos ventrículos, se espalha e a contração
começa do ápice para a base
No final da diástole, as quatro câmaras
cardíacas estão relaxadas. O nó sinusal se
despolariza, e gera o impulso elétrico, que vai
CONTRATILIDADE caminhar pelas vias internodais, nos átrios, que irão
se despolarizar e contrair, enviando o sangue para os
ventrículos. O sinal vai chegar ao nó atrioventricular,
A contração cardíaca acontece de maneira vai para o fascículo atrioventricular (Feixe de His)
sequencial: primeiro átrios e depois ventrículos. direito e esquerdo, de lá vai para as fibras de
Existe um músculo atrial e um ventricular. O Purkinje, se espalha por todo o ventrículo fazendo
sangue chega nos átrios, que estavam relaxados e com que eles se contraiam do ápice para a base.
irão se contrair para lançar o sangue para baixo, nos
ventrículos, que nesse momento devem estar
relaxados. Quando receberem o sangue, irão contrair
lançando-o para cima.
O músculo atrial empurra o sangue para
baixo e o músculo ventricular empurra o sangue para
cima. Não ao mesmo tempo, porque enquanto um
contrai o outro deve estar relaxado. Afim de que não
ocorra problemas com isso, dividindo-os existe um
tecido fibroso que funciona como isolante para que
ocorra a contração sequencial. Se isso falhar ocorre
um colapso.

BIOELETROGÊNESE CARDÍACA
Geração e condução dos potenciais de ação
(impulsos elétricos) através das fibras musculares
cardíacas.
As fibras brancas geram o impulso e dão a
ordem para as fibras vermelhas se contraírem. A
autoexcitabilidade existe pois o potencial de repouso
nas fibras brancas não existe, isso porque existem
LEI DO “TUDO OU NADA” canais de vazamento para sódio (canais IF). Portanto
O coração obedece a lei do tudo ou nada.
se nunca para de entrar sódio, a voltagem nunca fica
Que é explicada da seguinte maneira, se as fibras
estabilizada.
brancas enviarem um sinal forte o suficiente para
Características do potencial de ação no coração:
ultrapassar o limiar, todo o sincício irá contrair,
• Podem ser gerados espontaneamente - nodo
primeiro átrio depois ventrículo sequencialmente,
sinusal e atrioventricular
para isso é necessário apenas um sinal. Mas se não
• Podem. Ser conduzidos facilmente de célula a
houver sinal, ou não for forte o suficiente, o músculo
célula (junções comunicantes do tipo Gap)
todo continua relaxado.
• Possuem longa duração (300 ms) - refratariedade.
Nas fibras vermelhas, após receber o sinal e
AUTOMATICIDADE se contrair, a membrana permanece despolarizada
por 0,2 segundos, por isso a contração muscular
dura mais que a do esquelético. O platô faz com que
As fibras brancas são responsáveis pela o período refratário dure mais.
automaticidade do coração pelo sistema excito-
condutor, que gera e conduz a excitação (sinal) por Está relacionada com os períodos refratários,
nos quais o coração não aceita um novo estímulo.

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O período refratário é o período em que se a célula


estiver nele, e receber outro estímulo, ela não irá
executar, pois precisa primeiro terminar o que esta
realizando. No músculo estriado cardíaco, o período
refratário é bem longo.

PERÍODOS REFRATÁRIOS
• Músculo esquelético
O período refratário é mais curto, por isso
pode ficar mais tempo apenas contraído. O período
refratário no músculo esquelético não coincide com o
período de contração, quando contrai o músculo a
ordem já foi recebida e já acabou, portanto se • Extra-sístole - Quando acontece uma contração a
receber uma nova ordem, pode continuar contraído - mais no período refratário relativo, geralmente
contração sustentada. causado por estresse ou susto

• Músculo cardíaco
Se despolariza e continua despolarizado, não VELOCIDADE DO IMPULSO CARDÍACO
aceita outro estímulo enquanto tiver no período Passagem pelos átrios = 0,04s
refratário. O músculo cardíaco precisa contrair para Breque no nó AV = 0,12s
enviar sangue, e não pode ficar contraído. Pois Passagem pelos ventrículos = 0,06s
precisa relaxar para receber o sangue novamente. Total = 0,22s
Por isso seu período refratário é maior, para que ele
não consiga aceitar outro estímulo de contrair e não
receba o sangue que esta vindo, isso iria gerar um REGULAÇÃO DO BOMBEAMENTO CARDÍACO
colapso.
Quando uma pessoa fisiologicamente normal
está em repouso, o coração bombeia apenas 4 a 6L
de sangue por minuto. Durante exercícios
extenuantes, o coração pode bombear quatro a sete
vezes essa quantidade. Os mecanismos básicos
para regular o bombeamento cardíaco são:
• Regulação intrínseca - em resposta a mudanças
no volume de sangue que flui para o coração;
• Regulação extrínseca - controle da frequência
cardíaca e da força de contração pelo sistema
nervoso autônomo.
PERÍODOS REFRATÁRIOS CARDÍACO
Analisando-se em níveis fisiológicos ideais, REGULAÇÃO INTRÍNSECA
no músculo cardíaco existe o período refratário Acontece pelo mecanismo de Frank-
absoluto e o período refratário relativo, que são Starling. Explica que, quantidade de sangue
seguidos de um período de excitação normal. bombeada pelo coração a cada minuto é
O período refratário absoluto coincide com normalmente determinada quase inteiramente pela
a sístole. O nó sinoatrial disparou um impulso taxa do retorno venoso. Ou seja, cada tecido
elétrico, que gera uma despolarização - uma sístole, periférico do corpo controla seu próprio fluxo
gerando o período refratário absoluto. sanguíneo local, e todos os fluxos locais de tecido se
Quando o coração estiver quase totalmente combinam e retornam pelas veias do átrio direito. O
relaxado, tem o período refratário relativo, que é o coração, por sua vez, bombeia automaticamente
período que se tiver um impulso forte o suficiente esse sangue, para que ele flua pelo circuito
para causar uma despolarização prematura nas novamente.
fibras brancas, o músculo irá se contrair novamente - Desse modo, dentro dos limites fisiológicos, o
coincide com o período da diástole. coração bombeia todo o sangue que retorna a ele

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por meio das veias. Assim, quanto mais o músculo


cardíaco for alongado durante o enchimento, maior
será a forca de contração e maior será a quantidade
de sangue bombeado para a aorta.

REGULAÇÃO EXTRÍNSECA
A efetividade do bombeamento cardíaco
também é controlada por nervos simpático e
parassimpático (vago).

Os nervos simpáticos, agem principalmente


nas fibras vermelhas. A partir da adrenalina e
noradrenalina, receptores alfa e beta. A
noradrenalina age no beta receptor. O beta
bloqueador (medicação) controla a frequência
cardíaca. Os nervos simpáticos aumentam a
frequência cardíaca e a força de contração.
O nervos parassimpáticos, agem
principalmente nas fibras brancas, sistema excito-
condutor. A partir a acetilcolina, receptores
muscarínico e nicotínico. Os nervos parassimpáticos
podem para os batimentos cardíacos por alguns
segundos, suas fibras são distribuídas principalmente
para os átrios e não muito para os ventrículos, por
isso o efeito da estimulação vagal e principalmente
diminuir a frequência cardíaca, em vez de diminuir
muito a forca de contração.

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Ciclo Cardíaco
O ciclo cardíaco é o conjunto de eventos
cardíacos que ocorre entre o início de um batimento
cardíaco e o início do próximo. Ou seja, todos os
eventos que acontecem em um batimento cardíaco -
“tum tá” - e o que acontece entre um tum e o próximo
tum. Os sons audíveis, tum e tá, são feitos pelo
fechamento das válvulas. Portanto o ciclo cardíaco EVENTOS QUE MARCAM INÍCIO E FIM
começa com algo que faria a válvula se fechar. - Sístole: período entre S1 (1ª bulha cardíaca) que
corresponde ao fechamento da valva
atrioventricular e a S2 (2ª bulha cardíaca) que
FASES DO CICLO CARDÍACO corresponde ao fechamento da valva aórtica
- Pequeno silêncio
O ciclo cardíaco pode ser dividido em sístole - Diástole: período entre S2 (2ª bulha cardíaca) e a
e diástole, sendo que a sístole representa 40% do S1 (1ª bulha cardíaca)
ciclo e a diástole 60% - em repouso. Isso porque, em - Grande silêncio
condições fisiológicas, o coração passa muito mais O período de abertura das válvulas não
tempo relaxando-se do que contraindo, ja que o sinal produz ruído, mas o fechamento sim. A valva
de despolarização enviado pelo sinoatrial caminha atrioventricular é, em sua composição mais delgada,
rapidamente (sístole), mas leva mais tempo para se por isso faz um ruído mais baixo duradouro - cerca
encher de sangue (diástole). de 0,14s. As valvas semilunares são muito mais
No final de um ciclo o coração se encontra espessas e tem uma abertura menor, tem o
completamente relaxado. É quando irá se iniciar um fechamento mais forte (alto) e mais rápido, cerca de
novo ciclo cardíaco. No final do ciclo o coração está 0,10s.
em diástole. O início do outro ciclo será na sístole, Tem início no fim da diástole. O nó sinusal
portanto o ciclo cardíaco se inicia com a disparou um potencial elétrico e o estímulo se
despolarização do nó sinusal, que envia um sinal espalhou pelo átrio, até chegar ao nó atrioventricular
para os átrios se despolarizarem, logo apos a e o átrio se contrai, de modo que a tricúspide ja
despolarização atrial vem a contração atrial, depois a estava aberta. Chegando o sangue no ventrículo,
contração ventricular, e só então as valvas este se contrai e ocorre uma sístole ventricular,
atrioventriculares irão se fechar, quando é audível o ejetando o sangue para cima, colocando muita
tum - início do ciclo cardíaco. pressão no ventrículo e o sangue tenta refluir para o
Os dois grandes eventos do ciclo cardíaco são: átrio mas nesse momento as válvulas AV se fecham
• Sístole - período de contração (ventricular) completamente fazendo o tum. O sangue então abre
• Diástole - período de relaxamento (ventricular) a semilunar passa por ela e vai para o pulmao ou
A duração total do ciclo cardíaco depende das para a aorta. Nesse momento acabou a sístole e o
condições fisiológicas do indivíduo, mas o ideal é: coracao comeca a se relaxar para encher de sangue
0,833 segundos (para 72 batimentos por minuto. novamente. O sangue que foi para a aorta ou para o
tronco pulmonar tenta refluir, quando as valvas
O AUMENTO DA FREQUÊNCIA CARDÍACA REDUZ semilunares se fecham, fazendo o tá.
A DURAÇÃO DO CICLO CARDÍACO
Quando o indivíduo sai do repouso e inicia O SANGUE SE MOVIMENTA DEVIDO AO
uma atividade física que requer aumento da GRADIENTE DE PRESSÃO
frequência cardíaca, o ciclo cardíaco é encurtado, O sangue se movimenta de um local onde a
pois com o batimento mais rápido, os intervalos ficam pressão está maior, para um local de menor pressão.
menores. A proporção de 40% para sístole e 60%
para diástole não se mantém, a diástole encurta
muito mais, ao passo que essa proporção se inverte.
No repouso, a contração atrial é pouco
importante para o enchimento ventricular, sendo que
só envia 20% do sangue total que vai para o Isso significa que em algum momento, a
ventrículo, 80% passa diretamente. No entanto, é pressão do átrio vai estar maior que a do ventrículo,
enviado de 300 a 400% mais sangue do que o para que o sangue possa ir para o ventrículo.
necessário para o corpo em repouso. Quando isso acontecer, a valva atrioventricular irá se
Mas em momento de atividade física, a abrir passivamente. Mas se o contrario ocorrer, a
contração atrial adequada passa a ser extremamente pressão no ventrículo for maior que nos átrios, as
importante, isso porque a diástole está muito curta, valvas não permitirão que o sangue retorne pois são
de modo que se não houver contração adequada do seguradas pelas cordas tendíneas. O mesmo
átrio, não existe enchimento adequado do ventrículo, acontece para o sangue ir do ventrículo para a aorta
ja que tem menos tempo para relaxar e encher. ou tronco pulmonar.

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AS VALVAS CARDÍACAS EVITAM O REFLUXO DE • Ejeção ventricular rápida


• Ejeção ventricular lenta
SANGUE DURANTE A SÍSTOLE • Relaxamento isovolumétrico - finaliza com o
As valvas AV evitam o refluxo de sangue dos
fechamento da valva aórtica
ventrículos para os átrios durante a sístole, e as
O período de contração isovolumétrica
valvas semilunares impedem o refluxo da aorta e do
acontece imediatamente após o início da contração
tronco pulmonar para os ventrículos durante a
ventricular, a pressão ventricular aumenta
diástole. Essas valvas, se fecham e se abrem
abruptamente, fazendo com que as valvas AV se
passivamente. Ou seja, elas se fecham quando um
fechem. Durante esse período, ocorre a contração
gradiente de pressão retrógrado empurra o sangue
nos ventrículos, mas não ocorre esvaziamento (ja
para trás e se abrem quando um gradiente de
que todas as valvas estão fechadas) e o volume
pressão anterógrado força o sangue adiante.
sanguíneo fica constante. A tensão no músculo
Os músculos papilares que se ligam às
cardíaco está aumentando, mas ocorre pouco ou
cúspides das valvas AV pelas cordas tendíneas se
nenhum encurtamento das fibras musculares.
contraem quando as paredes ventriculares se
O período de ejeção ventricular acontece
contraem, mas, não ajudam no fechamento das
quando a pressão do ventrículo esquerdo sobe
valvas. Eles puxam as cúspides das valvas para
ligeiramente acima de 80 mmHg, as pressões
dentro em direção aos ventrículos, para evitar que se
ventriculares forçam a abertura das valvas
projetem muito para trás em direção aos átrios.
semilunares. Imediatamente, o sangue é ejetado dos
ventrículos para a aorta e o tronco pulmonar. Cerca
de 70% dessa porção fluem durante o primeiro terço
do período de ejeção - período de ejeção rápida,
com os 30% restantes esvaziando durante os
próximos dois terços - período de ejeção lenta.
O período de relaxamento isovolumétrico
acontece no final da sístole, o relaxamento
ventricular começa repentinamente, permitindo que
as pressões intraventriculares diminuam
EVENTOS DURANTE A SÍSTOLE VENTRICULAR repentinamente. As pressões elevadas nas grandes
artérias distendidas que acabaram de ser
Esses eventos marcam o início, preenchidas com sangue dos ventrículos contraídos
desenvolvimento e final de uma sístole ventricular: empurram imediatamente o sangue de volta para os
• Contração isovolumétrica ventrículos, o que fecha as valvas aórtica e

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pulmonar. Durante esse período, as pressões de sangue dentro do ventrículo não se alterou, ele
intraventriculares diminuem rapidamente de volta aos continua cheio - CONTRAÇÃO ISOVOLUMÉTRICA.
seus níveis diastólicos baixos. Então, as valvas AV se O volume não se alterou pois a pressão no ventrículo
abrem para iniciar um novo ciclo de bombeamento ainda não é maior que a pressão na aorta para a
ventricular. valva semilunar se abrir.
A sístole continua, a pressão dentro do
EVENTOS DURANTE A DIÁSTOLE VENTRICULAR ventrículo passa a pressão na aorta, a linha vermelha
• Relaxamento isovolumétrico ultrapassa a linha pontilhada. O primeiro terço do
• Enchimento ventricular rápido período de ejeção é quando sai muito sangue, 2/3 do
• Enchimento ventricular lento volume sanguíneo saem do ventrículo - EJEÇÃO
• Sístole atrial RÁPIDA. A pressão no ventrículo continua subindo e
o volume sanguíneo declina rapidamente. O restante
d o s a n g u e é e j e t a d o - E J E Ç Ã O L E N TA .
DIAGRAMA DE WIGGERS Consequentemente a pressão dentro do ventrículo
começa a diminuir rapidamente, quando a pressão
O Diagrama de Wiggers relaciona as da aorta aumenta rapidamente e fica maior que
pressões do coração à esquerda e da aorta com o dentro do ventrículo. Acontece então o fechamento
volume sanguíneo do coração à esquerda e o ECG da valva semilunar aórtica. Durante todo esse
em um ciclo cardíaco. período o átrio estava em diástole, recebendo
sangue das veias cavas.
Em seguida, o coração ja está em diástole e a
pressão cai muito rapidamente, mas o volume é o
mesmo, pois as valvas atrioventriculares ainda não
se abriram. Pois a pressão dentro do ventrículo
ainda é maior que a do átrio. Somente quando a
pressão do átrio for maior que do ventrículo, elas
irão se abrir e se inicia um novo ciclo cardíaco.
Na diástole ventricular acontece o
relaxamento isovolumétrico, enchimento ventricular
rápido, lento e a sístole atrial.

CURVAS QUE APRESENTAM ELEVAÇÃO DE


PRESSÃO DENTRO DO ÁTRIO
A onda a é causada pela sístole atrial,
despolarização e contração atrial. Normalmente, a
pressão do átrio direito aumenta 4 a 6 mmHg
durante a contração atrial, e a pressão do átrio
esquerdo aumenta de 7 a 8 mmHg.
A primeira linha (pontilhada), mostra a A onda c ocorre devido ao aumento da
variação de pressão dentro da aorta durante o ciclo pressão durante a sístole ventricular, esta é tão forte
cardíaco. A segunda linha, também pontilhada, que diminui a área do átrio, aumentando a pressão.
mostra a variação da pressão atrial do lado A onda v ocorre pelo enchimento atrial,
esquerdo. A segunda linha, vermelha, mostra a quando a a atrioventricular ainda não se abriu e o
variação de pressão do ventrículo esquerdo, durante
um ciclo. A quarta linha, azul, mostra a variação do
volume de sangue dentro do ventrículo esquerdo. A DIAGRAMA DE VOLUME E PRESSÃO
quinta linha mostra as ondas clássicas de um
eletrocardiograma. A ultima linha mostra um átrio está em diástole enchendo de sangue.
fonocardiograma, ou seja, os ruídos produzidos por O diagrama de volume e pressão mostra a
um ciclo cardíaco. variação do volume sanguíneo e a variação de
As linhas horizontais do início são retas, pressão dentro do ventrículo esquerdo.
marcam o final da diástole. A pressão atrial está um Fase I: período de preenchimento. Começa
pouco maior que a pressão do ventrículo. O nó com um volume ventricular de cerca de 50 mℓ e uma
sinusal liberou um estímulo elétrico e o átrio se pressão diastólica de 2 a 3 mmHg. A quantidade de
contraiu, a pressão que estava em 5 se elevou para sangue que permanece no ventrículo após o
10 (a pressão do ventrículo está 0), e terminou o batimento cardíaco anterior, 50 mℓ, é chamada
enchimento ventricular. No eletrocardiograma formou volume sistólico final. Conforme o sangue venoso flui
a onda P. No fonocardiograma não aconteceu nada, para o ventrículo a partir do átrio esquerdo, o volume
pois está no final da diástole. ventricular normalmente aumenta para cerca de 120
Acabando a contração atrial, a pressão do mℓ, chamado volume diastólico final, um aumento de
ventrículo se elevou, chegando próximo a 80, e as 70 mℓ. Portanto, o diagrama de volume-pressão
válvulas atrioventriculares se fecham, mas o volume durante a fase I se estende do ponto A ao ponto B,

11
FISIOLOGIA - 2º TERMO

com o volume aumentando para 120 mℓ e a pressão


diastólica aumentando para cerca de 5 a 7 mmHg. O debito cardíaco multiplica o volume sistólico
pela frequência cardíaca. Registra o volume de
sangue que foi ejetado na grande circulação
durante um período de tempo, mede-se geralmente
por 1 minuto.
(DC) = FC xVS

Débito Cardíaco
70mL X 72 = 5.040 mL/min

Onde FC: Frequência Cardíaca

ONDAS DO ECG NO CICLO CARDÍACO

O eletrocardiograma é um registro dos


potenciais elétricos, se tiver um atraso na
despolarização, ou antecipar, essas ondas irão fugir
da normalidade indicando que o coração está com
alterações.
O coração estava relaxado, em diástole, o nó
sinusal despolarizou os átrios, formando a onda P.
Fase II: período de contração Essa despolarização chegou ao nó AV, acabou ainda
isovolumétrica. Durante a contração isovolumétrica, P, inicia-se o breque, que coincide com a formação
o volume do ventrículo não se altera porque todas as da onda Q, esse sinal caminha pelos ventrículos e
valvas estão fechadas. No entanto, a pressão dentro forma a onda R e quando chegar e despolarizar
do ventrículo aumenta para igualar a pressão na todos, forma a onda S (despolarização completa do
aorta, para um valor de pressão de cerca de 80 ventrículo) - complexo QRS. Começa a se repolarizar
mmHg, conforme representado pelo ponto C. e quando completar a repolarização, forma a onda T.
Fase III: período de ejeção. Durante a
ejeção, a pressão sistólica aumenta ainda mais em
virtude da contração ainda maior do ventrículo. Ao
mesmo tempo, o volume do ventrículo diminui porque
a valva aórtica agora está aberta e o sangue flui do
ventrículo para a aorta. Portanto, a curva
denominada “período de ejeção” traça as mudanças
no volume e na pressão sistólica durante este PRÉ E PÓS CARGA
período de ejeção.
F a s e I V: p e r í o d o d e r e l a x a m e n t o
isovolumétrico. No final do período de ejeção, ponto Pré-carga é o grau de estiramento (tensão)
D, a valva aórtica se fecha e a pressão ventricular do músculo ventricular no final da diástole, ou
volta ao nível de pressão diastólica. A linha pressão diastólica final (quando o ventrículo está
“Relaxamento isovolumétrico” traça essa diminuição cheio e começa a se contrair).
na pressão intraventricular sem qualquer alteração Pós-carga é a pressão na aorta no inicio da
no volume. Assim, o ventrículo retorna ao seu ponto sístole, à saída de sangue do ventrículo. Específica a
inicial, com cerca de 50 mℓ de sangue deixados no carga contra a qual o músculo exerce sua força
ventrículo a uma pressão atrial de 2 a 3 mmHg. contrátil, ou seja, a pressão que o ventrículo precisa
vencer para ejetar o sangue.
VOLUME SISTÓLICO (VS) /DÉBITO CARDÍACO (DC)
VS = VDF –VSF INCISURA DICRÓICA

Volume Sistólico Acontece após o sangue ser ejetado do


VS =120mL – 50mL = 70mL ventrículo para a aorta, corresponde ao fechamento
da valva aórtica, quando o sangue tenta refluir.
A fração de ejeção representa quanto Acontece uma leve distensão das paredes das
porcento do sangue que chegou ao ventrículo, foi artérias e o sangue é refluído para as coronárias,
ejetado. nesse momento o miocárdio é nutrido, na diástole
Fração de Ejeção: ventricular. Desse modo, o coração primeiro nutre
VS ÷VDF seu tecido, para depois nutrir os outros.
FE = 70mL ÷ 120 = 0,5833 (≅ 60%)

12
FISIOLOGIA - 2º TERMO

elétricas positivas e negativas - isso é registrado pelo

Eletrocardiograma
eletrocardiógrafo. A despolarização acontece em um
sentido, vem da região do estímulo e caminha para o
outro lado, isso forma um vetor.
Os potenciais elétricos no músculo cardíaco A célula fica então completamente
podem ser detectados em qualquer região da despolarizada, e como não tem dipolo, não tem
superfície do corpo. Um eletrocardiograma (ECG) estímulo no eletro. A célula irá então se repolarizar,
registra a atividade elétrica do coração em gráficos formando um dipolo novamente, neste momento o
que refletem os potenciais elétricos dessa atividade vetor está invertido (se antes estava da direita para a
elétrica. esquerda, agora está da esquerda para a direita),
pois a repolarização acontece em sentido contrário.
ELETROCARDIÓGRAFO
O eletrocardiógrafo é um galvanômetro que
amplia, filtra e registra a atividade elétrica do coração
em um papel milimetrado especialmente determinado
para esse fim.

TEORIA DO DIPOLO

O dipolo é formado por duas cargas de Se o vetor estiver caminhando em direção ao


mesmo módulo (mesmo valor numérico), porém de eletrodo, a onda será positiva, acima da linha de
sinais ou polaridades contrários. base. Se o vetor estiver indo em direção oposta ao
São usados eletrodos (polos) com diferença eletrodo, são registradas ondas negativas, abaixo da
de carga elétrica (positivo e negativo) em regiões linha de base.
diferentes do corpo, membros superiores esquerdo e
direito e membro inferior esquerdo, formando um
triângulo - Triângulo de Eithoven. Esse capta as
modificações de potencial elétrico em diferentes
posições do corpo, formando o eletrocardiograma.

DIPOLO, VETORES E OS REGISTROS


ELETOCARDIOGRÁFICOS
Os dipolos podem ser representados como
vetores, que terão características como intensidade e
sentido.

Em uma célula em repouso (polarizada), o


eletro não irá detectar sinal, e a linha fica reta.
Quando a célula recebe um estímulo e começa a se REGISTRO DO ECG
despolarizar, esse estímulo é detectado pelo eletro, É feito em um papel com medidas
no começo, tem um lado da célula despolarizado e o padronizadas, e este papel caminha pelo
outro ainda polarizado, formando um dipolo, ou seja, eletrocardiógrafo de maneira padrão, caminha um
m uma mesma célula externamente, tem cargas certo espaço em determinado tempo. O eixo

13
FISIOLOGIA - 2º TERMO

horizontal mede o tempo e o eixo vertical, a


amplitude. DERIVAÇÕES
O traçado do ECG se dá na forma de ondas
que possuem características próprias como duração, No eletrocardiograma, as derivações são o
amplitude e configuração. A velocidade padrão com registro da diferença de potencial elétrico entre dois
que o papel milimetrado se desloca sob a agulha do pontos.
aparelho é de 25 mm/s.
DERIVAÇÕES PERIFÉRICAS (PLANO FRONTAL)
O Triângulo de Einthoven possibilita 6
derivações periféricas.

O traçado padrão do eletrocardiograma tem a


linha de base no 0, a qual indica que não tem
atividade elétrica, o músculo está em repouso. Ao DI: terminal negativo do eletrocardi grafo
iniciar um ciclo cardíaco, o nó sinusal se despolariza conectado ao bra o direito e terminal positivo
essa despolarização caminha pelos átrios, formando conectado ao bra o esquerdo. Portanto, quando o
a onda P, quando o átrio estivar todo despolarizado a ponto onde o bra o direito se conecta ao t rax
onda volta para a linha de base. Chega ao nó eletronegativo em rela o ao ponto onde o bra o
atrioventricular, acontece o breque, após isso esquerdo se conecta, o eletrocardi grafo tem registro
caminha pelos ventrículos, gerando a despolarização positivo, ou seja, acima da linha de voltagem zero no
ventricular, formando o complexo QRS. Após a ECG.
despolarização ventricular, tem um período de DII (deriva o que gera as ondas mais
repouso e o ventrículo ira se repolarizar, formando a cl ssicas do ECG): terminal negativo do
onda T. eletrocardi grafo conectado ao bra o direito e o
• ONDA P: despolariza o atrial terminal positivo conectado perna esquerda.
• ONDA Q: breque no n atrioventricular DIII: terminal negativo conectado ao bra o
• ONDA R: in cio da despolariza o ventricular esquerdo e o terminal positivo conectado perna
• ONDA S: fim da despolariza o ventricular esquerda.
• ONDA T: repolariza o ventricular. Essa onda, D a VL
embora seja uma repolariza o, positiva pois a D a VR
repolariza o ocorre do pice do cora o para a D a VF
base. O “a” significa deriva o aumentada.

CÁLCULO DA FREQUÊNCIA CARDÍACA

FC= 1500 ÷ R
Onde R = O espaço entre 2 ondas R
Se em 1 minuto o papel avança 1500 mm, qual o
espaço (mm) o papel avançou em 1 ciclo? (22mm)
Batimento = 1500 ÷ 22 = 68 batimentos

14












































FISIOLOGIA - 2º TERMO

Posicionando os eletrodos periféricos

• Amarelo: membro superior esquerdo


• Verde: membro inferior esquerdo
• Vermelho: membro superior direito
• Preto: membro inferior direito

DERIVAÇÕES PRECORDIAIS (PLANO


HORIZONTAL)
Esse eletrodo é conectado ao terminal
positivo do eletrocardiógrafo, e o eletrodo negativo,
chamado eletrodo indiferente ou terminal central de
Wilson, é conectado por resistências elétricas iguais
ao braço direito, ao braço esquerdo e à perna
esquerda, todos ao mesmo tempo, como também
mostrado na figura.
Normalmente, são registradas seis
derivações torácicas padrão, uma de cada vez, na
parede torácica anterior, com o eletrodo torácico
sendo colocado sequencialmente nos seis pontos
mostrados no diagrama. Os diferentes registros são
conhecidos como derivações V1, V2, V3, V4, V5 e
V6.

Posicionamento do eletrodo nas deriva es


precordiais (circundando o cora o):
• V1 - 4º espa o intercostal, na linha paraesternal
direita
• V2 - 4º espa o intercostal, na linha paraesternal
esquerda
• V3 - entre V2 e V4
• V4 - 5º espa o intercostal, na linha hemiclavicular
esquerda
• V5 - 5ª espa o intercostal, na linha axilar anterior
esquerda
• V6 - 5º espa o intercostal, na linha axilar m dia

15










FISIOLOGIA - 2º TERMO

Só existe troca de substancias entre

Dinâmica das Trocas


interstício e sangue, em nível de vaso capilar. É onde
acontece a nutrição e a drenagem. Em nenhum outro
vaso sanguíneo acontece trocas.

Líquidas VOLUMES DE SANGUE, ÁREA SE SECÇÃO


TRANSVERSAL E VELOCIDADE DE FLUXO
Ocorre fora do coração, no restante do A velocidade do fluxo sanguíneo nos tecidos
sistema circulatório é diretamente proporcional ao volume de sangue,
mas é inversamente proporcional a área de secção
transversa dos vasos sanguíneos. Portanto um vaso
SISTEMA CIRCULATÓRIO sanguíneo com um calibre grande terá um fluxo, mas
se esse vaso diminuir o calibre, o sangue vai passar
O sistema circulatório compreende coração, mais rápido.
artérias, veias e capilares. Tem como principais
funções:
• O transporte de nutrientes para os tecidos e a
remoção dos produtos da excreção celular
• Controle do fluxo sanguíneo para cada tecido.
Precisa manter as pressões em níveis adequados,
para garantir que o fluxo sanguíneo chegue em Seguindo essa formula, o sangue caminha
condições para que ocorra trocas de nutrientes nos mais rápido no capilar. Mas fisiologicamente, o
capilares. sangue precisa passar mais devagar no capilar, para
O sistema circulatório precisa manter a que possa ocorrer as trocas. Isso se explica pois,
pressão arterial adequada, para manter um fluxo pensando na área de todos os capilares juntos
sanguíneo adequado para os capilares. O ventrículo seccionados transversalmente, eles tem uma área
faz a sístole e envia o sangue para a artéria, a parte muito grande, de cerca de 2,5 metros. Por isso, nos
elástica da artéria recebe esse sangue, e a parte capilares, o fluxo é muito lento, para que possa
muscular, envia para frente. De modo que o sangue ocorrer as trocas.
“passeia” dentro da artéria, sendo levado para onde
é necessário.
As veias tem a função de reservar o volume
de sangue extra, para necessidades especiais. Em
momentos de demanda elevada, esse volume
circulatório entra em ação. As veias tem uma
capacidade de elasticidade maior, por isso a pressão
venosa é menor que a arterial.

CAPILAR
O capilar é composto apenas por endotélio,
apenas células com poros. O que permite que o
líquido que circula dentro do capilar saia com muita
As artérias se ramificam em arteríolas, que se facilidade.
ramificam em meta-arteríolas e depois, originam-se Nada sai da corrente sanguínea e vai para as
os capilares. Os capilares se juntam para formar as células sem passar pelos capilares e liquido
vênulas, que se juntam para formar as veias. intersticial. Portanto o líquido sai do sistema
circulatório pelo capilar, entra no liquido intersticial e
vai para a célula. Da mesma forma ocorre o caminho
contrário, nada sai da célula e vai para o capilar
antes de passar pelo interstício. Portanto o liquido
intersticial é a porta de entrada para os nutrientes,
pois ele é nutrido e fornece o nutriente para todas as
células.
ARTÉRIA
A sístole ventricular enche a aorta de sangue,
a aorta se dilata, acomoda esse sangue, e quando o

16
FISIOLOGIA - 2º TERMO

ventrículo está em diástole, ele se relaxa e para de energia, já áreas como o bíceps, quando não estão
exercer a pressão. A parede arterial, por ser sendo utilizadas, tem arteríolas com menor calibre
muscular, continua exercendo a pressão e mantem o (vasoconstrição). Desse modo, as arteríolas
sangue circulando. modificam seu calibre dependendo do momento, em
VEIAS regiões que precisam de mais ou menos sangue e
As veias tem valvas, que mantém o fluxo energia no momento. Isso recebe o nome de
sanguíneo em uma única direção - ascendente. Para resistência vascular periférica.
ajudá-lo a subir, existe os músculos esqueléticos que
estão circundando essa veia, como a panturrilha. Or VASOMOTRICIDADE
ter a valva que não deixa o sangue retornar, toda vez O fluxo no capilar é controlado pelo esfíncter
que movimenta-se os músculos e eles contraem, pré capilar, estes formam anéis, que aumentam ou
impulsionam o sangue para cima. A outra bomba que diminuem o calibre. Para esse controle, ele se baseia
auxilia está na caixa torácica, na inspiração, a caixa na demanda de O2. Se a concentração de O2
torácica é expandida, causando diferença de pressão diminuir, tem relaxamento do esfíncter pré capilar e
e o sangue é puxado para cima, na expiração, a consequentemente aumento do fluxo, se estiver com
caixa é novamente pressionada e o sangue vai O2 suficiente, o esfíncter pré capilar contrai e tem
subindo. diminuição do fluxo naquela região e esse sangue é
enviado para outra região que precisa de mais
oxigênio. Esse controle local do fluxo sanguíneo no
capilar é chamado de vasomotricidade.
Esse desvio é uma anastomose arterio-
venosa, que ira uma arteríola a uma vênula, é
diferente de um capilar. É importante para quando a
região ja está com O2 suficiente, o esfíncter pré
capilar identifica isso e, ao invés de enviar o sangue
para o capilar, envia por esse desvio, que transporta
diretamente para a vênula, sem passar pela troca de
substâncias.
MICROCIRCULAÇÃO

A microcirculação é composta por: arteríola,


meta-arteríola, capilar e vênula. Portanto, a
microcirculação é uma arteríola, ou meta-arteríola,
que se ramifica em um capilar e se funde em uma
vênula.
O sangue chega pela arteríola e retorna pela
vênula. A arteríola tem bastante músculo liso,
quando passa para meta arteríola ainda tem
músculo, mas em menor quantidade. Para identificar • A circulação periférica em todo o corpo contém
que acabou uma meta-arteríola e começou um aproximadamente 10 bilhões de capilares;
capilar precisa-se identificar o esfíncter pré capilar, • Superfície total estimada entre 500 e 700 metros
que é o ultimo anel de músculo liso, este controla o quadrados (cerca de um oitavo da área de um
fluxo de sangue para o capilar. campo de futebol).
• Muito raramente alguma célula funcional do
organismo se encontra a mais de 20 a 30
micrômetros de um capilar.

CAPILARES

ESTRUTURA
• Células endoteliais
• Membrana basal
• “Poros” (6 a 7nm)

RESISTÊNCIA VASCULAR PERIFÉRICA DIMENSÕES


Para cada tecido do corpo existe arteríolas, • Nº: 10 bilhões (500 a 700 m2)
que são responsáveis por controlar o fluxo de • Diâmetro: 5 a 7um
sangue, onde chega mais ou menos. Por exemplo, • Espessura da parede: 0,5 um
no cérebro, ao raciocinar, as arteríolas tem maior
calibre (dilatadas), pois é o local que precisa de mais

17
FISIOLOGIA - 2º TERMO

TIPOS DE CAPILARES predominância de retorno (absorção). Mas isso não


Existem tipos diferentes de capilares para quer dizer que não entre nutrientes na arteríola ou
tipos diferentes de tecidos. Os poros de entrada e saia da vênula
saída de água nos capilares do sistema nervoso
central são bem pequenos, só passam água e gases,
pois qualquer outra coisa que passar pode ser
INTERSTÍCIO E LÍQUIDO INTERSTICIAL
agressivo. Já no fígado, os poros dos capilares são
bem grandes, permitem a passagem de praticamente O liquido no interstício contem praticamente
tudo que chega, pois a função do fígado é os mesmos constituintes que o plasma, exceto por
metabolizar os nutrientes, partículas grandes e concentrações muito menores de proteínas. Entre o
pequenas. capilar e a célula tem o interstício. O interstício é
• Capilares contínuos como um gel, que tem fibra colágenas, proteína que
• Capilares sinusóides promove sustentação e filamentos proteoglicanos,
• Capilares fenestrados que tem a função de terem a água do interstício entre
Os capilares tem a função de permitir a troca eles, não deixando essa água se movimentar muito,
de líquidos entre o plasma e o liquido intersticial, mantendo a distribuição uniforme de líquido em todas
portanto fazer a nutrição tecidual. as regiões do organismo.
Existe também o capilar linfático, que irá se
transportar em um vaso linfático, ele se inicia no
interstício. Na extremidade arterial acontece a
irrigação, saída de líquido, e na extremidade venosa
ocorre o retorno (reabsorção) de líquidos. Mas nem
todo o líquido volta, boa parte do liquido sobra e é
recolhido pelo sistema linfático.

DINÂMICA DE TROCA DE LÍQUIDOS ENTRE O


PLASMA E O INTERSTÍCIO
Na extremidade arterial existe pressões que
vão filtrar o líquido que está dentro do capilar em
direção ao interstício, e na extremidade venosa
existem pressões que geram a absorção de líquidos
do interstício, rumo aos capilares. Isso acontece
COMO OCORREM AS TROCAS aproximadamente 80 vezes dentro do capilar.
As trocas acontecem principalmente por difusão, a
água se difunde e leva com ela nutrientes:
• Substancias lipossolúveis (O2/CO2) difundem-se
através da membrana celular;
• Íons (Na+, Cl-), nutrientes (glicose) difundem-se
pelos poros dos capilares com facilidade;
• Moléculas maiores (proteínas) se difundem muito
pouco;
• A difusão é proporcional a diferença de contração
entre o plasma e o
interstício.
** A água do plasma é trocada com a agua do
interstício 80 vezes ao longo do capilar.

FORÇAS DE STARLING

Pressões que determinam se o líquido que


está dentro do capilar vai se mover para fora, ou se
vai retornar do interstício de volta. Existem quatro
pressões que determinam.

PRESSÃO HIDROSTÁTICA CAPILAR (PC)


Tende a forçar o liquido para fora do capilar. A
Na extremidade arterial existe predominância
PC é o fluxo sanguíneo, é uma pressão de filtração,
de saída (nutrição), na extremidade venosa existe
manda o liquido de dentro do capilar para o

18
FISIOLOGIA - 2º TERMO

interstício. É determinada pelo movimento PRESSÃO COLOIDOSMÓTICA DO LIQUIDO


sanguineo. Pressão de Efluxo (saída). É uma forca
supra atmosférica.
INTERSTICIAL (PCOLI)
Tem algumas proteínas, mas menos que na
É uma pressão de filtração, empurra o
PCOP, por isso a pressao é menor. É uma pressão
sangue do capilar para o interstício. Varia nas
de absorção pois puxa a água do interstício para
diferentes regiões do capilar:
- Extremidade arterial: 30mmHg dentro do capilar. A pressão coloidosmótica do
- Extremidade venosa: 10mmHg líquido intersticial tende a puxar a água para fora do
capilar, deixando próxima de suas proteínas, por isso
é uma pressão de filtração (Efluxo).
Puxa liquido do capilar para o interstício -
filtração. É constante, de - 8mmHg.

PRESSÃO DO LIQUIDO INTERSTICIAL (PLI)


Tende a forcar o liquido para dentro do capilar
quando for positiva, mas para fora, quando for
negativa. A PLI também faz uma pressão na parede
do capilar, essa PLI pode ser negativa ou positiva em
relação a atmosfera. No tecido conjuntivo frouxo,
essa pressão é negativa, em alguns órgãos Portanto, existem três pressões de filtração
capsulados essa pressão é positiva. A PLI no (Efluxo) e uma pressão de absorção (Influxo).
organismo varia de - 6 a + 10. Ao somar as diferentes
pressões, nas diferentes regiões do organismo, a PLI
é sempre negativa, ou seja força o liquido para sair
do capilar para o interstício, portanto também é uma
pressão de filtração.
É uma pressao menor, mas existe, leva
liquido do capilar para o interstício - filtração (Efluxo).
Equivale a - 3mmHgg e não varia, pois o interstício é
constante.

PRESSÃO DE FILTRAÇÃO E ABSORÇÃO

A pressão de filtração empurra o liquido do


capilar para o interstício.

Pressão de Filtração = PC + PLI + PCOLI

PRESSÃO COLOIDOSMÓTICA DO PLASMA (PCOP)


O plasma é constituído de água e proteína,
essa proteína é puxar a água para perto dela,
gerando uma pressão coloidosmótica do plasma. Se
tiver mais proteína a pressao sera maior, se tiver
menos proteínas a pressão será menor. É uma
pressao de absorção, pois puxa a água do liquido
intersticial para o capilar (Influxo).
É constante, em qualquer região do capilar
vale 28mmHg. É uma pressão de absorção, puxa
liquido do interstício para o capilar (Influxo).

Adicionando a pressão de absorção, pode-se


obter a pressão resultante para a extremidade
arterial e venosa.

19
FISIOLOGIA - 2º TERMO

CAUSAS E EXEMPLOS DE FORMAÇÃO DE EDEMA

EQUILÍBRIO DE STARLING
Em condições normais, existe um estado de
quase equilíbrio na maioria dos capilares. Ou seja, a
quantidade de líquido filtrado para fora nas
extremidades arteriais dos capilares é quase igual ao
líquido que retorna à circulação por reabsorção - a de
filtrar é maior que para absorver. O ligeiro
desequilíbrio que ocorre é responsável pelo líquido
que finalmente retorna à circulação através dos
vasos linfáticos.

SISTEMA LINFÁTICO

A linfa caminha em sentido unidirecional, é o


liquido filtrado pelo sistema linfático, que sera
devolvido para as veias. A cada minuto sobra 2ml de
liquido no interstício, o fluxo resultando é 3L / dia.
Este líquido é absorvido pelo sistema linfático. É
importante que este liquido sobre no interstício
justamente para que ocorra a filtração dele pelo
sistema linfático, portanto, é algo fisiológico.

FUNÇÕES DO SISTEMA LINFÁTICO


• Levar os líquidos e proteínas que saíram dos
capilares de volta ao sistema circulatório;
• Levar a gordura absorvida no intestino delgado
para o sistema circulatório;
• Participar da resposta imune, atuando como um
filtro que captura e destrói patógenos.

PRINCIPAIS CAUSAS DO EDEMA


• Aumento da Pressão Capilar
• Diminuição da Pressão Coloidosmótica do Plasma
• Aumento da permeabilidade capilar
• Obstrução dos vasos linfáticos

20
FISIOLOGIA - 2º TERMO

vai ate os pulmões, tem a pressão de O2 igual a 40

Trocas Gasosas
mmHg, a pressão de CO2 é igual a 45 mmHg, nesse
sentido, o O2 sai do alvéolo e vai para o sangue, o
CO2 vai do sangue para o alvéolo - hematose.
FISIOLOGIA RESPIRATÓRIA
O sangue dos tecidos entram no átrio direito
pelas veias cavas, rico em gás carbônico, esse
sangue vai para o ventrículo direito, tronco pulmonar
em direção ao pulmão, passa pelos capilares e entra
nos alvéolos pulmonares, onde ocorre a hematose.
Esse sangue agora com oxigênio retorna ao coração
e seja ejetado para a aorta, para ser distribuído aos
tecidos.

LEIS PARA OS GASES


HENRY
Para trabalhar com gases, é preciso usar a
pressão dos gases, não a concentração. A pressão Esse sangue que saiu com O2, entra em
de um gás é proporcional a concentração, ou seja, equilíbrio nas pressões em torno de 100 mmHg, a
quanto mais gás, maior a pressão, mas depende pressão de CO2 atinge o equilíbrio em torno de 40
também do coeficiente de solubilidade. Ao dividir a mmHg. Esse sangue será bombeado pelo coração e
concentração do gás dissolvido pelo coeficiente de vai em direção dos tecidos. Nos tecidos, o sangue
solubilidade, tem-se a pressão do gás. chegou com a pressão do equilíbrio. No interstício, a
pressão de O2 é 40 mmHg, e a pressão de CO2 é 45
mmHg. Portanto o O2 vai do sangue para o
interstício, e o CO2 vai do interstício para o sangue.
Dentro da célula, a pressão de O2 é 23
DALTON mmHg, e a pressão de CO2 é 46 mmHg. Então o O2
A pressão total de uma mistura de gases é a vai do interstício para a célula, e o CO2 vai para o
soma da pressão individual de cada gás que sangue venoso. Esse sangue venoso retorna ao
constitui. coração com uma pressão de O2 de 40 mmHg e
uma pressão de CO2 de 45 mmHg.

MEMBRANA RESPIRATÓRIA ALVEOLAR


Os gases se movem por difusão, mas
A pressão do ar atmosférico, é a soma de precisam atravessar uma barreira, a membrana
cada um dos gases presentes nele. respiratória alveolar. Essa membrana é formada pelo
epitélio alveolar, membrana basal alveolar, espaço
intersticial, membrana basal do endotélio e o
endotélio capilar, essa barreira tem espessura de
0,6um e a área total de troca é 70 m2.

DIFUSÃO DOS GASES

Para um gás ir de um local para outro


difunde-se de uma área onde sua pressão parcial é
maior para um área onde sua pressão parcial é
menor (a favor de seu gradiente de pressão).
No alvéolo a pressão do O2 é 104 mmHg, a Essa troca gasosa pode ser influenciada por
pressão do CO2 é 40 mmHg (do ar que chega no três fatores:
alvéolo). O sangue do capilar pulmonar, que sai do • Quantidade de O2 que chega nos alvéolos. Se
coração do ventrículo direito pelo tronco pulmonar e chegar pouco vai ter pouco O2 para trocar, se
chegar muito, facilita a troca

21
FISIOLOGIA - 2º TERMO

• Facilidade de difusão dos gases


• Perfusão de sangue que chega no alvéolo - fluxo FLUXO SANGUÍNEO PULMONAR
de sangue que chega deve ser adequado
Cada um desses fatores depende de outros, O sangue chega pela artéria pulmonar e é
por exemplo, a quantidade de O2 que chega no distribuído pelo pulmão, pode-se dividir em duas
alvéolo depende da composição do ar inspirado, da zonas, de regiões que recebem esse oxigênio. Na
ventilação pulmonar. base do pulmão o fluxo sanguíneo é continuo, ou
seja, o sangue flui continuamente (constante) nessa
região tanto na sístole quanto na diástole - zona 1.
Na região apical do pulmão chega menos oxigênio,
o fluxo é intermitente, assim, na sístole, o fluxo
aumenta nessa região, e na diástole diminui - zona
2. Quando não tem fluxo em nenhum momento, é
um caso patológico, a pressão alveolar comprime
os vasos que chegam nessa região.

VELOCIDADE DE DIFUSÃO
Dx A xΔP
V=
Δx
D = coeficiente de difusão do gás
• Solubilidade
• Peso molecular
A = área de superfície
RELAÇÃO VENTILAÇÃO ALVEOLAR (VA) E
ΔP = diferença de pressão do gás PERFUSÃO (Q)
Δx = espessura da membrana Relação a quantidade de ar que chega aos
pulmões e o fluxo de sangue que chega aos
alvéolos.
TROCAS GASOSAS E PATOLOGIAS • Em casos que a pressão de O2 e de CO2 que
RESPIRATÓRIAS chega nos alvéolos é normal.
ENFISEMA - Destruição dos alvéolos significando
menor área de superfície para as trocas gasosas,
consequentemente, a velocidade será menor.

FIBROSE PULMONAR - O tecido do alvéolo é


substituído por um tecido fibroso, causa o
engrossamento (espessura) da membrana alveolar, • Em caso de obstrução das vias aéreas, diminui a
diminui as trocas gasosas. A perda da complacência ventilação alveolar, mesmo que chegue sangue,
do pulmão pode diminuir a ventilação pulmonar não ocorre a ventilação, e no o sangue que esta
(difusão). chegando, não tem troca gasosa - “Efeito Shunt”. O
sangue desvia do alvéolo, passa sem sofrer troca.

EDEMA PULMONAR - O fluido no espaço intersticial


aumenta, e consequentemente aumenta a distância
da difusão, indiretamente diminui a espessura da
membrana, a velocidade diminui. A PCO2 pode ser
normal em razão da alta solubilidade.

• Em casos que a quantidade de O2 chega normal


(ventilação pulmonar), mas o sangue não chega

22
FISIOLOGIA - 2º TERMO

(perfusão), não acontece trocas, aumentando FATORES QUE INTERFEREM NO TRANSPORTE DE


consequentemente, o espaço morto anatômico -
“Efeito espaço morto fisiológico” (ventilação
OXIGÊNIO
desperdiçada + espaço morto anatômico)

TRANSPORTE DE O2 E CO2 NO SANGUE


TRANSPORTE DE CO2 NO SANGUE:
• Dissolvido no plasma - 7%
O oxigênio no sangue é transportado: • Ligado a hemoglobina - 23% (carbohemoblobina)
• Dissolvido no plasma - 2 a 3% • Na forma de HCO3 - 70%
• Ligado a hemoglobina - 97 a 98% (oxihemoglobina) O CO2 entra no capilar por difusão, se junta
A hemoglobina é uma proteína de estrutura com a água, formando o ácido carbônico. O ácido
quaternária, tem quatro cadeias de aminoácidos, carbônico se dissocia em H+ e bicarbonato.
duas alfa e duas betas, e tem o grupo heme no Chegando no pulmão, o CO2 dissolvido vai para o
centro de cada cadeia. Cada hemoglobina pode se alvéolo por difusão, o CO2 ligado a hemoglobina se
unir a 4 moléculas de O2. O oxigênio se liga ao ferro. desprende, e o bicarbonato no plasma, volta para a
hemácia, trocando de lugar com o cloro, se une ao
CURVA DE DISSOCIAÇÃO DA OXI-HEMOGLOBINA H+ que a hemoglobina trouxe, forma o ácido
Curva de saturação da hemoglobina. Indica a carbônico, se dissocia em CO2 e água e esse CO2
porcentagem de hemoglobina ligada a oxigênio. A vai para o ar alveolar.
saturação base é de 75%. Quanto maior a pressão • O CO se liga no grupo HEME da hemoglobina
de O2 no sangue, mais a saturação aumenta. • O CO possui 250 mais afinidade pela Hb que o O2

EFEITO BOHR E HALDANE


Ao sair dos pulmões a saturação é de 100%, BOHR - Ocorre nos tecidos. O aumento da pressão e
a medida que vai sofrendo trocas gasosas com os CO2 e diminuição do pH desloca o O2 da Hb para os
tecidos, a saturação vai diminuindo. tecidos
Apenas 25% do O2 que sai do pulmão vai HALDANE - Ocorre nos alvéolos. A ligação do O2
ficar nos tecidos - coeficiente de solubilidade. com a Hb desloca o CO2 do sangue para os alvéolos

FATORES QUE DIMINUEM A AFINIDADE DA Hb EQUAÇÃO DE HENDERSON - HASSELBALCH


PELO OXIGÊNIO
• ↓pH
• ↑pCO2
• ↑Temperatura
• ↑2,3 bisfosfoglicerato (2,3 BPG) ou difosfoglicerato

23
FISIOLOGIA - 2º TERMO

Os principais centros de controle respiratório

Controle da Respiração
se localizam no tronco cerebral.
Os neurônios que formam o SNC sao
formados por aglomerados de neurônios, chamados
de núcleo nervoso. A junção de vários núcleos é
INTRODUÇÃO chamado de grupo. No bulbo existe um núcleo
O pulmão possui em sua constituição fibras
chamado de grupo respiratório dorsal, dentro dele,
de elastina e colágeno (parênquima pulmonar), que
está localizado o NTS (um dos núcleos). Mais à
permitem se distender (complacência), e retrair
frente dele, encontra-se o grupo respiratório
(elastância).
ventral. Bem na região anterior, tem uma área
O controle da respiração pode ser voluntário
quimiossensível, outro aglomerado de núcleos no
e involuntário. O sistema nervoso regula a taxa de
bulbo.
ventilação de acordo com as necessidades do
Portanto o centro respiratório está no bulbo, e
organismo, mantendo PO2 e PCO2 do sangue arterial
é compreendido pelo NTS, na área quimiossensível e
em níveis relativamente constantes.
são junções de núcleos, um núcleo na ponte,
chamado centro pneumotáxico.
SISTEMA NERVOSO
GRUPO RESPIRAT RIO DORSAL: regi o posterior
do bulbo
O neurônio é a célula do sistema nervoso. - N cleo do trato solit rio (NTS): um n cleo
Nele pode-se encontrar um corpo (o soma), com sensorial (que recebe informa es), e faz parte do
núcleo e organelas, do corpo podem sair grupo respirat rio dorsal.
prolongamentos pequenos chamados de dendrito e
um prolongamento maior chamado axônio na porção GRUPO RESPIRAT RIO VENTRAL: regi o anterior
final do axônio encontram-se os botões terminais e do bulbo. Sua atividade ausente ou muito baixa
pequenas bifurcações do axônio, chamado durante a respira o normal / basal, atua na
telodendo. inspira o e expira o for ada em conjunto com o
A junção dos neurônios forma o sistema grupo respirat rio dorsal.
nervoso. O sistema nervoso central é constituído por Ativa os m sculos abdominais na expira o intensa.
encéfalo (tudo que esta dentro do crânio) e medula - N cleo amb guo (NA): faz parte do grupo
espinal (dentro do canal vertebral). O sistema respirat rio ventral
nervoso central se comunica com estruturas
periféricas por meio de estruturas do SNP, os nervos. CENTRO PNEUMOT XICO: localizado
Os nervos ligados a medula são os nervos posteriormente na ponte. Realiza ajuste fino do
espinais, e os ligados ao tronco encefálico são os padr o respirat rio, suavizando a transi o entre
nervos cranianos. Nas vísceras tem os receptores, inspira o e respira o.
que percebem o que esta acontecendo enviam por
um nervo aferente ou somático a informação para o CENTRO APN USTICO: sabe-se que essa regi o
SNC, que gera uma resposta enviada por um nervo participa do controle da respira o, mas n o h
eferente ou motor. O encéfalo é constituído de: certeza sobre sua fun o. Acredita-se que ela
cérebro, tronco encefálico e cerebelo. O grande estimula a rea inspirat ria bulbar, prolongando os
centro controlador da respiração está localizado no potenciais de a o em ascens o.
tronco encefálico. No tronco encefálico tem o
mesencéfalo, a ponte e o bulbo. REA QUIMIOSSENS VEL: anterior ao bulbo. Atua
no controle qu mico da respira o.

Dentro do SNC um aglomerado de corpos de


neurônio é chamado núcleo, já no SNP esse
aglomerado é chamado de gânglio (nervoso).

24





















































FISIOLOGIA - 2º TERMO

célula para ela modificar o seu funcionamento -

Sinalização Celular
sinalização parácrina. Essa mesma partícula
sinalizadora também pode encontrar um receptor em
sua própria membrana, modificando seu próprio
Para manter a homeostasia, cada célula do funcionamento - sinalização autócrina.
corpo pode se comunicar com quase todas as outras
células a todo momento. Esta comunicação é COMUNICAÇÃO DE LONGA DISTÂNCIA
realizada e coordenada a partir de sinais químicos e Pode usar sinais elétricos transmitidos pelos
elétricos. Para que isso aconteça, o corpo se utiliza neurônios ou sinais químicos transportados pelo
de: sistema circulatório.
• Difusão - para pequenas distâncias
• Distribuição de moléculas - pelo sistema circulatório ENDÓCRINA - SISTEMA ENDÓCRINO
• Mensagens rápidas e especificas - pelo sistema Acontece quando uma célula endócrina
nervoso especializada na produção de hormônios, produz um
hormônio, lança no liquido intersticial, que vai para a
corrente sanguínea, percorre todo o sistema
TIPOS DE SINALIZAÇÃO CELULAR circulatório e onde esse hormônio encontrar locais
para se encaixar, ele ira se encaixar e modificar a
função da célula que se encaixou.

COMUNICAÇÃO LOCAL
Dois tipos de comunicação dependem de
contato entre uma célula e outra. As que se
comunicam por junções comunicantes (proteínas que
atravessam as membranas formando poros), ex:
sincício cardíaco , e as que dependem do toque de
uma proteína a proteína da outra nas membranas, • Neuroendócrina - muito semelhante a sinalização
mas não formam canais entre as membranas, as endócrina, mas um neurônio produz o hormônio,
proteínas se projetam e alcançam as células chamado neurohormônio. É transmitido da mesma
vizinhas, ex: macrófago que apresenta o antígeno ao maneira. Utiliza tanto o sistema nervoso quando a
linfócito. circulação sanguínea para desenvolver uma
resposta fisiológica.

Os sistemas autócrinos, uma célula produz


um sinal (um hormônio). que se espalha pela LEC
onde estão outras células, encontra receptor em
outra membrana, transmitindo a informação a essa
NEURAL - SISTEMA NERVOSO
Utiliza apenas o sistema nervoso para
transmissão. Um hormônio, um neurotransmissor, é
produzido por um neurônio, e é lançado na sinapse,
se difunde, encontra um receptor em uma célula
muito próxima a ela, a célula-alvo, que irá produzir
uma resposta fisiológica. Essa célula-alvo pode ser
um outro neurônio, uma glândula endócrina, ou uma
outra célula efetora, como o músculo esquelético.

25
FISIOLOGIA - 2º TERMO

Os sinais são passados de um neurônio pré-


sináptico para um neurônio pós sináptico em uma
junção chamada sinapse. O potencial de ação vai
pelo axônio até chegar no terminal axonal. O espaço
entre o neurônio pré-sináptico e o neurônio pós-
sináptico é chamado de fenda sináptica.
O botão terminal o terminal axonal contem
inúmeras vesículas preenchidas com
SINALIZAÇÃO NEURAL / ENDÓCRINA neurotransmissores, substâncias químicas que
A principal diferença da sinalização neural carregam a informação através da fenda sináptica.
para a endócrina é a velocidade. Os sinais neurais Quando o potencial de ação atinge o botão terminal,
são mais rápidos, alcançam 120 m/s, então libera as vesículas sinópticas se fundem com a membrana
uma resposta muito mais rápido, o sistema endócrino plasmática do neurônio, liberando os
faz essa resposta muito mais lentamente, leva horas. neurotransmissores para a fenda sináptica. O
Em compensação, a sinalização neural age e acaba neurotransmissores afetam o neurônio pós sináptico
rapidamente, ja a endócrina age mais lentamente e mudando a distribuição de cargas ao longo de sua
dura mais tempo, horas, talvez dias. Ambos são membrana.
complementares e agem integradamente. Quando o potencial de ação chega ao
terminal axonal, canais de cálcio são abertos, os íons
cálcio entram no botão terminal através desses
NEUROTRANSMISSÃO canais. O cálcio então se liga as vesículas sinópticas
que contém os neurotransmissores, isso faz com que
A neurotransmissão acontece as vesículas se fundam a membrana plasmática do
quando algo é detectado e estimula neurônio pré-sináptico liberando os
os receptores, essa informação é neurotransmissores para a fenda sináptica. Os
levada ao sistema nervoso central por neurotransmissores se difundem pela fenda sináptica
neurônios aferentes, o SNC gera uma e ligam-se a receptores localizados no neurônio pós
resposta, e envia pelos neurônios sinápticas. Aqui os receptores são canais iônicos que
eferentes aos tecidos que precisam se abrem, os íons entram através dos canais
agir naquele momento, ex.: ao pisar mudando a distribuição de cargas através da
no prego, os nervos aferentes levam membrana.
a informação ao SNC, que gera uma Os neurotransmissores são rapidamente
resposta, pelos nervos eferentes, removidos da fenda sináptica, cessando seu efeito
para o músculo levantar a perna no neurônio pós sináptico.
rapidamente. Várias situações geram
esses estímulos. O sistema nervoso
só entende os sinais elétricos
(despolarização), e assim todos os
sinais são transmitidos no sistema
nervoso. Ao chegar no fim de um
neurônio, ocorre a sinapse para outro
neurônio, com a paragem dos
neurotransmissores.

Neurotransmissores são liberados por


terminais de axônios de neurônios nas junções
sinápticas e atuam localmente para controlar as
funções das célula nervosas. São mensageiros
químicos que transportam, estimulam e equilibram os
sinais entre neurônios. A sinapse que ocorre com
neurotransmissores é chamada sinapse química.

1. Um potencial de ação despolariza o terminal


axonal.
2. A d e s p o l a r i z a ç ã o a b r e c a n a i s d e C a 2 +
dependentes de voltagem, e o Ca2+ entra na
célula.
3. A entrada do cálcio inicia a exocitose do conteúdo
das vesículas sinápticas.
4. O neurotransmissor difunde-se através da fenda
sináptica e se liga aos receptores na célula pós-
sináptica.

26
FISIOLOGIA - 2º TERMO

5. A ligação do neurotransmissor inicia uma Esses hormônios proteicos são pré-


resposta na célula pós-sináptica. sintetizados. Existe um armazenamento desses
hormônios, que esperam um estímulo para serem
liberados por exocitose. Por serem hidrossolúveis,
HORMÔNIOS - MENSAGEIROS QUÍMICOS podem ser transportados dissolvidos no plasma, não
recusa de ligante, consequentemente ele é
Os mensageiros (sinalizadores) químicos: rapidamente metabolizado, isso faz com que a meia
• Neurotransmissores - produzidos por neurônios e vida desse hormônio seja bem cura. Nesse sentido, o
liberados somente na fenda sináptica receptor desse hormônio deve estar fora da
• Hormônios endócrinos - produzidos por glândulas membrana celular.
do sistema endócrino
• Hormônios neuroendócrinos - produzidos por
neurônios, mas alcança a circulação e encontra
seu receptor longe
• Hormônios parácrinos - produzido por uma célula
e liberado no liquido extracelular, faz efeito na
vizinhança
• Hormônios autócrinos - produzido por uma
célula, liberado no liquido extracelular e encontra o
receptor na própria célula pre produziu ele
• Citocinas - produzido por uma célula, pode ir para
a corrente sanguínea, fazer efeito longe ou
próximo, pode ser produzida por qualquer célula,
durante uma resposta imunológica

ESTRUTURA QUÍMICA DOS HORMÔNIOS


A estrutura química dos hormônios determina
muito como eles agem.
• Proteínas (polipeptídos) - São proteínas ou tem HORMÔNIOS ESTEROIDES
característica de proteínas. Ex.: hormônios São sintetizados de acordo com a
hipofisários e pancreáticos (insulina e glucagon). necessidade e liberados, não tem estoque. São
• Esteroides - São derivados do colesterol, sao liberados da célula que produziu por difusão, pois
lipossoluveis. Ex.: hormônios secretados pelo são lipossoluveis, derivados do colesterol. São
córtex adrenal (cortisol e aldosterona), pelos transportados ligados a proteínas transportadoras
ovários (estrogênio e progesterona), testículos que ficam no sangue, proteínas plasmáticas,
(testosterona). geralmente as globulinas, que englobam esse
• Derivados da tirosina - Ex.: hormônios da tireoide hormônio e o transportam, tornando a meia vida
(tiroxina e triiodotironina) e da medula adrenal destes hormônios muito longa, pois enquanto
(epinefrina e norepinefrina). estiverem ligados as proteínas transportadoras, não
• Eicosanoides - Ex.: Tromboxano, Prostaglandina. serão metabolizados. O receptor desses hormônios
Medeiam processos inflamatórios. podem estar no citoplasma, na carioteca ou dentro
do núcleo da célula.
HORMÔNIOS PROTEICOS (POLIPEPTÍDEOS)
São sintetizados como um proteína qualquer,
ou seja, no núcleo da célula, o DNA transcreve uma
fita de RNAm, manda o cozido para o retículo
endoplasmático, que sintetiza um pré-pro-hormônio e
manda para o complexo de Golgi, esta empacota um
pró-hormônio e a enzima que é capaz de clivar esse
pró-hormônio. Portanto o pró-hormônio é uma
proteína grande, com uma enzima para “quebrá-la”.

27
FISIOLOGIA - 2º TERMO

HORMÔNIOS DERIVADOS DA TIROSINA ESTÍMULO HORMONAL


A tirosina é um aminoácido, então produz dois Proveniente de hormônios, um hormônio é
tipos diferentes de hormônio, as catecolaminas secretado por uma glândula endócrina e vai estimular
(noradrenalina, adrenalina e dopamina) e os uma outra glândula a produzir hormônio. Ex: o
hormônios da tireoide (T3 e T4). Se comporta como hipotálamo produz o hormônio CRH (liberador de
uma proteína, ja que é derivado de um aminoácido. A corticotrofina) e manda esse para a hipófise,
catecolamina tem síntese prévia, armazenamento de estimulandoq-a a produzir ACTH
vesícula, liberação por exocitose, caminham (adrenocorticotrófico), libera na corrente sanguínea e
dissolvidas no plasma, a meia vida é curta e o vai para o córtex da suprarrenal, que produz cortisol
receptor fica na membrana. Os hormônios da e vai para os tecidos fazer seu efeito fisiológico.
tireoide, quando são conjugados ao iodo, de tornam
apolares, e passam a se comportar como hormônios
esteróides, assim, caminha no sangue ligado a
proteína transportadora, consegue ultrapassar a
membrana plasmática, os receptores podem estar
dentro da célula e tem a meia vida longa.

ESTÍMULO HUMORAL
Proveniente da alteração da concentração
sanguínea de íons e nutrientes. Acontece a partir
da concentração do cálcio no plasma se essa
concentração diminuir, se as células da paratireoide
HORMÔNIOS EICOSANOIDES percebem e liberam o hormônio da paratireoide
Participam da resposta inflamatória, de (paratormônio), esse vai para a grande circulação,
origem lipídica, sintetizados a partir do ácido chega em:
araquidônico (AA). - Ossos: aumentando a reabsorção de calcio, ou
seja a reabsorção do cálcio na circulação
- Rim: não deixa liberar cálcio na urina
- Trato digestório: aumenta a liberação de cálcio na
circulação
- A concentração plasmática de cálcio aumenta

ESTÍMULOS PARA SECREÇÃO HORMONAL

ESTÍMULO NEURAL
Proveniente de
fibras nervosas. O
sistema nervoso estimula
uma glândula a produzir
hormônio. Ex: quando o
sistema nervoso autônomo
simpático, manda uma
despolarização para a
medula da supra renal, ela
produz adrenalina e lança
na corrente sanguínea. Esse é um exemplo de controle da liberação
hormonal por feedback negativo.

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FISIOLOGIA - 2º TERMO

DEPURAÇÃO HORMONAL
CONTROLE SECREÇÃO HORMONAL POR
FEEDBACK NEGATIVO Retirada do hormônio da circulação. Se um
A produção da insulina pelo pâncreas pode hormônio estiver circulando dissolvido no plasma,
ser desencadeada de três maneiras diferentes: pelo algo ira acontecer co ele, ou ele irá sair da
aumento da glicose plasmática (estimulo humoral), circulação, encontrar sua célula alvo e produzir o
do sistema nervoso (estimulo neural), ou um estímulo efeito fisiológico, ou o fígado vai metaboliza-lo e
hormonal. Quando tiver um aumento da glicose, isso inativar, ou o rim irá elimina-lo. Esse conjunto que
é percebido pelo pâncreas, que secreta a insulina, forca a saída do hormônio da circulação é chamada
esta age diminuindo os níveis de glicose. de depuração hormonal.

MECANISMO DE AÇÃO DOS HORMÔNIOS

Qualquer hormônio que for produzido e


lançado na corrente sanguínea irá se espalhar e só
irá fazer efeito se tiver receptor, caso contrário não
tem efeito. O encontro de um hormônio com seu
receptor deve se encaixar perfeitamente (chave-
fechadura), se isso acontecer, terá uma resposta
biológica (estimulação ou inibição).
Outro exemplo de feedback negativo: o hipotálamo
produz TRH, que estimula a hipófise a produzir TSH, LOCALIZAÇÃO DOS RECEPTORES
este vem para a tireoide e produz T3 e T4. Quando • Na membrana celular ou em sua superfície:
aumentar a concentração, o hipotálamo é avisado e principalmente, para os hormônios proteicos,
para de produzir TRH. peptídicos e catecolamínicos.
• No citoplasma celular: hormônios esteroides.
CONTROLE DA SECREÇÃO HORMONAL POR • No núcleo da célula: hormônios da tireoide (talvez
em associação direta com um ou mais
FEEDBACK POSITIVO cromossomos).
Controlam fenômenos fisiológicos que
costumam durar pouco tempo, por exemplo durante
o parto. Quando completou o tempo de gestação, o
feto encosta no colo do útero comprimindo-o, o que
gera um impulso nervoso que chega a hipófise, e
esta ira produzir ocitocina, é liberada ao sangue e
chega ao útero, causando contração uterina,
empurrando a criança ao colo de útero, o que gera
mais ocitocina e assim repetidamente, até a criança
nascer, só então, cessa a produção de ocitocina. O
estimulo por feedback positivo.

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FISIOLOGIA - 2º TERMO

Os hormônios que se ligam diretamente a


receptores no núcleo. Ativam os mecanismos
genéticos para a formação de muitos tipos de
proteínas intracelulares. Podem continuar a
expressar suas funções de controle por dias ou até
semanas.

RECEPTORES DE MEMBRANA

RECEPTORES LIGADOS A CANAIS IÔNICOS


Abrem ou fecham canais para íons (K+,Na+,).
ex.: Acetilcolina e Noradrenalina.

RECEPTORES HORMONAIS LIGADOS À


PROTEÍNA G
Abrem ou fecham canais iônicos ou
modificam a atividade de enzimas no citoplasma da
célula (adenilil ciclase ou a fosfolipase C). A proteína
G ativa uma enzima, que libera um 2º mensageiro
que vai fazer o efeito fisiológico da célula.

RECEPTORES HORMONAIS LIGADOS A ENZIMAS


Ativam ou desativam enzimas associadas ao
receptor no interior da célula. O hormônio ativa a
enzima que forma um segundo mensageiro, e este
desencadeia a resposta do neurônio.

Efeito agonista - faz o mesmo efeito do hormônio


Efeito antagonista - bloqueia o efeito do hormônio
Resposta biológica adequada -

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